tag:blogger.com,1999:blog-53233656372749773842024-03-13T06:55:52.653-03:00Diálogos VisuaisDenis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.comBlogger178125tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-55740679341050564282020-08-09T18:53:00.000-03:002020-08-09T18:54:08.934-03:00Ainda estou aqui<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9MPSwtVfORe-3_yH1RN77fiO-gPgo8_7B-Rtx_GDk_Q-QhOsnwQk2R7ac261Ewt2Gp_4vcQbbrEWsuKnGVO7LfaJkX4r0pr3LDKjNyVw70Dl5PW-lXudL9LDqZ2nPr0Pd5ci9QgzxOYc/s1600/blog+pausado.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1600" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9MPSwtVfORe-3_yH1RN77fiO-gPgo8_7B-Rtx_GDk_Q-QhOsnwQk2R7ac261Ewt2Gp_4vcQbbrEWsuKnGVO7LfaJkX4r0pr3LDKjNyVw70Dl5PW-lXudL9LDqZ2nPr0Pd5ci9QgzxOYc/s400/blog+pausado.JPG" width="400" /></a></div>
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<i>(Texto para essa postagem em preparação, volte depois por favor. )</i><br />
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Estou postando diariamente algumas produções literárias e visuais autorais em meu outro blog: <a href="http://denisakel.wordpress.com/">O Provável do Improvável </a><br />
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Há qualquer coisa de novo também no instagram: @deniakel<br />
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Obrigado a quem também ainda está aqui!<br />
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<br />Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-51289313364229792492019-08-17T05:40:00.000-03:002019-08-17T05:51:21.380-03:00Considerações sobre a Bienal do Livro do Ceará 2019<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsGfAQzgiNZ7O-Elr9INiZ3Sou1HjWvIcSZE_HYt1OiC9pDUAmq3Ttz9_WTVZa03QYVQ-nJiL5yWyXgMe1luro13JmIZBsWb3isEuDjXR7Fk8CQ4RGZSifRnO9qFTjnMVtfgIMNIh7KFM/s1600/esse.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsGfAQzgiNZ7O-Elr9INiZ3Sou1HjWvIcSZE_HYt1OiC9pDUAmq3Ttz9_WTVZa03QYVQ-nJiL5yWyXgMe1luro13JmIZBsWb3isEuDjXR7Fk8CQ4RGZSifRnO9qFTjnMVtfgIMNIh7KFM/s400/esse.jpeg" width="400" /></a></div>
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Começou nesta sexta, 16/08/2019, a XIII edição da Bienal do Livro do Ceará. Em outros tempos, essa talvez fosse a maior de minhas realizações, mas o tempo passa e muitas vezes nos torna mais lúcidos.<br />
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Tenho muito carinho pelas Bienais aqui de Fortaleza, as primeiras que lembro ter ido foram dos longínquos anos de 2002 e 2004, ainda no antigo e gracioso centro de eventos. Mas foi a partir da edição de 2010 que passei a olhá-la sob os olhos da criação e do registro, a primeira que estive em boa parte dos debates e me descobri naturalmente tentado a escrever sobre, comentar e até mesmo criticar o que me parecia estranho ou desnecessário, através da escrita. Era uma época em que meu contato maior com a literatura dependia muito da Bienal. E assim seguiram-se as edições de 2012, 2014, o incomum intervalo de três anos para 2017. Em todas elas estive presente, acabando por ganhar alguma notoriedade em 2017, onde mais ousado, passei a não apenas escrever e comentar impressões, como também conversar com o máximo de autores e pessoas que conseguia, assim conseguindo filtrar algo além do que o óbvio parecia dizer. Era também um lado meu que desconhecia ganhando forma. Aliás, ainda faltam duas postagens aqui para fechar as 10 referentes aos 10 dias da Bienal de 2017, e na última eu falaria de toda essa transformação que vivi naquele ano, passando de apenas um narrador a personagem e quase protagonista algumas vezes. Estas postagens estão esboçadas e logo mais serão publicadas.<br />
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Após algumas vivências em oficinas e feiras e festas literárias pelo país, essas mudanças intensificaram-se, havia uma curiosidade frequente e quase eterna em mim, e para todo canto que ia levava pelo menos um caderno, onde não apenas falas e palestras me interessavam, mas o perceber o mundo, este que talvez agora passasse a conhecer, ouvir, viver, tudo isso fascinava, tudo isso falava, parecia tão natural esse ouvir. Me sinto cada vez mais nos trilhos literários, e também nas artes plásticas e visuais, como uma grande caixa repleta de instrumentos prontos a usar. E entre oportunidades de mediar debates, dar oficinas, publicar os primeiros materiais impressos (<i>Livro Zero</i> e <i>Parada Curva</i>), seguia publicando este mesmo estilo de texto que tanto usei nesse blog, mas dessa vez no Instagram e Facebook (em breve trarei o material lá postado textos para cá) sobre eventos não apenas literários mas culturais, qualquer coisa que sentisse que devia escrever, escrevia: frases ouvidas, pensamentos, lamentos, não havia critério, e tome caderno e caneta, mas eu tinha tenho pressa, e gostando cada vez mais de ouvir. De 2017 para cá tal mergulho me levou a realmente focar para viver do trabalho literário e artístico, algo cada vez mais delicado na cidade de Fortaleza, sobretudo nesse período complicado em que vive o país.<br />
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A Bienal de 2019 parecia distante, havia até boatos de que não ocorreria. Fiquei muito satisfeito quando, em fevereiro se não me engano, divulgaram alguns nomes de autores. Bem mais cedo que as edições recentes e dessa vez teve até evento de pré-lançamento. Muito amigos que fiz ao longo desta caminhada pelas letras estão na organização ou curadoria do evento, o que certamente torna a experiência ainda mais familiar e receptiva. Para essa edição, contudo, eu sabia que não poderia, nem deveria mais fazer como sempre fiz, não deveria mais postar aqui as vivências da bienal apenas por postar, era possível ir além, minha cabeça já opera além, vejo possibilidades de se levar isso adiante. E como fazer isso? Enviando um projeto para eles, como tantos amigos enviavam, para lançar livros ou rodas de debate ou recitais, o que fosse, havia essa opção que me cairia perfeitamente. Poderíamos fechar um acordo interessante, e me debrucei a escrever o projeto, com a grande ajuda de meu irmão, Diego Akel, tão acostumado a esses processos de vida.<br />
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A ideia do projeto, que chamei <i>Becos da Bienal</i>, não era muito diferente do que fiz aqui ao longo dos anos nas Bienais anteriores, mas dessa vez seria algo oficial, algo "dentro" da programação, algo o qual seria divulgado por eles e não apenas por mim. Visando levar a experiência da Bienal aos que não podem ou mesmo oferecer um olhar mais diferenciado, eu estaria novamente os dez dias de evento, e escreveria pelo menos uma crônica de tudo o que tinha visto (ou não visto), entre falas e palestras, mas mais focado nos acasos, buscar detalhes e cenas que se perdem naquele complexo de luzes apoteóticas. Estes textos não seriam jornalísticos, não haveria necessidade de informar ou divulgar mas mais movidos pela paixão criativa, seriam acompanhados de dez fotos que de alguma forma resumissem aquele dia e eventualmente de algum desenho também feito por mim dialogando as outras linguagens. A cada dia haveria esse ramalhete visual, além do texto, costurando uma visão que imagino ser bastante diferente da típica cobertura que é feita sempre, não apenas na Bienal, mas em todo e qualquer evento similar. Nunca se investe em algo diferente, nunca arriscam, nunca se renovam de fato.<br />
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Evidente que seria um trabalho hiper mega cansativo, passar os dez dias, da manhã à noite, na Bienal, e a cada noite filtrar o material de meus cadernos e já lapidar o que seria postado antes do dia seguinte, nas redes sociais. Por conta disso, era natural que houvesse um retorno, um cachê condizente à essa realidade. Foi o que coloquei no projeto. Os coordenadores abriram as portas, mas alertaram desde o início a questão da verba, segundo eles difícil esse ano. Mas eu deveria arriscar, o máximo que poderia era ouvir um não. O projeto foi enviado no início de maio, e seguiu-se um hiato de quase dois meses sem nenhuma resposta. Esperava ao menos o não ou quem sabe uma contra proposta, mas realmente não esperava o silêncio.<br />
E agora às vésperas, descubro que não acharam ou não leram meu projeto, não sei o que aconteceu. Foi-me dito que ele já teria sido recusado de cara por ter orçamento, como tantos outros o foram. Certo, mas custava avisar às pessoas? É preciso se programar para um trabalho. Já em cima da hora de começar eu ainda achava que seria contemplado. Sem verba, eles tiveram um enorme déficit, foi também o que me disseram. Falaram em uma data, um dia que teria uma vaga não preenchida, mas não era para nada tão alucinado como meu projeto, era para apenas lançar livro ou fazer palestra, e não haveria nada de cachê e sequer uma ajuda de custo. Tempos difíceis. Com certeza não está fácil, reconheço, e é louvável todo esforço que fizeram para mais uma bienal, mas um evento desse porte não é tão desamparado assim, não se traz tantos convidados sem um mínimo de recursos (será que Mia Couto e Raduan Nassar foram cancelados de última hora por isso?). Não estou muito por dentro da programação esse ano mas mesmo o <i>Bienal fora da Bienal</i> foi mantido, talvez por já perceberem o prestígio da atividade. Meu projeto acaba sendo incompreendido, não tem uma forma ou resultado claro, é o que tiver de ser, o que acontecer, é quase como um poema antes de nascer, começa numa sensação, lá longe, e verte-se em palavra, tenta-se fechar nesse corpo sentido, sem sentido. Como pouca gente conhece, não sente falta. Além de que apoiar quem está "começando" parece sempre mais difícil do que contatar o mesmo pessoal de sempre.<br />
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Cheguei até a ser sugerido fazer "por minha conta" de novo, como sempre fiz. Não sei se rio ou se choro. Como disse acima, fazer esse trabalho andarilho, de lá para cá, na ilusão da liberdade do centro de eventos, é extremamente desgastante. Cansaço físico, mental, má alimentação, claro que tudo isso faz parte do jogo, temperam o prato e mexem diretamente com o resultado criado, mas fazer isso apenas por mim já não me é tão interessante. Uma coisa é eu ir a um evento menor, algo independente e informal, de um amigo, e escrever pelo prazer do que vivi. Outra coisa é fazer isso para um evento que, mesmo em tempos difíceis, tem sim apoiadores e há sim verba. Quando se começa a perceber as nuances desse trabalho, aprendemos a nos poupar.<br />
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Soube também que alguns outros amigos também estão com problemas em suas participações no evento, graças às falhas de comunicação com os curadores e coordenadoria. Fiquei bastante surpreso com a decepção com que alguns me contaram suas histórias, do trabalho que já tinham feito e de repente não se ter qualquer garantia de que ele de fato será apresentado.<br />
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Meu <i>Becos da Bienal</i> infelizmente não ocorrerá. Talvez numa próxima edição, ou mesmo em outro evento, cidade. Mas ainda assim irei à Bienal 2019, há muitos amigos lançando livros e vivendo esse momento de glória e reconhecimento (e espero que recebendo algo). Sei, porém, que minha paixão maior pela literatura me fará sim escrever em meus cadernos essas vivências, mas ficarei apenas nisso. Isso me bastará dessa vez. Afinal, tudo começa no olhar, e segue caderno, até a escrita, a palavra escrita.<br />
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A XIII Bienal do Livro, com o insosso tema <i>As Cidades e os Livros</i> (falta peso, é um tema genérico e nem um pouco instigante ) acontece de 16 a 25 de agosto de 2019, no Centro de Eventos. A programação completa, tão confusa como sempre, está no site deles. Vamos ver se haverá o folder impresso já no primeiro dia (edit: acabei de chegar de lá, não houve). No mais, é sim uma conquista termos a Bienal numa época tão sombria, espero ao menos poder viver o melhor desta festa, que são não apenas os livros, mas as pessoas, cada vez mais as pessoas. Uma pena que se verá apenas a mesma cobertura arrastada e previsível de sempre, no primeiro dia já ditando o tom do último. É ver para crer. No meu caso, escrever.<br />
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Quem quiser ver o trabalho que fiz "por minha conta" nas edições passadas, é ver as postagens anteriores, do marcador 'Bienal do Livro'. As de 2017 ainda estão fresquinhas.Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-74963926432031417112019-08-11T23:53:00.001-03:002019-08-13T02:05:19.083-03:0010 anos de blog<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKJhN2NdutqJkBOy72VJGAUBfc8ogWrETU9LmUBg2oG5_fiwNBPqciG31LPe8dqWzLuL0x7mo4YTG9s3qdbc5MsCsTyeRGvpI8eLuw7o4D56XEpZ5b6joXgyOteAAAcIDCKrG51tsahyphenhyphen0/s1600/IMG_2958.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1255" data-original-width="1600" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKJhN2NdutqJkBOy72VJGAUBfc8ogWrETU9LmUBg2oG5_fiwNBPqciG31LPe8dqWzLuL0x7mo4YTG9s3qdbc5MsCsTyeRGvpI8eLuw7o4D56XEpZ5b6joXgyOteAAAcIDCKrG51tsahyphenhyphen0/s400/IMG_2958.JPG" width="400" /></a></div>
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Hoje, 11 de agosto de 2019, este blog completa uma década de existência. E a data quase me escapa por ultimamente estar mais focado em postagens pelo Instagram, em um modelo de texto menor, mas não menos prazeroso dos que costumava lançar por aqui. Mas o Diálogos permanece como esse grande baú de um passado presente, cada uma das suas mais de 200 postagens carrega um pouco de meu viver, ao longo dessa década, entre a experimentação e fascínio pela escrita, prazer na leitura e mergulho nas artes visuais.<br />
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Até parece que foi ontem quando comecei a escrever por aqui, de início sem saber para onde estava indo (e talvez ainda não saiba muito) mas o tempo nos molda de alguma forma mais experientes e em meu caso cada vez mais tendo a escrita como alicerce de vida. De um tempo onde eu era mais espectador, mais ouvia, absorvia, aos dias de hoje, dias onde me vi enveredado no fazer e pensar literário de uma forma mais consciente, plena, entre tantos movimentos, vivências e sobretudo pessoas com as quais pude conversar ou apenas sentir a energia ao longo desses dez anos. Não apenas referente a trabalho, mas na vida em si. Tem sido momentos onde o simples ato de conversar, de falar e sobretudo ouvir, me são mais caros do que apenas ler um livro, é como ler a história de cada um, a história ainda não escrita, a história nossa que se faz a cada hora, minuto segundo. Nesses tempos tão barulhentos de redes sociais, cada vez menos pessoas querem ouvir. Deixo esse tema para outro momento.<br />
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Fato é que o blog encontra-se temporariamente pausado por conta de alguns problemas em meu computador mas em breve devo e quero retomá-lo, concluindo a série da Bienal 2017 e postando outros textos já escritos, de eventos e momentos posteriores àquele. Ainda, ideias de mexer as coisas por aqui e deixar tudo mais leve e enxuto no layout do blogger, enquanto ele ainda existe pois quem lembra de blogs hoje em dia?<br />
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Logo mais também, uma parte destes textos, novos e antigos, bem como algumas das séries mais longas do blog, como da Bienal CE 2014 e Flip 2015 deve resultar uma pequena publicação impressa.<br />
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As postagens mais recentes em relação à última postagem aqui, bem como meus trabalhos mais atuais, estão no instagram @deniakel.<br />
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Aqui em Fortaleza, estamos prestes a viver mais uma Bienal do Livro (16 a 25 de agosto de 2019). Depois de algumas experiências em outros eventos em outras cidades, imagino que mudei um pouco meu modo de pensar e viver a bienal daqui. Provavelmente estarei lá, mas será bem diferente de como foi a edição 2017.<br />
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Tenho escrito muito, muito à mão ultimamente, é um pouco estranho retomar teclado, escrever mesmo quase sem esforço de dedo, sem ver tinta dançando, a harmonia dos esses, mas aqui tem seu próprio universo, de algum modo me reencontro, há dez anos. Que saudade de escrever aqui... grandes tempos das postagens que levavam semanas para fazer. Até breve!<br />
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Denis AkelDenis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-11180203701046655712018-05-22T16:40:00.001-03:002018-05-22T16:48:03.736-03:00Bienal do Livro do Ceará 2017 - dia 8, Stélio Torquato Lima, Ignácio de Loyola Brandão e mais (21/04/2017) <div style="line-height: normal; min-height: 19px;">
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-bIlv4NuwKlsxcQ2VcbdneDpH2NDsf3nTjJmqZY-bQmZMGNlxweJySd-TQNS7pBfUlZWw7DrDeZzPX9MOP48JjxbckysdXbs8nrT75df2-aLB4gq2vaIpwcWnTneHxs_dy_yFWQfotz8/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+27.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1564" data-original-width="1564" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-bIlv4NuwKlsxcQ2VcbdneDpH2NDsf3nTjJmqZY-bQmZMGNlxweJySd-TQNS7pBfUlZWw7DrDeZzPX9MOP48JjxbckysdXbs8nrT75df2-aLB4gq2vaIpwcWnTneHxs_dy_yFWQfotz8/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+27.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-size: xx-small;"><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue";">Fotos capa: montagem de imagens via Google</span><span style="font-kerning: none;"></span></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; line-height: normal;">
<span style="font-size: xx-small;">Outras fotos: Denis Akel </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Chegando agora à oitava postagem da longa estrada que tem sido os registros desta edição da Bienal do Livro do Ceará. Uma edição que me é muito marcante, por tantas transformações e mudanças que comecei a passar e observar durante cada um de seus dez dias. Por conta disso, esforço-me para conclui-la, mesmo já mais de um ano depois e com tantos eventos e atividades paralelas que me tem surgido, felizmente graças a contatos que começaram exatamente durante essa festa. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Vamos lá, primeiro, como nos posts anteriores, com a réplica do que postei à época no Facebook, em seguida o oitavo dia, através de meus olhos, daquele dia e também de hoje, invariavelmente: </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Na sexta-feira (21/04/2017), feriado de Tiradentes, me deparei com o maior número de pessoas que tinha visto até agora na Bienal. Desde que cheguei, no início da tarde, senti já o calor de tanta gente andando pela feira. Gosto dessa energia, ver tantas pessoas circulando entre livros, de curiosos ocasionais a típicos bibliófilos. Param nos cordéis, tantas energias, tantos mundos, cada um é uma caixinha de surpresas, um universo próprio, é uma delícia me fazer parte de tudo isso, apenas em transitar perto. As inúmeras crianças, dentro de suas maravilhosas realidades, mostram uma bienal diferente, inocente, que não podemos ver claramente, mas salta ao coração.</i></span><span style="font-kerning: none;"><i>A cada dia a programação da Bienal fica mais e mais especial. Nesse dia tinha pelo menos quatro palestras que queria ver. O dilema é o mesmo que permeia eventos grandes: horários. E não que fossem próximos uns dos outros, os quatro aconteciam na mesma hora, 16h. Na vida, tudo são escolhas. Abrir mão de uma coisa para receber outra, não se pode ter tudo (e que bom que não), assim procurei ver um pouco de pelos menos duas, escolhendo entre elas a que melhor me soasse para ficar até o fim. </i></span><span style="font-kerning: none;"><i>O primeiro momento foi a presença de Bráulio Tavares, que soube em cima da hora que estaria presente (graças à fraca divulgação dos convidados). Bráulio é escritor, compositor, grande pesquisador da cultura popular. Conheço seu trabalho de algum tempo, de documentários e vídeos enfocando repentistas e cordelistas, além de seu blog (http://mundofantasmo.blogspot.com), que tem uma impressionante frequência de atualização. </i></span><span style="font-kerning: none;"><i>Acho, contudo, que Bráulio foi um pouco aproveitado, tendo sua fala apenas na Praça do Cordel. No palco, dividiu a palavra com outros quatro parceiros. O lugar é bom, mas de muito movimento, o que dificulta um pouco quando há falas mais demoradas e contextualizadas. Em dias como esse, de colossal movimento, ficava complicado ouvir direito, muito disperso, gente passando, vozes paralelas. Não deu. Subi para a outra palestra.</i></span><span style="font-kerning: none;"><i>Em alguma sala do mezanino 2, aconteceu a palestra do professor Stélio Torquato, que conheci nos primeiros dias bienal, e cujo trabalho e simpatia têm me cativado. Stélio falaria numa mesa sobre as diferenças entre o erudito e o popular, com enfoque na obra que lançou nesta bienal, uma coletânea de adaptações de clássicos da literatura universal em cordel. Um trabalho muito interessante que nasceu da necessidade que sentiu de incentivar seus alunos que não gostavam, simpatizavam, com as obras originais. Era uma forma de aproximar, de fundir os dois mundos. Na mesa também estava a professora Fanka Santos, que eu ainda desconhecia, mas deu um espetáculo de colocação, enfocando o tema e buscando suas raízes em amplas pesquisas que conduziu. A conversa tinha ainda Ligia Holanda, que fez um estudo onde também expunha essa questão da linguagem popular ou erudita. Uma conversa rica, que se expandia por temas além da literatura, da filosofia, da cultura, para uma discussão que foi bem além de apenas estabelecer diferenças entre linguagens, mas respeitar tudo como linguagem absoluta.</i></span><span style="font-kerning: none;"><i>Havia ainda nesse dia uma fala que eu ansiava bastante, de ninguém menos que Ignácio de Loyola Brandão. Mais uma oportunidade de presenciar este mestre (a última tinha sido na Bienal daqui em 2012). A palestra começaria logo após a do professor Stélio, inclusive na mesma sala. A discussão dos cordéis se estendeu tanto que atrasou a mesa do cronista. Loyola já estava lá, sentado, nem um pouco apressado, curtindo o tema. Com o fim da mesa, o trio dos cordéis praticamente sumiu da sala e logo começou, sem um minuto de descanso, a mesa de Loyola.</i></span><span style="font-kerning: none;"><i>Não lembro a última vez que me maravilhei tanto com uma palestra, que me fascinei, emocionei. Talvez lá em 2012, com Loyola de novo. Não era, na verdade, uma palestra, mas uma conversa, como ele sempre faz questão de frisar. Loyola dividiu a mesa com a professora Vânia Vasconcelos, que falaria também de seu encanto pela escrita, tendo partido de uma vida de leitora assídua.</i></span><span style="font-kerning: none;"><i>Interrompido constantemente por uma tosse, a qual alertou desde o início, de uma gripe em processo de cura, o escritor contou detalhes de sua vida, desde muito cedo, quando lhe despontou o gosto pela escrita, a partir das aulas de uma professora que muito lhe significou: dona Lurdes. Citada constantemente, no hábito que lhe instruiu, anotar coisas em cadernos, de olhar o cotidiano. Ela lhe dizia "ouça e ande". Loyola disse que faz isso até hoje, que ainda usa caderninhos para anotar ideias e que sempre lhe salvam. "Os caderninhos são o instagram das crônicas" (Loyola).</i></span><span style="font-kerning: none;"><i>O autor falou de vivências, viagens, histórias, memórias. Falava com tanta presença, com pausas estratégias, que era quase como se narrasse uma crônica a cada colocação. Dava gosto de ouvir. E não apenas por eu também gostar de escrever, mas qualquer pessoa se encantaria com aquela lição de humanidade. Não só de acertos, longe disso, Loyola falou muito de erros. Os poucos acertos, segundo ele, são o que de fato o motivam. E podem vir na figura de analfabetos que aprenderam a ler por sua causa, de como suas palavras podem ir longe e mudar a vida de alguém. Loyola diz que este é seu melhor cachê.</i></span><span style="font-kerning: none;"><i>Outro destaque foi quando disse que não pretende se aposentar. "Vou me aposentar pra quê? Pra ficar preso em meu apartamento? É isso que é descansar? Não, eu faço o que faço porque gosto! Podem me chamar, que irei, de Ocara a Hong Kong!"</i></span><span style="font-kerning: none;"><i>Este sem dúvida foi daqueles momentos a ser guardados na gaveta de memórias mais preciosas. O tempo pareceu não passar, a conversa fluiu com uma tranquilidade, que mesmo as tosses de Loyola pareciam um tempero especial à mistura. Em uma mesa que teve pouquíssimas pessoas de público, tive a certeza de que foi melhor assim. Mais intimista, menos espetáculo. Não era uma palestra, era uma conversa. Ouça e ande, Loyola, a vida é um sopro. Voemos nela."</i></span><span style="color: black; font-family: "times"; font-size: 16px; line-height: normal;"> </span></blockquote>
</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="color: black; font-family: "times"; font-size: 16px; line-height: normal;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Escrito e publicado originalmente em 21/04/2017, no Facebook</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal; min-height: 12px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">------------------------------------</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal; min-height: 12px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 13px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">(21/04/2017, texto revisitado em abril/maio 2018)</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMGQb1C8XxZj3p6p7C5f11ho3-b1bfvnAwJ085imhkD8pMkliKe3P-1I3CUkXxJGS07I8349rA379UCAkAiNoMWioVbwoXUoOeGlAfpVG2ukJpop82tsP3-p-9_ZifnIGXqziW20RzNUk/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMGQb1C8XxZj3p6p7C5f11ho3-b1bfvnAwJ085imhkD8pMkliKe3P-1I3CUkXxJGS07I8349rA379UCAkAiNoMWioVbwoXUoOeGlAfpVG2ukJpop82tsP3-p-9_ZifnIGXqziW20RzNUk/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Ao chegar a este dia de grande movimento da Bienal, corri entre os pavilhões já buscando o que queria assistir. Muitas, muitas crianças enchiam os corredores e acessos, bonito de ver. Minha primeira parada, a Praça do Cordel. <b>Bráulio Tavares</b> e alguns outros palestravam. Bráulio é escritor, compositor, pesquisador da cultura popular. Admiro muito seu trabalho, que comecei a conhecer através de seu blog <a href="http://mundofantasmo.blogspot.com.br/">Mundo Fantasmo</a>, com taxa de atualização impressionante. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Ali, no saguão aberto, porém, muito barulho nos entornos favorecia desatenção, mesmo assim sentei um pouco em um dos bancos.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<br />
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<br /></div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_pCO9l3n8LyUAcS423mknoivl2cTOOW2U2bNbiEC75KUkHdnhXCLVlsdBIM-t7JqiIPa7CXIzfW1MAOB6qOJIX0FcEwDENhjthfzVemHh1nA0rJEzXzHdFwUDKonOhk9oSEpSsmJpGMk/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_pCO9l3n8LyUAcS423mknoivl2cTOOW2U2bNbiEC75KUkHdnhXCLVlsdBIM-t7JqiIPa7CXIzfW1MAOB6qOJIX0FcEwDENhjthfzVemHh1nA0rJEzXzHdFwUDKonOhk9oSEpSsmJpGMk/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+2.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;">Falavam de assunto recorrente em várias falas desta bienal: o fim do livro, ante as novas tecnologias, inicialmente o fim dos cordéis, já pouco valorizados nos dias de hoje. Consideravam possibilidades, novos caminhos da poesia, da literatura. Braúlio</span><i style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px;"> </i><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;">falou que a memória poética estará sim viva, mesmo que não exista mais o folheto cordel, será transmitida com a tecnologia que nós teremos na época.</span></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;"><br /></span></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue";"><span style="font-size: 14px;"><i>"Haverá provavelmente uma época onde teremos chips implantados em nosso corpo, e neles teremos tudo o que precisamos saber, e lá com certeza estará literatura e poesia."</i> – <b>Braúlio Tavares</b></span></span><br />
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<i style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px;">"O livro pode acabar, mas a literatura não"</i><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;"> – disse um de seus companheiros de bancada.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;">Braúlio falou ainda do cordel europeu, tema rico, pertinente, mas a dispersão do ambiente me desanimava a cada frase mal compreendida. Ainda acho que a presença dele poderia ter gerado um outro debate mais concentrado numa das salas dos mezaninos, infelizmente ficou apenas aqui e no Café Literário (no dia seguinte). </span><span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTPMDi78mBV5Ip4DRGEe4cseKut2HFqEYhIgLcl4MQTl6WIUOd375qrXvJOLaP2RMBXNmUmSBfVWRkAXyDuFjwBDZMSpcBDmK9R1HDZ_hJMrlErHQ8UtLItNmf4meeZ2yG5DjiB0I3Dyw/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTPMDi78mBV5Ip4DRGEe4cseKut2HFqEYhIgLcl4MQTl6WIUOd375qrXvJOLaP2RMBXNmUmSBfVWRkAXyDuFjwBDZMSpcBDmK9R1HDZ_hJMrlErHQ8UtLItNmf4meeZ2yG5DjiB0I3Dyw/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+4.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Neste dia tive novamente a companhia de minha amiga do quinto dia. Ela inclusive tinha sido aluna do professor <b>Stélio Torquato</b>, e por isso muito o recomendou. Conversei um pouco com ele na outra vez, falamos de <b>Mia Couto</b> e origens de palavras africanas. Agora, a oportunidade de ver uma fala do professor, bem como de <b>Lígia Holanda</b> e <b>Fanka Santos</b>, que ainda desconhecia, abordando as muitas faces da cultura do cordel, seria grande felicidade. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Seguimos para lá.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<b><i>MESA (16h):</i></b> A ARTE DO CORDEL: ENTRE O CLÁSSICO E O POPULAR – <b>Stélio Torquato Lima</b>, <b>Lígia Holanda e Fanka Santos</b> – Mediação: não consegui pegar seu nome. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhylyQBL6N3SUz1OhZuBR-tRDXPNEWsw2707JG7EzvzrHL8FIyfn7DAS3MafD3OKK0Cc5ISAnbXGdgDeEpxrfsxeZsTVS20k1V3kLJrhuUfLHJ7HpRs4sRHESiaWgcr3fW1Y_rDkTgaC78/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhylyQBL6N3SUz1OhZuBR-tRDXPNEWsw2707JG7EzvzrHL8FIyfn7DAS3MafD3OKK0Cc5ISAnbXGdgDeEpxrfsxeZsTVS20k1V3kLJrhuUfLHJ7HpRs4sRHESiaWgcr3fW1Y_rDkTgaC78/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+5.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Auditório fraco de presença, muita cadeira vazia. Tomamos lugares sem grande dificuldade. Uma projeção dividia espaço no palco, nela apenas o logotipo do III Salão do Professor, subdivisão das palestras daquela ala. Os professores assumiram seus lugares, Stélio montou um notebook e a conversa teve início, pelos primórdios dos folhetos de cordel:</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>"Leandro Gomes de Barros criou um sistema inteiro. O folheto não é apenas literatura, ele é história, é geografia, é muito além de literatura. Se estudar somente as capas, verá um amplo estudo dos desenhos, das gravuras. Os poetas antigos chamavam de folheto, não de cordel"</i> – <b>Fanka Santos</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Logo neste começo, surgiu uma polêmica, por parte de alguém do público. A possibilidade de haver certo preconceito de os livros tradicionais estarem separados dos cordéis, como se estes fossem menores, não estivessem nivelados. <i>"Por que a praça do cordel não é dentro, no coração da feira?"</i>,outro alguém comentou. Fazia sentido, e muito. Um dos três professores começou a responder, mas não se tinha uma resposta precisa e factual, cabendo a um dos responsáveis da própria bienal assumir o ponto. Disseram que aquela tinha sido uma decisão em comum acordo com os cordelistas, que a praça do cordel era sim um dos pontos mais visitados e queridos da feira e o fato de ela não estar junto aos demais estandes em nenhum momento desvalorizaria os folhetos. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Seguiu-se silêncio que falou muito mais que qualquer palavra. Os professores retomaram o foco:</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Para entendermos suas origens, é preciso desconstruir a historiografia já escrita sobre o cordel"</i> – <b>Fanka</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhlX_GlPOZLVZFksABdJ-vtEP-Tcrs357R07zNzYgYmkNdJWvJXwXEyEJtbtTt4rBsh_payGMab1-m7DI0ToJCsgsbrpie-wq0JCXGYe-UFGyl2hDdwTvx7FrCeftb9wAn9UpFfYa9B_4/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhlX_GlPOZLVZFksABdJ-vtEP-Tcrs357R07zNzYgYmkNdJWvJXwXEyEJtbtTt4rBsh_payGMab1-m7DI0ToJCsgsbrpie-wq0JCXGYe-UFGyl2hDdwTvx7FrCeftb9wAn9UpFfYa9B_4/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+6.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b>Maria das Neves Pimentel</b> é citada. Ela foi a primeira mulher a publicar cordel que se tem registro, em 1938. Em sua obra <i>O violino do diabo ou o valor da honestidade</i>, acaba por assinar como Altino Alagoano. Numa época onde as mulheres não era vistas como autoras, Maria usa o nome do marido, Altino, e o sobrenome seguindo tradição dos cordelistas, seu local de nascimento, no caso Alagoas. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">E vem à tona a fragilidade do conhecimento da história do cordel em nosso país:</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Não há grandes arquivos do cordel no Brasil, tive de ir à França atrás"</i> – <b>Fanka</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Falou-se de um Augusto Nobre, presente na plateia. Mas quem é mesmo ele? No momento não o conheci e mesmo agora, para reescrever parte deste post, não encontrei informações sobre ele. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Foi uma mesa relativamente difícil, o tema me era novidade, não consegui registrar direito, por não saber exatamente quem era quem. Quem era Fanka ou Lígia? E se anotasse algo de uma mas na verdade fosse da outra? Esperei uma das duas serem chamadas, de modo que ficasse evidente, só aí me soltando, e já fixando mentalmente: Fanka era a de preto. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Lígia citou <b>Nazaré Flor</b>, como outra mulher que deixou sua marca na literatura popular. Nazaré, trabalhadora rural, sempre gostou de cantar e escreveu sua vida e das mulheres de sua comunidade em versos. Escreve de forma simples e autêntica. Publicou o livro <i>Canção e Flor</i>, em 2002. Veja mais sobre ela na página 98 <a href="http://www.museudapessoa.net/public/editor/perpetuado_portugues_13_09.pdf"><span style="color: #551a8b; line-height: normal;">deste documento. </span></a></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Ela bebe muito do cordel, mas não tem preocupação com métrica"</i> – <b>Lígia</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Falou-se do atual grande número de mulheres cordelistas, de entrevista dada por Nazaré, sobre confrontos nesse sentido e de <b>Maria da Paz</b>, outra cordelista a participar da luta pela palavra nas mãos femininas. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">A palavra seguiu ao professor Stélio, que apresentou seu trabalho. Segundo ele, seus alunos tinham temor com obras literárias muito extensas, e lhe ocorreu ideia de fazer versão em cordel de obras assim, e isso cresceu, fez vários, logo os publicou, assim se tornou de professor de literatura a cordelista.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Transito constantemente entre o erudito e o popular"</i> – <b>Stélio Torquato</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Mencionou a cadeira <i>teoria do verso</i>, na qual se aprende conceitos, métrica, da fronteira que há entre ela e o dito popular. Falou da história da literatura popular no Brasil, da origem da palavra 'clássico', que vem de classe, eram os livros "escolhidos" pelos alunos. Comenta ainda de <b>Santaninha</b>, o quase desconhecido pioneiro do cordel, que escrevia folhetos quando <b>Leandro Gomes de Barros</b> ainda era criança. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"O cordel como vingança poética"</i>, <b>Stélio</b> cita frase atribuída a Santaninha</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"O cordel tem sempre a condenação do mal e a premiação do bem"</i> – <b>Stélio</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHZISCy_A52FAPeIOH33p7298-zkfkDthKB8IHaq8vlmWmFLXeXaOapXC3_xmwxpL9hS4rEhhrvy2C_6Jy5vsOZEt_VyT-Wq3XqTfwPXXAHEsOb3XlixKhR47QZV4T9bhYGmjNrHTIbFo/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHZISCy_A52FAPeIOH33p7298-zkfkDthKB8IHaq8vlmWmFLXeXaOapXC3_xmwxpL9hS4rEhhrvy2C_6Jy5vsOZEt_VyT-Wq3XqTfwPXXAHEsOb3XlixKhR47QZV4T9bhYGmjNrHTIbFo/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+7.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Ainda com um pé no passado, o professor enfoca a <i>Epopeia de Gilgamesh</i>, 1º escrito literário que se tem notícia, estimado do século VII a.C, uma compilação de histórias conhecidas, ainda em barro. Esclarece também dúvidas e curiosidades comuns da linguagem do cordel: <i>"Cordel tem 7 sílabas, porque é mais ou menos o ritmo da nossa respiração."</i> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Stelio disse estar em processo de adaptar <i>Grande Sertão: Veredas</i> para o cordel. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Entendi que ele conduzia também pesquisa que visava republicar os livros de Francisco das Chagas Batista, o Santaninha. O 1º dos 24 livros, já tinha saído. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Cordelistas trabalham sempre com múltiplos de 8, na estruturação dos versos e estrofes</i>. <i>Procuro manter a essência da obra, quando faço a adaptação"</i> – <b>Stélio</b> </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"O cordel rejeita o flashback"</i> – <b>Stélio</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;"><i>"As obras eruditas constroem personagens que oscilam entre o bem e o mal. Em cordel, isso é impossível, impraticável" – </i></span><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue";"><span style="font-size: 14px;"><b>Stélio</b></span></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"A rima é muito importante, te permite memorizar. Cordel só se escreve em 4 estrofes. Há as quadras, sextilhas" –</i> <b>Stélio</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Logo vieram perguntas do público: </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Alguém pergunta o que o professor considera </span>um livro raro: </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Livro raro é aquele que a gente empresta e devolvem. Quando não devolvem, acho lindo", </i><b>Stélio</b><i>, </i>que revela aqui sua veia bem humorada. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Surge pergunta sobre o dito menosprezo do cordel ante as demais culturas. Como incentivar os jovens de hoje a ler?</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Os estados criaram os ditos autores, criaram mesmo. Homero era cego, não escrevia nada. O cânone da literatura criou o que devemos ler. A crítica literária é muito opressora. A melhor maneira de aproximar é não ter preconceito através de qualquer linguagem."</i> – <b>Stélio</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<b>Fanka</b> cita algo do livro <i>Boca do Inferno</i>, de Ana Miranda, quanto à oralidade, em seguida completa:</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"O incentivo da literatura pode vir de qualquer lugar, não é só os grandes nomes não", </i>e chamou Stélio de grande escritor<i>. "Veja o filme 'O Auto da Compadecida' e depois mostre os folhetos. Tudo estará lá" – </i><b>Fanka</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 17px;">
<span style="font-kerning: none;"><b></b></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRxyxFjY2ll8WD8iEnLSp74df6I88FGElAtnteaVjwUPtUKN1z968NANMwHrcjDg3f0C1IzAKjskLTY87OH9uWX2yL0SrX2ootZCEDtQrbcFpJYuBkMvu-KmgdnM3UN_fz_QrxBVANwBg/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRxyxFjY2ll8WD8iEnLSp74df6I88FGElAtnteaVjwUPtUKN1z968NANMwHrcjDg3f0C1IzAKjskLTY87OH9uWX2yL0SrX2ootZCEDtQrbcFpJYuBkMvu-KmgdnM3UN_fz_QrxBVANwBg/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+8.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 17px;">
A pessoa que mediava a fala tornou a explicar os motivos do cordel ter sido separado dos demais livros, que já tinha sua força consolidada e tudo o mais. Foram as palavras a fechar a palestra, entre aplausos do público presente, enquanto o trio deixava a sala. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvXFAayiEjREIP8dW-WebmlgWJa5QWKHMNfEvR1Wjul2xYWYfOn7bQQ1DgVmR68R2Go4H7YD-ZneWgEJwPMVGJTuHEB2u07Q94al9lSA8AA1N8zsb6EB11bQnvbaWMiqhp3JjZJ-5LhUY/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvXFAayiEjREIP8dW-WebmlgWJa5QWKHMNfEvR1Wjul2xYWYfOn7bQQ1DgVmR68R2Go4H7YD-ZneWgEJwPMVGJTuHEB2u07Q94al9lSA8AA1N8zsb6EB11bQnvbaWMiqhp3JjZJ-5LhUY/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+9.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Neste momento final, já tinha reparado a presença do escritor <b>Ignácio de Loyola Brandão</b>, na plateia. Loyola faria a palestra seguinte, juntamente à professora <b>Vânia Vasconcelos</b>, exatamente naquela sala. Ansiava assistir. Admiro imensamente o escritor, pela vida e obra. Li ainda pouco de sua vasta produção, mas suficiente a mergulhar num mundo próprio, talhado na oralidade, no imprevisto, em tantas crônicas que beiram o absurdo do aceitável. Estive numa fala dele, em 2012, na mesma Bienal do Ceará (<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2013/01/bienal-do-livro-do-ceara-ii-ignacio-de.html">veja aqui</a>). Agora, nova oportunidade de ouvir este grande mestre de nossa literatura. Sair da sala? Banheiro? Acabei não, perderia detalhes preciosos das engrenagens do acaso que operam sempre nos momentos que ninguém aparentemente repara. Eram agora 17:45. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><i>MESA (17h30):</i></b> CONTO DE ESCOLA – <b>Ignácio de Loyola Brandão, Vânia Vasconcelos </b>– Mediação: <b>Sarah Diva</b> </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUfN2ebsPioiMjBdlLskSx8UxL6QJhxolSvrDmvYs_rmKarQ466Wew7_W7uQmO4tRTorLVfaKPUWSTgrhzmS1zT9m2TZFzYzVJ3qLnLWeGvzqbuuOagE8vrW5aIaMB8Pt24xkVkmum85M/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUfN2ebsPioiMjBdlLskSx8UxL6QJhxolSvrDmvYs_rmKarQ466Wew7_W7uQmO4tRTorLVfaKPUWSTgrhzmS1zT9m2TZFzYzVJ3qLnLWeGvzqbuuOagE8vrW5aIaMB8Pt24xkVkmum85M/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+10.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Um privilégio estar ali, naquele auditório, prestes a ouvir mestre Loyola mais uma vez. Fiquei muito contente também em ver que a mediadora seria a professora <b>Sarah Diva</b>, que já conhecia de vista de outros momentos, como quando mediou Luiz Ruffato na Bienal do Ceará de 2014. Ela tem serenidade no olhar, como se desdobrasse a literatura de maneira muito natural, sem qualquer esforço, uma presença realmente terna. Vânia eu ainda não conhecia, mas desmanchava-se em sorrisos, já senti uma aura incrível naquele trio. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b>Sarah</b> abriu a mesa, também agradecendo por estar lá naquele momento: <i>"Tempos de escola,</i> q<i>uantas recordações... quantas memórias não é gente?"</i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<b>Loyola</b> já mostra a que veio: disse que ia ser interrompido pela tosse, não pela velhice, pela gripe que lhe pegou há dez dias e ainda não a debelou. É este tipo de fala que o torna tão singular, a capacidade de rir, não levar-se tão a sério. O escritor faria uma fala introdutória, de seu ofício, como começou, primeiras leituras, escritas, professoras etc.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Reforçou que não é professor, crítico ou teórico, é contador de histórias e faz isso por suas professoras, <b>Lurdes</b> e outra que infelizmente me fugiu o nome. Loyola tem incrível capacidade de mesclar o passado e o presente em suas falas. Fala da professora Lurdes, ainda viva, com noventa e poucos anos, que manda a ela seus livros, os quais adora ler, mas que nunca deixa de ser professora: <i>"Ela me chamava de menino, ainda hoje ela diz: o menino escreve coisas tão curiosas! Mas o menino ainda comete errinhos! Professoras nunca deixam de ser professoras!"</i> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Escrevo também por meu pai"</i> – <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Falou de exemplo de vida, dado por sua professora Lurdes: <i>"Ela deu uma cadernetinha a cada aluno e pediu que anotássemos coisas da vida. Isso nos anos 40. Fizemos, mas eram meio sem graça, ela então explicou, mostrou como podíamos fazer" </i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"A fantasia é a coisa mais importante da vida, pois ajuda a gente a suportar a vida. Não tem nada que não exista, se você colocou bem na história, é verdadeiro, já existe. Até hoje uso as cadernetinhas, são a minha realidade. É o instagram das crônicas." </i>– <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Eu mal piscava ouvindo estas primeiras palavras, me identificando em cada uma delas, o registro, a caderneta, o papel, o agora, a palavra. Desde que mergulhei na literatura, costumo usar caderninhos para registrar ideias e fatos, e ocasionalmente alguns eventos, como nasceram boa parte dos textos de outras postagens deste blog. Mas à época desta bienal, percebia que poderia ressignificar meus caderninhos, mesclando desenhos, experimentando textos soltos, anotando não só o que via mas o que não via ou supunha ver. Já fazia diários gráficos e coisas assim, muito inspirado em meu irmão Diego Akel, mas a partir daqui comecei a usar caderninhos no dia a dia, e cadernos o mais ordinários possíveis, nada de moleskines, queria apenas o suporte bruto do papel a algo que vejo ou não vejo sinto ou não sinto e pode-se perder no passar do minuto. Loyola aqui dava uma lição que de alguma forma parecia estar em mim, e deve estar em todo escritor, imagino. O melhor que pude fazer por enquanto foi lhe sorrir, talvez ele não tenha percebido, mas me fez sentir bem, enquanto seguia anotando minha caderneta. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Lourdes dizia: ouça e ande."</i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Outra grandiosa lição. É o que se vê, o que se ouve, é lá que residem as boas histórias, à espera de serem contadas. Nascem dos locais mais atípicos, como filas, taxistas, ônibus, rotina, como se se pudesse pescá-las numa enorme tarrafa. Mas nem todos podem ou querem vê-las.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<i>"Não dirijo, caminho muito. À medida que ando, as coisas grudam no pé da gente."</i> </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
Cada trecho, cada trechinho que Loyola dizia, me fazia explodir de divagações, podia quase vê-lo, caminhando pela cidade e questionando isso ou aquilo e anotando isso e aquilo. Sim, caminhar é tudo para um escritor, pôr-se em movimento, mas um movimento autônomo, não guiado na obviedade de carros ou mesmo ônibus. <span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"A professora fazia que uns lessem e dessem nota aos outros, já favorecia a crítica naquela idade."</i> – <b>Loyola</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6fBgMAVRCpeBL2-xSzNNG2KNaiXu2qUnnnDuMr4IS-kFXvFFs7frqPf3ufobbxpHKCGoarNbWbgCB5cYdmwibDT1AeTlSirACrNBhvySbC9M5KXBZuJOc0YA_thp6b5QLrRQK4yh-bFk/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6fBgMAVRCpeBL2-xSzNNG2KNaiXu2qUnnnDuMr4IS-kFXvFFs7frqPf3ufobbxpHKCGoarNbWbgCB5cYdmwibDT1AeTlSirACrNBhvySbC9M5KXBZuJOc0YA_thp6b5QLrRQK4yh-bFk/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+11.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Ele contava histórias da escola com tanta vivacidade que pareciam ter acontecido ontem. Era possível visualizar tudo, os coleguinhas lendo, temerosos, os risos abafados. Quantos anos fazem? 70? Quanto mais eu pensava, a situação da época, os costumes, a vida, mais me impressionava. Claro que devia fazer décadas que reconta estas memórias, devem estar em vários de seus livros, mas de alguma forma parece ser sempre a primeira vez. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Conto histórias em SP, que misturem música com histórias de minha vida."</i> – <b>Loyola</b> referia-se ao espetáculo <i>Solidão no fundo da agulha</i>, que apresenta ao lado de sua filha, Rita Gullo. Ele conta histórias, ela as interpreta musicalmente. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"A inspiração é olhar em volta. Tudo tá em volta, principalmente para o cronista"</i> – <b>Loyola</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Lembrou-se de uma história de infância, de um tempo onde tudo o que queria era um sapato de camurça: <i>"Um colega meu tinha, eu quis também. Aí consegui, comprei, mas achei aquilo muito cafona. Queria que me admirassem, todos temos carências".</i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Quando a gente ama, tudo acontece" – </i><b>Loyola</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
Uma frase poderosa, incalculável. Ficou e ainda fica muito em mim. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Falou de seu 'amor' por Branca de Neve: </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"A professora Lurdes tinha um exercício interessante: ler um livro clássico e reescrever. Reescrever é uma forma de aprender a escrever."</i> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br />
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Tinha ciúmes de Branca de Neve, e reescreveu a história de modo a vingar-se: Branca fazia comida com cogumelos envenenados e matava os anões: <i>"Foi chocante, todo mundo na escola comentou, você matou os anões! Foi meu 1º momento de celebridade."</i> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Literatura é uma forma de vingança. Tudo o que você tem de esquisito por dentro você resolve, ou tenta resolver, pela literatura. Literatura é provocação"</i> – <b>Loyola</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 17px;">
<span style="font-kerning: none;"><b></b></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Isso me lembrou muito o escritor <b>Marcelino Freire</b>, a coisa da vingança, da arma pela palavra. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Tive pai que adorava ler. Tinha biblioteca com uns mil livros, e não tinha biblioteca em Araraquara" </i></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">A professora Vânia assume palavra. Diz que lançou algumas antologias mas que é antes de tudo professora e leitora. Conta como começou o gosto pela leitura, através do livro <i>Elenco de cronistas modernos</i> (1975).</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Aos 14 anos, me inclinei muito na leitura e também na escrita, escrevendo sobre o livro O Tempo e o Vento. Queria fazer isso a vida inteira, ler e escrever sobre o que li."</i> – <b>Vânia</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Vânia resgata um passado recente, ao falar da <i>Bienal fora da Bienal</i>, evento paralelo da Bienal do Livro do Ceará, de 2004, que também teve Loyola. O escritor quis ir a um município simples, onde só houvesse uma escola, igreja, e assim foi a Ocara, interior do Ceará. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Inácio é generoso, conta com prazer como foi seu início, sua história, nos caderninhos. É como Mia Couto, que conversava com artesãos, na época dele"</i> – <b>Vânia</b> </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">As histórias de Ocara eu já bem conhecia lá de 2012, mas como disse, parecia a primeira vez que ouvia:</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Uma senhora veio e perguntou a Inácio como ele coloca as letrinhas no papel. Inácio se emocionou. Ela lhe deu uma garrafa de mel que colheu de seu quintal."</i> – <b>Vânia </b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Tenho uma carreira de 60 anos e esse foi um dos momentos mais emocionantes de todos"</i> – <b>Loyola</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Onde o senhor pega suas letrinhas? O senhor as compra da mesma forma que eu compro as minhas sementes?"</i> (Eram três senhoras) </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Loyola seguia com seu tom de pura prosa, tudo o que dizia era quase um texto, crônica pronta. Contou que reencontrou as senhoras anos depois e lhe disseram que aprenderam a ler: <i>"Uma pessoa aprendeu a ler, minha carreira já valeu a pena. Por isso viajo muito, pra todo lugar, eu vou, vou mesmo, vou ficar no meu ap trancado? SP não é tudo. É, e ao mesmo tempo não é." </i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i><br /></i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Ele ainda acabaria por publicar um livro, <i>O mel de Ocara</i> (2013), inspirado nestes fatos.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCXtTPYr2hXmf1UJDss3YO2r9W8kcYX6R5s9EyO_zDM6fewAA7aqRIBOQ2O1b983ol0Dk-pcrRcFCsNY-Uz7uPGN5hKw5Y9PalhBEp6DOFPLbW-05yN2ZaZzCAyOTHJ2RbOBz2Av8stvs/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCXtTPYr2hXmf1UJDss3YO2r9W8kcYX6R5s9EyO_zDM6fewAA7aqRIBOQ2O1b983ol0Dk-pcrRcFCsNY-Uz7uPGN5hKw5Y9PalhBEp6DOFPLbW-05yN2ZaZzCAyOTHJ2RbOBz2Av8stvs/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+12.jpg" width="400" /></a></i></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Contou de certa feira que participou, onde falava de seu livro <i>O homem que não gostava de segunda-feira</i>, do conto do homem que falava com uma formiga.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Vale tudo na hora que se escreve"</i> – <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"O senhor é louco? E o senhor acha que tá certo?"</i> – Disse que ouviu de alguém do público, ante a excentricidade da história. E ainda, que um analfabeto o procurou, não leu o conto mas ao saber do enredo sorriu aliviado. <i>"O homem disse que tinha um tio que dizia ouvir as formigas, e se sentiu agradecido."</i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"A gente não tem ideia de onde as palavras podem ir. Podem chegar a qualquer lugar. Chegaram a esse analfabeto. É por isso que escrevo tudo, tudo o que quero escrever"</i> – <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Essas palavras, à época, me fascinaram e agora, em pleno maio de 2018, quando arremato esses textos, me tocam ainda mais. Tenho sentido muito bem o impacto das palavras, o alcance ou não alcance, o quão estão vivas depois de escritas. Falarei mais disso no final do post <b>10</b>, o último desta série. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Minhas crônicas começam com alguma coisa que li. Separo a escritora da professora"</i> – <b>Vânia</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Mergulhando um pouco em sua extensa obra, <b>Loyola</b> comentou o livro <i>Dentes ao Sol</i>: </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"O livro que nunca foi criticado, vendeu pouco. 'Dentes ao Sol', gosto dele porque temo me tornar um pouco aquele personagem"</i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Explicava o personagem do livro com tanto afinco que pensei tratar-se de alguém que existia, reforçando a profundidade de seus textos. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Ou você tenta fazer as coisas, ou se entrega"</i> – <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Depois fiz outros livros, errei muito, uns 5 ou 7 fizeram sucesso"</i> – <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Nos EUA, num curso que fez, alguém falou de <i>Dentes ao Sol</i>, que reconheceu ali a cidade de Albuquerque. <i>"Pronto, já valeu a pena ter escrito."</i> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Estou há 10 anos sem escrever romance, não sei se sou romancista." –</i><b> Loyola</b><i> </i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Voltando-se agora ao gênero crônicas, um dos mais praticados por ele, debruçou-se sobre questão recorrente, a força da crônica como texto literário.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"A crônica é gênero menor? Só quando é mal feita. Bem feita é gênero maior." – </i><b>Loyola</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Cita amplamente grandes cronistas que admira: João do Rio, Henrique Pongetti e Olavo Bilac (pouco conhecido por suas crônicas).</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Como se sabe do passado do cotidiano? Pela crônica. Os historiadores do futuro terão que se voltar aos cronistas" – </i><b>Loyola</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">É curioso, crônica é um gênero que sempre me fascinou, a urgência de escrita, como o próprio nome 'crônica' sugere, algo crônico. Invariavelmente, escrevo muito nessa linha, quase a totalidade de postagens deste blog tem sido feita desta forma, sempre partindo de um resgate de memória, um pé num passado a ser sedimentado.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"A cadernetinha me salva muito, nessa coisa do prazo. Perguntam ao Luis Fernando Veríssimo qual a inspiração para suas crônicas. O prazo de entrega"</i> – <b>Loyola </b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Nunca tirei férias. O leitor espera e você tem que tá lá."</i> – <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Agora penetrando noutro gênero, Vânia cita conto de Loyola, <i>O homem que viu o lagarto comer seu filho</i>, trazendo o texto como base para falar do país: "<i>O conto é uma metáfora do Brasil de hoje."</i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Loyola toma seu tempo e explica a história, de forma clara como as dezenas de luzes a nos encandear lá do teto. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Uma coisa que você não vê, não mexe com você"</i> – <b>Loyola</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"<b>Fernando Góes</b>, crítico, disse que se referia no conto à classe média, à ditadura, que engole as pessoas. Quando escrevi, não estava pensando em nada disso. Acordei, fui ao quarto de meu filho e o vi sangrando. Deve ter sonhado, virou-se e bateu a boca na mesa. Mediquei, tirei a mesa e saí. Fiquei pensando naquilo. Tinha que escrever crônica para o dia seguinte. Vi janela no dia seguinte, riscos na janela, vi ali uma lagartixa, nos riscos de uma pedra e escrevi a crônica."</i> – <b>Loyola</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Por mais oculto que seja, o leitor que tiver que te ler, te entenderá"</i> – <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG8we_7fxJVmNhUkSTglK9huDpE2u9zUMYsTitsTmeAmiZnFDvYU1zJ3VANQqR5VdzHvKkhsPDwEJ85oBxR7WE_G490onWODnx1nOM8Adh19-n1OjyY99AaZUIg7GAvJX2iEqcpqQails/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG8we_7fxJVmNhUkSTglK9huDpE2u9zUMYsTitsTmeAmiZnFDvYU1zJ3VANQqR5VdzHvKkhsPDwEJ85oBxR7WE_G490onWODnx1nOM8Adh19-n1OjyY99AaZUIg7GAvJX2iEqcpqQails/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+13.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Loyola soltou título do seu novo romance, que ninguém sabe que está escrevendo. Como ninguém sabe, preferi também não saber. Fiz que não ouvi e agora realmente não lembro. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Ainda sobre processo de criação, Loyola cita outro exemplo: <i>"Uma vez ouvi, numa parada de ônibus, uma senhora falando da dificuldade de falar 'problema' e 'poblema'. É uma crônica. O cronista tem que ir na linguagem do povo" </i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Não há nenhum escritor que não reproduza seu tempo." – </i><b>Loyola</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Havia certa lentidão na chegada do microfone a quem se aventurasse a perguntar. Pensei em perguntar sobre <b>Moacyr Scliar</b>, grande amigo de Loyola (Nota: <i>Moacyr Scliar, falecido em 2011, foi médico, escritor, cronista, contista</i>), que muito admiro e foi das primeiras inclinações a me jogar na literatura, mas era difícil decisão. Nessa época eu começava a soltar as mãos da timidez, e imaginar os olhos de todos em mim ainda era espetacular risco. <i>Não</i> perguntei. Na verdade não seria exatamente uma pergunta, que ele contasse alguma historieta envolvendo ambos, já seria ótimo. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Adaptações de suas obras foram o ponto a seguir: </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Imagens me impressionam muito. Cresci vendo cinema"</i> - <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Não autorizo 'Não verás país nenhum' pro cinema. Deve ser um pouco de egoísmo. A não ser que seja um Blade Runner. Acho que sou um pouco covarde nisso." – </i><b>Loyola</b><i>, </i>sobre este que é um de seus principais romances, de 1981, já adaptado para teatro. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Gostava de cinema mas não ia porque era caro. Passei a escrever crítica, pois soube que os críticos tinham um passe livre que podiam não pagar. Escrevi uma, duas, três, publicaram. Sou crítico do jornal?" É sim, e me deram um passe. Assisti tudo." – </i><b>Loyola</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Não saio antes do fim do filme. Mesmo filme ruim, fico até o fim, tenho medo que melhore depois que eu sair. Fazer filme é difícil, muito envolvimento, muita gente. Será que no meio de tudo isso não há nada proveitoso? Meu primeiro sonho era ser diretor, fui preguiçoso. Sou cronista, qualquer coisa errada na crônica a culpa é minha. Um filme dá errado, a culpa é de quem?"</i> – <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Essa colocação me fez, me faz pensar, e de certa forma enraizou-se em mim, sempre tornando de agora em diante quando vejo um filme aparentemente fraco, lembro de Loyola, sigo buscando algum acerto, algo proveitoso, e a ideia pode trespassar o cinema e chegar às demais artes, livros, música, artes plásticas. Uma reflexão permanente. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Faço o que faço por prazer. É um saco ficar dentro de casa. De Ocara a Hong Kong, eu vou mesmo" – </i><b>Loyola</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhihAaVudLiq8CD_X8j1wwT-ujkoozDDO2QlDe7VGoWy2MAqf8zd6587vcDleVHdkMjSrpA2hMciORDbdTeqV_Lotmgb95ubL0uwIVFOugt2PihJhcjzzN8twVaUaJC27_9ZqR9ASpXxbA/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+14.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhihAaVudLiq8CD_X8j1wwT-ujkoozDDO2QlDe7VGoWy2MAqf8zd6587vcDleVHdkMjSrpA2hMciORDbdTeqV_Lotmgb95ubL0uwIVFOugt2PihJhcjzzN8twVaUaJC27_9ZqR9ASpXxbA/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+14.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Hoje em dia, da data que escrevo este texto, concordo mais do que nunca com Loyola. Geralmente, dentro de casa tudo se arrasta, as horas passam diferentes, não há muito foco, estímulo ou meta, que começa a se desenhar quando, como diz minha mãe, se vai pra rua. É na rua, seja em Ocara, Hong Kong, ou até na calçada aqui de casa, que uma vida acontece. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"Meus <i>amigos falam que se aposentaram. Dizem: 'entrei no meu emprego já pensando em me aposentar' Foi? E no meio tempo, fez o quê? Vocês fazem o que agora? Eles fazem o quê? Eles estão mortos, não fazem nada. 'Ah, a gente não faz nada, a gente lê jornal.' Lê o quê? Esporte?" – </i><b>Loyola</b><i> </i></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Esta dura crítica do escritor de alguma maneira me lembrou célebre citação de <b>Oscar Wilde</b>: "<i>Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." </i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"O litro de mel foi o maior cachê que já recebi, foi o meu oscar, o meu Nobel. Vou fazer isso a vida inteira, tenho medo de parar, não dá certo não. A vida é um sopro, Oscar Niemeyer disse aos 104, e eu vou nela."</i> – <b>Loyola</b> </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Já nos minutos finais do glorioso debate, o escritor brincou com a plateia:</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXm2ZTurLkDwWhX0miwgraWAXJ3yi_5HIR1p0br3dIAj8Q9FK7bk9pkgh5g_4SMwy4UX-5vOPR9FgycABBHrpE9BT3Yp5qyBFKtLMjs7FgA84bhb2jxg3GJ_ysmhjePd_36tT348mLh3U/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXm2ZTurLkDwWhX0miwgraWAXJ3yi_5HIR1p0br3dIAj8Q9FK7bk9pkgh5g_4SMwy4UX-5vOPR9FgycABBHrpE9BT3Yp5qyBFKtLMjs7FgA84bhb2jxg3GJ_ysmhjePd_36tT348mLh3U/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+16.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<i><br /></i></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<i>"Quando é pouca gente, ninguém vai embora. Quem fica até o fim é porque tá muito interessado. Ninguém vem pra frente, por que? Alguém sabe? Então descubram!" – </i><b>Loyola</b><i> </i></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Deste desfecho, palmas carregadas encheram o auditório, incrível pouca gente ter feito tanto barulho, cuidei para dar o melhor de mim naqueles aplausos. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Loyola recebeu e cumprimentou as pessoas ali mesmo, de pé nos entornos do auditório. Diferente dos demais convidados, não havia mesas com seus livros, o que achei ótimo, mais intimista. E um dos momentos mais icônicos do dia aconteceu justamente aqui, na hora das aproximações ao escritor. Uma moça, visivelmente mais alta que ele, quis uma foto. Expansivo, o autor buscou a cadeira mais próxima e, sem qualquer cerimônia, postou-se de pé nela, posando à foto. Todos riram. A foto saiu dos mais variados ângulos, a pose ganhando mais destaque do que a foto propriamente dita. Fiquei pensando como a moça se referiria a ela no futuro: <i>"a foto que tirei com Loyola, ele subiu numa cadeira!"</i> ou <i>"olhem quem saiu mais alto, sabem por quê?"</i>. Do alto da cadeira, o escritor chamou atenção a vários outros cliques, inclusive o meu:</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWnIGAxMlDsTkE9SENLRaEqaOQ8xNLNjb6NVCvE8STCk2AMVEqwPbV4D3vhRuJvgX3aeCVnVjjgfDdWWbIr7WgrgFCzIevPPsEeCWB0mmX71wXo1Cxjf-0OQzuW3e2hYO0_1WBSh3GW1w/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+17.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWnIGAxMlDsTkE9SENLRaEqaOQ8xNLNjb6NVCvE8STCk2AMVEqwPbV4D3vhRuJvgX3aeCVnVjjgfDdWWbIr7WgrgFCzIevPPsEeCWB0mmX71wXo1Cxjf-0OQzuW3e2hYO0_1WBSh3GW1w/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+17.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Quis falar com ele, ao mesmo tempo pensei em não falar. Mas arrisquei, estava tão acessível. Usando tudo o que absorvi na fala, era mais do que necessário dizer-lhe algo. Não podia retroceder, <i>agora não</i>, estar ali era sinal de que devia ir em frente. Fui. Chamei, Loyola, com licença, quero agradecer, também escrevo e seguimos conversa de minuto. Falei meio atrapalhado mas falei. Falei até mais do que achava que falaria, na hora as palavras soltaram-se, como afinal tem que ser. Mostrei-lhe minha cadernetinha, de como tinha hábito similar. Loyola me acompanhava no olhar, surpreso quando lhe mostrei parte do registro que acabara de fazer (e que agora, mesmo 1 ano depois, foi guia para todo esse texto). Neste momento, havia um amigo a seu lado, e à medida que nossa conversa fluía, esse amigo citou a <b>Revista</b> <b>Planeta</b>, como celeiro de gerações de escritores e cronistas. <i>"Pesquise essa revista, eu trabalhei por vários anos lá, tem muitos cronistas, muita coisa por descobrir", </i>aconselhou <b>Loyola.</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
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<div style="color: #042eee; font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnPnXcSpjS7fhxnCRR6M0CSNDJG25zSO54wa0GjG_EyGy6yBfuezWjemfjSAWRTR9doLAJO4to_Jt84q0pFCIjIgQlKo30fxdQewbYYvmpeVOBzMEN3CXo8H7PTg9KBAyY0dgawHwDI1w/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+20.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnPnXcSpjS7fhxnCRR6M0CSNDJG25zSO54wa0GjG_EyGy6yBfuezWjemfjSAWRTR9doLAJO4to_Jt84q0pFCIjIgQlKo30fxdQewbYYvmpeVOBzMEN3CXo8H7PTg9KBAyY0dgawHwDI1w/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+20.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Nesta época, me havia uma emoção muito específica, cósmica, de ter contato com qualquer dos autores da Bienal, sobretudo um tão significativo como me é Loyola. Como se descobrisse um novo planeta, respirasse novo ar, reaprendesse a andar. Talvez por ter sempre ficado quieto e calado em todos os eventos anteriores a esse, mesmo já com os dois pés na literatura, deixava de usufruir o frescor do tato, do olho, sobretudo da conversa de poucos minutos, da chance da troca, de um aperto de mão, uma palavra, a palavra. Esta Bienal começava a mudar, inverter drasticamente este cenário, chacoalhar mesmo. Começou com <b>Válter Hugo Mãe</b>, lá no início, ao lado do queridamigo Marcelino Freire e agora chegava a Loyola. Era uma confiança renovada, como que pudesse apostar mais em mim, talvez além do que posso escrever nestes textos. Me sentia outra pessoa. Voltarei a falar dessas sensações no post <b>10</b>, o post final desta série. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Iluminado por toda essa aura, somada à fala do erudito e o popular, que estava ainda guardadinha num lugar especial da mente, deixei o auditório, com minha amiga, e seguimos a lanchar, bem como buscar expressar o que de nós conseguiu ficar indiferente àquele choque de sentidos. A noite veio e com ela os horários e rotinas. Ela teve de ir, eu logo me iria também, mas não sem antes dar novo passeio pelos estandes, ventilar a mente, ou talvez contaminá-la ainda mais de toda aquela gente. Via histórias onde quer que olhasse, um detalhe ali, um boné aqui. </span>Minha vontade era meio que começar a escrever ali mesmo, melhor dizendo, continuar escrevendo. Nessa época, tentei fazer alguns textos dessas observações, as <i>Crônicas da Bienal</i>. Acho que fiz umas quatro, publicadas em meu <a href="https://denisakel.wordpress.com/">outro blog</a>, das dezenas planejadas. Falarei mais sobre isso também no post <b>10</b>.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br />
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgARyBrc9YOe7L-yqTXT3JWa09YU-wiaKz_CRn5fuvErPCdb7CbYKZyjw3G3ZdObwUqgEWoimbnVuprp_lflUps1TpRg5mOHXnRDWlBzrSRJpDnzNsWt9NjcenoBn_p6pZ0sFbqKWwnkTg/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+18.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgARyBrc9YOe7L-yqTXT3JWa09YU-wiaKz_CRn5fuvErPCdb7CbYKZyjw3G3ZdObwUqgEWoimbnVuprp_lflUps1TpRg5mOHXnRDWlBzrSRJpDnzNsWt9NjcenoBn_p6pZ0sFbqKWwnkTg/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+18.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
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<div style="color: #042eee; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
A agitação continuava alta nas primeiras horas da noite, neste feriado de Tiradentes. Palco animado na Praça do Cordel. Música, verso, cantoria. Fiquei por ali, mesmo na cabeça estalando as falas de Loyola, bem como todos os acontecimentos de dia tão intenso. Subi rapidamente a um dos mezaninos, havia a última palestra daquele dia, com o professor e político <b>Renato Janine</b>. Interessava-me mais a mediação, nas mãos do professor <b>Jackson Sampaio</b>, que ouvi na bienal de 2014. Lá chegando, deparo-me com um auditório cheio e ninguém menos que <b>Lira Neto</b> como mediador. Jackson deve ter tido imprevisto. Desculpe Lira, mas preferi passar essa. A cabeça já difícil de processar. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="color: #042eee; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br />
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
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<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<br /></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<br /></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;">Vaguei pela feira novamente, olhando livros, promoções. Comprei nenhum, apenas na liberdade do olhar, me fiz no folhear. </span></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<br /></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP2S6JT1r7pR2cbKgrTxI5jBchoXjvSXzkz4LPmO5hNH8Ntj6PR7T2Q0hAsoYUEfjoUQN3eJ6b8g3I-e9AEEERQ0Wf2XzXUTcZNVZkzllSTeUca8mZGRX4okB8q4en6zBHP4iwCvx8zxM/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+25.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP2S6JT1r7pR2cbKgrTxI5jBchoXjvSXzkz4LPmO5hNH8Ntj6PR7T2Q0hAsoYUEfjoUQN3eJ6b8g3I-e9AEEERQ0Wf2XzXUTcZNVZkzllSTeUca8mZGRX4okB8q4en6zBHP4iwCvx8zxM/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+25.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<br /></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;"><br /></span></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;">Tornando à rua, no brinde da noite, luz dos muitos carrinhos de comidas e todo um novo mundo que passava a descobrir ou redescobrir. Meu olhar era outro, eu era outro. Ouça e ande, voe, imagem, tempo, cotidiano, vale tudo... tudo me voltava, como que carimbado em cada daquelas lajotas do chão, em cada testa, fresta de possibilidade. Memória. </span></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;"><br /></span></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue";"><span style="font-size: 14px;">Pensei bastante também na professora Lourdes, que professora é essa? Que método vasto, livre, instigante. Quem terá sido o professor ou professora dela? Isso daria outra palestra, ou quem sabe até mais um livro, hein Loyola? </span></span><br />
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;"><br /></span></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue"; font-size: 14px;">Ouçamos e andemos! </span></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<br /></div>
<div style="font-family: times; font-size: 16px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: times; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBoZNF2cTwkY5MwpysXFoJ6FASolVXYwwcjo8W_ZhlEPZ3bY3aIKZjQZfH0c0VRp-mbOP-4fgx7Z_I1Jd9CXc4gGPWJRGkoCE6rA1nRSyLp_GaAPrYwsL6xH3UcQTQLeD60WRzZm6G6BY/s1600/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+26.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBoZNF2cTwkY5MwpysXFoJ6FASolVXYwwcjo8W_ZhlEPZ3bY3aIKZjQZfH0c0VRp-mbOP-4fgx7Z_I1Jd9CXc4gGPWJRGkoCE6rA1nRSyLp_GaAPrYwsL6xH3UcQTQLeD60WRzZm6G6BY/s400/dialogos+visuais+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+denis+akel+ignacio+de+loyola+branda%25CC%2583o+stelio+torquato+braulio+tavares+fanka+santos+sarah+diva+ligia+holanda+26.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
Continua no <b>dia 9, </b>com Braúlio Tavares, Iêda de Oliveira Cristóvão Tezza, Lira Neto e mais.</div>
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Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-58446215869504634492018-04-08T20:08:00.000-03:002018-04-08T20:08:36.687-03:00Bienal do Livro do Ceará 2017 - dia 7: Ricardo Aleixo, Talles Azigon, Jorge Pieiro (20/04/2017)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi35cFkA-hgNgXay6G3GlG7dttvxG4AG_Bw2DqND1iJj6Top5y9DgFqUMd8r-QDN3qphiDC3nh9GHYb5x5PcbtykiRAJ4F1l5xJjtvYoUiAsGvuSs_L-O5PrGPmEnsXMm3nwPN1wSLO4cY/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+fortaleza+ceara+capa.jpg" imageanchor="1" style="font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center; white-space: pre-wrap;"><img border="0" data-original-height="1564" data-original-width="1564" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi35cFkA-hgNgXay6G3GlG7dttvxG4AG_Bw2DqND1iJj6Top5y9DgFqUMd8r-QDN3qphiDC3nh9GHYb5x5PcbtykiRAJ4F1l5xJjtvYoUiAsGvuSs_L-O5PrGPmEnsXMm3nwPN1wSLO4cY/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+fortaleza+ceara+capa.jpg" width="400" /></a></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"></span><br />
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: xx-small; white-space: pre-wrap;">Fotos capa: montagem de imagens via Google</span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: xx-small;"><span style="white-space: pre-wrap;">Outras fotos e vídeo: Denis Akel</span></span></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">
E agora diante do sétimo dia das saudosas vivências da Bienal do Livro do Ceará 2017. Voltemos a 20 de abril de 2017. Este foi um dia difícil, por conta de toda a problemática envolvendo os muitos casos de ônibus incendiados na cidade. Acabei por assistir apenas a uma palestra, salteando em uma ou outra programação paralela, saindo cedo, quase escoltado. A cidade vivia momentos de tensão. Antes de aprofundar o teor da mesa em questão, republico o texto original, escrito naquele dia:</span><br />
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div>
<blockquote class="tr_bq">
<div>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;">"Ontem, meu sétimo dia de Bienal do Livro. O destaque não esteve exatamente nas mesas ou programação, mas em um centro de eventos bem mais vazio do que tenho visto ultimamente. Isso se deve, bem possível, à caótica situação que se instalou na cidade nos últimos dias, ônibus queimados, tensão, medo. Tudo agora é risco. Mesmo ler, ir à Bienal, é perigoso. Ainda assim, a literatura é teimosa, resiste.</span></i></div>
<div>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></i></div>
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<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;">Assisti a uma das mesas da tarde, intitulada "os deslimites da poesia em um mundo prosaico", um debate muito necessário quanto à questão do valor da poesia no mundo de hoje. Uma palestra que transbordou sensações, com menções a Manuel de Barros, Drummond e incontáveis outros poetas.</span></i></div>
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<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></i></div>
<div>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;">Dava gosto estar ali, ouvir aquelas colocações tão precisas, desvelando um mundo poético dentro do mundo mundano. O trio no palco, Talles Azigon, Jorge Pieiro e Ricardo Aleixo passaram quase duas horas enaltecendo o prazer do dizer poético, do quanto se tem medo de se "viver poeticamente". A educação não é poética, ela despoetiza nosso olhar, disse Talles. Já Aleixo completou: "A poesia sempre habita o pouco, ela não precisa de mais do que o pouco. O mundo não é hostil a ela, só é indiferente". Leram poemas, contaram histórias, expuseram polêmicas. Fluiu bem demais, cada pequena fala dava margem a nova posição do outro, num jogo lúdico de ideias que brincava com a mãe poesia.</span></i></div>
<div>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></i></div>
<div>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;">Excelente mediação de Jorge Pieiro, que impôs um ritmo agradável e crescente, pulso de quem conduz barcos assim há tempos, alimentando o interesse dos poucos que ali assistiam. É verdade, havia bem poucas pessoas nessa bela mesa. Não sei se a culpa é do caos da cidade, dos ônibus queimados ou somente com a indiferença à poesia...</span></i></div>
<div>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></i></div>
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<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;">De lá, não me demorei muito no evento. Dei uma rápida passada pelo café literário, onde acontecia conversa do querido Ricardo Kelmer com Lira Neto. O espaço reduzido e informal não coportava muitos. Ouvi uma ou outra palavra, risada, e saí. Iria embora mais cedo. Antes de sair, passo por acaso num estande e encontro um livro de poemas da Adélia Prado, da qual tenho visto muita coisas esses dias mas ainda nada tinha. Parecia um sinal mais do que claro da boa vibração vinda da palestra do prosaico. Agarrei-a de imediato. E vamos lá que já já tem mais Bienal!"</span></i></div>
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<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></i></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: xx-small; white-space: pre-wrap;">Escrito e publicado originalmente no Facebook em 20/04/2017</span></div>
</blockquote>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;">Neste dia, uma quinta-feira, véspera do feriado de Tiradentes, inúmeras programações me atraíam à Bienal, já estava decidido a seguir a peregrinação diária ao Centro de Eventos, filtrar ao máximo o que pudesse. Como fazia, marcava tudo no folheto, tentando criar uma agenda, ou guia, mesmo sabendo que dificilmente conseguiria ir a todas. Haveria mais Lira Neto, Ricardo Kelmer e algumas novidades, como Conceição Evaristo, que ansiava conhecer mais.</span></div>
<div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;">Pelo já crescente desgaste acumulado dos dias anteriores, acabei me permitindo chegar apenas no meio da tarde, pouco depois das 15h. O carro dessa vez me deixou no estacionamento interno do prédio. Gigantesco, difícil era achar o acesso correto à ala correspondente aos mezaninos usados pelo evento. Não havia sinalização, mal havia alguém a dar informação. Silêncio quebrado apenas nas luzes que davam um tom surreal àquele lugar, como um cenário futurista d'algum filme de ficção científica. Bem poderia ser uma pista de corrida, uma prisão, qualquer coisa assim, levei esses devaneios enquanto subia a escada rolante, finalmente localizada. Não olhei muita coisa da feira ou dos pavilhões, não agora. Algo que as bienais anteriores e talvez certo amadurecimento tenham ensinado: não queria acumular livros, o foco dessa vez era outro.</span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBvWhWvHbiGVx3vsyuaFQ90Nq-Nd3_oUlrXqin277dTfcTVYp4yvIaLh2MLDJbPE0ohE8SICGxLJkQQ6fxgIlXaQU5ZJPMSDJgP_xZ8gkgT9cbPSsSBT3q7DPw-OjHsJheDFMT3Wxyh0w/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro.jpg" imageanchor="1" style="font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center; white-space: pre-wrap;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBvWhWvHbiGVx3vsyuaFQ90Nq-Nd3_oUlrXqin277dTfcTVYp4yvIaLh2MLDJbPE0ohE8SICGxLJkQQ6fxgIlXaQU5ZJPMSDJgP_xZ8gkgT9cbPSsSBT3q7DPw-OjHsJheDFMT3Wxyh0w/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;">Segui direto ao mezanino 2, sala 1, a mesma sala de boa parte das palestras dos dias anteriores. O local tão velho conhecido que rever aquelas cadeiras esverdeadas era quase como voltar para casa. Começaria dentro de instantes a palestra que traria Talles Azigon e Ricardo Aleixo para falarem do tema </span><i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;">deslimites da poesia no mundo prosaico</i><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;">, com mediação do professor e escritor Jorge Pieiro. Ainda praticamente desconhecia o trio, o que configurava momento mais do que propício para esse reconhecimento, além do tema já ser instigante por si só.</span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;">Estando com relativa antecedência no auditório, pude escolher lugar com toda a tranquilidade, ficando entre finalizar algumas anotações no caderno e fazer novos cartões de divulgação de meus blogs, à época feitos parcialmente à mão. Por ali já algumas pessoas, embora o público aqui permanecesse pouco até o final. E logo chegaram os convidados, tomaram seus lugares ao palco, seguiram proclames e foi aberta a discussão.</span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
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<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><b>MESA (16h):</b></i><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"> DESLIMITES DA POESIA NO MUNDO PROSAICO – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;">Ricardo Aleixo</b><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;">, </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;">Talles Azigon</b><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"> – Mediação: Jorge Pieiro</span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdEwAI_xnB0HKhw4hHH4YdO-lHsm-U7rjFQdjJlFzAV6i3rSKbNnSViNi2TQX3CytKGuLYnyQUJQfjEw1VVpmFdN2pryl05tozBPv_6kQCpi9Kr2r-gt9lzrfRtiyKxKo_hLuJ2XziH5E/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+2.jpg" imageanchor="1" style="font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center; white-space: pre-wrap;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdEwAI_xnB0HKhw4hHH4YdO-lHsm-U7rjFQdjJlFzAV6i3rSKbNnSViNi2TQX3CytKGuLYnyQUJQfjEw1VVpmFdN2pryl05tozBPv_6kQCpi9Kr2r-gt9lzrfRtiyKxKo_hLuJ2XziH5E/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+2.jpg" width="400" /></a></div>
<div>
</div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b>Jorge Pieiro</b> é o mediador. Abre a mesa dizendo que</span><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> escreve todo dia, logo quando acorda, um pensamento para aquele dia. </span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"<i>O que é prosaico? O que é poesia?</i>", <b>Jorge</b> busca explicar definições, levantando caminhos para percorrer nos próximos minutos. </span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><i>"Poesia nao é para entender, mas para incorporar. Parede é para entender, é preciso ser uma árvore"</i> – <b>Jorge</b> cita Manoel de Barros. </span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"<i>Tenho mania de deixar tudo pela metade</i>" – <b>Talles Azigon, </b>antes de começar a<b> </b></span><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">ler texto seu, sobre um eventual crime mais organizado.</span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><i>"O poeta é um escondedor, esconde muitas coisas dentro das palavras. </i><span style="font-family: inherit;"><i>É difícil ser poético nesse cotidiano onde a vida cotidiana não é nada poética mas o poeta segue na sua arte, na tentativa libertadora. Se se consegue ou não, não cabe ao poeta mas a quem o lê</i>." – </span><b style="font-family: inherit;">Talles</b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><br /></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Desta vez não vi Lira Neto, um dos coordenadores da bienal, no público (ele era uma presença onipresente) mas vi a professora Cleudene Aragão.</span></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">A sala contou com pouco público, mas mais uma vez reforço o lado positivo, sendo possível penetrar mais na conversa, concentrar-se mais sem tantas distrações quando se tem muita gente.</span></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Ricardo Aleixo tinha um timbre de voz muito peculiar, com boas pausas. Parecia escolher bem as palavras antes de dizê-las: </span></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><i style="font-weight: normal;">"Poesia não é afastamento do mundo, não se pode pensar em poesia como meta para o mundo, mas em um caminho"</i><span style="font-weight: normal;"> – </span><b>Ricardo Aleixo</b></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><b><br /></b></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><i style="font-weight: normal;">"Disposição para algo que não se sabe bem o que é. O poético é sempre algo que escapa de uma definição rígida. Por isso, desde sempre a poesia é vista com desconfiança, quando comparada à filosofia"</i><span style="font-weight: normal;"> – </span><b>Aleixo</b><span style="font-weight: normal;">.</span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><i style="font-weight: normal;">"Pessoas que não costumam ler poesia, ao lerem, não falam de ganho, mas de perda, de algo que lhes é tirado. É como a paixão, de tirar o chão, roubar raízes." – </i><b>Aleixo</b></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><b><br /></b></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><b><br /></b></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAL6hv08Sj8heV5Ovkupk-1gm1twvP5PDxwBEnKECyI9vOz0WwfBGmNq8xZJwa-ExId1i70LSmoHYP-okhenREN_ZGX0arGjPx-E6UoqogvAaHNaWUsZW3aU_W4_FBUI3mLIKA2OO0Xd4/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+3.jpg" imageanchor="1" style="font-weight: normal; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAL6hv08Sj8heV5Ovkupk-1gm1twvP5PDxwBEnKECyI9vOz0WwfBGmNq8xZJwa-ExId1i70LSmoHYP-okhenREN_ZGX0arGjPx-E6UoqogvAaHNaWUsZW3aU_W4_FBUI3mLIKA2OO0Xd4/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+3.jpg" width="400" /></a></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><b><br /></b></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><i style="font-weight: normal;"><br /></i></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><i style="font-weight: normal;">"U</i><span style="font-weight: normal;"><i>m poema só será bom se conseguir estranhar as palavras do dia a dia" – </i><b>Aleixo</b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"Só se pode aproximar da poesia, tornando-se poeta, conhecendo algo que já está em você"</i> – <b>Aleixo</b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Aleixo cita frequentemente a linguagem de sinais que é feita ao vivo na hora, o que chama de corpografia e compara sua utilização um pouco a como se manifesta a poesia, ressaltando a importância de sentir a palavra:</span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"Precisa-se dizer poema de forma lenta para melhor apreciá-lo"</i> – <b>Aleixo </b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">O mediador aproveitou para comentar:</span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"Não olhar pras coisas e ver exatamente o que são, mas procurar ver o invisível. É preciso que as pessoas transformem esse invisível em palavras. As metáforas, assim, passarão a ser normalidade" – </i><b>Jorge</b><i> </i></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i><br /></i></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"Imaginar precisa ser primeiro exercício. Mas parece que nos retraímos, temos medo de agir dessa forma, de pensar outro lado para a mesma moeda." </i><b>– Jorge</b></span></b></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Um trechinho da conversa em vídeo:</span></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><iframe allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/RsdHpfzPFks" width="500"></iframe></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Talles falou bastante de Manoel de Barros, de suas imagens e símbolos, do mudar o sentido das coisas.</span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"O poeta precisa encontrar o coração onde não há, como num copo de plástico que é tão problemático. Mas o problema estará no copo ou em nós que o criamos?"</i> – <b>Talles</b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">"O humano só se pode se definir como 'o sendo', nunca 'o é'" – <b>Aleixo</b> </span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">É citado o poema de João Cabral, <i><a href="https://www.passeiweb.com/estudos/livros/a_educacao_pela_pedra">A Educação pela Pedra</a> </i></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i><br /></i></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">"<i>A educação precisa ser pela pedra, pelo poético</i><i style="font-family: inherit;">, mas não é. Ela "despoetisa" nosso olhar. Quanto mais ponto da escola, mais longe da poesia."</i><span style="font-family: inherit;"> - </span><b style="font-family: inherit;">Talles</b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><br /></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Fiquei um tempo refletindo essa colocação de Talles, o quanto somos "despoetisados", durante a época escolar, o quanto a luta pela nota, pela aprovação, desvia do simples, do pequeno, o ínfimo do cotidiano. Deixamos passar as frestas da poesia, engessados pelo dever, a obrigação da média. Não há muito espaço para "errar", ou mesmo ver por outra óptica as coisas do mundo. E nesse processo, vai-se muito do pensar poético. É uma realidade cruel.</span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><i style="font-weight: normal;">"Poeta é o que está mais envolvido na vida, ele tem sim capacidade para ir além, o que muitas vezes ninguém acredita.", </i><span style="font-weight: normal;">diz </span><b>Jorge</b><span style="font-weight: normal;">, que comenta já ter sido bancário e engenheiro.</span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><i style="font-weight: normal;">"Sabe o que acontece comigo quando leio bula de remédio? Começo a adoecer"</i><span style="font-weight: normal;"> – </span><b>Jorge</b><span style="font-weight: normal;"> </span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Ele leu <i>Mulher ao Volante</i>, texto seu. </span><span style="font-weight: normal;">Leitura precisa, pausas, entonação, timbre, prendeu atenção.</span></b></span></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"Estamos tão presos ao politicamente correto que não podemos falar mais nada com medo que alguém interfira"</i> – <b>Jorge</b></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Aleixo fala de um de seus poemas, explica que é um poema muito pensado, muito trabalhado, como costuma fazer em seu processo.</span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"Se definir como um escritor negro é um automatismo verbal. Sou escritor e sou negro. Escritor negro não"</i> – <b>Aleixo</b></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Aleixo falou também do conto <i>Festa</i>, de Wander Piroli <span style="font-family: inherit;">(</span><a href="https://www.recantodasletras.com.br/contoscotidianos/3155876" style="font-family: inherit;">leia aqui</a><span style="font-family: inherit;">).</span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></b></span></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN-cGIuTKfRkbFq48GS9EdEbLAbSAFugZ3u9H3yE2Q3qBT_J_2JtstQAKsu780BN3ey3OBU89fwRG20uBzEXMBUmJHybw7E0215GKwGYTCAp0FukBtsbc6FLtQr6tzs-V0vcYFrz1-mpU/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN-cGIuTKfRkbFq48GS9EdEbLAbSAFugZ3u9H3yE2Q3qBT_J_2JtstQAKsu780BN3ey3OBU89fwRG20uBzEXMBUmJHybw7E0215GKwGYTCAp0FukBtsbc6FLtQr6tzs-V0vcYFrz1-mpU/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+4.jpg" width="400" /></a></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"O modo como ele se refere ao personagem, 'O Preto' me causa desconforto. </i><span style="font-family: inherit;"><i>O escritor humaniza o preto, é da esfera da obra de arte causar desconforto"</i> - <b>Aleixo</b></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;">Quanto à questão da publicação, e a posição do poeta no processo:</span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><i>"É muito natural que o poeta seja seu próprio editor, pois talvez seja o único artista da palavra capaz de atuar à frente de todas as etapas de sua obra." – </i><b>Aleixo</b></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><i>"O poeta é o designer da linguagem"</i>, <b>Aleixo</b>, citando alguém que não me recordo.</span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><i>"Sempre habito o pouco. A poesia não precisa de mais do que o pouco. </i><span style="font-family: inherit;"><i>O mundo não é hostil à poesia, só é indiferente"</i>. – <b>Aleixo</b></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">A professora Cleudene Aragão, uma das coordenadoras da bienal, agora entre o público, citou o escritor uruguaio Eduardo Galeano como mestre da prosa poética:</span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><i>"Nosso mundo é propício e ao mesmo tempo superficial à poesia"</i> - <b>Cleudene</b></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">Talles retoma seus temas e fala um pouco de seus trabalhos, com micro poemas:</span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><i>"Estou terminando o curso de letras eternamente, mas já dou aulas de literatura."</i> –<b> Talles</b></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><i>"Poema precisa de tempo. Tempo para ser escrito e tempo para ser lido. A capacidade de não entender os poemas é simplesmente por não termos tempo. Inventamos coisas como celular, redes sociais, para chegarmos rápido e acabamos não chegando, pois na verdade nunca saímos."</i> – <b>Talles</b></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">Ele lê seu poema <i>Curió</i>, de tijolos, vigas, telhas...</span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">Jorge Pieiro resolve também ler algo, um poema de sua autoria, e com velocidade pelo avançar da hora, pede desculpa a Tyson, o intérprete de libras. <i>"Será que conseguirá me acompanhar?" </i></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><i><br /></i></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">Fiquei me perguntando onde foi parar a história da leitura lenta? De sentir cada palavra? A hora vinha nos cobrar urgência. A hora agia quase como a escola, despoetisava. <span style="font-family: inherit;">Eram agora 17:44. </span></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><i>"É preciso organizar a recepção da obra de arte"</i> – <b>Aleixo</b> cita o poeta russo Maiakovski, muito criterioso neste sentido. </span></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><i>"Grafitei poemas visuais nos muros das escolas lá em BH. Precisamos estar mais disponíveis a tudo. Um garoto veio me falar, disse que me viu na TV: "Ah, você é poeta, né?"</i> – <b>Aleixo</b></span></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">Sob aplausos do pouco mas concentrado público, encerrou-se a mesa. Acabei não falando com o trio, deixei passar, senti que haveria outros momentos. Fiquei bastante chacoalhado com toda aquela efervescência, as colocações, referências. Abriam-se diante de mim portas que ainda sequer sabia a existência. Começava a enxergar melhor quinas e esquinas, como se o teor inteiro da palestra realçasse minha visão. E era bem assim que costumava sair, após a maioria das falas e palestras dessa bienal. Talvez pela imersão à qual me propunha, fosse tão intenso o retorno.</span></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></span></span></b></span></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"></span></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></span></b></span></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"></span></span></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></b></span></div>
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<br /></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Já além das 18h quando, descendo de volta aos pavilhões centrais, decidi comer qualquer coisa. Num dos quiosques de alimentação, um pai e filho também lanchavam, e tinham conversa bem curiosa, o pai: <i>"Nós já estamos jantados"</i>. <i>"Quem inventou a carne de sol?"</i> – pergunta o menino. O pai de pronto: <i>"Alguém que percebeu que não tinha"</i>.</span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Dali segui direto para o espaço do Café Literário, onde acontecia parte das programações e eventos da Bienal. O espaço não era muito grande, as poucas mesas lotavam rapidamente, sendo difícil acompanhar muita coisa para quem chegava após o início, o que acabou sendo o meu caso. Marcada para as 18h, estava em curso um diálogo intitulado <i>Profissionalismo literário</i>, com Lira Neto e Ricardo Kelmer.</span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Fiquei por lá pela brevidade de alguns minutos. Lira falava de modo envolvente, sobre sua vida, trabalhos, processos que o levariam à literatura e ao jornalismo.</span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"Passei um tempo sem fazer nada, ou talvez aliás estivesse fazendo tudo. Fritei hambúrguer na rua, fui vendedor de loja, fiz artesanatos e nessa fui tentar ser professor"</i> – <b>Lira Neto</b> </span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Diz que conseguiu vaga de revisor, e percebeu que queria ser jornalista. Passou em 1º lugar na UFC.</span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"Passei um bom tempo como editor de cultura do Vida e Arte"</i> -<b> Lira</b></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Já Kelmer, muito à vontade em sua poltrona, comenta também de seu início na vida artística, influências, leituras, caminhos:</span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><i>"Decidi aos 10 anos que queria escrever"</i> – <b>Kelmer</b></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b><br /></b></span></b></span></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9SYvlNG0rHhqWZojKWwnsbCQbUMeExu5DE3LEdMwy6vEUkmSBBauh8pV2YSM8Vf8wtzpnTG_zQYvjNIrAHc8fH9WUzqa0B_CBSrgI4qjlY4aUWMH66h-cWHPFmyr2CX-txH9c7vgrn9A/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9SYvlNG0rHhqWZojKWwnsbCQbUMeExu5DE3LEdMwy6vEUkmSBBauh8pV2YSM8Vf8wtzpnTG_zQYvjNIrAHc8fH9WUzqa0B_CBSrgI4qjlY4aUWMH66h-cWHPFmyr2CX-txH9c7vgrn9A/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+8.jpg" width="400" /></a></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;">Não demorei ali mais do que dez ou quinze minutos. <span style="font-family: inherit;">Me despedi bem mais cedo do agito da bienal, a cidade ainda respirava o caos dos ônibus queimados, muitos tendo sido incediados neste dia. Ainda tinha várias outras coisas que gostaria de ver mas abri mão, o que não foi de todo ruim, precisava descansar um pouco de toda essa maratona. Revi alguns amigos no entorno do Café (haveria um lançamento da Fernanda Meireles) e </span><span style="font-family: inherit;">saí de lá no início da noite, antes, porém, uma passado de acaso num estande e encontro este livro de Adélia Prado, poetíssima que há muito conhecia mas ainda nunca tinha lido de fato. Um fim de dia que já prenunciava bons ventos!</span> </span></b></span></b></span></div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_dQV9J9bxBDqjk6JHi4waqEu5NhIeAMPuql74QTRTZ8VcOaB83g1zQDnv3mx4IyvJslEsMmx8Lv6ywA0UpC9K4Ys8Y4r0afp33x3caW_-VaZp96xPol6ENKfDEvfGqmqFLlqH9mq-Tng/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_dQV9J9bxBDqjk6JHi4waqEu5NhIeAMPuql74QTRTZ8VcOaB83g1zQDnv3mx4IyvJslEsMmx8Lv6ywA0UpC9K4Ys8Y4r0afp33x3caW_-VaZp96xPol6ENKfDEvfGqmqFLlqH9mq-Tng/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+talles+azigon+ricardo+aleixo+jorge+pieiro+10.jpg" width="225" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"></span></b></span></b></span></div>
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<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></b></span></b></span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><b style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: inherit;">Continua no </span><b style="font-family: inherit;">dia 8</b><span style="font-family: inherit;">, com Braúlio Tavares, Stelio Torquato, Fanka Santos, Ignácio de Loyola Brandão e muito mais. Falta pouco para fechar, sigamos!</span></span></b></span></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div>
</div>
</div>
Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-57566618842733672182018-03-15T18:52:00.001-03:002018-03-15T19:24:55.453-03:00Bienal do Livro do Ceará 2017 - dia 6 - Ricardo Kelmer, Cleudene Aragão, Socorro Acioli e Frei Betto (19/04/2017)<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgR4V_V7NNrUZyEBa84jp_0iC-wn02NUzMkkkcicnZXIS7ZYNfVhw8ubwp62D6SDqZbRbNk-AjIutr5Y8UIDw2SwHxue6K7v3SaX6kacSTTGK5alYBU4M6ULa37tZbRM1ly-1V2NoBEl8/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1564" data-original-width="1564" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgR4V_V7NNrUZyEBa84jp_0iC-wn02NUzMkkkcicnZXIS7ZYNfVhw8ubwp62D6SDqZbRbNk-AjIutr5Y8UIDw2SwHxue6K7v3SaX6kacSTTGK5alYBU4M6ULa37tZbRM1ly-1V2NoBEl8/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+capa.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="color: black; font-family: -webkit-standard;">
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">Foto capa: Denis Akel, montagem de imagens via Google</span></span></div>
<div style="color: black; font-family: -webkit-standard;">
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">Fotos postagem: Denis Akel</span></span></div>
</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Chegando agora, enfim, à sexta postagem desta série sobre a Bienal do Livro do Ceará 2017. </span><span style="font-family: "helvetica neue";">Aqui, farei as coisas um pouco diferentes. Como o texto original, escrito no dia 19 de abril de 2017 já sintetiza bem os fatos, irei apenas ampliar um pouco o foco das mesas e palestras deste dia, de grandes descobertas. Antes de começar, republico o texto original:</span><span style="font-family: "helvetica neue";"> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none; font-size: 16px; line-height: normal;"><br /></span><span style="font-kerning: none;">"Sexto dia de Bienal. Dia de pluralidades. Do alto da intimidadora e ao mesmo tempo fascinante passarela da Washington Soares, vejo dezenas de ônibus ocupando o estacionamento do centro de eventos. Visitações escolares. Uns parecem vir de bem longe, unificados pelo elo da leitura.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Antes de entrar, vejo ainda a disputa dos ambulantes na venda da água mais barata. Colocam a garrafa na mão em riste, como a espada de um guerreiro, pronto a vencer a sede. Levam muito a sério o ofício, que de alguma maneira parece ajudado pelo terrível sol do horário, início de tarde.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Neste dia, pelo menos no início, não tive qualquer pressa de mesa ou palestra. Me permiti andar um pouco pelos estandes, com calma, coisa que nao faço desde o primeiro dia. Um livrinho aqui, outro ali. Já estava de olho em um Leminski desde a abertura.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Parei um tempo no belo espaço do Cordel, e me deliciei ouvindo algumas declamações. É um lado da Bienal que costumo explorar pouco, que é sempre muito pertinente, verdadeiro. O ato de simplesmente sentar e ouvir, ou no caso sentir, sem necessariamente fazer uma pergunta ou prestar total atenção é libertador. Os cordelistas e poetas populares declamam com paixão, dão o melhor que têm, fazem incrível trabalho de voz e expressão, e tão poucos os valorizam. Basta parar um pouco ali, naqueles convidativos banquinhos da Praça do cordel, para entrar nesta sintonia. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Centenas e centenas de crianças, jovens, alunos, podiam ser vistos em todos os corredores e esquinas. Era engraçado pensar em tantas vidas, tantos mundos diferentes que havia ali, na figura de cada um deles. Riam, olhavam curiosos, emanavam o brilho de uma esperança. Onde estariam daqui a uns 20 anos? Pensei, enquanto subia por uma escada rolante.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Continuei minha peregrinação livre por espaços que ainda desconhecia, salas que sempre via abertas e chamativas mas nunca podia entrar por já ter alguma outra "mais importante" em vista. Assim conheci o espaço do circo, da ciência, entre outros. Cada portinha é como um pequeno universo que grita silencioso.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
A primeira mesa que me interessou foi a que focava Belchior, mas nao exatamente por causa dele. A conversa seria entre Ricardo Kelmer e Cleudene Aragão. Já os conhecia de vista da Bienal 2014, onde juntamente a Xico Sá, fizeram a mesa final daquele ano. Escrevi na época um post em meu blog, Kelmer comentou. Agora era ótimo momento de reencontrá-lo, relembrar essa história. E de quebra ainda conheceria mais de Belchior.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
A conversa foi excepcional. Clima descontraído, relembrando histórias, músicas de Belchior. Falou-se de seu lado erudito, leitor assíduo, de clássicos literários, e de como era sobretudo um poeta, na densidade e atemporalidade de suas letras. Kelmer mostrou-se intenso conhecedor, e a professora Cleudene manteve afiado o ritmo da conversa, que contou até com músicas numa projeção, fazendo todo entrarem no clima, trazendo claramente boas lembranças à tona, uma vez que várias pessoas as cantarolavam, inclusive um Lira Neto inspirado.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
O livro em questão é uma antologia de textos de autores cearenses, convidados por Kelmer a escrever com base nas músicas de Belchior. Uma homenagem bem interessante, num projeto independente que nasce de uma vontade de propagar o cantor, que Kelmer diz não ser difícil considerá-lo o Bob Dylan brasileiro.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Meu momento seguinte se fez no espaço do circo, onde dei uma rápida olhada numa mesa de duas amigas ilustradoras, Fernanda Meireles e Luci Sacoleira. Um momento bastante intimista no qual as duas artistas falaram de seus processos, inícios e percalços. Gostei do tom mais informal, à meia luz, sem as dezenas de luzes brancas do teto a cegar-nos.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Para encerrar, a aguardada mesa de Frei Betto e Socorro Acioli. Que espetáculo de conversa! Permeada por uma energia, um espírito forte de amizade... ampla carga emotiva de ambos os lados. Apesar de já conhecer Socorro Acioli de nome, não conhecia sua história e é incrível como ela se mistura à de Frei Betto. Falaram de livros, do ato da escrita, de política, amizade, espiritualidade... o Frei parecia apto a falar sobre praticamente qualquer coisa, e mesmo assim demonstrou grande humildade. Foi uma daquelas palestras que não podemos deixar de rir, aquele riso sincero, não apenas por ser engraçado, mas por tocar lá dentro da alma, aquela chacoalhada básica. Coisas que têm sido bem comuns, aliás, nesta que considero a Bienal da Amizade, de encontros e reencontros."</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Escrito e publicado originalmente no Facebook em 19/04/2017</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
------------------</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none; font-size: 10px; line-height: normal;"><br />
</span><span style="font-kerning: none;">Saí de casa além das 13:30, mais uma vez sozinho. Costumava levar, em todos os dias anteriores, bolsas à tiracolo, mas percebi não serem nada práticas a um dia inteiro, atrapalhavam mobilidade. Usei uma mochila compacta especialmente para esses últimos dias da Bienal. Leve e pequena, foi literalmente uma mão na roda, de tão reduzida, mal parecia estar carregando qualquer coisa. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Do alto da passarela que separava as vias, além da infinitude do céu, vi de cara dezenas de ônibus escolares, alinhados no estacionamento. Uma visão reconfortante para iniciar esse dia, saber que o lugar estava cheio de crianças, de alguma forma vivendo o encontro e a magia do livro. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Além da entrada, chegando ao espaço do cordel, encontrei a amiga cantora Glaucia Lobo, um encontro não planejado, que transbordou uma já inicial carga de ânimo. Muito feliz e empolgada como sempre, ela me apresentou a um dos cordelistas, que estava prestes a se apresentar no palco. Disse ainda que tinha vindo com duas amigas mas elas – e apontou com uma mão oscilante na direção dos estandes. "É, é muito fácil se perder aí dentro" – brinquei. "Ou se encontrar, querido!", completou ela. Rimos. Era bem isso mesmo.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Neste dia, vi em destaque, no saguão principal de informações, a camiseta da Bienal. Era uma das primeiras bienais que lembro de trazer produtos tematizados (teria sido bom ver também bloquinhos e/ou canetas). Com o tema estampado <i>"Cada pessoa: um livro; o mundo: a biblioteca"</i>, estavam expostas em três modelos. O preço, 25 reais, não era lá muito convidativo. Até pensei em levar uma, como lembrança, mas não foi nesse dia, e quando fui atrás, no penúltimo, já havia acabado. Talvez tenha sido melhor assim. Já tinha, seguramente, lembranças o suficiente. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Segue um pequeno tour de imagens destes momentos iniciais do dia: </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEdZLIomBxOmSraCs7k_Yi4DOKX78qHmiQwNWCz0gcljAKUX10394dOERah0Kgf9mNka3BvEHXrpKOXE28TMTbOWvMxdBeXkOgTMN0hnvc3YP-8pbhix8683d86MckzIkKU4JUfswFEHc/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEdZLIomBxOmSraCs7k_Yi4DOKX78qHmiQwNWCz0gcljAKUX10394dOERah0Kgf9mNka3BvEHXrpKOXE28TMTbOWvMxdBeXkOgTMN0hnvc3YP-8pbhix8683d86MckzIkKU4JUfswFEHc/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+6.jpg" width="400" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
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<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghN-5RaDXDY9JAeW7Nzh-uvTqQeQHHaSsNmgFP5Z-Q5zZUCs7ZFYQcTq6IVjZ05eZzYAZJ1rXGyRvJ_IZ23CJ9FzOhS1BcV7Qex1sEBtaKOGkFCAGvZHR-oEqn4De5KTNjt9j-_9y9FFg/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+15.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghN-5RaDXDY9JAeW7Nzh-uvTqQeQHHaSsNmgFP5Z-Q5zZUCs7ZFYQcTq6IVjZ05eZzYAZJ1rXGyRvJ_IZ23CJ9FzOhS1BcV7Qex1sEBtaKOGkFCAGvZHR-oEqn4De5KTNjt9j-_9y9FFg/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+15.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDxJTwVJResKO5mXKT4zn3uOpQClGwFblHbAiIL3GJwVS95aCf3DDcgl7YET5np2LRHchczutdB81dVwvpqNuji7YbUJex10VL2HYlYjlnMkuKL_5AoDsgBt-IDj6xMpakO9uWI7ozoIU/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDxJTwVJResKO5mXKT4zn3uOpQClGwFblHbAiIL3GJwVS95aCf3DDcgl7YET5np2LRHchczutdB81dVwvpqNuji7YbUJex10VL2HYlYjlnMkuKL_5AoDsgBt-IDj6xMpakO9uWI7ozoIU/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+16.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisR0105hAnY3bpAx8ZCHkeSct60wLJeaEGiKD6GHxEHnySOZVEtWQzlOnzwmbpXnbXlDwTq_nqbTj-3tcP8UEpVA4c4y44lTfVWRTT8rtZ3B0gIyBK5-vMZ58_U7jTiAEy37huhohGVSk/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisR0105hAnY3bpAx8ZCHkeSct60wLJeaEGiKD6GHxEHnySOZVEtWQzlOnzwmbpXnbXlDwTq_nqbTj-3tcP8UEpVA4c4y44lTfVWRTT8rtZ3B0gIyBK5-vMZ58_U7jTiAEy37huhohGVSk/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+5.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">E após almoço, passeio pelos estandes, alegria de ver tantas crianças pelo prédio, primeiras compras de livros eventuais (quis comprar o mínimo possível) e exploração de áreas ainda não exploradas, segui para a primeira das mesas que veria naquela dia, focada em Belchior (vale lembrar que tudo isso se deu antes da notícia do falecimento do cantor). Como mencionei no breve texto introdutório, à essa época eu praticamente desconhecia Belchior, sabia apenas que ele era um cantor que havia sumido, mas tudo isso estaria prestes a mudar. A mesa seria comandada por Ricardo Kelmer e Cleudene Aragão, que conheci de vista da última edição da Bienal, em 2014. Seria ótima oportunidade de revê-los, além de tudo. Marcada para as 16h, hora em que cheguei à sala e tratei de escolher um bom lugar. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i style="font-weight: bold;">M</i><i><b>ESA (16h)</b></i><b>: </b>BELCHIOR E O SEU ETERNO CANTO FEITO FACA<b> (Ricardo Kelmer / Cleudene Aragão)</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIzR_9hV2DeHRCtQuKy7FLmQXti9jI57YwttDvA8LzanSGUZCRY9uJDj04qpsk5QdnUrRMCG-6kkLvCwIbRQColI-N-TRaR8zAMJ0g6Lzy75_u2AFTOrXKYQswOJ_jC_mubYHUXpKh6r0/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIzR_9hV2DeHRCtQuKy7FLmQXti9jI57YwttDvA8LzanSGUZCRY9uJDj04qpsk5QdnUrRMCG-6kkLvCwIbRQColI-N-TRaR8zAMJ0g6Lzy75_u2AFTOrXKYQswOJ_jC_mubYHUXpKh6r0/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+2.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Havia pouco público, nesta tarde de quarta-feira. Revendo agora o material para preparar esse texto, percebi que a mesa seria composta também por Joan Ederson e Ricardo Guilherme. Como não estavam lá e a essa altura não lembro o que foi dito, provavelmente tiveram contratempos. Kelmer chamava atenção por estar com uma camiseta destacando seu livro "Para Belchior, com amor", que teria amplo destaque na fala vindoura. Ele e a professora Cleudene assumiram as cadeiras no palco, enquanto as sempre tradicionais introduções e agradecimentos eram feitas pelos chefes de cerimônia, tudo devidamente transliterado para a linguagem de sinais, uma constante em todas as mesas desta Bienal. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Cumprimentei Kelmer, que disse lembrar-se de mim; chegou a ver a postagem que fiz sobre ele e Xico Sá na Bienal daqui de 2014. Foi interessante já de alguma forma estabelecer esta ponte, senti uma energia boa naquela figura, naquele retorno tão sincero.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue";">Foi por volta de 16:20 que começaram os trabalhos em torno do tema. Estava disposto a absorver o máximo possível daquilo, de finalmente saber um pouco mais sobre Belchior e mal desconfiava que esse era apenas o início de uma extensa caminhada nesse sentido, a partir desta porta que foi aqui aberta. </span><span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>"Esta Bienal é por vocês e para vocês!" – </i><b>Cleudene Aragão</b> começou explicando como surgiu a ideia da criação do livro <i>Para Belchior, com amor</i>, uma obra conjunta. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Tratava-se de uma antologia, reunindo textos inspirados nas canções de Belchior, de autores conterrâneos, de nomes como Xico Sá, Ricardo Guilherme, Gero Camilo, os próprios Kelmer e Cleudene, totalizando 14 autores. Os textos eram crônicas, contos, vivências, poemas, o que fosse, desde que respirasse de uma das músicas do cantor. Tal premissa foi ideia lançado por Kelmer, e bem abraçado pelo grupo que compunha o trabalho, todos fãs do músico de Sobral. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>"Considero Belchior um dos grandes poetas brasileiros. É um literato. Como ele mesmo falou, é um poeta que encontrou na música uma maneira de levar adiante a sua poesia"</i> - <b>Ricardo Kelmer</b></span><br />
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlIQoCO8Ymg_a2iFLQAgg8FwHaVpYEl2ooCu75sPbJyKNL0UbJMviEGheTUD3o9BxDzZT4POqKV8M4xY9Opt4zAdPYf1cvIieFQOiBUrahE1f0z1VzWQ_gjONRN7vbBrXo_QTFmkGWrYA/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+23.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlIQoCO8Ymg_a2iFLQAgg8FwHaVpYEl2ooCu75sPbJyKNL0UbJMviEGheTUD3o9BxDzZT4POqKV8M4xY9Opt4zAdPYf1cvIieFQOiBUrahE1f0z1VzWQ_gjONRN7vbBrXo_QTFmkGWrYA/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+23.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><br />
</b><i>"Leia as letras de Belchior sem ouvir a música, tente desapegar da melodia, você perceberá a poesia, e poesia de ótima qualidade. Tive, portanto, a ideia de homenageá-lo com poesia. Cada um dos autores escolhidos escolheu uma música e ficou livre para interpretá-la em literatura."</i> - <b>Kelmer</b> </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">As palavras de Kelmer me despertavam para essa prática tão aparentemente incomum, ler letras de música sem a melodia, buscar a poesia que há nelas. Não me era algo de todo estranho, já fazia isso para estudar algumas músicas francesas, mas agora, aplicadas a Belchior, seria uma interessante rota para descobrir sua vertente poética.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>"Mandei fazer 1500 exemplares. Custeei todos, arrisquei mesmo. Ainda bem que deu certo. Fizemos até agora 22 lançamentos, todos com música e teatro" - </i><b>Kelmer</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
E por falar em teatro, o escritor citou a peça "De olhos abertos lhe direi", de autoria de Ricardo Guilherme, que também atua em cena. A obra é baseada em versos de Belchior e pode ser assistida <a href="https://www.youtube.com/watch?v=dapdQNo0IDA&t=296s">aqui</a>. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>"O livro não está em livrarias, isso requer uma logística. Somos apenas um grupo de amigos que resolveu homenagear Belchior."</i> - <b>Kelmer</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Indo de encontro ao tema e completando bem a discussão, uma pessoa da plateia pediu licença para ler trecho de livro que tinha lançado, texto que também homenageava Belchior. Foi bem aplaudido, só não consegui pegar o nome do livro. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Cleudene diz que está morando em Belo Horizonte por um ano, que lá há um bloco de carnaval, o "Volta Belchior", ressaltando que seu sumiço criou meio que um fetiche.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"<i>Vou criar aqui o bloco "Não volta, me leva Belchior</i>" – brincou ela</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>"Ele não desapareceu, ele só se isolou, só tem contato com quem ele quer. Ele não tem dúvida do valor que sua obra tem, mas no lugar onde está, acho que pra ele já deu"</i> – <b>Cleudene</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"><b></b></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Ao lado dos autores, uma tela projetora havia sido montada, e ali aproveitaram para exibir um vídeo com a letra e música 'Coração Selvagem'. "<i>Prestem atenção na letra</i>", reforçou <b>Kelmer</b>.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">A música entoou. O ritmo encheu o auditório. Aquela melodia me era ainda totalmente nova, mas senti o quão forte reverberava em boa parte, senão todos. As pessoas se deixavam levar, embaladas, abanando cabeças. Até cantarolavam, à sua maneira, Lira Neto – um dos curadores da Bienal e presença constante em quase todas as mesas – um dos mais aplicados.</span><br />
<span style="font-kerning: none;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNGn45l5kc8J5MgwF1dwlkunDEtWRXKA3pAvpZzfrQibT-oNsluOT7zKlm9Xk4EdLUmjwHTBFLJKHKubWvj8BPGWZanlXjBcRIp60giZC1xGQUSOVgwXHcHC6pXLg81Z3Jm4kz4NmekdA/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+24.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNGn45l5kc8J5MgwF1dwlkunDEtWRXKA3pAvpZzfrQibT-oNsluOT7zKlm9Xk4EdLUmjwHTBFLJKHKubWvj8BPGWZanlXjBcRIp60giZC1xGQUSOVgwXHcHC6pXLg81Z3Jm4kz4NmekdA/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+24.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
O pouco público presente ajudava a criar um ambiente de algum modo mais reservado, sem distrações, tornando possível um melhor mergulho na música, no ritmo, na letra. Ainda na hora da música, a intérprete de libras ficou inerte, de braços cruzados, sem emitir qualquer movimento, como se em qualquer movimento ela dissesse muito mais do que deveria, uma cena curiosa. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>Belchior também é artista plástico, ele pinta, desenha, é calígrafo</i> – <b>Cleudene e Kelmer</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"><b></b></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Estas múltiplas facetas foram desdobradas, me deixando perceber que ele era muito mais do que um compositor, e já instalando uma curiosidade que viria a ser saciada à medida que melhor conhecia suas outras atuações, não tão divulgadas como a vida musical.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Falando sobre sua obra literária, na figura das letras musicais, foram citados clássicos do cantor, que marcaram época e continuam ainda a mexer com quem neles lembra glórias da vida. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>"As obras que falam sobre o ser humano não envelhecem, persistem, é assim também com Belchior"</i> – <b>Cleudene</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
A música <i>Galos, Noites e Quintais</i> é citada com grande ênfase, com os palestrantes e público refletindo o impacto de suas imagens.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>"Quando você canta, você não percebe. Só se percebe a sutileza da letra, quando se lê, por isso é poesia. Suas letras estão cheias disso. É uma riqueza maravilhosa. Posso dizer que está muito próximo de ser um Bob Dylan brasileiro"</i> – <b>Kelmer</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"><b></b></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">E retomando a questão de seu sumiço, que volta e meia sempre retornava, concluiu:</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>"Esse movimento, o volta Belchior me incomoda. Pra quê? Deixa ele, não quer mais, por que insistir?"</i> – <b>Kelmer</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<b>Lira Neto</b> se manifesta, dizendo que Belchior não volta não por questão de dinheiro, mas porque realmente não quer: <i>"Certa vez, ele disse a um amigo quando perguntaram-lhe isso: você não tá entendendo nada! Não é dinheiro, não quero mais isso!"</i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
<i>"Tenho que entregar um texto a um jornal e o título será 'me leva Belchior'</i> – <b>Lira</b> disse, agradecendo a Cleudene pela ideia do título.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Cleudene diz que há uma mitologia a respeito de Belchior ter deixado pistas de que ia sumir nas letras de suas músicas: </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"O artista dá todas as dicas do que faz"</i> – emendou um <b>rapaz da plateia</b>, de voz rouca e arquétipo semelhatne ao próprio Kelmer, que disse já ter feito muitos trabalhos com ele.</span><br />
<span style="font-kerning: none;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjbjZ_wrgtNNSGausaE5M1Ot0bqU7vGZwFXheWY2omcrVHxgig_sgP9Hdr8bNTlO_87RgtDQMtPAPJzqarNr-sBPS9fTpwFjEmk1vJHducdH5ulF79rCAKqrZ9GsmG9cQPepKtkuFXw9E/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+25.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjbjZ_wrgtNNSGausaE5M1Ot0bqU7vGZwFXheWY2omcrVHxgig_sgP9Hdr8bNTlO_87RgtDQMtPAPJzqarNr-sBPS9fTpwFjEmk1vJHducdH5ulF79rCAKqrZ9GsmG9cQPepKtkuFXw9E/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+25.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Kelmer lê textos do livro, o conto inspirado em <i>Galos, noites e quintais</i>, de Joan Edesson de Oliveira. Dedicou ainda boa parte do tempo a falar do clássico <i>A Divina Comédia</i>, segundo ele uma das grandes referências de Belchior e, não por acaso, a música que escolheu para "literar" foi <i>A Divina Comédia Humana: </i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Belchior era um voraz leitor dos clássicos literários, teve formação humanista, filosófica. Era grande admirador de Dante Aleghieri, de 'A Divina Comédia', que quando foi escrito intitulava-se apenas 'comédia', em oposição à tragédia. Mas era tão grandioso que lhe exigiu 20 anos para concluir, tanto que os editores e leitores incluiram o adjetivo 'divino'. Belchior fez homenagem à Divina Comédia, aos três atos, céu, purgatório e inferno, em suas composições"</i> – <b>Kelmer</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Kelmer faz nova leitura dramática, boa presença de palco, pausas e tensões, revelando o que vejo que só se revela mais na leitura em voz alta, a alma do texto, que prende o público no fio do novelo, na cena concebida, melodia silenciosa. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Vários 'Fora Temer' se fizeram ouvir nas falas de Kelmer, uma constante também em diversas outras mesas de todo o evento. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Lira Neto, confortavelmente de seu lugar na plateia, completava eventuais lacunas, expandindo ainda mais o leque propulsor do cantor:</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Antes de qualquer pessoa falar de hipertexto, Belchior já estava fazendo isso lá nos anos 70, 80"</i> – <b>Lira Neto</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">O poeta <b>Reginaldo Figueiredo</b>, do templo da poesia, surge de repente, entoando já um poema pronto, que segundo ele lhe veio após a clarificação da conversa, referente a Belchior. Foi dito de um só fôlego. </span><br />
<span style="font-kerning: none;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJKE-ZlrvaP-7l2O34kIBY0YYKkub6Ujq7UtmguegRS-_9C4t5u1bMZ1J8s3imJQpGj0JAVgbEDdH7af1EFrBp7kbuqGx0xPgT4FwC5e_DIpJNc8BEO0fKNAgx5XoJ2TQR8azc2igfQ3c/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+26.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJKE-ZlrvaP-7l2O34kIBY0YYKkub6Ujq7UtmguegRS-_9C4t5u1bMZ1J8s3imJQpGj0JAVgbEDdH7af1EFrBp7kbuqGx0xPgT4FwC5e_DIpJNc8BEO0fKNAgx5XoJ2TQR8azc2igfQ3c/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+26.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">A mesa abriu para perguntas e comentários, ao que pessoas falaram de seus contatos com Belchior, relembrando shows, de como o contato com sua música lhes modificou, transformou. Cleudene contou de experiências de tê-lo visto no palco, a força que ele tinha, que arrebatava vidas. Havia saudade transbordando de seus olhos. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"<i>Belchior tem uma fortaleza de citar a universalidade da literatura nas suas composições, mas prefere falar do homem comum, dos sentimentos do dia a dia. Ele tem direito de desaparecer, todo mundo um dia vai chegar a um lugar diferente.</i>" – disse o <b>homem da voz rouca</b>, parecido com Kelmer. É muito aplaudido. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Kelmer fala do nome de Belchior, explicando as muitas variantes de sua sonoridade, de como o músico preferia ser chamado. "<i>Seu nome verdadeiro é Antônio Carlos Belchior</i>"</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Eram 17:30 quando a mesa chegou ao fim. Kelmer e Cleudene agradeceram, enquanto <i>Coração Selvagem</i> voltava a ecoar, ditando agora o ritmo final, ecoando também um turbilhão de sentidos em mim, de tudo aquilo que ouvi naquela breve hora. A professora Cleudene ainda enfatizou: "<i>Ouçam Belchior, leiam Belchior e não peçam pra ele voltar! </i></span><br />
<span style="font-kerning: none;"><i><br /></i></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9zjWLuqLr8fdgbHik6vcIdtcP_ojR76D1PvzAyHrSOB-r4EjBNH43G8rEPJ4pWu_hrayt23DMf9GVr9aiedi7pZkTdX86OJwx_a6dGYbc5cDlM06I4pUg_afJ9ePgkkKq8Cgx4u0_9Fc/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+28.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9zjWLuqLr8fdgbHik6vcIdtcP_ojR76D1PvzAyHrSOB-r4EjBNH43G8rEPJ4pWu_hrayt23DMf9GVr9aiedi7pZkTdX86OJwx_a6dGYbc5cDlM06I4pUg_afJ9ePgkkKq8Cgx4u0_9Fc/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+28.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-kerning: none;"><i><br /></i></span>
<span style="font-kerning: none;"><i><br /></i></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjScJvtqiYp-6Don1sQjtog9YGooRN4rh0ct4iAPGnH0OU7ivR64fpnAypNpLQss1rxOoY9p101iPHn6qXYYhxrxOu9IEmuiYdjqpGFzuW8dCIpwsDJmVIY2jEsGw4ziSvO5jIEg1AC-m4/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+29.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjScJvtqiYp-6Don1sQjtog9YGooRN4rh0ct4iAPGnH0OU7ivR64fpnAypNpLQss1rxOoY9p101iPHn6qXYYhxrxOu9IEmuiYdjqpGFzuW8dCIpwsDJmVIY2jEsGw4ziSvO5jIEg1AC-m4/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+29.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-kerning: none;"></span><br />
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Do lado de fora, como era comum à maioria das palestras com autores, havia a mesinha de livros à venda. Conheci a simpática Shirlene, que cuidava das vendas e comprei um livrinho. Chamou-me a atenção o formato de bolso e o fato de ter sido custeado pelo autor, eram ideias interessantes que eu pensava em explorar para quando fosse enfim publicar algo. Cumprimentei Kelmer, parabenizando, agradecendo e celebrando o momento. Muita gente quis fazer o mesmo, com os livrinhos na mão, e mesmo o político Inácio Arruda estava presente, o qual me cumprimentou com a graça quase de quem encontra um ente querido. Kelmer ainda me disse de um outro momento que teria ainda nesta bienal, no café, um papo com Lira Neto (Lira estava realmente em todas!). Falei que se desse, iria. </span><br />
<span style="font-kerning: none;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqnZPoQSAoi54er5Q0JR5ihyuJ-6VCPWKT6mKSxtuKdC_NmZhv8vEzXgi4xs-zfFMAIY3iQUxAuIY5KusQs_-ZkQ10IiZFwMIcQdzmSF1lW6WgrRYnOk0fZZJfQbWq3tDVyyPCl6xZ21Q/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+27.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqnZPoQSAoi54er5Q0JR5ihyuJ-6VCPWKT6mKSxtuKdC_NmZhv8vEzXgi4xs-zfFMAIY3iQUxAuIY5KusQs_-ZkQ10IiZFwMIcQdzmSF1lW6WgrRYnOk0fZZJfQbWq3tDVyyPCl6xZ21Q/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+27.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Levei em mim toda aquela boa energia, a descoberta de Belchior, a vontade de ouvir suas músicas, tão logo chegasse em casa, ler as melodia-poesias, mergulhar neste novo mundo e, claro, ler o livrinho, a reunião do trabalho daqueles amigos, admiradores da vida e obra do músico. Era um caminho fascinante, e eu tinha pressa em vivê-lo, como passei a ter ainda mais por todo o evento, tanto que não pude, nesse primeiro momento, perceber tudo isso, logo mais haveria a presença de Frei Betto, uma das mais aguardadas, aliás. Sabia que lotaria, sem dúvida, talvez não tanto quanto Válter Hugo Mãe, mas o suficiente para manter a sala-alvo em vigilância, a fim de não perder um bom lugar. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Passei em frente ao local onde Frei Betto falaria. Ele, inclusive, estava ali fora, sentado ao lado de uma mesa repleta de seus livros, já assinando e posando para fotos. Naquelas imediações, encontrei a professora Cleudene e a cumprimentei pela mesa de Belchior, ela super simpática. </span><br />
<span style="font-kerning: none;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiYpKrnKSdIjv0j-dVNewBlDtUzeuAoUvdCTWinF1p8daVeHAMGOegEsFlzMuXnvQh2YwLe2V_I4QKpDSCiCn4dXc6xUspDMe2cqqKx_vr0flHlTZ3-EkaQ7PHXZ1lH0JktDKiyF98lq0/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+30.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiYpKrnKSdIjv0j-dVNewBlDtUzeuAoUvdCTWinF1p8daVeHAMGOegEsFlzMuXnvQh2YwLe2V_I4QKpDSCiCn4dXc6xUspDMe2cqqKx_vr0flHlTZ3-EkaQ7PHXZ1lH0JktDKiyF98lq0/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+30.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt88ke6SeJrQrsTBjisIodUFLzH9JxSqSWMJ9BCF5Jr6HhsnEPkGiuIAQprdtnLoKCQsLRLkgJmPvFboXxtp2MaNUOyf6ehxvoxQIZFcI9QSKVVSMv5gmAF8fGCIa66af47y9JqCqEwXA/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+31.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt88ke6SeJrQrsTBjisIodUFLzH9JxSqSWMJ9BCF5Jr6HhsnEPkGiuIAQprdtnLoKCQsLRLkgJmPvFboXxtp2MaNUOyf6ehxvoxQIZFcI9QSKVVSMv5gmAF8fGCIa66af47y9JqCqEwXA/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+31.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
Fiz um breve lanche, nos poucos mas valorosos minutos que teria de intervalo. Esse meio tempo também utilizado para passear mais um pouco pela feira, momento em que fiz as primeiras compras de livros. Não era minha prioridade nessa bienal comprar livros, mas abri algumas exceções a uns que não poderia ficar sem levar.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhminH-6Cmw8GHLoq_mtCrC7lDlP2bgQQtJ-mN-JemW0MvU9wu2Z8O3xoKCdgPO5t8-S0fldyZVCCAMyw78OmEEr3zvv_WswAYfL7h-HZUr-3OOdjyc_xOn1Iv_cCgjA1myHSma0nTGA-k/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+32.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhminH-6Cmw8GHLoq_mtCrC7lDlP2bgQQtJ-mN-JemW0MvU9wu2Z8O3xoKCdgPO5t8-S0fldyZVCCAMyw78OmEEr3zvv_WswAYfL7h-HZUr-3OOdjyc_xOn1Iv_cCgjA1myHSma0nTGA-k/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+32.jpg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
Uma simples ida ao banheiro e descubro que a cidade está sem ônibus, pela boca de um dos funcionários, que não poupou críticas: "<i>Fortaleza bela... Fortaleza bela... sem ônibus...</i>". Isso referia-se aos ataques a vários ônibus da cidade, incendiados por criminosos numa ação que fez com que os coletivos parecessem de circular, notícia amplamente divulgada na época. Preso na bienal, jamais teria como saber isso, não fosse aquele funcionário. Não por acaso, o movimento nos pavilhões pareceu diminuir drasticamente após o ocorrido, mas acho que não interferiu tanto na frequência do Frei Betto vindouro. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
Enquanto aguardava as 20h, monitorando o público para a grande mesa da noite, lembrei de que haveria, quase nesse mesmo horário, uma outra mesa com duas amigas: Fernanda Meireles e Luci Sacoleira. Como a sala calhou de ser próxima, fui até lá enquanto esperava o posicionamento do Frei. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><i>MESA (19h30)</i> </b>com<b> Fernanda Meireles </b>e<b> Luci Sacoleira (</b>A ILUSTRAÇÃO COMO REDE DE AFETO<b>)</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5exHs5VN5vcOgUlGQ8ui6GuQ3PQyo9thpKqfvcnvjyCzUQ5kmFM8AmnvQFM0zHcxFroxREaP3GJyrj0O0TSNLhDvvrwLhuYDRFNlAnAjz0Qin4ryVaSDP1Ewweevy5e76ypffYfd5xcI/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5exHs5VN5vcOgUlGQ8ui6GuQ3PQyo9thpKqfvcnvjyCzUQ5kmFM8AmnvQFM0zHcxFroxREaP3GJyrj0O0TSNLhDvvrwLhuYDRFNlAnAjz0Qin4ryVaSDP1Ewweevy5e76ypffYfd5xcI/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+19.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Entrei às 19:30. A sala, diferente das demais, estava decorada com temáticas circenses, e iluminada parcialmente, o que achei ótimo; a luz dura e constante torna tudo sério e rígido demais, quase como se estivéssemos numa sala de aula. Indireta como agora, deixava um ar mais acolhedor. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Havia bem pouco público aqui, pelo que lembro, não constava na programação oficial, fora divulgado por elas e pelos amigos. Somava-se umas vinte pessoas quando deram início à fala. </span>Cada uma começou contando suas histórias como artistas; conheço ambas de trabalhos que realizaram em parceria com meu irmão, Diego Akel, os filmes para o projeto Animascópio. Luci falou de sua trajetória, o início com seus bonecos, até como se estabeleceu como Sacoleira. Era uma história curiosa que eu ainda não conhecia ou não lembrava sob aquele prisma. Ela falou ainda como se voltou ao desenho e à ilustração.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<i>"Gosto muito de ver balé, para me inspirar, ver os movimentos para fazer os desenhos"</i> – <b>Luci Sacoleira</b><span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Fernanda Meireles, bastante conhecida por seu trabalho de pesquisa e produção de zines, falou da oficina que ministraria logo mais na Bienal, ideia que partiu de um zine seu, <b>Sobre hoje</b>: "<i>É simples, escreve sobre o que você está vivendo hoje, uma oficina diferente"</i></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho9Enom9skVz1lUnlDbDgnmY_PAB0qxdqeTVULyYRV6GN3SqWmdnhRKP_R7Mg3eTxVxbZ-h_G0pcVAP3rcGef3s0oq7NHWcxyznI7kMYC6VM8lQO6XHftlBz_APkUVb5eE9A_W1_29v8Q/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+20.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho9Enom9skVz1lUnlDbDgnmY_PAB0qxdqeTVULyYRV6GN3SqWmdnhRKP_R7Mg3eTxVxbZ-h_G0pcVAP3rcGef3s0oq7NHWcxyznI7kMYC6VM8lQO6XHftlBz_APkUVb5eE9A_W1_29v8Q/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+20.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
As duas aproveitaram para exibir os filmes que fizeram para o <i>Animascópio</i>, que lhes deu a oportunidade de levar seu trabalho ao mundo da animação, através de técnicas mistas e assim descobrirem nuances também neste suporte. O Animascópio foi um projeto que reuniu artistas cearenses com a proposta de fazê-los produzir curtas em animação. Os filmes podem ser vistos <a href="https://vimeo.com/search?q=animascopio">aqui</a>. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
A conversa estava muito boa, mas faltando cerca de dez para as oito, cumprimentei-as de longe e saí da sala, direto para a de Frei Betto, quase ao lado. Ele, nesse momento, ainda sentado à mesinha, do lado de fora, a autografar livros. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i><b>MESA (20h)</b></i><b>: </b>RECRIAR O MUNDO: TRAZER A ESPERANÇA ATRAVÉS DAS PALAVRAS<b> (SOCORRO ACIOLI / FREI BETTO) </b> </span><br />
<span style="font-kerning: none;"><br /></span>
<span style="font-kerning: none;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsWpDsW65jP6UR3nYkgczdr1-jUv0SbXltLK3_iGh9lxRQsfbtuSN5v4cXeDHJ_tNI3EwoPtRSCrDDvBF9sfyUUucJRk6XucyzMNytcYj8oL66YZUjihgCT_qDDZ0i2pD2WqXA_Nssy8Q/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+33.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsWpDsW65jP6UR3nYkgczdr1-jUv0SbXltLK3_iGh9lxRQsfbtuSN5v4cXeDHJ_tNI3EwoPtRSCrDDvBF9sfyUUucJRk6XucyzMNytcYj8oL66YZUjihgCT_qDDZ0i2pD2WqXA_Nssy8Q/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+33.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Era a sala-espetáculo, a mesma que engaiolou Valter Hugo Mãe. Entrei esperando um super movimento, mas vi pouquíssimas cadeiras ocupadas. Provavelmente, a situação dos ônibus de alguma forma interferiu, limitando o acesso a muitos que ainda viriam ou que tiveram de sair mais cedo para evitar trânsito. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Sobre certas cadeiras, rigorosamente dispostos, havia um folheto, lista de livros do Frei, com preços e tudo, divulgação simples e até de certa forma invasiva. Achei mesmo uma maneira meio desnecessária; com tantos livros e uma obra tão vasta, ele ainda precisava disso? </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin-oZK2Gsd221B6za_pEAjMfvdvPyw0QYUBwBqUedbk-hyqfF4_ABIEbURx8x7RsYOpO2j_0rlXKkEsBAmHKoozIlYeGKSbb4Fi2En03XBkyictUtzIZpRx0oQpB8gJZrDL30OEx8DJEw/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin-oZK2Gsd221B6za_pEAjMfvdvPyw0QYUBwBqUedbk-hyqfF4_ABIEbURx8x7RsYOpO2j_0rlXKkEsBAmHKoozIlYeGKSbb4Fi2En03XBkyictUtzIZpRx0oQpB8gJZrDL30OEx8DJEw/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+21.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Percebi pessoas entrando, a sala foi se enchendo. Muitas tinham dúvida de onde se sentar, a maioria preferia os locais mais na frente. Optei por uma cadeira relativamente no meio, desde que no corredor, a fim de favorecer os registros que visava fazer, bem como ter facilidade para sair e voltar, caso preciso. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Grande público de senhores e senhoras, muito dignos e distintos, cada um tinha mais cara de palestrante que o outro e alguns se pareciam até com o próprio Frei Betto. </span>Eram agora 20:13, hora em que ele e Socorro Acioli já se achavam à frente, no palco. A mediação ficaria por conta da jornalista Marina Solon. Com a sala já mais cheia mas ainda livre demais considerando a imagem do Frei, alguns minutos passados, e finalmente foi dada a largada nesta última palestra da noite. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Marina enfoca o tema da bienal, <b>Cada pessoa, um livro; o mundo, a biblioteca</b>, que diz ser amplo, que cada pessoa é realmente um livro, traz suas próprias histórias, vivências, e de como essa bienal é de fato para todos. Faz a seguir a apresentação dos palestrantes daquela noite, lendo palavras de um papel. Para esta conversa, optei por não fazer muitas fotos, mas breves vídeos de trechos, além do registro presencial. <span style="font-kerning: none;"></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJBNXvmbqIbd0plM_Q5o-MScJOU7QduuADB39a3CRJAbtkBkLRpLiUA_Ecnlc8Be4vh4ScbR73jehX_e6rThrXD9ZQduBQ1Y5FdhhoHKLJHH6QETH6nXOW89NW1X80VRSkuGJwQEN9RuA/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+34.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJBNXvmbqIbd0plM_Q5o-MScJOU7QduuADB39a3CRJAbtkBkLRpLiUA_Ecnlc8Be4vh4ScbR73jehX_e6rThrXD9ZQduBQ1Y5FdhhoHKLJHH6QETH6nXOW89NW1X80VRSkuGJwQEN9RuA/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+34.jpg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Como acho que já comentei em um dos textos anteriores dessa série, conhecia Socorro Acioli de longe de outros eventos, o primeiro conhecimento dela me veio em 2010, quando na bienal daquele ano, aqui em Fortaleza, mediou Marina Colasanti. Era ótimo vê-la agora ao lado de Frei Betto, e descobrir que as histórias de ambos se cruzavam de formas bem peculiares. Conheço o trabalho de Frei Betto ainda de forma precoce, através de seus livros de contos, e tive também o privilégio de ver, embora de longe, uma fala dele durante a FLIP 2015, em evento que lotou a Casa Rocco. Aqui o frei estava muito bem trajado, num paletó ornamentado de curiosos emblemas. Fiquei me perguntando o que significavam. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span>Pelo texto introdutório lido por Marina, descobri que Frei Betto é mineiro, e foi por ele que começou de fato a conversa: <i>"Como começou o Frei Betto escritor?", </i>perguntou a mediadora.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<i>"Boa noite, fora Temer, são todos bem-vindos"</i> – <b>Frei Betto</b>, que conseguiu fartos aplausos a essa primeira colocação. <span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Betto disse de pronto também que é padrinho do filho mais velho de Socorro Acioli, o que já lhe dá um parentesco com a escritora.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Mozart era filho de um músico. Picasso era filho de pintor. Eu era filho de um cronista habilidoso de Minas. Minha mãe escreveu o livro Fogão de lenha, 300 anos da culinária mineira." – </i><b>Frei Betto</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
Partindo desta introdução, ele continuou, focando em seu início na literatura: </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
"<i>Cresci em uma casa onde só havia livros. Desde muito cedo me encantei pelas palavras. Derci Bastos, a professora que me alfabetizou. Naquela época, redação era composição. A palavra 'texto' vem de tecido, tecer"</i> – <b>Frei Betto</b> </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
E do ofício do escritor:<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
"<i>Achava que ser escritor era algo tão fantástico, tão inatingível, pois eram chamados de imortais! Como todos morrem e eles ficam? </i><i>Escritores tem muitos, mas autores tem poucos</i><i>"</i> – <b>Frei Betto</b></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
Socorro Acioli assume a palavra, e elogia primeiramente os incentivos e alicerces da Bienal. A escritora falou também de como foi seu início: </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
"<i>Minha leitura de infância foi o Monteiro Lobato, comprava de um vendedor que passava de porta em porta. Inclusive, a Narizinho, do sítio, está aqui</i> – <b>Socorro Acioli</b> </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Nesse momento, não entendi se ela se referia a uma das atrizes que interpretaram a personagem na série dos anos 70 ou alguém caracterizado para o evento. Minha posição na plateia não ajudou a me inclinar para ver onde estaria a suposta Narizinho, apontada por Socorro. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
A autora retornou até os tempos de escola, de quando fazia redações:</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<i>"O diretor da escola viu minhas redações e me incentivou a escrever."</i></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Ela contou que quando tinha 8 anos recebeu uma carta de Frei Betto, fazendo alusão a seu livro "O Pipoqueiro João", publicado de maneira independente. A história foi buscar no passado os alicerces para o futuro, e com o clímax nas mãos, Socorro mostra a carta (para a surpresa de todos), e a lê. Silêncio. Atenção. Datado de 2 de fevereiro de 1984, o papel amarelado é agora o principal destaque da mesa. Socorro lê, claramente emocionada. Palavras sinceras, de elogio, incentivando-a a continuar escrevendo. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Você tem um dom e deve cultivá-lo"</i> – Diz um dos trechos finais. </span>Muita comoção traduzida em cada rosto do público que viajou na brevidade das décadas contidas naquelas linhas. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Fiz vestibular para jornalismo. Em seguida reencontrei Frei Betto e quis fazer textos sobre Frei Tito. </i></span><i>Quando entendi que a profissão de escritor existia, fiz mestrado em letras e desde então vivo de literatura." – </i><b>Socorro</b></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<i>"Sobrevive"</i>, corrigiu <b>Betto</b>, arrancando risos do público. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<i>Frei Betto me ensinou, a gente recebe para dar, por isso quis fazer oficinas de escrita criativa</i>. <i>Tive um novo entendimento da fé, não centrado nos rituais, mas mais focada em olhar o outro, mais preocupada com o outro, aprendi isso com ele."</i> – <b>Socorro</b><br />
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
"Socorro fala de seu livro 'A Cabeça do Santo': "<i>A população mais simples e humilde aparenta estar mais próxima de Deus."</i> </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>É a terceira vez que venho à Bienal de Fortaleza. Meu sonho é escrever como o Lira Neto – </i>diz entre risos. –<i> Meu pai tinha duas manias: padaria e livraria. Ele comprava mais livros do que conseguia ler</i>. - <b>Betto </b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Frei Betto comentou que política era um tema muito efervescente durante sua infância, em sua vida familiar:</span><br />
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Em 1954, o rádio lá de casa fervia. Os jornais demoravam. Meu pai queria ver Getúlio cair. Ele idealizou de fazer meu aniversário no dia da queda de Vargas. Fiquei feliz, mas Vargas morreu, suicidou-se. Foi um trauma."</i> - <b>Betto</b> </span><br />
<span style="font-kerning: none;"><br /></span>
<span style="font-kerning: none;">Quanto ao atual estado do país, o autor é indagado se tem esperança em alguma mudança:</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Guardemos o pessimismo para dias melhores. </i></span><i>Tenho certeza de que não vou participar da colheita mas faço questão de morrer semente</i>." - <b>Betto</b> </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
"<i>Quando se escuta na rádio ou TV uma coisa que não seja de esquerda? Para o outro lado, felizmente existe as redes sociais. Famílias da favela têm tudo mas não tem bens sociais, têm somente bens consumistas."</i> - <b>Betto</b> </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Por que escrever ficção?", </i>foi a pergunta lançada a seguir pela mediadora.</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Escrevo para crianças o que acho que precisa ser dito, o que acho que não deve ser esquecido." –<b> </b></i><b>Socorro</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">A autora cita ainda o estado lastimável da casa em que Rachel de Queiroz morou e escreveu "O quinze", partindo da ideia da preservação de bens históricos e suas significância: </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Escrevi Cabeça do Santo a partir de uma matéria de jornal. A estátua de um santo, que estava com uma cabeça de um lado e a situação era um problema. Toda vivência da história passa pela minha vivência da fé de Juazeiro do Norte</i>." – <b>Socorro</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Em 2006, larguei o trabalho como editora." – </i><b>Socorro</b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Falando do livro "Como contar um conto", de Gabriel Garcia Marquez, resultado de uma oficina ministrada por ele há 20 anos, Socorro enfocou a dificuldade que era fazer este curso, e do quanto tentou, durante 1 ano, mas era somente para convidados: </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<i><span style="font-kerning: none;">"Estava com 9 de 10 vagas preenchidas. Era preciso mandar seu currículo e escrever uma sinopse de um parágrafo de uma história que você quer desenvolver. </span><span style="font-kerning: none;">Guardo recortes de jornal. </span>A cabeça do santo era um deles, e me ajudou muito, acho que por sua espiritualidade. Escrevi então a sinopse." </i>– <b>Socorro</b></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Contou de como Gabo perguntou a ela sobre a questão da espiritualidade, de Santo Antônio e as mulheres do Brasil, e assim eventualmente conseguiu a vaga.<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Respondendo à pergunta quanto ao porquê fazer ficção, Frei Betto é bem direto: <i>"O que mais me dá prazer é fazer ficção.</i> <i>Pra fazer ficção, é preciso cortar as amarras, estar muito solto. Os personagens, os enredos, nos conduzem por caminhos muito próprios"</i>. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Citou seu "Hotel Brasil", livro policial que desafia o leitor a descobrir quem é o assassino. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"A ficção não é datável, não tem prazo de validade, isso fascina muito, mas é muito difícil.</i>" - <b>Betto</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Citou ainda outro livro seu, "Aldeia do silêncio<i>". </i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Sou muito pressionado pelas emendas editoriais, sou uma pessoa compulsiva pela escrita. Não posso passar 48 horas sem escrever que me sinto mal. É uma compulsão e isso é bom"</i> - <b>Betto</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Pergunta da mediadora: <i>o que pensam do livro digital? </i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Sou adepta pela praticidade, pelo conforto, mas compreendo quem não se acostuma, é prática. Não há necessidade de guerra entre os dois. O livro não vai acabar, estão surgindo cada vez mais novos autores, as editoras estão publicando."</i> - <b>Socorro </b></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Prefiro papel, tenho dificuldade de lidar com novas tecnologias. As coisas não acabam. Elas se somam, não desaparecem. Mas me assusta como no Brasil não se faz educação literária. Há farmácias e academias em todas as esquinas, mas não há bibliotecas. Que país é esse onde se habitua somente a exercitar o corpo e nada a alma?"</i> – <b>Betto</b> </span><br />
<span style="font-kerning: none;"><br /></span>
<span style="font-kerning: none;">Tal colocação era de se fazer refletir. Uma questão de formação, de criação de um interesse que ainda há muito pouco, mas quem investiria nisso? Quem tentaria equilibrar a procura de uma biblioteca com a de uma farmácia ou livraria? Quem investiria tanto em livros do que na promessa do 'corpo em forma'? É uma questão tão ampla que ancoraria facilmente outro debate. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Me preocupo também com a linguagem dos jovens"</i>, e citou um diálogo que ouviu certa vez, entre uma menina e o namorado, que quase não entendeu. Nessa linha, contou ainda história de um inglês que não falava nada de português e quis aprender, mas na rotina do trabalho, seus colegas não facilitavam, e na hora do café, brincavam: </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"<i>Ele queria aprender, mas eles só diziam:</i> <i>pó po pó? Pó, po, pô!</i>" – <b>Betto</b> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br />
Lira Neto, mais uma vez presente, fez sugestão para fechamento da mesa, que cada um sugerisse um livro. Além de Lira, também estava na plateia a escritora Ana Miranda.<br />
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
Socorro Acioli sugeriu a biografia de Frei Betto, o que viria a levantar o tema biografia. Sugeriu ainda o livro 'Batismo de Sangue', de autoria também do frei. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
E a respeito da biografia:<br />
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<i><span style="font-kerning: none;">"Me dizem: você tá vivo, e já tem biografia?" – Não, esse é apenas o primeiro volume, mas melhor ter uma biografia do que um obituário. Foi convite do </span>CPDOC - Registrar a memória brasileira, fazem entrevistas exaustivas, fizeram minha biografia. Minha vida é muito variada, são muitas vidas em uma vida. Com frequência, escuto notícias falsas sobre mim. Conheci Frei Betto no exílio ou em Paris. Não, nunca, talvez tenha conhecido outro Frei.</i>" – <b>Betto</b></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span>Quando perguntado o que o título de Frei lhe limitava:<br />
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>"Sou como uma freira, tudo o que uma freira pode eu posso, o que não pode, não posso." </i></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
E quanto às sugestões dos livros:</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<i><span style="font-kerning: none;">"Leio dois tipos de livro que me fazem bem à alma: espiritualidade e poesia. </span>Leiam poesia, não temos no país a cultura da leitura poética. Sugiro 'Inventário e Segredos', da Socorro.</i>" – <b>Betto </b></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Frei Betto ainda foi longe na valorização da poesia:</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<i><span style="font-kerning: none;">"Em Nicarágua, a poesia é na cultura local o que o futebol é aqui. </span>Não somos formados para ler poesia. Não devemos lê-la como lemos ficção, devemos não ler, mas senti-la. É linguagem dos anjos, tenho muita inveja dos poetas"</i><span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
E a mesa se desfez em aplausos, fluxo de saída, reencontros, dispersão. Faltava pouco para as 22h. Frei Betto reassumiu a mesa agora lá fora, pronto a atender à dezena de pessoas que se alinhava para compra e autógrafos de seus livros. Não lembro de ver Socorro Acioli, acho que o Frei ficou como destaque da noite. Apenas passeei um pouco em volta, registrando. Até tinha um livro dele em casa, mas optei por deixar passar, quem sabe noutro momento. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8HNnZqq9k6DKFnDpjVJVLjpA7iRnsP8sP2e1QmWnaW-el2r7Qn3fqctAnSU7nmNEgfBxxNBi8IE9yW_ws4pZJPRDS9BaRiXX3eluSIji4FkaBP6LQykceloTUXpZbA_3YzgP2kL-BZiU/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+36.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8HNnZqq9k6DKFnDpjVJVLjpA7iRnsP8sP2e1QmWnaW-el2r7Qn3fqctAnSU7nmNEgfBxxNBi8IE9yW_ws4pZJPRDS9BaRiXX3eluSIji4FkaBP6LQykceloTUXpZbA_3YzgP2kL-BZiU/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+36.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvwNNhEspbCO8BQK74oTz84XJbyY2VbiQTvQ6e0XemYSPlV3uizki6GP11Nv6b92-mqgX8S-qn1IFVgTXsKkryN9zv0Htj8L1hDuB06w5LUrLLhJh4nyFpW-1mD1IDUUKymfHUQLQZY8c/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+35.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvwNNhEspbCO8BQK74oTz84XJbyY2VbiQTvQ6e0XemYSPlV3uizki6GP11Nv6b92-mqgX8S-qn1IFVgTXsKkryN9zv0Htj8L1hDuB06w5LUrLLhJh4nyFpW-1mD1IDUUKymfHUQLQZY8c/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+35.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDicAyRuJnKfswHRoKi4ox7C4Bg07ZtU_lSe8EdgGuC0Vnf-IkAu4T1DkLgM9-m6_cFnllB7GLj0j6rwgEfS9EWGlFLOA_fR27T67RukqE1EfPIjizvOFyqVlK-vOEoO9Vr4Lgmb8bPk8/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+37.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDicAyRuJnKfswHRoKi4ox7C4Bg07ZtU_lSe8EdgGuC0Vnf-IkAu4T1DkLgM9-m6_cFnllB7GLj0j6rwgEfS9EWGlFLOA_fR27T67RukqE1EfPIjizvOFyqVlK-vOEoO9Vr4Lgmb8bPk8/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+37.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim8Jt98hlWCT4vuAl86cWlfYcFN4JnYu7Ku3EivtEAR-9lvvKDWyKRUKiby46-2erZJW64yLV_5gKdBfo78f0jF3ESOdB2p94zT3KExFetF4zcbo7JPcok7MaewtM9XZ_9S3L-aMDTpcc/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+38.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim8Jt98hlWCT4vuAl86cWlfYcFN4JnYu7Ku3EivtEAR-9lvvKDWyKRUKiby46-2erZJW64yLV_5gKdBfo78f0jF3ESOdB2p94zT3KExFetF4zcbo7JPcok7MaewtM9XZ_9S3L-aMDTpcc/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+38.jpg" width="400" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
A fila seguiu seu próprio fluxo. Muita gente já mergulhada nas páginas do próprio livro que levaria, um modo muito digno, diga-se de passagem. Algumas crianças e o constante vozerio que parecia soar muito mais importante do que de fato era.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Alguns vídeos de trechos da mesa de Frei Betto e Socorro Acioli: </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<iframe allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/rr1-WKjsKPg" width="500"></iframe></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<iframe allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/3mYhWoFUXlY" width="500"></iframe></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<iframe allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/4S475K0mXyo" width="500"></iframe></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<iframe allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/TZIsDjDbDsE" width="500"></iframe><br />
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
De volta aos pavilhões da feira, dei uma olhadela pelos estande mais concorridos, a essa hora quase que desertos. Havia um enorme, no qual todos os livros estavam por 10 reais, mas nunca conseguia me aproximar direito. Dessa vez pude. Quase me assustei ao ver tantos livros, na bagunça deixada por mãos vorazes muitas vezes mais por desarrumar do que propriamente peneirar algo significativo.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjtFYb16aU3x2gWxu3jxAbndQnkLdDdojCoxZ2dg_5R_HuNfE3iJmX_lm2P6xkkCP3zZquRIIdpD4fKm6z-mvIkgm6vfvFBrdmn6NnP9qmPG6yGsfJ8T76czCyWhz7MGOR5sflUMbZXE0/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+40.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjtFYb16aU3x2gWxu3jxAbndQnkLdDdojCoxZ2dg_5R_HuNfE3iJmX_lm2P6xkkCP3zZquRIIdpD4fKm6z-mvIkgm6vfvFBrdmn6NnP9qmPG6yGsfJ8T76czCyWhz7MGOR5sflUMbZXE0/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+40.jpg" width="400" /></a></div>
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</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKwWEmIOpp-rKKPvTDCbaKJgDSgWM7wQN8juMznJAltvDmLh8tDch_Ev-uF1RXis-vYnIeHSmDNSf8zKeMEj-bJbF2Wvv8pP2kITs8S0xTekF2-fyNDBlcLvroPlmPmQZm_3vKIscvJr0/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+43.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKwWEmIOpp-rKKPvTDCbaKJgDSgWM7wQN8juMznJAltvDmLh8tDch_Ev-uF1RXis-vYnIeHSmDNSf8zKeMEj-bJbF2Wvv8pP2kITs8S0xTekF2-fyNDBlcLvroPlmPmQZm_3vKIscvJr0/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+43.jpg" width="400" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Neste dia fiz as seguintes compras, as primeiras desta Bienal:<br />
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiPqSPblXFLWf1sFG4AfxgXBiA0P3PcHkCu6Sur6fpF99BBbarRqkWSJ9CgqWvPPNaIwNlBHgKP7sAyJXFmRIqw_TUkaeGX-w-WJEXMy0vk35wXzf4wbZdS87F04UcqMc7Enb1D2qDCGM/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+22.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiPqSPblXFLWf1sFG4AfxgXBiA0P3PcHkCu6Sur6fpF99BBbarRqkWSJ9CgqWvPPNaIwNlBHgKP7sAyJXFmRIqw_TUkaeGX-w-WJEXMy0vk35wXzf4wbZdS87F04UcqMc7Enb1D2qDCGM/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+22.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Deixei o prédio pouco além das 22h, passando pelos espaços vazios, a praça do cordel suspensa nas cadeiras de ponta-cabeça, adormecidas. Silêncio quebrado apenas pelos passos e vozes a caminho das saídas. Na rua, ainda ausência dos ônibus, algo que eu já tinha quase esquecido. Tive de pedir um carro, e só então procurar ver o que estava acontecendo na cidade.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbfkraIU8bdXqkTy44DjoykmcYk3ChsGGj2YBWa6VNaCnAPKfEdzxtg4VOnArIn2nReYaGube_CbDgywoJxYWLoLyr6KUeqh8vyRGmnyW0ooyQCegGv6SH4_TtrfX4mwgNdBI_8o5qz7U/s1600/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+42.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbfkraIU8bdXqkTy44DjoykmcYk3ChsGGj2YBWa6VNaCnAPKfEdzxtg4VOnArIn2nReYaGube_CbDgywoJxYWLoLyr6KUeqh8vyRGmnyW0ooyQCegGv6SH4_TtrfX4mwgNdBI_8o5qz7U/s400/dialogos+visuais+denis+akel+bienal+do+livro+ceara%25CC%2581+ricardo+kelmer+cleudene+araga%25CC%2583o+socorro+acioli+frei+betto+42.jpg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Cada vez mais os dias nesta Bienal do Livro me transformavam. Minhas experiências se abriam, múltiplas. Neste dia, revi Ricardo Kelmer, o cumprimentei, conversei, comecei a mergulhar no universo de Belchior. Me surpreendia comigo mesmo, em atitudes dantes impensadas. Ainda a fala de Socorro e Frei Betto, discorrendo temas de e sobre a escrita, tudo me chegava de modo incrivelmente táctil. Não havia muito tempo de parar e pensar, mas de seguir em frente, nesse mergulho tão profundo quanto enriquecedor. Colecionava a destreza desses dias, cada um incentivando e influenciando o dia seguinte. Talvez por isso ainda siga escrevendo essa série, agora quase um ano depois. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Continua no <b>dia 7</b>, com Ricardo Aleixo, Talles Azigon, Jorge Pieiro e muito mais.</div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue'; line-height: normal; min-height: 18px;">
<i><span style="font-size: xx-small;">Post finalizado e publicado em 15/03/2018</span></i></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-56193491809698277662017-11-24T03:38:00.000-03:002017-11-24T03:38:10.858-03:00Bienal do Livro do Ceará 2017 - dia 5 - Horácio Dídimo, Daniel Diaz, Isabel Lustosa e Mary Del Priore (18/04/2017)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtKwmOnhyphenhyphen58VkNGcRoA76kUwvwJoNdJ12XbFfQZweXx1fgwfWRgrLN43mbJnDeTJhZYJi1nG18OROyleEV4DN4a7v2DLZ0A3Mavm6X8C7vEWIg3Zl9Ds7lxvIMO_F_jDRQEE27CppSZPU/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1564" data-original-width="1564" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtKwmOnhyphenhyphen58VkNGcRoA76kUwvwJoNdJ12XbFfQZweXx1fgwfWRgrLN43mbJnDeTJhZYJi1nG18OROyleEV4DN4a7v2DLZ0A3Mavm6X8C7vEWIg3Zl9Ds7lxvIMO_F_jDRQEE27CppSZPU/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+capa.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">Foto capa: Denis Akel, montagem de imagens via Google</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">Fotos postagem: Denis Akel</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Hora da quinta postagem desta longa série, de minhas vivências da Bienal, ocorrida em abril último. Aqui o foco serão principalmente duas palestras, a primeira centrada no professor e poeta Horácio Dídimo, a outra na historiadora Mary Del Priore. Antes de começar, trago o recorte que escrevi no dia em questão, 18/04/2017, tão logo cheguei em casa:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">"Quinto e intenso dia de Bienal hoje. Topei com Valter Hugo Mãe por acaso na entrada. Uma conversa rápida, enquanto ele flanava pelos cordéis com grande interesse. Perguntei do ramo que segurou durante toda a conversa com os índios, no dia anterior: "Era um presente que me deram, queriam que eu guardasse". Deixei Valter, que então começou a ser notado por outras pessoas, sobretudo os próprios cordelistas.</span></i><br />
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;"><br /></span></i>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">Tive o privilégio de ter assistido aquela que já considero uma das melhores palestras desta Bienal, a conversa com Horácio Didimo e Daniel Diaz. Tinha ouvido falar de Horácio mas ainda desconhecia sua obra. E à medida que ela foi comentada, exposta, fui me maravilhando, pela poesia tão simples, tão precisa, tão necessária. Por trás daquele simpático senhorzinho, ardia uma alma poética de raro brilho, de uma humildade sem tamanho. Mas havia mais algo que ajudou a agigantar ainda mais esta mesa: muitas crianças. Os pequenos comentavam, brincavam, perguntavam ao poeta, cada um à sua maneira, perguntas de uma pureza única. Nada de perguntas gigantes que sempre se perdem no meio, as crianças eram diretas, rápidas. Tiravam do poeta a objetividade que sobrava de suas poesias. Tudo de maneira tão doce e sincera que era difícil não sorrir a cada pergunta ou a cada vozinha que ainda mal se fazia ouvir mas já se mostrava curiosa. Daniel, que ilustra livros do poeta, falou de inspirações e motivações e como a obra de um favorece a do outro. Percebi uma forte ligação entre eles.</span></i><br />
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;"><br /></span></i>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">Tive ainda a oportunidade de conhecer o professor Stelio Torquato, que está com um belíssimo e amplo trabalho na área dos cordéis, é super simpático e me deu uma pequena aula sobre povos e diferenças linguísticas. Poderia tê-lo ouvido por horas.</span></i><br />
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;"><br /></span></i>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">Para finalizar, peguei um pedaço da badalada mesa principal da noite, que trouxe as historiadoras Mary del Priore e Isabel Lustosa. Auditório quase lotado para uma esclarecedora conversa sobre a arte de se pesquisar e escrever sobre vidas, sobre épocas, e de como isso vem mudando ao longo dos anos. Falou-se ainda da importância da literatura, dos memorialistas brasileiros, que ajudam a transparecer um Brasil bem diferente do comumente retratado. </span></i><br />
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;"><br /></span></i>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">Um dia de amplo movimento, de lá para cá, de uma sala para outra, um lanche aqui, um conhecido ali. É uma energia boa, das pessoas que vejo transitarem, dos diálogos que entreouço vez ou outra. Estão felizes. Esta bienal se mostra cada vez mais a Bienal da amizade."</span> </i><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: xx-small; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: xx-small; white-space: pre-wrap;">Escrito e publicado originalmente em 18/04/2017, no Facebook. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: xx-small; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: xx-small; white-space: pre-wrap;">––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––</span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: xx-small; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: xx-small; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Era uma terça-feira. Após toda a diversidade trazida pelo passeio no dia anterior, com Válter Hugo Mãe e os índios Anacés, era preciso voltar ao Centro de Eventos, às paredes de concreto. Infelizmente não se faz uma Bienal apenas fora da bienal. Até este dia, eu ainda não estava muito certo de vir todos os dias ao evento, mas acabava sempre sendo movido pelas descobertas que fazia lendo a programação, que por ser tão confusa e cansativa, sempre fazia na noite do dia anterior, acolhendo prováveis coisas a ver no dia seguinte, como falei na <a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2017/08/bienal-do-livro-do-ceara-2017-dia-1.html">primeira postagem</a> desta série. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Como geralmente saía de lá tarde da noite, e demorava a dormir revendo as coisas do dia e planejando o próximo, nunca cheguei a frequentar as manhãs da bienal. Seria desgastante demais ficar o dia inteiro e felizmente as programações mais interessantes para mim aconteciam sempre no período da tarde/noite. Para este dia, haveria pelo menos duas palestras que me atraíram, uma com Horácio Dídimo, Ângela Gutierrez e Socorro Acioli e outra com a historiadora Mary Del Priore. Era um momento interessante para finalmente conhecer de perto Horácio, do qual ainda só tinha ouvido falar de livros e artigos, bem como também ouvir um pouco mais de Mary, que já tinha visto algumas entrevistas. Tudo isso se daria a partir das 16h.</span><br />
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></i>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvnRNPYMS7ztX7o-RdXWSuOhqK8unrZOb83r04Sd0I_rgAE3P_x0iwyOLXuT_krFuNnQv9TiyFm403lbZQX50OWuKpvHyiLG_jteHaKyWY59xzmf9o-ICKAJ_fiwAcSyM_l8X7w5bFcAM/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvnRNPYMS7ztX7o-RdXWSuOhqK8unrZOb83r04Sd0I_rgAE3P_x0iwyOLXuT_krFuNnQv9TiyFm403lbZQX50OWuKpvHyiLG_jteHaKyWY59xzmf9o-ICKAJ_fiwAcSyM_l8X7w5bFcAM/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel.jpg" width="400" /></a></div>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></i>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Havia algumas outras coisas que poderiam ser bacanas no início da tarde, e me esforcei para pegá-las, saindo de casa no fim da manhã, às pressas, sem almoço, comeria qualquer coisa por lá. Veio o sol do meio-dia, na dura caminhada até a parada de ônibus. Enxuguei o suor, e me refiz nos breves minutos de ar-condicionado do coletivo, até me ver novamente ante a quentura, na breve caminhada até o Centro de Eventos. Cheguei de todos estes atropelos suando, louco para me recompor num gole d'água ou mesmo uma lavada de rosto. Antes que pudesse pensar muito, tive logo à entrada do prédio uma inusitada surpresa, ao ver ninguém menos que Válter Hugo Mãe vagando tranquilamente pela praça do cordel.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Nenhuma fila ou tumulto à sua volta, apenas o escritor fazendo sua feirinha de folhetos. Aproveitei o momento para conversar com ele, falando brevemente sobre o encontro com os índios, de como lhe impactou tudo aquilo e perguntando o que significava o ramo que manteve às mãos durante toda a celebração: </span><i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Era um presente que me deram, queriam que segurasse, uma homenagem à tribo"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">. Comentei mais qualquer coisa sobre as palestras dele, da mesa com Marcelino Freire e quando o escritor voltava a Portugal, que seria naquele mesmo dia. Segui meu caminho, e ao deixar Válter percebi a aproximação de várias outras pessoas, que só agora pareceram notá-lo. Vi de longe quando os cumprimentava e já posava para inúmeras fotos. Um momentinho bacana, inesperado, que jamais estaria na programação, mas já me recolocou nos trilhos, ao pegar um pouco dessa energia, da figura do escritor português. </span><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">As coisas que pensei em ver e que motivaram a pressa? Abri mão, o momento com Válter já foi uma boa recepção</span><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">, um respiro emendado ao desgaste que foi a chegada naquele dia.</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZLT3f5qi2-R9YOp8M4lnQfO6Setd3yrPbuEHXRsDONEorQ9kgXbsiV4iDh0gjXaiA0i8Fh9mCoC2gnhQ-eWxiwY-2treMOqTlEZTOr5_0j74di8qEQvFepWqQmHEHbBubR3PadkFvlR8/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+valter+hugo+ma%25CC%2583e.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZLT3f5qi2-R9YOp8M4lnQfO6Setd3yrPbuEHXRsDONEorQ9kgXbsiV4iDh0gjXaiA0i8Fh9mCoC2gnhQ-eWxiwY-2treMOqTlEZTOr5_0j74di8qEQvFepWqQmHEHbBubR3PadkFvlR8/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+valter+hugo+ma%25CC%2583e.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiclE7nFdVGsh2hjqOkQo8wUSzpSd6rYUHpomIpILD78ogvTr_ApFaZPcfDsI-aNqgI8iE2Cla6VbF2byNxTp5kKxIWqRfpI2bICLCwdc2BGRLn4SMvOcOeYgIg9nPyLwK-QV6qz9qOPWw/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiclE7nFdVGsh2hjqOkQo8wUSzpSd6rYUHpomIpILD78ogvTr_ApFaZPcfDsI-aNqgI8iE2Cla6VbF2byNxTp5kKxIWqRfpI2bICLCwdc2BGRLn4SMvOcOeYgIg9nPyLwK-QV6qz9qOPWw/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+2.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Almocei um prato de massa, do mesmo local dos dias anteriores, o melhor custo benefício, ante os outros, pelo que pude ver numa olhada rápida. Rodei um pouco pelos corredores, movimento moderado de pessoas. Neste dia, haveria outra boa novidade, eu não estaria sozinho, encontraria uma amiga, que conheci nos fluxos literários, uma presença que muito agregaria neste dia. Seria ótimo ter outra opinião ao que eu visse e sentisse. Encontrei-a minutos antes do início da palestra de Horácio, em meio à praça do cordel, e fomos direto escada acima, rumo ao auditório.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQqrrT3WhMfZoUUnv3xrzGatR5-oH_WGqQ8kTsBS8kXij3PjuZ5UevQFHcyYiuM5-tQGuuMBS0B5uiaGMONHwREiybl2S8QWYV-ZK8_KPSD1I7ADTY1tSlVwQUJWi3AgPLel06tiqXItY/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQqrrT3WhMfZoUUnv3xrzGatR5-oH_WGqQ8kTsBS8kXij3PjuZ5UevQFHcyYiuM5-tQGuuMBS0B5uiaGMONHwREiybl2S8QWYV-ZK8_KPSD1I7ADTY1tSlVwQUJWi3AgPLel06tiqXItY/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+3.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">MESA (16h) - Horácio Dídimo e suas doces teias poéticas ( Horácio Dídimo / Daniel Diaz) Mediação: Kelsen Bravos</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh49aTDwIk9kg-6O0eiUWsVstlFLecsO_8QQmJebqdTqKO-3FUxOxwf8jq7SOtgpwSDxndqbo7B7pfSXSpZTJOmr_SCb_MBFH_XvN8eniPrYluKu6ryRPNHVs-WRTbdBUqMrWTgAh9NsdU/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh49aTDwIk9kg-6O0eiUWsVstlFLecsO_8QQmJebqdTqKO-3FUxOxwf8jq7SOtgpwSDxndqbo7B7pfSXSpZTJOmr_SCb_MBFH_XvN8eniPrYluKu6ryRPNHVs-WRTbdBUqMrWTgAh9NsdU/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+4.jpg" width="400" /></a></div>
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Para minha surpresa, a programação foi alterada e agora não me recordo o motivo. Além de Horácio, constava no folheto a presença das escritoras Ângela Gutierrez e Socorro Acioli, mas lá só estavam Horácio e um rapaz que eu até então desconhecia. A mesa foi anunciada por uma apresentadora, e o rapaz se revelou ilustrador, Daniel Diaz, que pelo que entendi começava a trabalhar com o poeta, dando vida ao texto de Horácio, na forma de desenhos e imagens. Tomamos dois dos muitos lugares livres, (havia pouco gente) mas chamava a atenção a farta presença de crianças, nas primeiras fileiras. A mediação ficaria por conta do professor Kelsen Bravos, que leu breve biografia dos convidados, antes de iniciar os trabalhos. Horácio e Daniel aguardavam, confortavelmente sentados, bem como as </span><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">várias garrafinhas d'agua na mesa de madeira à frente deles. </span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Enquanto praticamente tudo o que era dito na sala era traduzido para linguagem de sinais, através de uma intérprete, Kelsen começou sondando as origens de ambos, dentro de suas obras: </span><i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"<span style="font-family: inherit;">O universo infantil, a infância, o que mais lhes atraía?" </span></i><br />
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></i>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Literatura infantil é feita com naturalidade. Basta rever minha vida, Monteiro Lobato e a presença de meus netos é muito importante para meu processo"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Horácio Dídimo</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Quando tive contato com a poesia do Horácio, meu trabalho ganhou uma carga poética que até então não tinha. </i><i style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Leio os textos dele e já os ilustro de imediato. Uso materiais simples, lápis de cor comuns"</i><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Daniel Diaz </b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Kelsen leu o poema </span><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"O rei quanto mais complica, mais reifica", de Horácio, do livro <i>As Reinações do Rei</i>. Havia no palco também uma projeção, nesse momento tomada por ilustrações do livro, de autoria de Daniel.</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBHIiimMd0keJxe1yjEQRKDOD9jQD5k9vB-k27fmhyJfELkWDZ7oXvg381JLX8QWSbsQRXpaC4tzGrnxn8a4aW-0REHPd6JXXXx7LkSsvEd6htLTURrKiJdad6buaLTf1LDRyqcLatEEg/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBHIiimMd0keJxe1yjEQRKDOD9jQD5k9vB-k27fmhyJfELkWDZ7oXvg381JLX8QWSbsQRXpaC4tzGrnxn8a4aW-0REHPd6JXXXx7LkSsvEd6htLTURrKiJdad6buaLTf1LDRyqcLatEEg/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+5.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">As muitas crianças não estavam ali por acaso, teriam papel fundamental, conduzindo perguntas e ajudando na progressão da fala, como logo ficou evidente, ao serem chamadas por Kelsen. Muito perspicazes, esbanjavam uma inocência afiada, com questões diretas, sem rodeios:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Tem sempre uma coisa que me intriga quando vejo escritores e ilustradores, é verdade que eles vêm o mundo de uma forma diferente? Mais alegre, que toca o coração das pessoas?"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – Pergunta da </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Lara</b><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Incrível, essa é talvez a melhor pergunta que já vi ser feita. A realidade vista através da poesia torna a vida mais poética, mais encantadora"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Horácio</b><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Às vezes a vida não é tão colorida, mas temos a capacidade de transformar sentimentos em arte. Nem sempre é alegria, às vezes a dor também é combustível"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Daniel </b><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">A pequena </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Luísa</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> foi a próxima a perguntar:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"De onde o senhor tira suas ideias?"</i><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Desde criança tenho ligação com a literatura, principalmente poesia."</i><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> –</span><b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> Horácio</b><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">É curioso que as perguntas das crianças me pareceram bem mais interessantes do que as respostas de Horácio, como se as respostas não respondessem a um terço da 'complexidade' da pergunta. Horácio me pareceu formal demais.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN_RAA76EAGrzzPqCkNt_kna4bhS9C776wjW3A9Be2qwHwlRVvl9oKVg0psBPaK6QXpxxxvJjltRhbf0STELZq1Q5k2mQsjnvh7De5I_HuK453E41uxbbusNIne-lQI0RxqMKgymwY-ms/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN_RAA76EAGrzzPqCkNt_kna4bhS9C776wjW3A9Be2qwHwlRVvl9oKVg0psBPaK6QXpxxxvJjltRhbf0STELZq1Q5k2mQsjnvh7De5I_HuK453E41uxbbusNIne-lQI0RxqMKgymwY-ms/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+6.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Falando sobre desenho, Daniel explicou um pouco de seus processos: </span><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Todos desenhamos desde criança, mas sempre paramos, mudamos de área, mas sempre começamos desenhando. </i><i style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Não me atento só à poesia de Horácio, tento abrir mais as possibilidades da ilustração. Viajo nos textos dele, vou no caminho poético que traz imagens do meu universo para compor o desenho."</i><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Daniel</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Horácio completou:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Ilustrações criativas que valorizem o texto e dêem força maior a ele" – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Horácio</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">, sobre desenhos de </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Daniel</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Minha literatura sempre está associada ao meu dia-a-dia. É o olhar, mas parece uma visão, é a mais profunda das coisas"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Horácio</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Daniel deu ainda preciosas dicas para quem quisesse se aventurar no mundo do desenho:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Ver desenhos, observar a si mesmo, desenhar observando, tentar fazer cursos, é um sempre aprender. O desenho tá em tudo, tem que desenhar. Desenhe, observe, leia, se divirta e faça com amor"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Danie</b><b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">l</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Já Horácio homenageou os poetas que lhe influenciaram:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Quem escreve poesia não pode deixar de ler poesia. Os poetas influenciam uns aos outros" </i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">– disse, antes de ler poema que fez em homenagem aos poetas que sempre lê, intitulado "</span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Sete poetas</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">". Os </span><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">sete poetas eram: Bandeira, Drummond, Quintana, Pessoa, Vinícius, Cabral e Camões.</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Falou-se também da dedicação e necessidade da leitura, da formação de leitores:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Horácio implantou em nossa universidade o estudo da literatura infantil"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">, disse uma mocinha simpática, </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Talita</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">. </span><i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"É de sumária importância, é o que vai formar o caráter da criança. Se ele não tivesse escrito nenhum verso, já teria feio toda a diferença, já fez muito."</i><br />
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></i>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><i>"Por que estudar literatura infantil?"</i>, foi a questão levantada a seguir por <b>Kelsen</b>. Neste âmbito, foi citado <b>Henrique Dídimo</b>, sobrinho de Horácio, presente no auditório, também autor de literatura infantil, que lançaria um livro logo mais na Bienal. Kelsen falou um pouco do comportamento atual das crianças e a dificuldade de se escrever para elas, citando um exemplo de como sua filha fala com ele: </span><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><i>"Pai, não dá spoiler!". </i>Após risos do público, as crianças seguiram, sabatinando Horácio:</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Sua vontade de escrever vem de outras gerações?"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – Pergunta da </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Lara</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Tinha um tio que era poeta que escrevia para um jornal no Rio. Quando minha tia fez 80 anos, ele mandou um poema pra ela. Ela disse: podendo me dar dinheiro, me manda é poesia!"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Horácio</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"A criança tem uma mentalidade poética, tudo o que a criança fala e diz é poesia. Se conseguirmos identificar isto, temos o poeta"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Horácio </b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Na ocasião, lembro de ter sido ainda mencionada uma homenagem do Farias Brito ao poeta, </span><i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Dos nossos mais de 10 mil alunos..."</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">. Ele </span><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">agradeceu, relembrando que lhe foi muito importante na carreira, de professor universitário. Não sei por que mas senti aqui uma ligeira propagandazinha gratuita da escola.</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Também foi destaque da palestra o livro </span><i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">A palavra e a PALAVRA, </i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">do qual </span><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Horácio falou, sobretudo do título, das diferenças da palavra grafada com 'p' minúsculo e 'p' maiúsculo.</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8hXjZp1DLVo-8rkifFYx67J0RbzvvRZY46XWlkF1hRIx3Fnswe5i3YXFRnd5LRbw_du0pzx6j7IV8rZ-HX3_uGY1I2CeOkPfUZvOJgsHFutMmefjTo6UzhTrCH_zJQNMXNrKXaf5duOY/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8hXjZp1DLVo-8rkifFYx67J0RbzvvRZY46XWlkF1hRIx3Fnswe5i3YXFRnd5LRbw_du0pzx6j7IV8rZ-HX3_uGY1I2CeOkPfUZvOJgsHFutMmefjTo6UzhTrCH_zJQNMXNrKXaf5duOY/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+7.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Kelsen citou Bartolomeu Campos de Queirós e seu <i>Vermelho Amargo</i>, no qual afirma que a infância é um inferno. O mediador, contudo, expôs um ponto bem interessante: </span><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><i>"Para o recém-nascido, tudo é aprendizado, tudo é visão poética. A forma poética de se passar isso é um afago. Nunca devemos nos despedir da infância. Nunca desista da infância. Desistir da infância é desistir da poesia."</i> – <b>Kelsen</b> </span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">O pouco público presente, além das crianças, também participou com perguntas:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Quem avalia seu texto? Se é bom para criança?" </i><br />
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></i>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Faço na simplicidade, sem grandes ambições, com base na palavra simplicidade" </i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">– </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Horácio</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Fazer poesia com a simplicidade de Horácio exige ser Horácio"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Kelsen</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">A conversa foi encerrada, em meio a muitos aplausos. Já a dispersão, marcada por inúmeros flashes dos fotógrafos e público, foi também celebrada pela criançada presente, que encheu o palco para posar ao lado de Horácio e Daniel, em muita descontração e sorrisos.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvm421lRB3699z-llQqLZAA1sl0yxxHGWjCkmzwEuNo6DeoPpOO1wpeEKGN6lPhIQow1Q-FI7MrRKE6Sr1tAoI3kvg02H7xhy6iAYblDC_7RmmwIEjimkaXffACghs9erNYE4NsjP8knY/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvm421lRB3699z-llQqLZAA1sl0yxxHGWjCkmzwEuNo6DeoPpOO1wpeEKGN6lPhIQow1Q-FI7MrRKE6Sr1tAoI3kvg02H7xhy6iAYblDC_7RmmwIEjimkaXffACghs9erNYE4NsjP8knY/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+8.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpjij3SFrjm4R61TpLrFIdifOmMTbTOO3QsirvKYfi3VeI8XxWfjELu-v5cNGyQoVDkIPKa4_VPbhSROESoln_pD2OMMXXaq_wN6Yad45APilPuzv-3mddSNoikIKY8OpFd_iDTCDeUvQ/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpjij3SFrjm4R61TpLrFIdifOmMTbTOO3QsirvKYfi3VeI8XxWfjELu-v5cNGyQoVDkIPKa4_VPbhSROESoln_pD2OMMXXaq_wN6Yad45APilPuzv-3mddSNoikIKY8OpFd_iDTCDeUvQ/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+9.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Esta palestra foi uma das mais incríveis que pude ver nesta bienal, por ter sido um primeiro contato com Horácio Dídimo, mas certamente o mais marcante foi ver tantas crianças, que conseguiam quebrar um pouco a dita formalidade do evento, ao se portarem com a naturalidade infantil, correrem daqui ali, rirem alto, serem o que realmente são. Fiquei pensando na época, e fico pensando agora, novamente, ao rever as fotos, onde estarão estas crianças daqui a alguns anos? O que levarão deste momento para suas vidas? O que Lara e Luísa estarão fazendo? O que cada um destes rostinhos, risonhos de encantamento, estarão a sonhar? Seria incrível se pudéssemos ter essas respostas. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Novamente como nas mesas e falas anteriores, mantive minha caderneta sempre à mão, registrando fatos, além de conversar com minha amiga um ou outro detalhe, era bom ter uma outra visão, um interessante complemento e, também, contraponto. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Passeamos um pouco pelos saguões da Bienal, digerindo as muitas sensações que nos invadiam, tanto nas palavras ouvidas como na vida vivida. Lanchamos, conhecemos o simpático palhaço Juá, que nos abordou vendendo cordéis, tudo dentro do clima maravilhoso dessa Bienal. Comprei os livretos, feitos segundo ele por seu pai, do interior. Não por acaso, saímos de lá direto para a praça do cordel, onde tivemos um momento muito agradável com o professor Stelio Torquato, que desenvolve um interessante trabalho na literatura de cordel, ao adaptar clássicos da literatura para o formato, e que ali lançava vários livros. O professor, além de tudo, se mostrou grande conhecedor de etimologia, a origem das palavras, e conversamos um pouco no tema, acabamos indo parar em Mia Couto e culturas africanas, bienal do livro é assim! Dali deixei minha amiga no ponto de ônibus, e voltei, a noite ainda iria longe, direto para a sala 1 do mezanino 2. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiAUEK3GfBma0PANvIFYIzxW4Mf19yOo5yW-qsRuL6P_ETgCX5rkR1IsmphZogl9zFNE78hUm-iaX7PMghKSBypRcs-YlPVzKw8-PTDbYtGjdlHIx7fxPHdNmgt6bGDY6zssApWfN904Y/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+stelio+torquato+13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiAUEK3GfBma0PANvIFYIzxW4Mf19yOo5yW-qsRuL6P_ETgCX5rkR1IsmphZogl9zFNE78hUm-iaX7PMghKSBypRcs-YlPVzKw8-PTDbYtGjdlHIx7fxPHdNmgt6bGDY6zssApWfN904Y/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+stelio+torquato+13.jpg" width="225" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O professor Stelio Torquato e suas obras</td></tr>
</tbody></table>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">MESA (20h) - </b><b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Histórias são vidas de pessoas revisitadas ( </b><b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary Del Priore / Isabel Lustosa ) Mediação: Jáder Santana</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipy1p8d4UCdyEF5BkZa3PsiTu1wdrkA0-9xYQSsDHAWpM03fq3bN2yly5DiL7XBwkDhDSVzPvb-pO054K8jFud_ntiSIBFqnXLslkjnaS5vriMQ_KApKrG1jhHbbGnxkrhRxoOqxyGYlc/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipy1p8d4UCdyEF5BkZa3PsiTu1wdrkA0-9xYQSsDHAWpM03fq3bN2yly5DiL7XBwkDhDSVzPvb-pO054K8jFud_ntiSIBFqnXLslkjnaS5vriMQ_KApKrG1jhHbbGnxkrhRxoOqxyGYlc/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+10.jpg" width="400" /></a></div>
<b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Meu interesse maior aqui era ver algo de Mary Del Priore, da qual já ouvira falar de outros eventos como a Flip, e também conhecer Isabel. Cheguei um pouco atrasado, já em meio a contextos armados que pareciam difíceis de penetrar, mesmo assim tentei. Nesse auditório já muita gente, como era comum nas palestras noturnas, que sempre traziam nomes mais conhecidos. </span><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Como perdi um pouco o fio condutor, transcreverei recortes brutos do que consegui captar. Era difícil estar concentrado aqui, ainda tinha muito da fala de Horácio na mente.</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"</i><i style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Fui aluna de um grande historiador francês. </i><i style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">É preciso se fazer perguntas sobre os documentos históricos, </i><i style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">os historiadores deveriam ser obrigados a estudar francês, pois toda a documentação do século 19 é em francês." – </i><b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary Del Priore</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOWMyPUpom7eACwbx1_pNWbrnpoKi3MaxL56FBJvrsC2aBoKtwH6n-BVqH_mg4MnnOkKoa8tyJ48cvgvyy9uW-i-SGD3jAArbarAoWHT5mL7EJQwqQU0Lh8nwLyqgFR3y_0uZvjQ2YRF8/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="503" data-original-width="1600" height="125" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOWMyPUpom7eACwbx1_pNWbrnpoKi3MaxL56FBJvrsC2aBoKtwH6n-BVqH_mg4MnnOkKoa8tyJ48cvgvyy9uW-i-SGD3jAArbarAoWHT5mL7EJQwqQU0Lh8nwLyqgFR3y_0uZvjQ2YRF8/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+11.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Um esboço rápido que fiz do trio</td></tr>
</tbody></table>
<b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<i style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Conde D'eu é marido da princesa Isabel"</i><span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> - </span><b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Foi citado o livro </span><i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">À Sangue Frio</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">, de Truman Capote, como exemplo de jornalismo literário.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Hoje temos muita facilidade de pesquisa, através do google, é possível imprimir de acervos e praticamente ter os originais"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Isabel</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Lustosa</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"O olhar do historiador é obrigado a prestar contas com o que está dizendo. Os jornalistas não, escreviam crônicas do que viam"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Isabel</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Os arquivos privados são uma fonte inesgotável de informação. Outra fonte fascinante são os memorialistas brasileiros. É uma excelente maneira de aproximar literatura de história. Aprende-se a contar a história do Brasil por suas memórias. Há uma preocupação com a chegada do rádio, com o cinema deixar de ser mudo. A partir desse estudo, dos memorialistas brasileiros, chega-se a outro Brasil."</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Foi falado também do livro de uma francesa sobre a história da loucura e da política. Infelizmente não consegui pegar o nome, do livro ou da autora.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Li 'caricaturas' de pessoas, feitas por jornais e a partir daí surgiu o interesse de ir atrás da biografia delas. Parti do pitoresco."</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Isabel </b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"A gente ganha pouco mas se diverte. Retomar um trabalho já feito é chato, mas descobrir um caminho novo, dentro de um trabalho que só eu estou trabalhando, é maravilhoso"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Isabel</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Eu não só adoro pesquisar, mas amo escrever. Me dedico muito. Não penso só nas minhas ideias, quero que as pessoas se descubram. O bacana de ler histórias é que a gente se descobre"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Foi citado um Dicionário do Negro, mas não encontrei nenhuma possível informação extra sobre esse material, na rápida pesquisa que fiz para escrever esse texto.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Escrever sobre qualquer tema? Se há documentos sobre, dá pra fazer"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Não faço ficção, sou historiadora. Há teses muito complexas sobre Tiradentes, ele era sim muito rico. Historiador precisa imaginar as cenas, para escrevê-las, mas com base no real. Seja livre em suas ideias. (questão comunista, socialista etc)"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary falou bastante de Dom Pedro, peculiaridades de sua vida, de sua rotina, hábitos ruins, roupa: "Tocava muito nas pessoas, era um caipirão".</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"As mulheres e a política?" – </i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">a pergunta veio do público.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"A mulher brasileira é machista, nós é que ensinamos aos filhos os comportamentos machistas"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Onde se arranja documentação para pesquisa o amor sentimento?"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – outra pergunta do público</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Há o dicionário do século 18, há sim muita documentação."</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary </b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"E quanto à reforma do ensino, desobrigar a história nas escolas? Não faz sentido"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – mais alguém do público comentou.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Pra conhecer a história do Brasil, se olhe no espelho. É absurdo eliminar esse conhecimento, é esse estudo que lhe fará se perceber melhor como pessoa. Conhecimento de história é prioritário, é o que te lança no mundo"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Isabel</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">"Não perca a esperança, esse mundo tá sendo dominado pelas mulheres, viu? Pesquisem, há muitas nas humanas, nós chegaremos lá!"</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"> – </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Mary</b><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigvfUNa2yfNysop_jeba5V_nIyUZpiazU2fgk8lBi9eozzWthRq1rveHY9yFio2fLnP8sNhLUEZy_JIjAlyn91_agDRFdikn20c7o88j99nv9tUP1QURa5aMOjTvCBdaNbPbplE2-dMKw/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+14.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigvfUNa2yfNysop_jeba5V_nIyUZpiazU2fgk8lBi9eozzWthRq1rveHY9yFio2fLnP8sNhLUEZy_JIjAlyn91_agDRFdikn20c7o88j99nv9tUP1QURa5aMOjTvCBdaNbPbplE2-dMKw/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+14.jpg" width="400" /></a></div>
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">A mesa foi encerrada com um desabafo, que partiu de uma professora, Zaíla. Sobre comportamentos machistas e preconceitos, ela disse ter uma obra vasta, mas nunca ter sido reconhecida, mesmo há muito tempo atuando. Disse, em tom de brincadeira séria, ter 150 anos, dando ênfase à luta que trava por um reconhecimento ainda não atingido.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTmUBx1tsNutjBd8dIfqfiEYqEZPG0ZOuFjfmSgst1xEkQMbOg_ih6PfQfTO_Zc9PjJbHBBECVVKRsz3xJaU-qV7aG5F_JCcc56s3Ouham3nCwAiuuhXZiXQiIc44BSiwVucdcto1Cjbo/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTmUBx1tsNutjBd8dIfqfiEYqEZPG0ZOuFjfmSgst1xEkQMbOg_ih6PfQfTO_Zc9PjJbHBBECVVKRsz3xJaU-qV7aG5F_JCcc56s3Ouham3nCwAiuuhXZiXQiIc44BSiwVucdcto1Cjbo/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+16.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Fiz algumas fotos finais, antes de deixar o auditório, da tradicional fila de autógrafos. Lá fora, como era comum após todas as grandes palestras, havia a venda de livros dos autores presentes. Em destaque, estava </span><i style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Histórias da Gente Brasileira</i><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">, da Mary Del Priore. Passei bem longe de comprar, ainda não tinha comprado nada nesta bienal e mesmo a palestra tendo sido bem interessante, este estava fora de minhas metas, sobretudo pelo preço. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-Jo-RLMJMrzT82a63Eh5OhsG6-OZUlMVz5djLIIDyfjGzqFGEUmAAW6SSnRg_QzrD3umXW8Gcx-6pSqVmLXfaf3-AApO3DWVQvC_wUBBWyRDT4zZH4q5gI2sLUXI6sHuj8ZcNwz2_2os/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-Jo-RLMJMrzT82a63Eh5OhsG6-OZUlMVz5djLIIDyfjGzqFGEUmAAW6SSnRg_QzrD3umXW8Gcx-6pSqVmLXfaf3-AApO3DWVQvC_wUBBWyRDT4zZH4q5gI2sLUXI6sHuj8ZcNwz2_2os/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+12.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Enquanto descia as escadas rolantes, observava a redução do movimento, os espaços fechando ou em processo de fechamento, o fluxo de saída das pessoas. Era uma constante de todos aqueles dias, perceber tudo isso. Uma cena em particular sempre me detinha: a praça do cordel, àquela hora, com suas muitas cadeiras arrumadas por cima das mesas, numa composição estranha, um modo incomum de se passar a noite, pensei, mas elas pareciam bem, confortáveis, guardiãs do sono dos justos. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieWTZZDOCX4Juyj3sF_Xv5Pun0GafqHCihyphenhyphen6RbEqcV_uKMT-0-zql2NxFzIrX1mWX2mPBIX30ut67smNpgMFJEURggasR_dsx2BKxcR0_giBdal7yNjDxrGQRLwR1uuK7-uEgg-yh-18Q/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+15.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieWTZZDOCX4Juyj3sF_Xv5Pun0GafqHCihyphenhyphen6RbEqcV_uKMT-0-zql2NxFzIrX1mWX2mPBIX30ut67smNpgMFJEURggasR_dsx2BKxcR0_giBdal7yNjDxrGQRLwR1uuK7-uEgg-yh-18Q/s400/dia%25CC%2581logos+visuais%252C+hora%25CC%2581cio+di%25CC%2581dimo+daniel+diaz+mary+del+priore+kelsen+bravos+isabel+lustosa+jader+santana+denis+akel+15.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Um dia de muitas emoções, mais um capítulo crucial da grande epopeia que me foi esta Bienal do Livro. Desde a inesperada conversa com Válter, à maravilhosa da descoberta de Horácio Dídimo, o fascínio das crianças. Do passeio pelos estandes, ainda que não tenha comprado livros até agora, as conversas com minha amiga, e o que consegui pegar da mesa de Mary e Isabel. Eu viria logo mais a reencontrar Mary na Flicaixa, no mês seguinte, e já fiz um post sobre, <a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2017/05/flicaixa-2017-23-mary-del-priore.html">aqui</a>.</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">Continua no </span><b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">dia 6</b><span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;">, com Ricardo Kelmer, Cleudene Aragão, Socorro Acioli e Frei Betto.</span><br />
<b style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; white-space: pre-wrap;"><br /></b>Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-35138486733407095672017-10-30T16:47:00.003-03:002017-10-30T17:24:33.046-03:00Bienal do Livro do Ceará 2017, dia 4 - Encontro com índios Anassés e Válter Hugo Mãe (17/04/2017)<div style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue'; line-height: normal;">
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNTJIB7e9EfY5cifhhfOG68lx2Qptc3a15Ez2fiTvtFib-RqhDurIoUXunywYZwR1Twm1tnSCUqAsR3AG9ZQDaha7g26V1TBlBFdAe5hIyeiRh9zAT3G_nuYYQ4u1aiTy2mqg-zdmUWb8/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+25.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNTJIB7e9EfY5cifhhfOG68lx2Qptc3a15Ez2fiTvtFib-RqhDurIoUXunywYZwR1Twm1tnSCUqAsR3AG9ZQDaha7g26V1TBlBFdAe5hIyeiRh9zAT3G_nuYYQ4u1aiTy2mqg-zdmUWb8/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+25.jpg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<div style="font-family: 'Helvetica Neue'; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="font-size: xx-small;"><span style="-webkit-font-kerning: none;"></span>Fotos e vídeos: Denis Akel</span><br />
<div style="font-size: 16px;">
<br /></div>
</div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Seguindo enfim com a série de textos referentes à Bienal do Livro do Ceará 2017, eis a quarta postagem, focada no encontro do escritor português Valter Hugo Mãe com a tribo indígena Anacé, como programação da <i>Bienal fora da Bienal</i>, atividade especial que retornou esse ano à grade do evento. Antes de falar mais amplamente de tudo, eis o que escrevi à ocasião, no dia, logo após findado o passeio e tendo voltado pra casa:</span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal; min-height: 12px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>Neste quarto dia de Bienal, optei por fugir um pouco do ar aprisionador do centro de eventos. Fui para a programação da Bienal fora da Bienal. E fui na sorte. Não fiz registro, não deixei nome, não ganhei sorteio. Simplesmente houve muitas desistências. E essa sorte me levou a um sensacional passeio em plena tarde de segunda. Em clima de Bienal, aliás, quem se lembra do dia? </i></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal; min-height: 12px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>O passeio focaria no encontro do escritor Valter Hugo Mãe com os índios Anassés, em Caucaia/CE. A ida até a comunidade foi puro deslumbre, com paisagens que muito fazem falta no dia a dia urbano. Fomos generosamente recebidos, com cartazes e sorrisos, de um povo feliz por ser lembrado. </i></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal; min-height: 12px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>Havia por ali uma paz, um aconchego, que eu até então não lembro de ter sentido. Caminhar descalço pela trilha de areia, massagear os pés no riacho, comer tapioca com café e mugunzá, observar a vida daquele povo, que nos abraçava como irmãos, o que mais poderiamos querer? Todos logo se instalaram sob um cajueiro, à espera do convidado. E ele demorou. </i></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal; min-height: 12px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>Fiquei a observar o lugar, a me encantar com o simples fato de estar ali, de poder viver tamanha simplicidade. Me sentia estranho, portando celular, bolsas, tecnologias, enquanto crianças locais se esbanjavam nas águas do riacho, numa espontânea manifestação de infância. Tudo irradiava vida, não era difícil sentir a boa energia que emanava daquelas terras. E nada de Valter. Ora, aquela experiência sensorial já era tão única que mesmo o português não vindo, já teria valido cada minuto.</i></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal; min-height: 12px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>Mas ele logo surgiu, com pompa de herói, num cortejo com o cacique e os demais índios. Valter trazia algo como um ramo nas mãos, certamente um presente que deveria ter algum significado, mas jamais se soube. Em meio a cantoria, a euforia de lentes e máquinas fotográficas - que julguei proibidas - e estranhamente roubaram a cena, o escritor foi conduzido ao centro da roda.</i></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal; min-height: 12px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>Acompanhamos uma conversa que começou falando da colonização portuguesa no Brasil, da falta de espaço às comunidades indígenas e culminou com relatos da comunidade Anassés, pedindo ajuda para não desaparecer, clamando para ser ouvida. Valter pontuava a importância dos índios, como os povos originais desta terra, e se mostrou bastante emocionado por ter sido escolhido para estar ali, para ser o alvo de toda aquela comoção. Tudo em meio a muitos cliques de câmeras e mugidos de vaca, uma combinação bastante inusitada. </i></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal; min-height: 12px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>O atraso de Valter teve um preço. O sol não quis saber, e deixou todos no escuro, no fim da tarde, para uma roda final de danças e cantorias. A alegria daquele povo, as palavras sinceras e diretas do cacique e de seus filhos, o respeito de Valter, os mugidos das vacas. Um memorável momento desta Bienal fora da Bienal. </i></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal; min-height: 12px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i></i></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 10px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Escrito e publicado originalmente em 17/04/2017, no Facebook</span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">-------------------------------------------------------------------------------------------------------</span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Este foi um dia de grandes memórias, razão pela qual quis escrever mais um pouco sobre ele e seus desdobramentos. Era o quarto dia de Bienal do Livro, e após a energia injetada em mim no dia anterior, através da palestra de Marcelino Freire e Válter Hugo Mãe, estava cada vez mais disposto a mergulhar fundo em tudo o mais o que pudesse no evento, ao longo de seus dias restantes. Neste cenário, surge a <i>Bienal fora da Bienal, </i>uma das programações mais curiosas dessa edição. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">O segmento propôs levar escritores para fora do enclausuramento do Centro de Eventos, realizando debates e diálogos em outros espaços de Fortaleza e região metropolitana, e com isso também favorecendo a presença de pessoas fora do eixo central da cidade. O projeto é idealizado por um querido amigo, o sociólogo Júlio Lira, através do qual soube já ter havido outra edição, na bienal de 2006. À época eu ainda não acompanhava tudo tão de perto mas soube de Júlio um pouco do que aconteceu naquele ano, das experiências com os escritores e ideias de inseri-los em outros contextos que não as típicas e tradicionais falas em auditórios e salas fechadas. Júlio, muito animado com a volta da atividade, disse que viria muita coisa boa nesta edição, em 2017. Logo, quando a programação foi divulgada, vi um panorama geral das excursões, que incluiria falas em zonas periféricas, praças urbanas e até no meio do mar. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">E dentro da singularidade do <i>Bienal fora da Bienal</i>, destacava-se uma das propostas, que tinha como alvo o escritor português Válter Hugo Mãe, escalado para encontro com uma tribo indígena, os Anassés, aqui mesmo em Fortaleza, na grande Caucaia. Não que os demais passeios não fossem interessantes, mas este tinha, além do escritor, toda a questão indígena, trazendo uma renovação, uma descoberta e, por que não dizer, alívio, ante a mesmice que acabaria sendo mais um dia confinado no Centro de Eventos. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">O evento lembrava um pouco o <i>Percursos Urbanos</i>, uma outra idealização do Júlio, que promove passeios culturais pela cidade, a partir do Centro Cultural Banco do Nordeste. Era possível quase dizer que este passeio era um Percurso Urbano especial, uma vez que seria aberto ao público e disporia de ônibus para a localidade, mediante inscrição prévia. A princípio, não pensei em ir. Imaginei que as vagas já estariam mais do que preenchidas, pelo que tinha visto da avidez do público que encheu as já duas falas proferidas por Válter nos primeiros dias de Bienal. No dia em questão, 17 de abril, porém, fui tomado pelo impulso, curiosidade, ânsia do movimento, que me fez sair de casa direto não para o Centro de Eventos, mas para o CCBNB, ponto do qual sairia o ônibus desta <i>Bienal fora da Bienal, </i>previsto para as 14h. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: black; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQyz6kLsfsWqMQxuH50Q_fbIfXgMs9r2c3Awp7cRspJXYKtR9RYk3EykbMXgjZGxueE28zFN7rh70AJQGN_iJ6o0AGi87m4Q3WP1w9xXp9Y_ZZqzcg-rgLnS8qaYi5Ba5gkfT5nM63pl8/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQyz6kLsfsWqMQxuH50Q_fbIfXgMs9r2c3Awp7cRspJXYKtR9RYk3EykbMXgjZGxueE28zFN7rh70AJQGN_iJ6o0AGi87m4Q3WP1w9xXp9Y_ZZqzcg-rgLnS8qaYi5Ba5gkfT5nM63pl8/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+1.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<br />
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Fui com minha mãe, que aproveitou para fugir da rotina e se permitir uma saída diferente em plena semana. Os detalhes estavam sendo postados diretamente no Facebook: devia-se levar toalhas, para se sentar à natureza (de preferência brancas), estar preparado para tirar os calçados (era necessário atravessar um rio) e evitar tirar fotos ou falar com o escritor. De modo geral, essas observações, sobretudo as últimas, me soaram estranhas. Até parece que ninguém iria fotografar, pensei. </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Não fizemos nenhuma inscrição, fomos com o coração. Caso não desse certo, tinha um outro plano, de voltar direto para o Centro de Eventos, haveria uma fala de Ana Miranda e Marina Colasanti naquela tarde. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Nos deparamos com grande movimento nas escadarias do CCBNB; foram dois ônibus. O primeiro partiu completamente lotado, mas para minha surpresa o outro estava quase vazio. Fomos autorizados a embarcar neste segundo, e fiquei igualmente surpreso ao não ver tanta gente como esperava, talvez por ser dia de semana, e àquela hora da tarde. Tivemos quase o ônibus inteiro para nós, numa viagem tranquila, exceto pelo calor. Inúmeros vendedores d'agua empurravam garrafinhas pelas janelas. Caçamos moedas para uma, a sede era demais. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Eu ainda não sabia de muita coisa referente aos índios ou à região onde iríamos, não conseguia deixar era de me impressionar pelo fato de ter conseguido ir, de ter dado certo, e ao deixar-me levar por essa boa energia, os eventuais incômodos de viagem se mostravam ridículos e obsoletos. Era uma segunda-feira, mas não parecia. Nos sentíamos quase como que em outra vida, por estarmos trilhando uma rota tão diferente, ressignificando a dita rotina. Fiquei me perguntando se Válter tinha ido no outro ônibus, junto com todos, mas achava difícil. Certamente o autor ou iria em carro especial ou até já estava por lá. Ocorreu-me um pensamento: por que da presença do escritor na comunidade indígena, como se justificaria isso? Não seria algo meio forçado? Era o que estava para ver.</span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: black; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihkpQeXow8EiJMoj34vv-ku8viIP4yp5oNPpS8ihfN9_xWbv_DTttCd1NikSx38kLhWOg6Z1HX21buGqY3m57GmiZQF6wDEPxN2D83ROCml4oRPLCSL63ZulgbfuBxh6wtHrHQRE7H4Bo/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihkpQeXow8EiJMoj34vv-ku8viIP4yp5oNPpS8ihfN9_xWbv_DTttCd1NikSx38kLhWOg6Z1HX21buGqY3m57GmiZQF6wDEPxN2D83ROCml4oRPLCSL63ZulgbfuBxh6wtHrHQRE7H4Bo/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+2.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: black; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOxll8iVAtikFzoGElqm1dU0L9Id4kAI_W899YFHcAT3iQs9K0emh-zzfv_JHoROxrCPVCo3UL4BFcWO2T-t9ImF9ig5bM9YbPtxuizlEADhLNMUWSFFYRlds0-mtijoYmewkmY0iqhlk/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOxll8iVAtikFzoGElqm1dU0L9Id4kAI_W899YFHcAT3iQs9K0emh-zzfv_JHoROxrCPVCo3UL4BFcWO2T-t9ImF9ig5bM9YbPtxuizlEADhLNMUWSFFYRlds0-mtijoYmewkmY0iqhlk/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+3.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Após a mudança do cenário das janelas, que adquiriu tons verdes e interioranos, decepando prédios e edifícios, já em Caucaia, nos vimos entrando no território dos Anacés, localizado numa extensa área rural que lembrava um sítio afastado do mundo. O ônibus nos deixou na borda de uma trilha, demarcada com cerca e arrame farpado, a qual deveríamos atravessar. Um dos requisitos do passeio logo se mostrou, ao vermos o rio, embora o trecho a cruzar fosse apenas um córrego. </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: black; font-size: 16px; text-align: center;">
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<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">O sol agora se via fresco e agradável, realçando o viço natural de toda aquela folhagem. Atravessamos a pequena correnteza, sentindo suave massagem de água nos pés, sensação tão boa que quis que a travessia não terminasse tão cedo; ela revelou-se muito mais curta do que imaginei. Todos tiveram de tirar os calçados, embora várias pessoas tenham vindo de tênis, não viram ou ignoraram as medidas recomendadas, e tiveram de tirá-los, atrasando a fila indiana que até esse momento mantinha-se alinhada. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: black; font-size: 16px; text-align: center;">
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<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Ao percebermos os primeiros índios, senti um choque cultural, o contraste com nossas muitas bolsas, celulares e acessórios. Seguravam cartazes nos recepcionando com muita simpatia. Devolvemos os cumprimentos e seguimos com eles pela trilha, passando por algumas casas, até chegar aos pés de uma grande árvore, um cajueiro, que seria palco do encontro vindouro. Nem sinal de Válter ou mesmo de Júlio Lira, o coordenador da atividade.</span><br />
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Marcada para as 16h, faltava ainda alguns minutos e aproveitamos, como boa parte do pessoal, para nos deliciarmos com tapioca, mungunzá e bolo, vendidos numa barraquinha próxima, operada pelos próprios índios, a preços sorridentes. Tudo parecia apetitoso, um tempero a mais, o da própria situação. Tapiocas e cafés saíam a todo instante. Por acaso o motorista do primeiro ônibus estava por ali, através dele soube um pouco de como foi a viagem para eles: "O de vocês não veio cheio?". E quando chegou nossa vez no lanche, acabou a tapioca, "mas ela vai já, já fazer mais, viu?", nos disse a mocinha que atendia, sorrindo, apontando para uma outra barraca vizinha: "ela tá preparando a massa". Esperamos, não tem problema. Pegamos o café logo para garantir e enquanto mantínhamos o copinho fumegante nas mãos, aproveitávamos para viajar naquele cenário de serenidade: a cozinha improvisada, de barro e pedaços de telha, com bacias, panelas e madeiras, era um espetáculo à parte, ainda observei a dança do fogo acendido e mantido com esforços que embora me fossem diferentes, revelavam a mesma chama que aprendi a admirar.</span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: black; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEyPDv0pScvkBkL_rEGk-sdorFkizOBlGY72wU2h18wmDeRzoazJbOsDU8GXIYYoYFKuLi9TYOYdNrhPLzbfAwMKalcQohbiv_nuj9VyDQLezlzCkYCGPzPSKTNUtEmlIM3GLv9lLG5U8/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEyPDv0pScvkBkL_rEGk-sdorFkizOBlGY72wU2h18wmDeRzoazJbOsDU8GXIYYoYFKuLi9TYOYdNrhPLzbfAwMKalcQohbiv_nuj9VyDQLezlzCkYCGPzPSKTNUtEmlIM3GLv9lLG5U8/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+7.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: black; font-size: 16px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: black; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Próximo ao cajueiro ficava o rio que desaguava na trilha. A torrente era delineada por uma pequena barragem, onde àquela hora brincavam e nadavam algumas crianças, com uma espontaneidade que me petrificou o olhar. Batiam na água, riam, mergulhavam, subiam, mergulhavam de novo. Uma diversão tão inocente quanto a própria existência. Nos olhavam com curiosidade, como a talvez pensar por que não nos juntávamos a eles. Ali, naquele pedacinho de mundo, acontecia o melhor parque aquático de todos. Parecíamos estar bem mais longe do que de fato estávamos, uma realidade tão perto, e talvez por isso tão longe.</span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: black; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipeZJSLZUS6gqjpbqA_2LJJ6_YIAz_JAg4vaxyQ89gqupjtaNoLfrhtuhTD5AtGr_iM4rQel1hX5Ua9m5FMH0a7N9EMQyEtUyqnKY0DriSJzx5A3iFqSR9DT7BG177m9TKSZ_y5opH2Sc/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipeZJSLZUS6gqjpbqA_2LJJ6_YIAz_JAg4vaxyQ89gqupjtaNoLfrhtuhTD5AtGr_iM4rQel1hX5Ua9m5FMH0a7N9EMQyEtUyqnKY0DriSJzx5A3iFqSR9DT7BG177m9TKSZ_y5opH2Sc/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+6.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Já com nossas tapiocas, não havia aparentemente onde sentar, mas improvisamos, em tocos de madeira, troncos de árvore, nada de bancos ou mesas, a experiência pedia um aconchego mais rudimentar, mais próximo à natureza, o que a engrandecia ainda mais. O café parecia mais saboroso, a tapioca mais pura, o próprio ar era ingrediente a ser devorado desmedidamente. Findado o lanche, nos juntamos aos demais, sob o cajueiro. Os compridos troncos que serviam de bancos, já quase cheios. Outras pessoas preferiram sentar-se direto no chão, usando suas toalhinhas. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
Achamos uma brecha num cantinho de tronco. Sentados, ficamos entre conversar, observar e sentir o ambiente. Aproveitei para anotar qualquer coisas em minhas cadernetas, reflexões de minuto, do estar, da beleza que era o olhar aproximado da casca do tronco do cajueiro, que revelava um mundo de caminhos diminutos, quase invisíveis em meio a todo aquele encanto.</div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaiAu3RF27lkWECMPtM9wMrMYsfuwhpHaYEZpnqXT8rE7j6tL_dZooDMQ_i8WX8gwfimC04qhsX8ikQl5R8T_UQ2VHixsc-KzhVMfXTOj0CqB1YyukAT3gl47ig3JVUyBP404ooJt0nC8/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaiAu3RF27lkWECMPtM9wMrMYsfuwhpHaYEZpnqXT8rE7j6tL_dZooDMQ_i8WX8gwfimC04qhsX8ikQl5R8T_UQ2VHixsc-KzhVMfXTOj0CqB1YyukAT3gl47ig3JVUyBP404ooJt0nC8/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+9.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Outra companhia constante era a das vacas, ao longo do campo. Pode existir algo mais belo, mais espontâneo do que uma vaca pastando? Fique hipnotizado pelo movimento natural de seu rabo, para lá e para cá, como um pêndulo a badalar felicidade. Todos esses elementos juntos geravam um bem estar, um despertar de vida. Cachorrinhos passeavam, crianças em seus mergulhos, o sol a meia luz, as folhas do cajueiro conversando baixinho. Válter estava atrasado, já mais de uma hora, mas só viver essas sensações já era um reconforto.</span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Estava tão hipnotizado que não senti o passar do tempo, só voltando à realidade quando vi não a chegada do português mas de outras pessoas que, de alguma maneira, quebraram a inocência daquele retrato. Eram técnicos, de som, de imagem. Chegaram carregando caixas de equipamentos, fios, microfones, caixas de som. Vi surgirem logotipos de emissoras de TV. Ligaram os aparelhos, esticando a fiação nos arredores do cajueiro, com a determinação de quem prepara um palco artificial. Outras pessoas, da Bienal, organizavam o público o mais próximo possível da árvore. Uma lona com o nome do evento foi esticada na areia do chão, como que marcando a autenticidade deste. Eu bem imaginava que algo daquelas proporções, com a presença de Válter Hugo Mãe, seria sim filmada, fotografada, exageradamente registrada. Podiam até não falar com o escritor, mas ninguém ia deixar de fotografar coisa nenhuma. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMeIeb-QvpuiAEfs9iFwjJNDaXfBVVlJ3YjXoTfZEGmReiXTFN6ddHtRTieZn5W_nuolhuK4dHkh-AExeCLUUeM1Lmp1RHhZxSB8LPsIPW8V8k3jvBWoE4ziSjyPhFVhxIJlMs2n3kKwA/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMeIeb-QvpuiAEfs9iFwjJNDaXfBVVlJ3YjXoTfZEGmReiXTFN6ddHtRTieZn5W_nuolhuK4dHkh-AExeCLUUeM1Lmp1RHhZxSB8LPsIPW8V8k3jvBWoE4ziSjyPhFVhxIJlMs2n3kKwA/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+10.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">E finalmente, já às 17h, quando todos estavam bem relaxados e acomodados nos troncos e toalhinhas, eis que surge o escritor português. Fez-se silêncio total, ouvindo-se apenas o canto dos vários índios que entraram junto ao escritor. Chocalhos e outros instrumentos marcavam a aparição. </span>Válter vinha no centro do grupo, como um índio honorário, carregando às mãos um ramo, decerto um presente de boas-vindas. Mantinha o olhar sério, em respeito à celebração. A comoção era tamanha que parecia quase um herói de guerra, aquele que traria equilíbrio à tribo. Viu-se euforia no público que o aguardava, mas mais ainda nos fotógrafos e cinegrafistas, que agora brotaram aos montes, com câmeras que mal cabiam nas mãos. Os celulares também brilharam, literalmente, numa chuva de flashes. Atrás de toda a procissão, vinha Júlio Lira, coordenador da <i>Bienal fora da Bienal</i>, devidamente equipado com sua câmera. Com a proibição das fotos por água abaixo, também me juntei a eles. </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj63wKwczlOO17i4MOCD7AdQsUuDjYJgMPlA1hvmZI-9t0wgTq1D0534kLexWmJygi56e-ehbowrpvOEIwsJvzvWazqVfmk_2rXfiL8uwJcOIsVShq0usz1aXfyTb67E7DuqfsSSvfLaI/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj63wKwczlOO17i4MOCD7AdQsUuDjYJgMPlA1hvmZI-9t0wgTq1D0534kLexWmJygi56e-ehbowrpvOEIwsJvzvWazqVfmk_2rXfiL8uwJcOIsVShq0usz1aXfyTb67E7DuqfsSSvfLaI/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+11.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-size: 16px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
</div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Válter foi conduzido aos entornos do cajueiro, onde um tronco-banco vazio o aguardava, bem como uma caixa de som e microfone. Dali aconteceria toda a conversa. Após a cantoria inicial, o cacique rezou um Pai Nosso, e vieram logo os contrastes das realidades; a reza foi bruscamente interrompida por inoportuno estouro da caixa de som, daqueles de doer os ouvidos, que faziam o mugido das vacas parecerem a melhor de todas as músicas. Era ainda o começo, mas eu sentia leve teatricidade naquilo tudo, naquela presença de tantas câmeras e aparelhos, que se diziam proibidos a princípio.<br />
<br />
O cacique seguiu com a oração, indiferente, e pediu um minuto de silêncio em memória de seus antepassados. Todos obedeceram, mas apenas os índios baixaram a cabeça, em profunda consignação. Os fotógrafos não respeitaram nada e disparavam fashes e fotos do silêncio.<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
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<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
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<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgytWwOaedKKu_YCJGBrn8TsURgrSm3WZAiAjkMuIHCBzdL7Fiwzc_TbqwvwWNRKz9FG0WYOk9FMmOy-MGJID4MMvMjZ79657URcQZxYDSmnvdOVLU_mGyomGR2Q3OKmSfnCPPAJDNgM8s/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+14.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgytWwOaedKKu_YCJGBrn8TsURgrSm3WZAiAjkMuIHCBzdL7Fiwzc_TbqwvwWNRKz9FG0WYOk9FMmOy-MGJID4MMvMjZ79657URcQZxYDSmnvdOVLU_mGyomGR2Q3OKmSfnCPPAJDNgM8s/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+14.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"> </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Depois do ritual, um dos índios fez introdução do que seria aquele momento, apresentando a realidade da comunidade indígena, os Anassés. Apresentou também o cacique, Antonio Ferreira da Silva, que de cara mostrou-se de personalidade forte e direta, uma postura que o tornaria uma tônica daquele encontro. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Falou-se a respeito das dificuldades em sua sobrevivêcia, para manterem-se, terem como trabalhar, ante as muitas injustiças recaídas sobre seu povo, que não recebe assistência há pelo menos doze anos. O cacique e outros dois índios que permaneceram mais próximos a ele durante toda a roda (depois descobri serem seus filhos), Climério e Roberto, tinha um tom de apelo, de serem vistos, serem ouvidos. A respeito da presença do escritor português, o cacique mostrou-se contente:</span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_vGudPQxeUmfn8ogY8dclw2pBqSjtSBWzMfb_RultAJTQbFgkok_MSD1nW07bWSuNPbQpRYJxhll8cxTRDoG2FQ-kb3HAsSPyftGdyNpmYQ2UuckGqP5_OkrEs6fwQ6N19bx5lR3NtdQ/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+15.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_vGudPQxeUmfn8ogY8dclw2pBqSjtSBWzMfb_RultAJTQbFgkok_MSD1nW07bWSuNPbQpRYJxhll8cxTRDoG2FQ-kb3HAsSPyftGdyNpmYQ2UuckGqP5_OkrEs6fwQ6N19bx5lR3NtdQ/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+15.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>"O dinheiro ajuda, mas uma homenagem é melhor ainda"</i> – <b>Cacique Antonio </b></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Um dos primeiros temas trazidos à tona, que acompanharia, direta ou indiretamente toda a conversa, foi a questão da chegada dos portugueses ao Brasil, no qual já estavam os índios, e a culpa, ou podemos dizer, débito que o povo português tinha com os indígenas. Nesse ponto, Válter meio que assumia quase um papel de vilão, ou de responsável por "apaziguar" os ânimos, ao menos era isso que dava a se entender. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">"<i>Eles não nos deram nada, o povo deles, mas nós demos tudo a eles!</i>" - <b>Cacique Antonio</b> </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Não sei exatamente como ou por que, mas havia entre o público um promotor de justiça, que veio à tona desse acaso e gerou já de cara um pequeno estranhamento entre os índios, ao ser indagado do descaso recebido pela comunidade. O homem quis se explicar, e improvisou um discurso, uma fala de respeito e consideração: </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>"Perdão pelo atraso, na verdade não são doze anos, são 500 anos de atraso"</i> - <b>promotor</b></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">O ato, apesar de soar nobre e digno, me pareceu um pouco teatral, não sei, bonitinho demais. Como aquele promotor estava lá? Por que quis se manifestar? E já trouxe as palavras prontas ou foi mesmo improviso? De qualquer maneira, compôs bem a cena, bem didática. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh0uoDZkBJEIjvXJemiaAZYXixyfiHQ6H92Qt5gzp2lvOxAvfGDPqy2c81T4n7hsEDoV-aHP-QtzBZ1SdIiuCYGakxLWXyWKcFbUzQsxgkJnv0BERs_fAR6PQbO-m5bCvidiW6bhRQkk4/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh0uoDZkBJEIjvXJemiaAZYXixyfiHQ6H92Qt5gzp2lvOxAvfGDPqy2c81T4n7hsEDoV-aHP-QtzBZ1SdIiuCYGakxLWXyWKcFbUzQsxgkJnv0BERs_fAR6PQbO-m5bCvidiW6bhRQkk4/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+16.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>"Não preciso de dinheiro, tenho tudo o que quero sem dinheiro, só preciso de dinheiro para comer"</i> - <b>Cacique</b></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">O escritor português ouvia atento, o ramo seguro às mãos. Era ainda alvo das muitas câmeras e lentes, quando se manifestou:</span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">"<i>Acho que sou muito pouco para vossa causa, sou muito pequeno para a grandeza de seu povo, é uma responsabilidade muito grande.</i> <i>Vocês são o povo original. É muito especial para mim estar aqui</i>" - <b>Válter</b></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">As vacas davam um tom extra às falas, os mugidos pareciam quase comunicar-se entre si, como se elas participassem, opinassem, quem sabe até encontrassem soluções para a necessidade indígena. Já os troncos onde estávamos sentados eram apoiados por tijolos; o peso em uns era tanto que se rebentaram, gerando sustos ocasionais. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"> <i>"O poder deveria ser usado unicamente para ajudar os necessitados"</i> - <b>Válter</b></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlB2NPxcn1mjwICk2jMiUfW9aQlIbY6oTC2ykCTgTH4dV4IcTDVfJG_OyTuPHxY6aF6fZV4mUQTD7N5b0-VDlace5lQyQXzV1YQvN8OamRbmR4BBMyS40pRWSs6MltH7yWrAVSGIgnoaA/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+17.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlB2NPxcn1mjwICk2jMiUfW9aQlIbY6oTC2ykCTgTH4dV4IcTDVfJG_OyTuPHxY6aF6fZV4mUQTD7N5b0-VDlace5lQyQXzV1YQvN8OamRbmR4BBMyS40pRWSs6MltH7yWrAVSGIgnoaA/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+17.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<i>"Todos temos um lado bom e ruim, mas todos temos uma essência, e precisamos da essência do outro, para existir, agradeço à existência de vocês"</i> - <b>Um dos filhos do Cacique</b> <span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
O diálogo cresceu, deixando de lado um pouco a questão dos portugueses, e focando na dificuldade indígena, de lutarem por suas terras, seus direitos. O cacique disse que já foi preso duas vezes por seu envolvimento na causa: "O errado tem raiva do certo" - <b>Cacique Antonio</b></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
"A FUNAI não nos deixa trabalhar, nunca nos visitaram." - <b>Cacique Antonio</b><span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Um dos filhos do cacique falou aberta e sinceramente, de política, vários escândalos, corrupção, PEC, decretos publicados que os prejudicam, das comunidades indígenas que vêm sendo atacadas, jogando um grande painel sobre o debate. Um dos principais motivos seria o agronegócio e a especulação imobiliária. A questão era de tanta seriedade que o rapaz pediu doação para os índios no endereço da FUNAI: "Água e algo para as crianças". As palavras vinham do coração, compadeciam, vinham de alguém que aparentava ter visto e vivido muito, superado e continuar superando ainda mais. Era uma realidade que todos ali, exceto os índios, desconheciam. Não tínhamos ideia clara do que significava para eles, mas poderíamos ser nós no lugar deles, "<i>precisamos da essência do outro para existir</i>", lembrei das palavras de poucos minutos atrás.</span> </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRbpkjLidbHdrqE6oXOeNPyYdGtUhgPZ53noCIts_HRdV4Cvo-_gM9UqUQackhMrz-LZp_0Tq3dBb8AhH8FilbPoH7JiYMhBdNo0nNOU1ibzag_B6O22Uh5I2hdIXPszhyG-OiNdFMePM/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+18.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRbpkjLidbHdrqE6oXOeNPyYdGtUhgPZ53noCIts_HRdV4Cvo-_gM9UqUQackhMrz-LZp_0Tq3dBb8AhH8FilbPoH7JiYMhBdNo0nNOU1ibzag_B6O22Uh5I2hdIXPszhyG-OiNdFMePM/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+18.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>"Eu tenho muita dificuldade em acreditar que você tem apenas 20 anos"</i> – <b>Válter</b>, sobre filho do cacique. O escritor divagou algumas ideias, propostas, de como se encontrar o respeito pela comunidade indígena, em parte a partir da própria natureza, que tem tanto a ensinar aos homens.</span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>"As pessoas são plantadas, isto me lembrou um de meus livros, mas pra mim é poético, pra você é espiritualidade, é de seus ancestrais"</i> – </span><span style="-webkit-font-kerning: none; color: black;"><b>Válter</b></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Uma senhora da comunidade passou pedindo doações, num chapéu. Demos alguma quantia, caçando troco nas próprias cédulas já doadas. Tal trabalho, porém, nos tirou um pouco o foco das palavras de Válter, que discorria algo que só lembro que começou com a tribo dos Yanomami. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>"Quem tem medo de morrer, não nasce vivo. Não tenho medo de nada"</i> - <b>Cacique Antonio</b></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>"Não tenho preocupação nenhuma, deito e durmo a noite inteira e quando dá vontade de escrever poesia, vou lá e escrevo"</i> – <b>Cacique Antonio</b> </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">O cacique Antonio era durão, valente, sobretudo sábio. E também poeta. Em certo momento, foi colocado sobre a lona um saco cheio de livretos de sua autoria, de histórias e lendas dos Anacés. Comprei um, material bom, simples, funcional, histórias que poderiam se perder, não fossem registradas, passadas, e em tão poucas páginas pode-se fazer tanto. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGwwufHKy1jC1o8TCF9HsOdGs9oW5VN7u-DpcU1Yxs3oCJYnM6iUhPDEwAP95g24soyFI-uweotpp0XtaW2qvddcdBxvi9R3q7jJXh3jm2XV2rnE_-XE7lFkoXphrcHqFe1fB8EvAxrR4/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+cacique+antonio+ferreira+da+silva+.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1150" data-original-width="1532" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGwwufHKy1jC1o8TCF9HsOdGs9oW5VN7u-DpcU1Yxs3oCJYnM6iUhPDEwAP95g24soyFI-uweotpp0XtaW2qvddcdBxvi9R3q7jJXh3jm2XV2rnE_-XE7lFkoXphrcHqFe1fB8EvAxrR4/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+cacique+antonio+ferreira+da+silva+.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-size: 16px;">
<br /></div>
<div style="font-size: 16px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwgfd31cLIrJuuHoJ1WzYgHbw9dnmmuXUFrAbmds03wTRztgTGtRU63Gh03-3ZDNKUQptt4MOSgmyaWsR5kBTKnYbsCeGx9s_CSXZua5QMBUEdKWmiGa5htDC3s1zKLSiODQalAnR8jig/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+cacique+antonio+ferreira+da+silva+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwgfd31cLIrJuuHoJ1WzYgHbw9dnmmuXUFrAbmds03wTRztgTGtRU63Gh03-3ZDNKUQptt4MOSgmyaWsR5kBTKnYbsCeGx9s_CSXZua5QMBUEdKWmiGa5htDC3s1zKLSiODQalAnR8jig/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+cacique+antonio+ferreira+da+silva+2.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-size: 16px;">
<br /></div>
<div style="font-size: 16px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvtDYt8sbLd6VFHFr51WoebEAShYm5uH-9nRDtHJHrNmYUHT3m7lSLaJBfEnKZydgKLn3GSm292s0ktxq2fjX373Y5m0eBMIuvColFr_8FcR6Bo3C1_AzJGCGe66q2lsmWUxP_4e5RUWE/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+cacique+antonio+ferreira+da+silva+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvtDYt8sbLd6VFHFr51WoebEAShYm5uH-9nRDtHJHrNmYUHT3m7lSLaJBfEnKZydgKLn3GSm292s0ktxq2fjX373Y5m0eBMIuvColFr_8FcR6Bo3C1_AzJGCGe66q2lsmWUxP_4e5RUWE/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+cacique+antonio+ferreira+da+silva+3.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>"Antigamente, os índios se escondiam para não morrer, agora, eles estão aparecendo para não morrer</i> - <b>Roberto</b> </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">Por conta do atraso inicial, a conversa esticou-se bem além do previsto. O sol já ia longe, revelando as primeiras cores da noite. Não havia luzes nos arredores, e logo a escuridão banhou a roda, desenhando silhuetas contra os últimos raios do horizonte. A conversa continuava, agora quase em clima de histórias contadas ao redor de fogueiras, e bem que poderia ter-se acendido uma ali. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXRiXlTKM-8Vv-Lbq_RX_AX-tzycXtMmzhiEycV3RhtcBQ2WAQDeA_1W_PY2a7e5B0d03aZIlwuLK39h-nj0RNTUqr3qHO7hyphenhyphenRuH3oet2VlZ9qo_TUpKx1Ce7yd9HJ61uDz0BcmrAVNUc/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXRiXlTKM-8Vv-Lbq_RX_AX-tzycXtMmzhiEycV3RhtcBQ2WAQDeA_1W_PY2a7e5B0d03aZIlwuLK39h-nj0RNTUqr3qHO7hyphenhyphenRuH3oet2VlZ9qo_TUpKx1Ce7yd9HJ61uDz0BcmrAVNUc/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+19.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>"Todo mundo deveria escrever sua história, você nunca morre, você permanece, você fica, mas nem todo mundo pensa assim."</i> - <b>Cacique Antonio</b> </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">O cacique encantava com sua humildade e presença de espírito, palavras que ora arrancavam risos, ora faziam necessária reflexão. Nesse momento, já com baixa luz, não consegui mais escrever ou tomar notas, o que de certa forma foi ótimo, me permitir entrar mais na experiência sensorial da coisa, dos sons, vozes, tudo naturalmente ampliado pela falta de luz. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><i>"O local onde houve esse encontro é uma representação, esse rio, é uma cobra, por onde passam nossos antepassados"</i> - disse <b>Climério</b>, contando uma lenda sobre aquele cajueiro, que imaginei ser ótima para ser contada naqueles livretos do cacique. </span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
A primeira parte do encontro terminou por volta das 17:50. Válter agradeceu a todos, mostrando-se novamente honrado. Como divulgado, não foi aberto qualquer espaço para o público interagir com o escritor ou mesmo com os índios, pelo menos ante o espetáculo central. Medida estranha, ajudava a manter a aura meio artificial, sem perguntas, comentários, apenas o testemunho visual. Apesar de estarmos agora no escuro, obedeceu-se o cronograma, iniciando-se uma roda de Toré, para a qual todos foram convidados. </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXdMlRQzje0LF2DtU7Wy-4xDXD5ZpG_3_X7kKZ9kNCSwW2UHmBZQJGIoosYVRRvKX50csjJGQQ07nWCoab4HJTbWQkJ8N2jPXhrgfeW-WEa3Y4gOQ_G4p2MeGc7BlDXTJDmmGo9j0ZT5E/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+20.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXdMlRQzje0LF2DtU7Wy-4xDXD5ZpG_3_X7kKZ9kNCSwW2UHmBZQJGIoosYVRRvKX50csjJGQQ07nWCoab4HJTbWQkJ8N2jPXhrgfeW-WEa3Y4gOQ_G4p2MeGc7BlDXTJDmmGo9j0ZT5E/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+20.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
Um mínimo de luz foi arranjada através dos refletores e câmeras, quase tornando necessária a presença da tecnologia, criando uma cena curiosa, de uma cantoria bem, digamos, diferente. Várias pessoas juntaram-se aos índios, engordando a roda, inclusive Válter, num andar de quem buscava de alguma forma adaptar-se àquela cultura. </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsv-uPcUzeGp_0Xf2OSrnqa3am6Zgm0NAaAr-nc9iccpNV8kMEGn_VH0T5JIVRlrpeUnfvSUeyE9M9wlvsDrsVhwNUmjb6pB-VTSoV_GA_xW9QG52dZd-X5b27uuQ_PzpyVQzyMkPjZYg/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsv-uPcUzeGp_0Xf2OSrnqa3am6Zgm0NAaAr-nc9iccpNV8kMEGn_VH0T5JIVRlrpeUnfvSUeyE9M9wlvsDrsVhwNUmjb6pB-VTSoV_GA_xW9QG52dZd-X5b27uuQ_PzpyVQzyMkPjZYg/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+21.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Desligados os refletores, o breu se fez total. Cada um se agarrou a seu celular, inclusive alguns dos índios, para minha surpresa. Luzes de apoio foram trazidas, para auxiliar na volta pela trilha, agora uma pequena aventura. Lâmpadas nas casas da comunidade também ajudavam a orientação. <span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVsAevfgnjrpiOvKDPANtVQPx2YztbqxzYECL7UpY8CIJY2NoDWgSz_ZMSZG1oWB0Ka6XyngSBH8i2sh-YkAyZD6a8w9BdkHLMF7HUMKizDtfbMPEqab1_44QfknBYfmSYKqGslAzuGxo/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+22.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVsAevfgnjrpiOvKDPANtVQPx2YztbqxzYECL7UpY8CIJY2NoDWgSz_ZMSZG1oWB0Ka6XyngSBH8i2sh-YkAyZD6a8w9BdkHLMF7HUMKizDtfbMPEqab1_44QfknBYfmSYKqGslAzuGxo/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+22.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
A trilha da volta foi bastante diferente da ida. Via-se apenas os focos de luz deslocando-se ao longe, como vagalumes na noite, cada um buscando guia no outro, e sendo direcionados pelos próprios índios. Válter deteve-se no meio do caminho, tirou fotos com alguns nativos e ainda concedeu uma entrevista a um bem pronunciado repórter. Entendi que o público não teve voz, mas à mídia as portas foram abertas. </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
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<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 16px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYGWEtyFAgOpqDcyIoZ-dUTh4FlcUJM83aLXYVZq9-L4U_IgpwEF3PqCQJxukkbWlSbdBq-mMqJeDSlfaZdcRImBYBzqtot3MZEK5VS326zZFf_GFA_FA9f8DE9b7m4-cjFBkEGEbJkNU/s1600/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+23.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYGWEtyFAgOpqDcyIoZ-dUTh4FlcUJM83aLXYVZq9-L4U_IgpwEF3PqCQJxukkbWlSbdBq-mMqJeDSlfaZdcRImBYBzqtot3MZEK5VS326zZFf_GFA_FA9f8DE9b7m4-cjFBkEGEbJkNU/s400/bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+va%25CC%2581lter+hugo+ma%25CC%2583e+denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+indi%25CC%2581os+anace%25CC%2581s+anasse%25CC%2581s+fortaleza+23.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;">A volta ao ônibus foi meio confusa, não conseguimos ver ou falar direito com mais ninguém, mesmo o cacique, seus filhos, para agradecer. Havia até certo receio de não voltarmos a tempo da partida do ônibus, e corremos a seguir o fluxo das luzes-vagalumes, relaxando ao nos sentarmos no veículo. Na viagem, u</span>m friozinho excepcional era filtrado pelas janelas, parecia quase que estávamos prestes a começar um outro percurso. Uma ou duas folhinhas entraram pela janela em uma curva fechada. Pegamos uma para cada, pensei em escrever algo sobre ela, mas não lembrei e a folhinha sumiu no cotidiano. </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<span style="-webkit-font-kerning: none;"></span>Era por volta das 19h30 quando regressamos ao CCBNB. Cheguei ainda a cogitar ir para o Centro de Eventos, ver o que ainda conseguiria ver por lá, mas desisti, seria coisa demais a lidar, e uma mistura até desnecessária; tinha acabado de sair de um passeio diferente e já iria buscar o confinamento? Melhor guardas as boas lembranças do dia e retomar amanhã ao convencional. Assim fizemos. </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
A <i>Bienal fora da Bienal</i> inovou, trazendo ideias e conduções diferentes à rotina da Bienal do Livro. Os demais passeios, ao longo dos outros dias, trouxeram nomes como Gero Camilo, Daniel Galera e Ignácio de Loyola Brandão, mas diferente deste, não houve ônibus gratuitos para o lugar, eram atividades próprias a beneficiar quem morava perto de onde aconteciam. </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Quanto a este encontro de Válter com os Anacés, um bom momento, marcante, sem dúvida, mas com seus altos e baixos. Bem diferente do que foi proposto, penso que a liberação de celulares e câmeras ofuscou a naturalidade da coisa. Claro que seria difícil conter, mas um pouco de bom senso teria feito a diferença, houve certa espetacularização dos índios, mesmo da natureza. E de comum acordo, uma vez que o cacique disse ser ótimo para eles uma homenagem, lhes dá visibilidade, sobretudo, imagino, quando essa visibilidade atende por Válter Hugo Mãe. </div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Ainda assim, uma ótima experiência conhecer estas terras, os costumes e tradições deste que é um dos poucos povos índigenas existentes no Ceará. Os momentos de reflexão, o vento, a água do riacho, o mugido das vacas, a hospitalidade dos índios, são afetos a serem bem regados. Agora, após repensar e relembrar tudo desse dia, me ocorre que quem nos deu a maior lição não foi o escritor, mas os índios, sobretudo o Cacique Antonio.<br />
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
Abaixo alguns vídeos de trechos da conversa:</div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/D1fFPTSPdpI" width="500"></iframe></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/tYYHn5LLo5s" width="500"></iframe></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/nlgQhpMWUxk" width="500"></iframe></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/_fN8iJvPP8o" width="500"></iframe></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br />
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/O8tWY8KL5qE" width="500"></iframe><br />
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
PS: Ao longo desse texto, grafei o nome da tribo como "Anacés" e também "Anassés". Pelo que pesquisei, ambas as grafias podem ser usadas, não sei se há uma versão definitiva.</div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="font-family: 'helvetica neue'; font-size: 16px; line-height: normal;">
Esta série continua no <b>dia 5</b>, com Horácio Dídimo, Mary Del Priore, entre outros.</div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="huf2" data-offset-key="c18im-0-0" style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;">
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="huf2" data-offset-key="ekivd-0-0" style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;">
</div>
Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-38836441755692418032017-09-24T23:04:00.002-03:002017-09-24T23:29:02.326-03:00Bienal do Livro do Ceará 2017 - dia 3 (16/04/2017, Marcelino Freire e Valter Hugo Mãe) <div style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; margin-bottom: 6px;">
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 14.000000953674316px; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 14.000000953674316px; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 14.000000953674316px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgU1wNSDm1Xz93ojvhFNBbpJZ55kUF1PDAVz6o62LIp9Jt1OXQlTDb_WqmSNTYqQibj6k6ArG_JloR1eTYdbaIvaBUtv2cYf82HZmHLTuu187OlyP6bnECDXbQe0KhqaCKVampDp39d5k/s1600/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1564" data-original-width="1564" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgU1wNSDm1Xz93ojvhFNBbpJZ55kUF1PDAVz6o62LIp9Jt1OXQlTDb_WqmSNTYqQibj6k6ArG_JloR1eTYdbaIvaBUtv2cYf82HZmHLTuu187OlyP6bnECDXbQe0KhqaCKVampDp39d5k/s400/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+capa.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<br /></div>
<span style="font-size: xx-small;"><i>Foto capa: Google </i></span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><i>Fotos postagem: Denis Akel</i></span><br />
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<br /></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
Dando continuidade à série de minhas vivências e sensações da Bienal Internacional do Livro do Ceará 2017, segue a terceira postagem, referente ao domingo, dia 16 de abril. Primeiramente, trago o que escrevi sobre aquele dia, logo após chegar em casa, e sobre o qual o post de agora irá expandir:</div>
</div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<br /></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<i><span style="font-size: x-small;">"Terceiro dia de Bienal do Livro. Estive na belíssima mesa que reuniu o querido amigo Marcelino Freire e Valter Hugo Mãe. Um encontro que celebrou, sobretudo, a amizade. Momento sublime, de riso fácil, de histórias e memórias. Eram quase dois meninos, ali no palco, contando traquinagens, mas repletos de generosidade.</span></i></div>
</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<i><span style="font-size: x-small;">Grande satisfação rever Marcelino, este guerreiro das palavras, eterno teimoso. E enfim conhecer pessoalmente, ainda que num sopro, Valter Hugo Mãe, escritor de s<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">entimentos, de alma, que abraçou a todos com um carinho que faz jus a seu nome: Mãe.</span></span></i></div>
<div class="text_exposed_show" style="color: #1d2129; display: inline; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
<i><span style="font-size: x-small;">Excelente a mediação de Socorro Acioli; encontrou uma harmonia tão singela entre os dois autores, transformando uma simples mesa numa conversa de velhos amigos, valorizando o encontro, o ontem, o hoje, o tempo. Eles estavam se divertindo como nunca, investigando passados, desdobrando futuros. Celebrando, igualmente, a vida.</span></i></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<i><span style="font-size: x-small;">Em breve, no blog, post completo sobre o encontro. E vamos nessa que logo tem mais Bienal."</span></i><br />
<i><span style="font-size: x-small;"><br /></span></i>
<span style="font-size: x-small;">Escrito e publicado originalmente no Facebook em 16/04/2017<i> </i></span><br />
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<span style="font-family: inherit;">-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><b>INTRODUÇÃO</b></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Este foi um dia bastante peculiar e, talvez por isso, me arrisco a dizer, um dos melhores da bienal. Aqui, o evento mostraria a cara que tão bem marcaria essa edição. Deixei para ir apenas no horário da tarde, quis estar mais descansado para a mesa que para mim era uma das mais aguardadas, o encontro de Marcelino Freire com Valter Hugo Mãe. Não exatamente pelo escritor português, que já tinha visto no dia anterior, mas por Marcelino, ou melhor, pelos dois juntos. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
Em fevereiro de 2017 tive a grande alegria de fazer uma das oficinas literárias que Marcelino ministra, as chamadas Tocas Literárias. Foi em Recife, durou três dias de puro encanto e renovação, e posso dizer que ter feito essa oficina me mudou imensamente, como escritor mas sobretudo como pessoa. Poderia falar bem mais sobre, mas ainda planejo um post futuro direcionado a ela aqui pelo blog.<br />
<br />
Após esse contato com o escritor pernambucano, voltei a Fortaleza muito animado e disposto a criar ou produzir algum tipo de evento literário (ops, este é também assunto para um post futuro). O fato é que adorei quando soube que Marcelino seria um dos autores convidados da Bienal 2017, o que acho que até me ajudou a me empolgar mais com o evento, pois, como comentei nos dois posts anteriores desta série, o início da bienal foi bastante morno e repetitivo. Já pressentia que sua mesa traria algum diferencial, após a breve convivência que tivemos nos dias de oficina, onde pude conhecer mais de seu estilo latente, agora praticamente como professor.<br />
<br />
<b>O INÍCIO DO TERCEIRO DIA DE BIENAL </b><br />
<br />
Intitulada <i>Romances do pai, escritas da mãe</i>, a mesa seria um dos destaques da tarde no Centro de Eventos, tanto que não me preocupei muito em marcar ou me interessar por outros, quis dedicar tudo a este<span style="font-family: inherit;">. Neste dia, fui acompanhado de minha mãe e uma amiga nossa. Marcada para as 16h, saímos um pouco em cima da hora, por conta de imprevistos, atropelos e, por que não dizer, preguiça de domingo. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
Enquanto parávamos o carro, já havia, inconscientemente, um clima literário no ar, que me chegou do lugar mais inusitado, ali mesmo no estacionamento: uma moto, ou melhor dizendo, a placa da tal moto, que trazia as letras "POE". Me senti quase como que recebido por Edgar Allan Poe, pelo menos simbolicamente.<br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Havia bastante movimento pelo pavilhão neste primeiro fim de semana do evento, mas procurei não me demorar em nada que me desviasse do foco; a sala da palestra, para onde seguimos tão logo chegamos. Já à expectativa de muita gente, como no dia anterior, me preparei para uma tremenda fila, e, após os dois lances de escadas rolantes, nos deparamos exatamente com isso: uma fila que cansava só de olhar, à medida que serpenteava as paredes do lugar, deixando claro duas coisas: esperaríamos muito e seria difícil achar lugar no auditório. A sala, como descobri depois, tinha mudado de lugar, sendo aquela já uma maior, visando abarcar a super fila que ali se estendia. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNsFF_Ltc1tcUt6VptTntT9-q4c3IBY3MdfXPR0gA09WQ-xcpqNXqtXfgQ0DhFjgovkHjMuBStE8Hq61DryikHgOiuVBW-FWuvrVr2t2Ez6rqhiv4oiUjZv3Q0QB5goqMmItVEkhwlV4o/s1600/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNsFF_Ltc1tcUt6VptTntT9-q4c3IBY3MdfXPR0gA09WQ-xcpqNXqtXfgQ0DhFjgovkHjMuBStE8Hq61DryikHgOiuVBW-FWuvrVr2t2Ez6rqhiv4oiUjZv3Q0QB5goqMmItVEkhwlV4o/s400/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+5.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Até nos posicionarmos no fim desta monstruosidade, passamos pelo corredor, no qual vimos um burburinho em torno de uma mesinha posta ali. Lá estava Valter Hugo Mãe, no que parecia ser uma pré-sessão de autógrafos, recebendo pessoas e distribuindo sorrisos, além das assinaturas. Tomamos nosso lugar, enquanto mais e mais pessoas iam chegando. Felizmente não foi preciso esperar muito em pé, logo o acesso ao auditório foi liberado. A fila seguiu, num andar lento e moderado, encostada à parede, como uma estranha gincana escolar. Era interessante observar os perfis das pessoas, as faixas etárias, o que traziam às mãos, a aparente empolgação, o contraste dessa cena com a linda tarde de sol que os janelões laterais deixavam filtrar. Tudo isso ajudava a arrastar os minutos de desconforto até passar toda essa parte. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl4t4zGkY4qrDL09q2o-ezANJQjg8bnRuEMmmcf4EM5-ePtjhI1luCYHINlf7Ki7MtA01Tbp0tgyV5_5J5EFy0vkgMUmiYQKC6o0O9dc2GL8dwgHhxLN2USrdrMsutOm5TWPyIehb4qqw/s1600/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl4t4zGkY4qrDL09q2o-ezANJQjg8bnRuEMmmcf4EM5-ePtjhI1luCYHINlf7Ki7MtA01Tbp0tgyV5_5J5EFy0vkgMUmiYQKC6o0O9dc2GL8dwgHhxLN2USrdrMsutOm5TWPyIehb4qqw/s400/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+7.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<span style="font-family: inherit;">Logo atravessamos a entrada da sala, cumprimentando os receptivos. Tivemos já uma primeira dimensão da lotação e buscamos lugares. Como era de se esperar, boa parte das cadeiras mais à frente já estavam tomadas, além das obviamente reservadas. Andávamos pelo mar de gente, buscando lacunas, frestas, mas todo o espaço transbordava. Encontramos enfim alguns lugares perdidos numa fileira já em processo de ocupação. Nos acomodamos, restando esperar, enquanto a sala não parava de encher, para onde se olhasse via-se alguém, uma explosão de movimentos, cores, formas e detalhes, na figura do que cada um adicionava a esse caos, como uma grande salada de vida. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
Já passando um pouquinho do horário previsto, o debate finalmente teve início, mas não sem antes as palavras iniciais de praxe de agradecimentos e patrocinadores. Quando o trio de participantes finalmente tomou seus lugares no centro do palco, uma sonora salva de palmas se faz ouvir. Saquei minha caderneta, o lugar inspirava. </div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<span style="font-family: inherit;"><b>MESA (16h) - Romances do pai, escritas da mãe (Marcelino Freire / Valter Hugo Mãe) Mediação: Socorro Acioli</b> </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1F0SYOaLVCfFQw6N73vMCgCs1Ua87sZSkXEA6DP3F2hTkwPms82aBR0KCDKsAzjfjx6tRL76KsZ-3Pk2w4OLURGBpFORaZD_mn77fg3tDAWrXUBlQX7NaC2wGoq1aIOfb3qUvXiZtk0I/s1600/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1F0SYOaLVCfFQw6N73vMCgCs1Ua87sZSkXEA6DP3F2hTkwPms82aBR0KCDKsAzjfjx6tRL76KsZ-3Pk2w4OLURGBpFORaZD_mn77fg3tDAWrXUBlQX7NaC2wGoq1aIOfb3qUvXiZtk0I/s640/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+2.jpg" width="361" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
</div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
Socorro Acioli, escritora cearense, foi a responsável por mediar este encontro. Era visível o quanto estava emocionada, por detrás de seu sorriso de menina, quando iniciou uma breve apresentação de ambos os autores, que enquanto isso olhavam o público, sem direcionar a ninguém diretamente, mas procurando abraçar e se acostumar às centenas de pessoas que lhes devolviam o olhar, curiosas.<br />
<br />
O tema da mesa fazia alusão aos maneios literários de cada autor, de suas relações com família e sobretudo viria a focar a grande amizade que há entre eles. Marcelino reforçou a alegria de estar ali, em Fortaleza, ao lado de Valter, que havia recentemente estado com ele no festival literário de Madeira, em Portugal. </div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
"<i>O coração que se ganha é o que se dá em troca</i>" – Socorro iniciou ditando este trecho de poema de Marcelino, para abordar justamente esta amizade. Reforçou também o quanto adora a escrita do escritor pernambucano.<br />
<br />
Ela seguiu dizendo que tinha preparado um pequeno mapa de orientação para a mesa, composto de oito palavras, que de alguma forma se relacionam aos universos de Marcelino e Valter. Foi uma iniciativa diferente, incomum até, e bem interessante, por lançar de maneira prática e direta sub-temas que começaram a direcionar a conversa.</div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<br /></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
A 1ª palavra lida, de uma folha que Socorro trazia à mão: <b>encontro</b>. "Como vocês se conheceram?"<br />
<br />
Valter falou de como conheceu Marcelino, lembrando a 1ª viagem que fez, que foi para o Brasil, e de que o contato com o escritor pernambucano se deu pelo gosto em como com a poesia, tudo isso por volta dos anos 2000.<br />
<br />
<span style="font-family: inherit;">"<i>Foi um grupo que começou a se encontrar na livraria da vila, em SP</i>" – completou Marcelino, citando um grupo do antigo mensageiro ICQ, onde teve o primeiro contato com Valter.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
Ambos relembraram histórias, vivências, de pessoas em comum, de fatos marcantes. Valter falou algo de uma mulher, que não lembro exatamente quem era, ou se apenas um sonho dele, mas esta frase de algum modo ficou em mim: <br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><i>"Ela sorriu e a cabeça dela começou a tocar uma música"</i> - <b>Valter</b> <b>Hugo Mãe</b></span><br />
<br />
Havia um clima descontraído entre os dois, com muito humor e amizade, notável de já existir mesmo há anos. Vi um Valter Hugo Mãe bem diferente do que vi no dia anterior, mais humano, mais risonho, talvez por estar dividindo o palco, pudesse se mostrar mais relaxado, um pouco mais, digamos, vulnerável.<br />
<br />
Marcelino contou que, em seus primeiros contatos, estabeleceram trocas de conteúdos culturais, como livros, CDs, etc, entre culturas, Brasil via Portugal. <i>"Valter depois me recebeu em sua casa 'sem esconder os talheres'"</i>. A expressão arrancou algumas risadas, o escritor quis dizer que já havia uma confiança entre ambos, que o recebeu com toda a naturalidade.<br />
<br />
O foco mudou um pouco quando Socorro comentou a respeito dos gêneros literários praticados por eles. Marcelino é geralmente atribuído a contos e poemas, narrativas curtas, e Valter a romances. Marcelino disse que lançou há pouco tempo seu primeiro romance, <i>Nossos Ossos</i>, comentando um pouco da dificuldade de escrevê-lo, pelo ritmo imposto por um romance, livro este que inclusive teve a edição portuguesa prefaciada coincidentemente por Valter. Já o português diz que contos não costumam ter muito espaço entre os leitores portugueses.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggIsG311KADfM6cigc90eDwl1r1m1RcfwR5Ep78ejBvA9ajfxoFNwK-sNC8DypEZNPzxOdMzXic7ws9Tcz2RmVRkyh0iQXrXwOPXWwgkBm3VaP4bF0Ov7OnMwq9HjhuEdeWLpSzCogNKE/s1600/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggIsG311KADfM6cigc90eDwl1r1m1RcfwR5Ep78ejBvA9ajfxoFNwK-sNC8DypEZNPzxOdMzXic7ws9Tcz2RmVRkyh0iQXrXwOPXWwgkBm3VaP4bF0Ov7OnMwq9HjhuEdeWLpSzCogNKE/s400/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+3.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
A segunda palavra veio imediatamente na sequência, <b>generosidade.</b><br />
<br />
"Qual espaço da generosidade na vida de vocês? De pessoas que estão querendo escrever?"<br />
<br />
<i>"Não tenho sensação de ser generoso. Tenho vontade de ser muito mais. A vida tem sido muito generosa comigo, por isso tenho essa generosidade com todos".</i> – <b>Valter</b><br />
<br />
<i>"Minha generosidade é dividir o que não tem, vem da minha mãe. O pouco que tenho, partilho"</i>. – <b>Marcelino Freire </b><br />
<br />
<i>"Realizo desde 2006 a "Balada Literária", em São Paulo, evento que reúne várias programações literárias, saraus, lançamentos em bares e livrarias da cidade. Acabo ganhando 'parceiros do crime' no evento e nos lugares por onde ando, para lutar contra a mediocridade dominante. </i><span style="font-family: inherit;"><i>Acho poucos eventos literários no país. Para cada show de Luan Santana, dez bienais. Temos que celebrar a palavra. Precisamos de reservatórios de dignidade"</i>.</span><span style="font-family: inherit;"> – <b>Marcelino</b></span></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<br /></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
A próxima palavra do rol de Socorro, mote para dar sequência à conversa, veio praticamente atrelada às anteriores: <b>amigos</b><br />
<br /></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
Valter diz que há pessoas pelas quais sente conforto de estarem juntas dele, que passaram a acompanhá-lo e das quais ele celebra a companhia. Citou uma fã que costuma estar sempre presente em suas palestras, chamou seu nome e lá estava ela. Achei a situação no mínimo curiosa.<br />
Ele falou ainda de contato que fez numa fila de autógrafos, de uma pessoa frágil, com ares suicidas, que acabou por tornar-se um grande amigo. <i>"A maioria de meus </i><span style="font-family: inherit;"><i>leitores são desconhecidos meus, mas são fundamentais na minha vida"</i> - <b>Valter</b></span><br />
<br />
Marcelino focou a questão de maneira prática: "<i>quem vai ler meu livro?"</i>. Diz que família não lê e narra, de maneira lúdica, o ritmo de lançamento, onde há festa, comida e todos vão, mas ninguém de fato lê o livro.<br />
<br />
<i>"O escritor se revela mais é na mesa do bar"</i> – <b>Marcelino</b><br />
<br />
<i>"O escritor, na criação, não tem família, não tem parentes. Uso tudo, mas é tudo ficção. O que estiver na frente, é vida. Quem escreveu meus contos foi minha mãe"</i> – <b>Marcelino</b><br />
<b><br /></b>
<span style="font-family: inherit;">Esta é uma ideia bem interessante, e até a reconheço um pouco da época em que fiz a oficina literária com ele. Marcelino sugere que não se deve ficar preso a nenhum tipo de preconceito quando se escreve. Não se deve ter vergonha de pôr isso, medo de pôr aquilo, achando que se entregará mais do que se deve entregar. </span><br />
<br />
<i>"Meus contos vêm do grito, da ladainha da minha mãe. Meu romance vem do silêncio do meu pai. Sou eu? Não. É tudo mentira. É tudo ficção"</i>. – <b>Marcelino</b><br />
<br />
<i>"Tenho um primeiro leitor, um amigo meu, Mário, que sempre lê primeiro meus romances. É uma pessoa muito antipática mas estranharia se fosse amigo e gostasse do que escrevo"</i> – <b>Valter</b><br />
<b><br /></b>
Tanto nessa, como em inúmeras outras palestras que vi de Marcelino, a figura de sua mãe é muito, muito forte em suas palavras, como se ela fosse uma voz orientadora, que estivesse permanentemente nele, manifestando-se ora de mansinho, ora de atropelo. Uma senhora inspiração!<br />
<div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/cBCWqdBnKyU" width="500"></iframe><br />
<br /></div>
À medida que a conversa se estendia, notei que havia uma diferença impactante dos diálogos, enquanto Marcelino falava num grito, Valter era mais brando, mais calmo, mais silêncio. Esse curioso contraponto funcionou muito bem, criando dois extremos que se combinavam, como se uma fala descansasse para depois provocar a outra.<br />
<br />
<span style="font-family: inherit;">Infelizmente, por estar sentado muito atrás, não consegui fazer um bom registro de fotos; via com dificuldade Marcelino e Socorro e o pobre Valter quase sumia no emaranhado de cabeças e cabelos. Minha atenção ainda se deixava levar, de quando em quando, entre as pessoas, que traziam às mãos livros do português, blocos de anotações, além dos múltiplos celulares ocasionalmente erguidos. Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. </span><br />
<br />
Marina Colasanti e Affonso Romano de Sant'Anna, outros convidados de destaque desta bienal, chegaram à sala por volta das 17h. Andaram com discrição, sorrindo para quem lhes sorria, até chegarem a alguns dos lugares reservados. Foi ótimo vê-los ali. Acompanho um pouco de seus trabalhos, já tendo visto palestras de Marina em eventos anteriores, inclusive já postado aqui. O casal teria algumas participações na bienal este ano e eu esperava poder estar em alguma delas, mas ainda estava por perceber, depois desse dia, a pluralidade de eventos vindouros, boa parte deles no mesmo horário. <br />
<br />
<span style="font-family: inherit;"><i>"O que te dói quando se pensa no Brasil?", </i> Socorro pergunta a Valter.</span><br />
<br />
"<i>Não consigo encarar o Brasil como país estrangeiro. A cultura brasileira é muito minha. Tenho essa marca, uma cicatriz que ninguém pode tirar de mim. Se há um lugar onde podemos crer que algo melhor irá acontecer, esse lugar é o Brasil. Se a felicidade tiver uma nação convicta para acontecer, tenho a convicção de que essa nação é o Brasil".</i> – <b>Valter</b><br />
<br />
<span style="font-family: inherit;">Ainda seguindo o formato das palavras-tema, a próxima pegava carona nas nações: <b>Portugal</b></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span><span style="font-family: inherit;"><i>"Me tornei escritor pela minha tremenda paixão pela língua portuguesa. Tenho paixão imediata pelas escrituras portuguesas, Fernando Pessoa, Florbela Espanca . Fico babando pela metáfora, pelo passeios de tanta beleza que fazem. O corpo da língua portuguesa está no Brasil. A alma está em Portugal."</i> – <b>Marcelino</b> </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Valter explica que é português, mas na verdade nasceu em Angola, e seguiu contando, emocionado, este trecho de sua vida, com certeza pouco conhecido do público:</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><i>"Por que não nasci negro? Se todos em minha terra são negros? Eu perguntava à minha mãe. Angola deixou em mim uma história, um discurso de meus pais, uma história contada. Prefiro viver uma mentira amorosa do que uma realidade odiosa."</i> – <b>Valter </b> </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZACuqc99M83uJ_ev_TfE0RfTfx1UTuMMcEvA_5e0gEXcA8NR0RbReG5gIEwoBh0oI0kqZU34jIPiM1XC76p1vo2wdbCOUa_A-E_v3jJPBvVJNY2lsbqPgzWKjGBOiKqydNTnfsFeZm8Y/s1600/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZACuqc99M83uJ_ev_TfE0RfTfx1UTuMMcEvA_5e0gEXcA8NR0RbReG5gIEwoBh0oI0kqZU34jIPiM1XC76p1vo2wdbCOUa_A-E_v3jJPBvVJNY2lsbqPgzWKjGBOiKqydNTnfsFeZm8Y/s400/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+4.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<br /></div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<b>Pai</b> e <b>Mãe</b> foram as palavras seguintes, e sem dúvida as que despertaram mais dos dois escritores, como se fossem fundo em suas almas, os fizesse refletir a vida, a carreira, os sonhos. Cada um, à sua maneira, tentou expressar o que essas duas palavrinhas lhes significava:</div>
<div style="font-size: 14.000000953674316px;">
<br />
<i>"Minha mãe era uma tragicômica. Se ela cantava, eu sabia que ela estava bem. Quando escrevo, meus contos compactuam com a fala de minha mãe. Uma frase de minha mãe que nunca usei mas é puro teatro: 'amanhã não amanheço viva!'"</i> – <b>Marcelino </b><br />
<br />
<i>"Meus textos nascem de um improviso. Eles vêm de um primeiro mote, de uma frasezinha que vou descosturando"</i> – <b>Marcelino</b><br />
<br />
Aproveitando essa deixa, o escritor falou um pouco de um de seus contos mais conhecidos, <i>Da paz</i>, que nasceu exatamente desse seu processo do improviso, da articulação a partir de um fragmento:<br />
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<i>"Começou com uma frase simples, 'eu sou da paz', mas essa ideia me incomodava, preferia pensar: 'eu não sou da paz', e a partir daqui vou construindo a coisa, tentando descobrir o que essa voz quer dizer. É um improviso, que decoro pelo exercício musical e repetido que faço</i>." – <b>Marcelino</b>, que 'leu' alguns trechos do conto.<br />
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Era verdadeiramente impressionante sua capacidade de declamar seus textos de cor, de um fôlego só, com vibração característica, um timbre recheado de presença, enchendo o salão, chamando a todos para viverem com ele a experiência do texto, da palavra. <span style="font-family: inherit;">Marcelino, que também tem forte verve teatral, nessas horas se transformava.</span><span style="font-family: inherit;"> Valter, a seu lado, parecia um dos mais impressionados com o fato, quando comentou, em tom brincalhão:</span><br />
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<i>"Acho incrível como você consegue decorar seus textos, eu mal sei os títulos dos meus livros!"</i><br />
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Reforçando o fato de sua literatura se ancorar muito na família e no que ouvia, Marcelino citou sua tia Totonha, que não sabia ler, mas mais do que isso, ela simplesmente <i>não queria </i>aprender, e de como isso o inspirou a escrever o conto <i>Totonha</i>. A maneira como ele contava, imitando a voz da tia, aumentando a tensão das frases, criava de imediato a atmosfera perfeita, quase como se ouvíssemos não ele, mas sua tia.<br />
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Apesar da sala estar cheia, algo que me incomodou um pouco durante a mesa não foi exatamente a infinidade de pessoas mas a iluminação ambiente. Fiquei um tempo a olhar o teto, buscando descansar um pouco do excesso de detalhes lá debaixo, e só assim me dei conta de todas aquelas luzes, brancas, impiedosamente acessas, irradiando sua inevitável brancura. Essa percepção me deu uma estranheza, tudo pareceu claro demais, nítido demais. Talvez se algumas fossem apagadas, criaria-se um clima mais ameno, menos austero. Do jeito que estava parecia quase uma sala de aula, uma universidade ou algo assim. Era uma constatação que se reforçava a cada uma das mesas que vi nos dias seguintes, salvo umas poucas onde, não sei por que, optaram por reduzir as luzes mais próximas ao palco. Não sei qual o critério usado, mas o exagero de luzes certamente deixava o auditório muito artificial.<br />
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Falando sobre o tema <b>mãe</b>, <span style="font-family: inherit;">Valter diz que a mulher é mais preocupada com a vida, tem sempre um sentido, uma necessidade de sobreviver: <i>"O discurso das mulheres é muito mais literatura, bem mais que os homens. Os homens só são assim quando decidem e acham que em poucos minutos podem, por exemplo, mudar a vida dos filhos. Essa diferença marcou muito a minha vida.</i> </span><i style="font-family: inherit;">Tenho relação muito forte pela minha mãe. A minha mãe é a minha filha, é uma sorte para mim cuidar dela. Toda a vida dela ela fez isso por mim."</i><span style="font-family: inherit;"> – </span><b style="font-family: inherit;">Valter</b><br />
<b style="font-family: inherit;"><br /></b>
A essa altura o debate já havia rendido muito, crescido, enveredado por caminhos próprios, de modo que as palavras da lista de Socorro ou não me chegaram ou não foram mais relevantes, o jogo já havia conduzido a um enfrentamento de ideias, que vivia independente, trazendo a cada novo comentário um leque de ampliações.<br />
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<i>"Qual palavra para vocês simboliza o <b>amor</b>?"</i> – pergunta final de Socorro, lembro da palavra 'amor' ainda pertencer à sua lista.<br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><i>"Como me vingo de um amor que não deu certo? Fazendo um poema. Me vingo escrevendo amores possíveis."</i> – <b>Marcelino</b> </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
Marcelino encerrou focando novamente em sua tia Totonha, entrando agora em discussão do que chamou de <b>ditadura do saber</b>:<i>"É possível ter relevância se não se sabe ler ou escrever?"</i> E declamou o conto inteiro, prendendo o público com sua narrativa ágil e precisa, literalmente uma pancada.<br />
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Para ajudar a ilustrar esse momento, recorro a este vídeo, que data de 2007, mas apesar de antigo, ainda retrata bem o que quis dizer, o impacto do texto lido pela pulsão do próprio autor:<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/WIv1KfwIstQ" width="500"></iframe><br />
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Entre risos e sorrisos, foi enormemente aplaudido, bem como Valter, que encerrou agradecendo o carinho de todos. Socorro Acioli também agradeceu, aos dois ao seu lado e também ao mar de pessoas à sua frente. O público começou a se deslocar, meio desordenado, para autógrafos, o momento talvez mais esperado, celebrado. Acompanhei o alvoroço, enquanto a maioria apenas saía da sala e outras tantas formavam a emblemática filinha no corredor, os livros na mão, prontos a serem assinados.<br />
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O maior destaque, mais uma vez acabaria ficando para Valter, que praticamente sumiu no meio da multidão, à medida que esta o cercava. Alguns seguranças estavam por perto, olhando cada um com desconfiança, como se o livro pudesse de alguma forma ser uma arma disfarçada. Valter recebia as pessoas lá mesmo do conforto de sua poltrona. Marcelino preferiu ficar de pé, e ali mesmo conversou e autografou para várias pessoas que o abordaram, além, é claro, de posar para incontáveis fotos, requisito obrigatório. Era uma energia boa, estar ali, acompanhar tudo aquilo, todo aquele interesse literário.<br />
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Aproveitei umas brechas entre esses momentos para conseguir conversar com ele, relembrar momentos da oficina literária e apresentar minha mãe. Parecia quase que o tempo não tinha passado, de fevereiro para abril foi bem pouco tempo mesmo, era quase como se estivéssemos ainda no intervalo da Toca Literária, prestes a voltar para mais. E era uma pena que Marcelino não poderia ficar muito tempo; iria embora já no dia seguinte, mal podendo respirar direito dos ares cearenses. Ele teria sido fantástico numa das programações do evento paralelo Bienal fora da Bienal, do qual falo a partir da próxima postagem.<br />
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Já Valter, sobravam flashes e poses em cima do escritor português, quase como se fosse uma espécie de outro mundo. Todos queriam alguns minutos com ele. Com o tempo, observei que passou a receber pessoas com um afeto que lhes permitia sentirem-se bem ao seu lado. Lembrava um pouco o Natal e a figura do Papai Noel, todos esperando para sentar ao lado de Valter Hugo Mãe. Mais do que isso, após um revezamento entre o público, foi a vez do pessoal da produção, os receptivos, se achegarem para abraços, autógrafos e um minutinho da atenção do ícone da literatura portuguesa. As cenas seguintes foram o que talvez se poderia esperar, mas talvez até um pouco além, exageradamente calorosas, gente chorando, abraçadas a Valter, que agora parecia quase que santificado. Uma despedida? Agradecimento? Milagre? Fiquei pensando comigo mesmo, buscando entender a causa de tanta comoção. <br />
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Como todas as vezes que o vi nessa Bienal, Valter foi de uma dignidade soberana, cumprimentando a todos, dedicando o máximo de sua atenção no retorno a seu público. Durante cada pessoa que recebia, ou mesmo de presentes que esta lhe trazia, seu olhar era todo daquela pessoa, como se quisesse entendê-la o melhor possível, captar sua essência. A coisa do sentar ao lado dele devia ser para que ficassem à mesma altura visual, favorecendo essa troca cósmica que acontecia silenciosamente no olho do furacão.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Haveria, logo após essa mesa, às 18h, uma outra com Marina Colasanti e Affonso Romano, mas optei por deixar passar, quis ficar aqui e acompanhar o desfecho, o ato final. E </span><span style="font-family: inherit;">após mais alguns minutos e com a sala já bem mais esvaziada, pensei em cumprimentar Valter. Não tinha nenhum de seus livros à mão, aliás ainda não li nenhum deles, mas conheço um pouco de sua linha literária, de acompanhar entrevistas e falas em outros eventos. Seria um bom momento para agradecer aquela fala, e comentar um pouco disto. Na companhia de Marcelino, me lancei à sua poltrona. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Foi daqueles momentos de reconforto, dentro de aparente desconforto. É engraçado, pois essa cena, de ir falar cara a cara com algum escritor, não me era nada comum antes desse dia. Nas bienais anteriores daqui, 2014, 2012 e 2010 (as que passei a acompanhar e escrever sobre), sempre assistia, anotava, escrevia mas dificilmente ia falar com algum dos autores, talvez por insegurança, receio, não me sentia preparado. A Toca Literária que fiz com Marcelino me ajudou muito também nesse sentido, ter de falar, por mim e por meus textos, expor minhas ideias, ser o primeiro a acreditar em mim mesmo. O que começou ainda timidamente lá em Recife foi se propagando aqui, à medida que me senti mais seguro, apto a deixar transparecer um pouco de minhas ideias além do que costumava fazer apenas escrevendo. E quando percebi estava ali, conversando com Valter, falando da Flip 2011 (quando ouvi falar dele pela primeira vez), do contato com Marcelino, do ofício literário e até lhe convidei a ler meus blogs. Um momentinho rápido, quase ínfimo comparado à duração daquela tarde, mas que teve um valor muito significativo. Fiquei pensando depois como cada uma das pessoas que falou com ele antes de mim tiveram igualmente seus momentos, e saíram daquela sala também de alguma forma transformadas. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPc-60OxrxjRZMpeTtU1r7J_a9qwuSDadEAYJGX3JANojKoUwnxGxree-H5m1ZRf1bXfj1J5LM8WVqRo6L0n2E_q2oQ1sw6s4DnHByrrvGOiHFya7mTbuVzzBhVJE95hLcBS5Ehe3xKvA/s1600/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="967" data-original-width="774" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPc-60OxrxjRZMpeTtU1r7J_a9qwuSDadEAYJGX3JANojKoUwnxGxree-H5m1ZRf1bXfj1J5LM8WVqRo6L0n2E_q2oQ1sw6s4DnHByrrvGOiHFya7mTbuVzzBhVJE95hLcBS5Ehe3xKvA/s400/denis+akel+marcelino+freire+valter+hugo+ma%25CC%2583e+socorro+acioli+bienal+internacional+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017+6.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Foto: Carol Vieira</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Este dia representou uma enorme guinada em relação à minha relação com a Bienal, e também comigo mesmo. Nesta mesa, tanto Marcelino como Valter falaram um pouco de suas vidas, de suas literaturas, língua portuguesa, Brasil e Portugal, mas falaram muito mais sobre amizade, uma mesa que foi pura alegria, do início ao fim, permeada por piadas, risadas, boas histórias, memórias. Socorro Acioli fez um excelente trabalho de mediação, com a utilização de suas palavras-tema, criando já de cara elos comuns entre eles, e eram tantos! </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
Agora, observando essas fotos, ao postá-las aqui, percebo mais calmamente todas essas realidades. Talvez já não tenha exatamente o gatilho de memória daquele dia, mas a sensação ainda é forte, ficou no ar, sensorial. É possível ver detalhes, expressões, sensações, que não se via lá na hora, e isso aflora até outras coisas, comparado a como me sinto hoje. Momentos eternizados, não só pelas fotos ou mesmo por este registro escrito, mas simplesmente por revisitar o passado mentalmente e prepará-lo nesta representação, quase como recriá-lo. É mais ou menos essa a natureza de boa parte de meus textos nesse blog. Recriar passados é revivê-los. E vamos embora que vem muito mais por aí, a partir deste dia essa Bienal, para mim, ficou conhecida como a Bienal da Amizade.<br />
<br />
Continua no <b>dia 4</b>, com a visita de Valter Hugo Mãe à tribo dos índios Anassés na <i>Bienal fora da Bienal</i>. </div>
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Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-798889867417645552017-08-29T20:32:00.000-03:002017-08-31T20:39:09.566-03:00Bienal do Livro do Ceará 2017 - dia 2 (15/04/2017 - Renovação, mesas literárias e comoção por Válter Hugo mãe)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<span style="font-size: x-small;">Fotos: Denis Akel </span><br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<b>Nota do autor</b><i>: Este é o segundo post da série que abrange algumas de minhas vivências e sensações durante a Bienal Internacional do Livro do Ceará 2017, ocorrida de 14 a 23 de abril. Boa parte dos textos dessa série já foram publicados no FB, e chegam enfim ao blog, acrescidos e diagramados especialmente para cá. </i><br />
<br />
O segundo dia de Bienal, sexta-feira, chegou movimentando a aparente calmaria do dia anterior, já meio que ditando o ritmo que se seguiria também nos dias seguintes. Uma olhada rápida na programação me chamou a atenção para uma série de três palestras, que aconteceriam ao longo do dia, na mesma sala, lá no Mezanino 2, às 16h, 18h e 20h. Entre os autores, nomes como Pedro Salgueiro, Luiz Ruffato e Valter Hugo Mãe, que faria sua primeira participação no evento.<br />
<br />
Saí de casa já no meio da tarde, enfrentando um sol tenebroso na rua até a parada de ônibus. Estava tão quente que não tive como não lembrar de um dos títulos de um dos livros do próprio Ruffato, o <i>Inferno Provisório</i>, talvez numa comparação errônea, mas sabendo que aquela quentura cessaria tão logo chegasse ao centro de eventos e fosse abraçado pelos poderosos ares condicionados.<br />
<br />
Havia já um movimento considerável pelos corredores do pavilhão. Aproveitei para conhecer um pouco de uma das áreas mais animadas da Bienal, a Praça do Cordel, onde além das tradicionais banquinhas cheias de livretos, havia também um palco no qual se revezavam os artistas dos folhetos, entre cantorias e declamações.<br />
<br />
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<br />
<br />
Almocei por lá mesmo. As opções não eram muitas. Lembro de o Centro de Eventos dispor de uma área com restaurantes, uma completa praça de alimentação, que parecia quase a de um aeroporto, mas isso no distante ano de 2012. Por alguma razão, este espaço jamais foi reaberto e tudo o que se tem desde então são as lanchonetes, espalhadas nas bordas do pavilhão da feira de livros, que oferecem não muito além de salgados, bolos, sanduíches, sucos e afins. Há até boas opções de almoço, como esse interessante <i>Ratatouille</i>, que encontrei em um deles. O preço não foi muito amigável, mas também não muito exagerado, e estava delicioso. Senti uma certa paz em estar ali, ao lado daquele movimento, daquela circulação pelos estantes.<br />
<br />
<b>O OLHAR DA INFÂNCIA</b><br />
<br />
Na mesa ao meu lado, dois garotinhos, mas nenhum prato ou comida na mesa, apenas livros, provavelmente récem-comprados, como indicavam as sacolas. Os pais deviam estar comprando o lanche enquanto a dupla, possivelmente irmãos, folheava curiosos, brotando o sorriso da descoberta, das cores que saltavam, dos traços de cada página. Fiquei um tempo refletindo aquela cena. Para eles, não fazia diferença o homenageado, a estrutura do lugar, as palestras, tampouco Valter Hugo Mãe. Queriam apenas viver o livro, o instante, e o faziam tão naturalmente que dava gosto ver, como se eu de alguma forma desejasse o mesmo, sem a eventual pressão que acompanhar todas essas coisas acaba trazendo. Os meninos tinham muito a ensinar, naqueles olhos que mal descobriam a vida, nas mãos que deslizavam, realmente sentindo aquele papel, nas gargalhadas espontâneas. Podiam até se desinteressar pelo livro nos próximos minutos, mas naquele espacinho de tempo onde almocei, estavam entregues a ele, e eu entregue a eles.<br />
<br />
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<br />
<br />
Essa reflexão me fez passar ali mais tempo do que deveria. Peguei cadernos, anotei ideias, pensei. Mas as horas seguem, implacáveis, e é preciso se reencaixar no sistema. Quando me dei conta, já passava um pouquinho das 16h. Segui procurando o acesso, que se dava através das escadas rolantes. Seria um caminho que eu me acostumaria bastante a fazer nos próximos dias, que se tornaria igualmente repetitivo, mas necessário.<br />
<br />
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<br />
<br />
<b>MESA (16h): A HERANÇA BENDITA E A FORTALEZA MALDITA DE ADOLFO CAMINHA</b> <i>(Lira Neto e Tércia Montenegro) </i><br />
<i><br /></i><i><br /></i><br />
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<i><br /></i>
Esta foi<b> </b>uma mesa curiosa. O que me atraiu a ela, a princípio, foi ver que contaria com a participação do escritor cearense Pedro Salgueiro, que já ouço falar há muito tempo mas nunca vi aparecer em nenhum evento. Escrevi várias vezes aqui, na época da bienal de 2014, sobre ele e seu contato com Moreira Campos. Teria sido ótimo finalmente vê-lo, mas eis que ao entrar me deparo com Lira Neto ao lado de Tércia. Como perdi os minutos iniciais da fala, não entendi o que aconteceu com Pedro, que aparentemente teve de ser substituído. Lira, aliás, foi um dos quatro coordenadores da Bienal, então seria uma presença muito comum em boa parte das mesas.<br />
<b><br /></b>Tomei uma das muitas cadeiras – o auditório estava parcialmente cheio – e tentei entrar no foco da conversa. Saquei já um de meus caderninhos, fiéis companheiros, que usaria ao longo desses dias de bienal, para tomar eventuais notas. É graças a eles, aliás, que estes posts são possíveis.<br />
<br />
Foi uma conversa centrada no ato da criação literária, da composição de personagens, o labor criativo. Ambos trocaram experiências, dentro de suas vivências diante do ato da escrita. Era um bom aquecimento, ouvir tudo aquilo, que ia aos poucos me motivando.<br />
<br />
<i>"O ato de escrita é teatral, é preciso se colocar no personagem. É um exercício de projeção, de empatia com seu personagem. Como é olhar o mundo naquele corpo?"</i> – <b>Tércia Montenegro </b><br />
<br />
<i>"Para escrever sobre alguém que está perdendo a visão, tive de fazer um pequeno laboratório, para o livro 'Turismo para cegos'"</i> – <b>Tércia</b><br />
<br />
<i>"A escrita independe da publicação, ela não pode não haver, não acontecer. É resgatar aprendizados quando o tédio aparece. Minha vida como escritora é ter escrito, é escrever sempre"</i> – <b>Tércia</b><br />
<br />
Após algum tempo, uma pessoa do fundo tomou o microfone para uma pergunta. É um jovem senhor que disse estar passando por acaso por ali quando viu o evento, e agradeceu por isso. Ele formulou sua pergunta com grande propriedade, como que muito acostumado ao microfone, e fez inúmeras citações, de Adolfo Caminha ao livro Fortaleza <i>Belle Époque</i>. Perguntou por fim como se dava a publicação de livros naquela época mas floreou tanto a pergunta, que me perdi entre o final dela e o começo das respostas.<br />
<br />
Lira e Tércia se revezaram para explicar os processos de publicação, bem diferentes dos de hoje, que muitas vezes naquele tempo sequer acontecia com o autor em vida. O tema expandiu e abraçou também o conceito da adaptação de uma obra. Tércia falou muito sobre a questão do livro ser como um filho, que tem sua vida própria, que já não tem mais a ver com ela.<br />
<br />
<i>"Quando se escreve um livro, esteja certo de que ele já não o pertence. Se for adaptado, entenda que já será o produto de outras visões, de quem o for adaptar"</i> – <b>Lira Neto</b><br />
<b><br /></b>
<br />
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<b><br /></b><b><br /></b>Seguem mais alguns trechos que consegui registrar da conversa:<br />
<br />
<i>"Todo mundo pode ser escritor? Talvez, mas talvez nem todo mundo queira ser escritor"</i> – <b>Tercia</b><br />
<b><br /></b>
<i>"Não há sensibilidade falsa ou errada na vida, é apenas saber que não podemos fazer ou sentir todas as sensações" – </i><b>Tércia</b><br />
<br />
<i>"Abandonei a faculdade de letras porque não havia um eixo de criação que me seduzisse, apenas a formalidade acadêmica. A linguagem dos cursos acadêmicos é tão engessada que brincamos que há 'aprender a desescrever 1', 'aprender a desescrever 2', 'aprender a desescrever 3'... estou fazendo doutorado em semiótica na PUC-SP, que dá à palavra uma liberdade excepcional</i><i>"</i> – <b>Lira</b><br />
<br />
<i>"Jornalismo é bem diferente de literatura. Jornalismo é efemeridade, é ter pouco tempo"</i> – <b>Lira</b><br />
<b><br /></b>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/tr6nt3paMlk" width="500"></iframe><br />
<br />
Lira Neto finalizou a conversa contando uma história de um general que lhe ligou certa vez. Lira é jornalista e biógrafo, tendo já vários livros publicados, um deles a biografia de Castelo Branco. O tal general tinha justamente lido o livro. Lira disse que é comum receber ligações de pessoas que detestam a maneira como ele conduz um ou outro detalhe de seus biografados, e já se preparava para essa ligação ser mais uma nesse sentido. Quando atendeu, ouviu logo a voz gutural do general e se deu mais ou menos o seguinte diálogo:<br />
<br />
<i>– É o Lira Neto quem está falando?</i><br />
<i>– Sim, sou eu, pois não?</i><br />
<i>– Você escreveu a biografia do Castelo Branco?</i><br />
<i>– Sim, sim, fui eu...</i> – respondeu ele, já se preparando para os impropérios.<br />
Mas, para sua surpresa, o general se derreteu em elogios, que o livro era muito bom, a cara do Castelo Branco! Lira desligou rindo.<br />
<br />
<i>"Cada um lê o livro que quer ler, com base em suas crenças e verdades. Não tenho pretensão de fazer leitores pensar isso ou aquilo"</i> – <b>Lira</b><br />
<b><br /></b>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<b><br /></b><b><br /></b>Encerrada a mesa, fiquei mais um tempo por ali, observando a dispersão, as pessoas prontas a trocar uma ou duas palavras com os autores, os fotógrafos a disparando seus flashes, buscando os melhores ângulos. Foi uma boa conversa, apesar de não ter visto do início. Lá fora, à entrada do auditório, havia livros dos autores, como seria uma constante em todas as palestras, mas não me inclinei a comprar nenhum.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />
Caminhei mais um pouco pela feira, me recompor antes da próxima mesa. Dei uma breve olhada em alguns estandes, mas estavam tão cheios e bagunçados que desanimava. Não pensava em comprar nada ainda, haveria muitos dias pela frente, era preciso, mais do que nunca, ser seletivo ante o que de fato valeria a aquisição. Após um breve lanche em meio a muitas vozes e gritos, tornei o caminho do Mezanino 2.<br />
<br />
<b>MESA (18h30): EM QUE MEDIDA O REAL INCITA A GERAR NOVOS MUNDOS? </b><i>(Luiz Ruffato e Socorro Acioli / Mediação: Marco Severo)</i><br />
<i><br /></i><i><br /></i><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHGNUv014Try7518EIlgrkt1E1hctLhh8aKpyNifbTA_XmzjMLRQbHZNHwK1THlHqU5HJhsPQUL56eYKPm-TNhgQdNcF2R4P6tJ6efmVLml9iWizCg9XXZ8-BWr0YEKFMDMS1XBWQgPEE/s1600/denis+akel+socorro+acioli+luiz+ruffato+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHGNUv014Try7518EIlgrkt1E1hctLhh8aKpyNifbTA_XmzjMLRQbHZNHwK1THlHqU5HJhsPQUL56eYKPm-TNhgQdNcF2R4P6tJ6efmVLml9iWizCg9XXZ8-BWr0YEKFMDMS1XBWQgPEE/s400/denis+akel+socorro+acioli+luiz+ruffato+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+2017.jpg" width="400" /></a></div>
<i><br /></i>
O debate agora seria entre os escritores Luiz Ruffato e Socorro Acioli. Conheço-os de visto de longos tempos, de outras falas em programas e eventos literários. Vê-los e ouvi-los aqui não era exatamente nenhuma novidade, mas o tema em questão, essa coisa do real incitar novos mundos, me fez chegar novamente ao auditório, já praticamente lotado.<br />
<br />
Ruffato falou de sua carreira, de sua infância, primeiros trabalhos, como torneiro mecânico, de como chegou à literatura e do tipo de literatura que busca fazer. Dentro dessa temática, abordou a memória como ferramenta motivadora, criativa, no sentido de procurar saber nossas origens, para melhor nos entendermos. Para ele o brasileiro não tem memória, não busca seus antepassados. O escritor falou também de leituras, das escolhas do que ler ou não, de como todo texto pode ajudar, engrandecer o escritor:<br />
<br />
<i>"Quanto mais eu leio mais eu quero ler. Quero ser influenciado pela grande literatura. Tudo acrescenta. Até livros ruins ajudam"</i> – <b>Luiz Ruffato</b><br />
<br />
Aproveitando o tema memória, o mediador perguntou a Socorro qual a memória inerente em suas obras... comecei, então, a perceber, a partir dessa pergunta, como tudo me pareceu tão repetitivo e sem graça, dessas perguntas típicas que sempre se vê em todas as palestras literárias... do autor ter que dizer o sentido de sua obra, ter que defini-la em palavras... mais do que nunca, isso me pareceu tão vazio naquele momento. No entanto, continuei lá, tentando captar algo de novo. Dediquei um tempo observando as muitas pessoas que compunham o púlico, percebendo pela fala de algumas que boa parte eram professores ou estudantes de letras, o que tornava, de um jeito ou de outro, a conversa meio previsível.<br />
<br />
A questão de criação de personagens também foi bastante presente no debate:<br />
<br />
<i>"Planejo o que vai acontecer a um personagem, mas às vezes mudo no meio"</i> – <b>Socorro</b><br />
<br />
<i>"Pensava em começar a escrever apenas quando conhecesse meu personagem, mas depois penso que não conhecemos ninguém de verdade Os personagens são muito maiores, muito complexos e tomam o rumo que querem tomar"</i> – <b>Ruffato</b><br />
<br />
Um pouco enfadado com o ritmo da conversa, decidi sair antes do fim, respirar outros ares lá fora. Pouco antes, ainda escutei a seguinte pergunta feita pelo mediador:<br />
<br />
Por que a escola forma poucos leitores e escritores?<br />
<br />
<i>"Porque temos uma educação de péssima qualidade"</i> – <b>Ruffato</b><br />
<br />
<i>"Porque os professores são mal formados, não incitam, não geram interesse nos alunos a ler ou escrever"</i>– <b>Socorro</b><br />
<br />
A dita grande sensação deste segundo dia de bienal estava cada vez mais próxima, com o escritor português Válter Hugo Mãe. Eu estranhava, contudo, que a palestra estava marcada para acontecer às 20h, exatamente ali, onde Acioli e Ruffato pareciam não ter intenção de sair. Atrasaria? Lá fora, nenhum sinal de fila. Segui pelo extenso corredor do mezanino, olhando um pouco dos múltiplos outros espaços que havia na Bienal, áreas infantis, infanto-juvenis, sem me demorar em nenhuma.<br />
<br />
<b>UM ESCRITOR GUINEENSE NO CEARÁ</b><br />
<br />
Nessa caminhada, encontrei por acaso uma outra palestra bem interessante, com Stelio Torquato Neto e Manoel Casqueiro. Conhecia o primeiro de nome, tinha sido professor de uns amigos. Além disso, era também pesquisador de cordel e cordelista, que vinha ganhando cada vez mais destaque com suas obras, releituras de clássicos da literatura em formato cordel. Já Manuel Casqueiro, não consegui entender muito a princípio, mas simpatizei de cara com a maneira como narrava suas histórias de vida, o mergulho em suas memórias, de como isso o levou à literatura, me fluiu bem mais interessante do que Ruffato ou Acioli.<br />
<br />
O fato de haver bem poucas pessoas no auditório muito ajudava, tornava a experiência mais intimista. A porta, mantida aberta, como que para tentar chamar atenção de quem passava, não parecia funcionar muito, o que achei até bom. Fiquei uns poucos minutos, mas suficientes para já me encantar pela fala daquele simpático senhor de blusa contrastante, que relembrava com intensidade fatos de sua infância e de sua cultura. Infelizmente não pude ficar muito, queria ver o oba-oba em cima do astro da bienal, o Válter.<br />
<br />
<i>"Os gregos mamaram um bocado na mitologia africana"</i> – <b>Manuel</b> <b>Casqueiro</b><br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<b><br /></b>
<b><br /></b>Depois, descobri em uma rápida pesquisa que Manuel Casqueiro é um escritor guineense radicado aqui no Ceará. Seus pais eram europeus e tiveram de se exilar de Portugal por conta da ditadura de Salazar. Por conta disso, Casqueiro teve uma infância difícil em Guiné-Bissau. A busca por uma identidade e os muitos preconceitos e discriminações que sofreu o levaram a usar suas memórias como principal ferramenta de sua literatura. Mais sobre ele nesse <a href="http://portaldonic.com.br/jornalismo/manuel-casqueiro-o-escritor-guineense-que-se-exilou-no-ceara/">link</a> e também no documentário <i>Negro lá, Negro cá</i>, que pode ser assistido <a href="https://www.youtube.com/watch?v=17EfwmH9IEY">aqui</a>.<br />
<br />
Saí do auditório, tornando ao espaço onde supostamente seria a palestra de Válter. Ruffato e Acioli ainda estavam por lá. Me informei com os receptivos. Tinham mudado de sala, para uma maior. Imaginei logo que aquele auditório, apesar de grande, não seria suficiente para conter a legião que viria ouvir o português.<br />
<br />
<b>MESA (20h) - SOMOS TODOS FILHOS DE MIL PESSOAS E DE MIL LIVROS</b> <i>(Valter Hugo Mãe / Mediação: Cleudene Aragão) </i><br />
<i><br /></i>
<i><br /></i>
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<br />
<i><br /></i>Aqui começou talvez a maior sensação da bienal. Alardeado nos jornais como o grande destaque internacional, Valter Hugo Mãe teria ampla participação no evento: mesa individual, mesa compartilhada e até faria parte do evento paralelo Bienal fora da Bienal, do qual falarei mais a seguir. Começando suas falas neste dia, fiquei a princípio mais curioso pela comoção que geraria, ao teor da conversa em si.<br />
<br />
<b>COMO ERA POSSÍVEL? </b><br />
<br />
Quando cheguei de fato à entrada do devido auditório, me vi diante de uma fila relativamente curta. Só essas pessoas? Pensei. Algo parecia errado. Aproximei-me da porta, entreolhando o interior da sala e vi a real dimensão da coisa: já praticamente lotado! Quem aguardava fora, aparentemente, esperava uma desistência ou talvez que se descobrisse algum lugar vazio no meio daquelas dezenas de pessoas (vi pessoas da produção trazendo mais cadeiras). Fiquei receoso, não parecia nada favorável, suportar aquela loucura de gente. Mas como era possível? Demorei muito a chegar? Perdi tempo com Manuel Casqueiro? Como toda aquela gente soube da mudança da sala e conseguiu lotá-la tão rápido? São perguntas que me acompanharam até tomar meu lugar, no fim da fila, e que provavelmente nunca terão respostas. Qual não foi minha surpresa ao ver que, entre as pessoas da fila estava o ator, cantor, escritor Gero Camilo, uma das atrações da Bienal. Gero certamente tinha acesso garantido a um dos lugares reservados ao alto panteão, nas primeiras fileiras, mas por alguma razão quis estar ali, junto aos que lutavam por um último suspiro de visão do palco.<br />
<br />
A fila andava a passos vagarosos. Liberavam a entrada de quando em quando, uma pessoa de cada vez, como se estivéssemos entrando quase num evento privativo. Me sentia estranho, viajando em meus pensamentos, como um subproduto, sujeito a ser acomodado onde houvesse espaço, independente de haver um mínimo de conforto.<br />
<br />
<br />
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<br />
<br />
A marcha tímida seguiu, até que enfim me vi diante da porta, controlada por toda uma equipe de receptivos. Pensei em desistir, abrir mão mesmo, tentar em uma das outras vezes, mas já tinha ido tão longe, abracei o caos, esperei ser direcionado. Lá dentro, uma centena de pessoas; a sala era gigantesca, quase três vezes maior que a anterior. Um grupo de cadeiras extras tinha sido agrupada atrás das regulares e atrás de tudo isso havia ainda uma espécie de arquibancada de metal, de três níveis de altura, que mesmo assim já se mostrava quase cheia. Além do acesso controlado, tinha ainda a questão da pessoa estar sozinha ou acompanhada ou em grupo; haveria como acomodar todos bonitinhos uns ao lado dos outros? Não sei como fizeram mas felizmente nessa hora eu estava sozinho, o que me garantiu um cantinho apertado bem no canto do primeiro degrau da arquibancada.<br />
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<br />
<br />
Dali tive apenas um rasgo de visão do palco, onde não havia nada ainda senão uma cortina preta. Com um oceano de cabeças à minha frente, vozes entrecortadas e súbita sensação de calor, ponderei novamente o que diabos estava fazendo ali. Valeria todo o esforço? Sentar mal sentado? Isso só descobriria depois, mas lá continuei. Cada lugar agora era precioso, deveria ser segurado com a vida. E ainda mais pessoas entrando, seguindo sabe-se lá para onde, não parecia haver lugares livres.<br />
<br />
Ainda não comentei aqui, mas não seria meu primeiro 'contato' com Válter. Desde que comecei a me aventurar no mundo literário ouço falar em seu nome, sobretudo após a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) 2011, que meio que o projetou no Brasil, na emblemática carta que leu ao final de sua mesa, onde derramou sobre o público uma sinceridade e inocência que imagino estar bem presente em seus livros. Ainda não li nenhum mas lembro muito bem da carta, da "ambulância que parecia transportar doentes felizes". De lá para cá, vi várias entrevistas dele e acompanho os lançamentos dos livros, cujos títulos acho incrivelmente ousados.<br />
<br />
O clima me era tão desconfortável que não consegui ficar bem, a inquietação me inclinava a escrever algo, a tomar nota do que via e sentia. Mesmo antes de começar a fala de Válter, fui anotando um bolo de pensamentos no caderninho, para através deles buscar algum refúgio daquela loucura. O tempo pareceu passar de alguma forma mais rápido; quando menos esperei surgiram lá de trás os protagonistas dessa mesa: o escritor português Válter Hugo Mãe, para a explosão geral de gritos e urros, e a professora Cleudene Aragão. <br />
<br />
Centrada na vida e obra do autor, de modo geral, a conversa teve início tímido, com Válter falando sobre a cidade e a alegria de estar ali. Parecia um pouco nervoso, era meio difícil ouvi-lo e quase impossível vê-lo, de onde eu estava. Aos poucos, entrando no tema dos livros, da vida, da presença divina, o escritor ficou mais à vontade, falando agora em tom calmo e lento, demonstrando a sinceridade que lhe é tão peculiar.<br />
<br />
<i>"Quis vir à Bienal mais cedo para comprar livros. E comprei. Imaginei que teria de vir de sapatos para cá"</i> – <b>Válter Hugo Mãe</b>, brincando ao apontar seus calçados e descontraindo o peso das palavras que se seguiriam.<br />
<br />
<i>"Quando nos definimos como alguém, estamos a eliminar os outros, estamos a ficar sozinhos"</i> – <b>Mãe</b><br />
<br />
<i>"Não consigo ver espaços vazios na minha casa, sinto como extensão da minha solidão, por isso a encho de coisas, de livros, sobretudo. As paredes não deviam ser brancas, o branco traz ideia de incompletude"</i> – <b>Mãe</b><br />
<br />
<i>"O escritor tem desejo de criar mundos?"</i> –<b> Cleudene </b><br />
<br />
<i>"Comprei no mercado central o índio mais lindo do mundo. Levar um desses objetos para casa é como levar as vozes de Deus. Não quero matar Deus, quero fazer Deus nascer"</i> – <b>Mãe</b><br />
<br />
Me sentia ainda um pouco mal neste ambiente, como um turista, a tentar chegar ao 'animal mais raro do zoológico', uma metáfora que tenho construído sem querer, ao observar tanto essa configuração de "super palestra", no qual tudo conspira para o espetáculo, o show. O ídolo, lá na frente, encanta a todos, mas exige entrada separada, distância do público etc. Deixo claro que desta vez não foi exatamente assim, mas algo ali me reforçou um pouco algumas dessas ideias.<br />
<br />
Válter falou um pouco sobre seus processos de escrita, de como as ideias lhe surgem, de sua rotina, sua casa, sua solidão, tudo com um viés poético, uma fala branda, serena:<br />
<br />
<i>"Quando aprendemos e dominamos outra língua, aprendemos outra identidade. Um ficcionista precisa aprender a mentalidade de uma outra pessoa"</i> – <b>Mãe</b><br />
<br />
<i>"Não consigo não escrever. Sempre escrevo frases e as vou guardando. Quando terminava um romance, eu já estava com outro, é uma coisa meio promíscua"</i> – <b>Mãe</b><br />
<b><br /></b>
<i>"Na poesia é muito difícil encontrar estranhezas, diferente da prosa." – </i><b>Mãe</b><br />
<br />
<i>"A solidão não pode ser nosso objetivo. Somos coletivos. Dependemos dos outros. Só encontramos nossa justificativa através dos outros. É sempre uma relação de que o outro existe e o outro precisa de nós (nem que para isso tenha que encher minhas casa de livros, de coisas)."</i> – <b>Mãe</b><br />
<br />
Havia muito calor na sala, pudera, centenas de pessoas. O Centro de Eventos, em condições, digamos, normais, é super frio, razão pela qual eu estava com uma camiseta extra, mas diante daquela legião de pessoas, o sistema de ar condicionado parecia inútil. O calor, o suor escorrendo pela testa, contribuíam para minha contínua inquietação.<br />
<br />
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<br />
<br />
<i>"A felicidade é também o que inventamos. Prefiro inventar a felicidade a ficar me lamuriando com as coisas más"</i> – <b>Mãe</b><br />
<b><br /></b>
Algumas falas de Válter me faziam sorrir, como se me despertassem para simplicidades esquecidas, verdades aparentes que o ritmo da vida às vezes leva ou oculta sem que percebamos. Mesmo com as dificuldades de visão e de acústica, era possível ainda ter um encanto por aquele momento, era possível, por que não, inventar a felicidade.<br />
<br />
Após longo tempo de diálogo entre o escritor e a mediadora, foi aberta a participação do público. Aí estava uma coisa delicada, pensei, pois provavelmente haveria bem mais perguntas do que tempo para respondê-las. Era já por volta das 21h quando muitas mãos foram disparadas para o teto, tentando chamar a atenção do microfone, que passeava com dificuldade entre as cadeiras, embora a escolha de quem falaria coubesse aos receptivos, nas margens do auditório exatamente para este suporte. <br />
<br />
Não apenas Válter, as pessoas também pareciam nervosas, ansiosas por estarem ali, e alguns dos que falaram chegaram até a pedir desculpas por isso. Gaguejavam, procurando as palavras para agradecer o momento e formular suas perguntas. Algumas delas abaixo:<br />
<br />
Por que grafar Deus minúsculo?<i> – (pergunta público)</i><br />
<i><br /></i>
<i>"Não me refiro ao deus de uma respectiva fé, mas à entidade de maneira geral. Ou então se o faço para ver se ele vai ou não falar comigo. É uma provocação, pelo silêncio de alguém que é o responsável por tudo." – </i><b>Mãe</b><br />
<div>
<br /></div>
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Invariavelmente, as perguntas acabavam muito longas. As pessoas não pareciam perceber que outras também queriam ter essa chance, e se demoravam e se demoravam, contextualizando às vezes exageradamente o foco do que tentavam dizer, não sei se para de alguma forma chamar mais a atenção do escritor ou simplesmente por não saberem mesmo se controlar. Como resultado, a questão se diluía num mar de conjeturas, sendo preciso de quando em quando um "qual foi mesmo sua pergunta?". Essa realidade acabou se repetindo em várias outras mesas. Sempre que isso acontece, não tenho como não lembrar de uma fala da <b>Márcia Tiburi</b>, quando na Bienal daqui, em 2012, comentou, em tom cômico, que as perguntas deveriam ser como no Twitter: terem limite de 140 caracteres. </div>
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<br />
A palestra tinha seus picos de humor, com piadas de nível e risadas do público em resposta. Era estranho estar sozinho, perdido no meio daquela massa de pessoas, ouvindo a voz de Válter, que ali, para todas aquelas pessoas, parecia quase a voz de Deus. Como eu mal o via, às vezes parecia sim uma voz que emanava de alguma dimensão paralela. Ri comigo mesmo desses devaneios.<br />
<br />
Cleudene Aragão, que mediava a mesa, era uma das coordenadoras da Bienal, e seria, tal como Lira Neto, presença constante em boa parte dos debates. Lembro dela das edições anteriores do evento. Aqui, ela me pareceu bem mais preparada, mais segura de sua postura, mais presa à conversa, apesar da nítida ansiedade em estar ali conversando com Válter diante de centenas de pessoas. Cleudene trouxe à tona justamente a questão do papel de Deus na obra do autor, no início do debate e o tema se estendeu por quase toda a mesa.<br />
<br />
<i>"Se seus livros curassem doenças, quais seriam?"</i> – <b>Cleudene</b><br />
<br />
<i>"Espero que todas elas, ou pelo menos a velhice, e nos tornasse eternos"</i> – <b>Mãe </b><br />
<br />
Uma questão muito interessante foi quando o escritor explicou um pouco da gênese dos nomes de seus romances:<br />
<br />
<i>"A literatura é um espaço de risco, não há espaço para conforto. É preciso ter coragem para avançar, sobretudo para frear. Dizem que arranjo títulos horrorosos, quem vai comprar livros como 'A desumanização?', 'Homens imprudentemente poéticos?' Três palavrões! Eu respondo a essas pessoas: eu também não vou à sua casa dar nomes aos seus filhos"</i> – <b>Mãe</b><br />
<br />
Por que a morte é tão presente?<i> (pergunta público)</i><br />
<br />
<i>"Nosso dia é sempre a tentativa de melhorar o amanhã, de melhorar. Eu queria muito curar a morte. Preciso acreditar que é possível morrer como uma completude, como uma consumação, lógica. A morte precisa nos atribuir essa justiça, não tem a ver com o tempo, o sentido da vida tem de ser diferente"</i> – <b>Mãe</b><br />
<br />
<i>"A humanidade é um projeto, ainda não existe, somos um ensaio. O grande dilema do nosso tempo é termos informação e conhecimento mas a sociedade não corresponder a isso. Idiotas no poder, e a humanidade incapacitada de avançar. Acho que vamos melhorar, mas daqui a muito tempo. A humanidade ainda vai começar"</i> – <b>Mãe</b><br />
<br />
Como fazer o Brasil ler mais? <i>(pergunta público)</i><br />
<br />
<i>"Primeiro, descer o preço dos livros. O livro aqui é muito caro. As pessoas não têm como adquirir os livros. Os livros precisam estar presente, estar em casa, com as crianças, é um direito delas. É preciso haver uma desmistificação do livro, quanto ao cotidiano"</i> – <b>Mãe</b><br />
<br />
Válter falou de seu cão, Crisóstomo, como um ser humano legítimo, e questionou valores, em um mundo tão digital como o de hoje:<br />
<br />
<i>"Um dos grandes desafios da nossa sociedade é não nos precipitarmos. Opinar é um direito, uma liberdade, mas nem por isso deve ser leviano. As redes sociais estão a nos crucificar, não nos damos conta, somos agentes desse mal. Temos consciência de acharmos que estamos fazendo o bem mas permanecemos agentes do mal." – </i><b>Mãe</b><br />
<br />
<i>"Eu queria que as pessoas fossem livros, livros mesmo, sejam reconhecidas. A humanidade deveria ser atribuída só a quem age comprovadamente como uma pessoa"</i> – <b>Mãe</b><br />
<br />
Já próximo das 22h, a conversa chegou ao fim, para uma intensa e demorada salva de palmas, de pé, do auditório lotado. Não era preciso ver Válter de perto para saber que ele estava emocionado, ante tanta manifestação. Baixado o ritmo dos aplausos, uma boa parte do público deixou a sala, mas uma fatia ainda considerável se colocou em fila indiana entre as cadeiras. Nas mãos, livros de Válter Hugo Mãe. Chegou a hora do autógrafo.<br />
<br />
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<br />
Gosto de observar esses momentos de autógrafos, de relativa tranquilidade, de silêncios que tanto falam. Não há microfones, mas conversas informais, sem pompa, sem espetáculo. Cada uma daquelas pessoas está ali por uma razão específica: pode ser a realização de um sonho, conhecer Válter, pode ser o primeiro contato com o autor, pode ser um agradecimento, uma crítica ou mesmo apenas ostentação de seu autógrafo. Todas essas realidades conviveram na harmonia desses poucos mas tão ricos minutos. De longe, enquanto fiz estas fotos, observei as expressões das pessoas, os olhares, as bocas se abrindo sem som, os sorrisos, a cabeça de Válter balançando, sua caneta no ar, os óculos refletindo as muitas luzes do teto. A euforia também dos receptivos em estarem perto do escritor.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />
Livros do autor eram vendidos numa banquinha fora da sala, cheguei a averiguar o preço de alguns mas estavam muito caros para meu orçamento na hora (evitei gastar no começo da Bienal). Válter tem toda a razão quando diz que no Brasil <i>o livro é muito caro. </i><br />
<i><br /></i>
Deixei o Centro de Eventos satisfeito, não exatamente maravilhado, mas renovado, após a estranheza que foi o primeiro dia. Àquela hora tudo já estava fechando, as salas, o acesso aos expositores de livros, tudo. O espaço dos cordéis, encerrado, mostrava uma curiosa disposição de como as cadeiras dormiam à noite, espalhadas sobre as banquinhas que durante o dia exibem os livretos. Foi uma cena engraçada, aquele monte de pernas entrelaçadas.<br />
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Senti que as coisas melhoravam, uma injeção de ânimo repentino, do evento, do que ainda estava por vir. E o dia seguinte seria o grande diferencial dessa mudança, quando comecei a perceber que o tema da Bienal<i>, Cada Pessoa, um Livro; o Mundo, a Biblioteca</i>, fazia sim sentido, mas já começaria a se desenhar algo maior, essa seria sobretudo a bienal da <i>amizade. </i><br />
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Continua no <b>dia 3.</b>Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-60654324625780125962017-08-10T14:45:00.001-03:002017-08-11T16:41:51.358-03:00Bienal do Livro do Ceará 2017 - dia 1 (14/04/2017, desânimo e programação complicada)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-size: x-small;">Fotos: Denis Akel</span><br />
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Começando agora, antes tarde do que nunca, a trazer ao blog as postagens relativas às minhas vivências e sensações da Bienal Internacional do Livro do Ceará 2017, ocorrida esse ano no período de 14 a 23 de abril. Parte destes textos já foram previamente publicados no Facebook e agora chegam aqui com leves alterações e acréscimos. Resolvi priorizá-los, ante os novos posts que devo colocar a seguir (Fresta Literária, FLIP 2017 etc).<br />
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<b>EM MEIO AO DESÂNIMO </b><br />
<b><br /></b>
Como nos anos anteriores de Bienal, eu novamente não estava muito animado para o evento, para o ritmo diário, o corre-corre atrás de livros, palestras, coisas assim, que a cada edição parece se tornar meio repetitivo, igual. Essa Bienal demorou muito a chegar, deveria ter acontecido ano passado (a última foi em 2014), e demorou mais ainda a ser divulgada e assim, de repente, já começaria no dia seguinte.<br />
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O desânimo, em parte, vem justamente daí: do certo descaso que sinto na Bienal do Livro daqui de Fortaleza. Há sempre uma demora anormal no anúncio de datas, programações e convidados, quase como se sempre pairasse uma incerteza de o evento acontecer ou não. Diferente de Bienais do Livro de outros estados, onde há bem mais informações divulgadas com meses, até anos de antecedência. Como as pessoas do interior de Fortaleza podem pensar em se programar para o evento se tudo é divulgado quase às vésperas?<br />
<br />
Quando foi divulgada a programação, um mês antes, nas redes sociais, não vi um homenageado aparente (em 2014 foi Moreira Campos) apenas o que parecia ser o tema "Cada pessoa, um livro; o mundo, a biblioteca". Fiquei intrigado. Como fazer uma bienal sem um homenageado? Onde estava o direcionamento? O foco das discussões? O apreço por nossa literatura, tendo tantos nomes aptos a tal posição? Apesar dessa estranheza, a lista de autores convidados e palestras era bem extensa, e vi de cara nomes interessantes, como Cristóvão Tezza, Bráulio Tavares, Joca Reiners Terron, Ignácio de Loyola Brandão, Frei Betto, Marcelino Freire...<br />
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No dia da abertura, 14 de abril, estava particularmente indisposto. Não me sentia no clima, fiquei em dúvida se iria ou não. Não haveria nenhuma palestra ainda, nenhuma fala, mas de alguma maneira senti que deveria ir ao menos para já reconhecer o espaço, como se acreditasse que poderia ser diferente. Pelo menos, para já me colocar em movimento, sentindo desde o início a atmosfera desta nova edição.<br />
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<b>CENTRO DE EVENTOS, MAIS DO MESMO</b><br />
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Acabei decidindo ir à Bienal nesse primeiro dia. Diego, meu irmão, foi comigo. Não estava muito animado mas à medida que nos aproximávamos, no trânsito, tentei me empolgar. Era um evento de literatura, tinha de ser valorizado, abraçado. Ver a fachada do prédio, o imponente Centro de Eventos, foi quase como voltar no tempo, direto a 2014, com aquele monte de banners de divulgação luminosos, toda aquela aura, aquele estacionamento propenso a lotar, e parte dessas memórias não foi assim tão boa, mas era impossível evitá-las.<br />
<br />
O carro nos deixou diretamente na parte interna do lugar, adentrando o estacionamento coberto, e pela primeira vez soube como era chegar ali por aquele lado. Gigantesco e um pouco sombrio, o estacionamento mais parecia um labirinto, fácil de se desorientar. Seguindo um aparente fluxo, passamos por uma das entradas. No saguão principal, onde outrora, em 2014, ficavam enormes expositores de Moreira Campos (<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2014/12/bienal-do-livro-2014-i-o-evento.html">veja aqui</a>), falando de sua vida e obra, ou mesmo em 2012 abraçando a relevância da Padaria Espiritual (<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2012/12/bienal-do-livro-do-ceara-2012-i-o-evento.html">veja aqui</a>), agora apenas espaço vazio. A ausência da força de um homenageado fazia falta. Tive certeza de que não havia um, e isso pareceu, naquele momento, perder um pouco a identidade do evento.<br />
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Corredores, estrutura, tudo muito igual. Lá do alto, as infinitas luzinhas diretas me sorriam, ofuscantes. Eu, que já não estava muito bem, me senti ainda pior. Estava cansado daquele movimento, que quase sequer havia começado. Mesmo assim, andamos pelos estandes, reconhecendo o ambiente. Alguns extremamente cheios, com pessoas procurando e comprando livros. Desde que chegamos, aliás, vi gente saindo com livros. Mas já? Fiquei meio sem vontade de me imaginar ali revirando livros e mais livros... talvez por não estar motivado, mesmo aos sempre convidativos estandes de "qualquer livro por 10 reais". Andamos pelos extensos corredores, cujos carpetes, ainda limpinhos, já viam um movimento considerável. Não me detive a princípio em nenhum estande ou programação, era somente reconhecer. E foi mais rápido do que pensei. A imponente passarela, que se estendia por sobre os pavilhões, e da qual se tinha uma bela vista do evento, estava mais uma vez fechada (só a vi aberta em 2012).<br />
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Haveria um show para celebrar a abertura oficial da Bienal no palco principal, este na foto acima. Ficamos por lá até antes disso. Fazer um lanche, olhar o movimento, nesse primeiro momento, já foi o suficiente. O que estaria para acontecer, o que eu estaria por viver, nos dias seguintes, mal poderia imaginar.<br />
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Mas neste dia, tive uma percepção bem diferente do ambiente, me senti confinado, preso, mal cuidado. A mesma estrutura, o mesmo tudo. Talvez por conta de, de 2014 para cá, eu tenha feito algumas viagens, experimentado outras realidades, em eventos como a FLIP, Fliporto, agora não via muita graça em uma Bienal que começava tão sem graça.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi157uF6-WLY6wtfl1ZgPvAQh9884ocu1SkdRScE0kxAlMbDQblluL9bPKMpWgtLYiCG5bNd3bLgAg_-gNNs33GPtsl3JjomvmvN26iy5wBlmZGq9pxb31HREjkQoI79zGiPAJC9IAIpkw/s1600/denis+akel+bienal+do+livro+do+ceara+2017+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi157uF6-WLY6wtfl1ZgPvAQh9884ocu1SkdRScE0kxAlMbDQblluL9bPKMpWgtLYiCG5bNd3bLgAg_-gNNs33GPtsl3JjomvmvN26iy5wBlmZGq9pxb31HREjkQoI79zGiPAJC9IAIpkw/s400/denis+akel+bienal+do+livro+do+ceara+2017+4.jpg" width="400" /></a></div>
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<br />
<b>PROGRAMAÇÃO EM DIA, MAS CONFUSA</b><br />
<b><br /></b>
Uma das primeiras coisas que fiz, ao adentrar as dependências do Centro de Eventos, foi ir atrás do folheto com a programação da Bienal. Lembrava muito bem de que, em 2014, ele não saiu no dia do lançamento, apenas um ou dois dias depois. Será que esse ano seria diferente? Atravessamos os longos corredores e pavilhões, até o saguão principal. Sobre um balcão frio de granito, estava uma pilha enorme de folhetos, a programação. Sentamos a folheá-la, para visualizar melhor o evento, o panorama das atividades.<br />
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Estava tudo lá, sim, não havia dúvida: as palestras, os espaços, os autores, os dias e horários. O problema foi como se deu a disposição dessas informações, impressas secamente no folheto de quase 50 páginas. Não havia nenhum tipo de destaque, imagem de algum autor ou qualquer coisa que descansasse a mente, de modo que folheá-lo se tornava desgastante, confuso de se achar o que se queria. Quis traçar logo um mapa geral a seguir, como geralmente faço, mas de tão maçante e repetitivo, me limitei a fazer isso a cada dia. Várias outras pessoas também comentaram a dificuldade de se ler essa programação, de se localizar as palestras ou interesses. Faltou um trabalho gráfico um pouco mais claro, harmonioso, para tornar esse material atrativo à consulta.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieLzqKCzc1FMEfsvaPiaNCzQwhYyeksMGyPED1RcCFdzPARe37xRnj6ejgNFbpzABvhZW0VFgMRm-irEmYeIqRUDDC5prwxfDkV93hS1onEaOvVUrWqi7UgQtd4uqR4FfDX3npgBMqqGI/s1600/denis+akel+bienal+do+livro+do+ceara+2017+9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieLzqKCzc1FMEfsvaPiaNCzQwhYyeksMGyPED1RcCFdzPARe37xRnj6ejgNFbpzABvhZW0VFgMRm-irEmYeIqRUDDC5prwxfDkV93hS1onEaOvVUrWqi7UgQtd4uqR4FfDX3npgBMqqGI/s400/denis+akel+bienal+do+livro+do+ceara+2017+9.jpg" width="400" /></a></div>
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<b>ESPERANÇA NOS DIAS SEGUINTES</b><br />
<b><br /></b>
Deixamos o Centro de Eventos quase tão desanimados quanto chegamos. A Bienal para mim começou silenciosa, tímida. Nesse primeiro dia, somente mais do mesmo, do espaço, dos livros baratos e provavelmente desnecessários, da sensação de confinamento. Fiquei esperançoso pelos dias seguintes, havia muita coisa boa vindo por aí, prometendo quebrar essa modorra, esse vazio. Já no sábado, 15 de abril, haveria algumas boas palestras, entre elas uma das mais aguardadas, com o escritor português Valter Hugo Mãe.<br />
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Continua no <b>dia 2. </b><br />
<b><br /></b>Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-38119784759125657132017-07-24T16:12:00.001-03:002017-07-24T16:12:33.000-03:00Festival Letra Viva 2017<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg48HHnJPn4b0N5jg8A9_PSZdHL59Bx7-wi33O2POJSvq3BtZcSd9rVCqFDg8ZAJ2Gl5mSSz6vOrOKEEURCg5tLTTwhS2GHssot5JFyEf7ApnO_N616Z5gTol2rWYSTPSxhLXc47kj6NYg/s1600/letra+viva+dialogos+visuais+denis+akel+talles+azigon.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg48HHnJPn4b0N5jg8A9_PSZdHL59Bx7-wi33O2POJSvq3BtZcSd9rVCqFDg8ZAJ2Gl5mSSz6vOrOKEEURCg5tLTTwhS2GHssot5JFyEf7ApnO_N616Z5gTol2rWYSTPSxhLXc47kj6NYg/s400/letra+viva+dialogos+visuais+denis+akel+talles+azigon.jpg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-size: 14.000000953674316px;">É maravilhoso ver que Fortaleza tem vivido nos últimos meses um forte crescimento de eventos literários. Desde a recente Bienal do Livro, a Flicaixa, a inúmeros outros independentes, que reúnem as forças poéticas e narrativas da cidade, celebrando a palavra como unidade absoluta de prazer e liberdade. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Neste cenário, soube, meio em cima da hora mas na hora certa, de um novo evento prestes a nascer, o Letra Viva - Festival da Poesia de Fortaleza. Um dos principais responsáveis, <a class="profileLink" data-hovercard-prefer-more-content-show="1" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100000306151832&extragetparams=%7B%22fref%22%3A%22mentions%22%7D" href="https://www.facebook.com/tallesazigon.rakofflutiffi?fref=mentions" style="color: #365899; cursor: pointer; font-family: inherit; text-decoration: none;">Talles Azigon</a>, poeta incansável, que venho tendo o prazer de ver em vários destes eventos, desde que passei a frequentá-los com mais avidez. Com uma programação ampla e ao mesmo tempo compacta, o Letra Viva aconteceu nos dias 19 e 20 de julho, começando às 18h30, no centro cultural Dragão do mar, aqui em Fortaleza. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
O primeiro dia foi marcado pelo lançamento de um jornal bem peculiar, chamado "Mei-Pão". O título é uma releitura do célebre "O Pão", publicação da emblemática agremiação literária Padaria Espiritual, lá em 1892. A homenagem, além de abraçar o típico cearês (não é meio pão, é mei-pão mesmo!), concentra uma nova geração de poetas, dando vazão a essas vozes tão únicas e singulares, reunidos no impresso que de alguma maneira parece respirar os ares nobres de seu antepassado centenário. Esteticamente, o jornal também ficou muito bonito, fazendo boa referência ao estilo gráfico original. Houve ainda uma fala no auditório, onde todos receberam o "Mei Pão" como um alimento silencioso, de sabor peculiar, a ser degustado aos poucos. À frente, Talles falava da importância do evento, diante da dificuldade de se lançar livros e fazer poesia no Brasil, com custos elevados e o ainda pouco interesse por leitura.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-size: 14.000000953674316px;">Entre a plateia, a maioria poetas. Percebi que o evento era feito de poetas para poetas, que havia um interesse especial em cada um daqueles que ali estavam, um amor pela palavra, pela poesia. Isso ficou ainda mais evidente quando Talles pediu a cada um que se apresentasse, falasse um pouco de si. Era como uma família, todos ali, mas que ainda não se conheciam adequadamente. E vieram falas pautadas de sonhos, de vida, de ter livros publicados, de estarem ali lendo seus poemas, ou daqueles que ainda começavam a escrever.</span><span style="font-size: 14.000000953674316px;"> </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
No segundo momento, o Letra Viva deslocou-se para a arena do Dragão do Mar, onde apresentou um sarau com todos os poetas convidados, como Francélio Figueiredo, Anna K. Lima, Jesuana Prado, entre outros. O fim da noite foi marcado por intensas declamações, chamando a atenção do público que por acaso passeava pelas imediações do centro cultural e era convidado a sentar-se no pequeno auditório improvisado ao ar livre. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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Já o segundo dia foi aberto por uma ótima palestra, intitulada "Possibilidades para a edição literária, com o Talles, representando sua editora, Substânsia e Silas Falcão, da Luazul edições. </div>
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Uma conversa bastante franca, focada nos processos editoriais e seus desafios, da concepção à publicação de um livro. Ambos falaram de experiências próprias, enumeraram os muitos profissionais envolvidos no trabalho e sobretudo a paciência necessária para conduzir cada etapa da empreitada, ainda mais sabendo que nem sempre tudo sai como o esperado. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Temas recorrentes dos dias de hoje, como a autopublicação (que barateia muitos custos) também foram discutidos, além da opção de zines e outros formatos de publicação. O público participou ativamente, com perguntas e comentários. Muitos ali já tinham lançado livros, ou estavam maturando melhor essa ideia. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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Alguns trechos que consegui recolher desta fala:</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Acho interessante projetar recortes do livro a ser lançado antes de ele ser comprado. Assim já criar uma atmosfera a quem ainda não conhece. Sejam bem-vindos ao livro *citou um título qualquer*. Faço muito isso na casa Juvenal Galeno, onde costumo lançar livros" – Silas</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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"Não lancem livros em época de propaganda eleitoral, as gráficas ficam todas voltadas aos políticos" – sugeriu a poeta Jesuana Prado.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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"Estamos na era da imagem, temos de usar isso a favor do nosso trabalho" – Talles, falando da importância da capa do livro</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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"Não tenha prazo específico para lançar um livro. O tempo contado mata os processos, acelerar resultados nem sempre gera bons resultados" – Silas</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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"Pesquise e procure saber quem são as pessoas e empresas com as quais você está trabalhando na hora de pensar em publicar. E responda sempre: o que você quer com o seu livro? Aonde quer que ele chegue?" – Talles </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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Para fechar o segundo e último dia de festival, todos se encontraram novamente no espaço da Arena, onde aconteceu mais uma roda de poesia, com participações de mais poetas convidados do evento, como Tetê Macambira, Alan Mendonça e outros. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Só senti falta da feirinha poética, de livros e publicações dos poetas participantes, que constava nos dois dias de programação, e por alguma questão interna não aconteceu. Felizmente, neste último dia, o amigo e poeta Antônio Baticum, conhecido por saraus de resistência em vários bairros da cidade, levou alguns livros de doações, improvisando um espacinho bem convidativo, ao lado da vibração do sarau. Ali, ao som dos versos, entre o apanhado de livros, encontrei bons achados. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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Aproveitei ainda para enfim adquirir um livro do Talles, que fiz questão de que ele assinasse. Foi um momento bastante especial. Quando o conheci efetivamente, na Flicaixa, em maio, era ele quem comprava e buscava uma assinatura da escritora Angela Gutiérrez. Faz pouco tempo, sim, mas senti de alguma maneira um elo muito forte de energias neste ciclo.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
O livrinho, "MARoriGINAL", com poemas de Talles, é de rara beleza, dotado de simplicidade acolhedora. Enxuto, preciso, direto, que de cara já vi também como provável referência para uma futura publicação minha. Daqueles livros que dá gosto de ler, sobretudo por se conhecer o autor. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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Festival Letra Viva, um grande momento, celebração da poesia, da literatura, do amor pelos livros e palavras. Fortaleza precisa de cada vez mais eventos assim, que transpirem, incendeiem, contagiem. Revi vários amigos, fiz tantos outros e mesmo os que não consegui falar, fiquei feliz de ver lá. O melhor de eventos como esse, como percebo cada vez mais, é a chance de conhecer, interagir, com pessoas que estão neste mesmo caminho, que buscam a cada dia se superar e se surpreender, encantadas com os rumos da vida – acolher, e ser acolhido.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Parabéns ao Talles Azigon e a todos os envolvidos na produção e que venha logo a segunda edição! </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMFL5V5zDFLrSnTiKdonnm2rPrXPe17PuFhq71UGcmtsATLkj7hFk05xSqHGh5Ual3spmPNDjXYNmrl9wZ3-wV5ouoe-62Yi_xtzz86Jkgontg_eOiWrZ5GYtgc0QcC_5_LIgnX63AKq0/s1600/20155909_1565953343435073_2137477764031949110_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMFL5V5zDFLrSnTiKdonnm2rPrXPe17PuFhq71UGcmtsATLkj7hFk05xSqHGh5Ual3spmPNDjXYNmrl9wZ3-wV5ouoe-62Yi_xtzz86Jkgontg_eOiWrZ5GYtgc0QcC_5_LIgnX63AKq0/s400/20155909_1565953343435073_2137477764031949110_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div>
<br /></div>
Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-53470866349533434972017-07-20T00:54:00.000-03:002017-07-20T00:57:08.940-03:00Literatura em Revista - Julho 2017<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCVkaquJfWSlRKTqlHLboSxbajoFTYPurAFaaGkKVsL36hFXIbLyMDgUdSgLt9GL78aQ-N9yOAKaSc6XU2PWKAqaLDjkEOFzq4bD7qcNCcLyv7zl_K4F0gnJp2qp9bdY5Yu4gXzFNM5-k/s1600/literatura+em+revista+denis+akel+talles+azignon+dialogos+visuais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCVkaquJfWSlRKTqlHLboSxbajoFTYPurAFaaGkKVsL36hFXIbLyMDgUdSgLt9GL78aQ-N9yOAKaSc6XU2PWKAqaLDjkEOFzq4bD7qcNCcLyv7zl_K4F0gnJp2qp9bdY5Yu4gXzFNM5-k/s400/literatura+em+revista+denis+akel+talles+azignon+dialogos+visuais.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
Estive pela segunda vez no ótimo <i>Literatura em Revista</i>, evento mensal produzido pelo querido <a class="profileLink" data-hovercard-prefer-more-content-show="1" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100000306151832&extragetparams=%7B%22fref%22%3A%22mentions%22%7D" href="https://www.facebook.com/tallesazigon.rakofflutiffi?fref=mentions" style="color: #365899; cursor: pointer; font-family: inherit; text-decoration: none;">Talles Azigon</a>, poeta e produtor cultural, no Centro Cultural BNB, aqui em Fortaleza. Desta vez, o encontro aconteceu na biblioteca local, o que foi certa surpresa a princípio, mas com o tema "os livros que amamos, clubes de leitura e bibliotecas", o ambiente de fato não poderia ser mais favorável.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Não sabia exatamente o que esperar desse debate, e acho ótimo quando isso acontece, quando se está aberto ao inesperado, à surpresa do momento. Nos p<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">rimeiros minutos, que começaram inclusive um pouco mais cedo que o divulgado, foi possível entender melhor a ideia do encontro.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="color: #1d2129; display: inline; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Três convidados, responsáveis por clubes de leitura, falariam de suas experiências ao realizar e interagir com pessoas e, sobretudo, com livros. Eram eles Alessandra Jarreta, Fernando Alves Cardoso e Larissa Alverne. Ainda não conhecia nenhum, mas já tinha ouvido falar de seus clubes.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Cada um fez uma breve apresentação, falando do conceito de seus clubes, de como começaram, tudo de maneira informal. Se mostravam amantes de literatura, não se diziam estudiosos acadêmicos, o que lhes conferia um patamar talvez mais humano, mais perceptível ao sentimento puro de se ler algo e de se querer falar sobre esse algo da maneira que se pode. </div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqV820aJkp14lmSIeIlSrzGw9qQei-QcSJnFHqLpGFdYSV6NYQYV5oFgJ5A_CoVKMEGGBAUK5rtVdPNLP-divlLKjUF2sNqENEOpKypMB3AVGigrHTMJvhyphenhyphenz_CCRRLd2WFouWWFuSZJgo/s1600/literatura+em+revista+denis+akel+talles+azignon+dialogos+visuais+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqV820aJkp14lmSIeIlSrzGw9qQei-QcSJnFHqLpGFdYSV6NYQYV5oFgJ5A_CoVKMEGGBAUK5rtVdPNLP-divlLKjUF2sNqENEOpKypMB3AVGigrHTMJvhyphenhyphenz_CCRRLd2WFouWWFuSZJgo/s400/literatura+em+revista+denis+akel+talles+azignon+dialogos+visuais+3.jpg" width="400" /></a></div>
</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px;">Ao lado do trio, o mediador, o próprio Talles, circundava temas comuns e buscava interagir o público com a dinâmica do encontro. Havia muita gente, pessoas interessadas, que esticaram o tema a várias direções, sobre os clubes, sugerindo livros, comentando autores, celebrando a literatura.</span><span style="font-family: inherit; font-size: 14.000000953674316px;"> </span></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Só acho que a acústica local não ajudou, perdi ou confundi várias palavras (ou os convidados falaram baixo mesmo), e que deveria talvez ter havido mais destaque aos "livros que amamos", ditos corridinhos no final.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Contudo, uma excelente iniciativa, que a meu ver tem sua principal força ao proporciar contato com outras pessoas de alguma forma ligadas ao fazer literário, seja alguém da área, como se diz, ou mesmo um amante engajado. É desses contatos que nasce a certeza de que muita coisa boa está por vir. São o tempero especial de qualquer debate, aqueles minutinhos finais antes de ir embora, onde muitas vezes pode-se conhecer mais do que se pensou conhecer daquele que falava lá na frente. </div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Levam-se muitas reflexões, aprendizados, que vão muito além dos nomes dos livros ou dos autores citados. <span class="_5mfr _47e3" style="font-family: inherit; line-height: 0; margin: 0px 1px; vertical-align: middle;"><img alt="" class="img" height="16" role="presentation" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/f7f/1/16/1f60a.png" style="border: 0px; vertical-align: -3px;" width="16" /></span></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="_5mfr _47e3" style="font-family: inherit; line-height: 0; margin: 0px 1px; vertical-align: middle;"><br /></span></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="_5mfr _47e3" style="font-family: inherit; line-height: 0; margin: 0px 1px; vertical-align: middle;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjQYl8Mbr9dQlCmEKnQs8P8BzoQWS1aVN7L7OrhNPTDxTvPg1C659oFrm-JIzDFuym1sVgK78T0avGjRUeyRhyR0HCyBe-7IT_9_xk0b6jgEal0BmE92qoBmQNJV_8em5MTKVFNAkKgAY/s1600/literatura+em+revista+denis+akel+talles+azignon+dialogos+visuais.2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjQYl8Mbr9dQlCmEKnQs8P8BzoQWS1aVN7L7OrhNPTDxTvPg1C659oFrm-JIzDFuym1sVgK78T0avGjRUeyRhyR0HCyBe-7IT_9_xk0b6jgEal0BmE92qoBmQNJV_8em5MTKVFNAkKgAY/s400/literatura+em+revista+denis+akel+talles+azignon+dialogos+visuais.2.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="_5mfr _47e3" style="font-family: inherit; line-height: 0; margin: 0px 1px; vertical-align: middle;"><br /></span></div>
</div>
Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-47740172754502302792017-07-05T01:33:00.003-03:002017-07-05T23:21:00.531-03:00FliCaixa 2017 (3/3) – Xico Sá / Fabrício Carpinejar <div style="font-family: times; line-height: normal;">
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXXVYEA2CSlhXbaudFaV2UnV0NNYNTVl3S6yhqThjAOCw1NVLQCoVcpupa9_FNgMrOAjpeu6547pIlaTkJX6iv5lEmgeC5Sn39d3vgFfSVIOmh2p9O-hfXTCnJFGyzZbvcsRdkQkEyEA4/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1111" data-original-width="1578" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXXVYEA2CSlhXbaudFaV2UnV0NNYNTVl3S6yhqThjAOCw1NVLQCoVcpupa9_FNgMrOAjpeu6547pIlaTkJX6iv5lEmgeC5Sn39d3vgFfSVIOmh2p9O-hfXTCnJFGyzZbvcsRdkQkEyEA4/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; line-height: normal;">
<span style="font-size: x-small;">Fotos: Denis Akel</span></div>
<div style="font-family: Times; line-height: normal;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; line-height: normal;">
Posts anteriores da série FliCaixa 2017:<br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2017/05/flicaixa-2017-13-socorro-acioli-e.html">FliCaixa 2017 (1/3) – Socorro Acioli e Angela Gutiérrez </a></div>
<div style="font-family: Times; line-height: normal;">
<span style="font-size: small;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2017/05/flicaixa-2017-23-mary-del-priore.html">FliCaixa 2017 (2/3) – Mary Del Priore</a></span></div>
<div style="font-family: Times; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Finalmente fechando a série sobre a Flicaixa 2017, foco agora na última das três mesas que pude assistir naquele sábado, 5 de maio, que trouxe o poeta Fabrício Carpinejar e o cronista Xico Sá. A mesa foi uma das mais aguardadas do dia, sendo prevista para começar às 19h. Tive algum tempo, após a mesa anterior, mas fiquei pelos corredores do centro cultural, olhando o movimento, aquela atmosfera que, de certa forma, já começava a deixar saudade. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKk6Yl6wwWgcdoqGif8C4O5lKDiWg0fPQs8tvQQoyKq0WvakvnPnpmfU5n4LS4QGmFff_MnxQYPtfpklFJ6yT1QXnL1qugwstIRZD0-6Us9H-QggRkI8tXUCvqwWswibkTaCiFwbohEQ0/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="584" data-original-width="1280" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKk6Yl6wwWgcdoqGif8C4O5lKDiWg0fPQs8tvQQoyKq0WvakvnPnpmfU5n4LS4QGmFff_MnxQYPtfpklFJ6yT1QXnL1qugwstIRZD0-6Us9H-QggRkI8tXUCvqwWswibkTaCiFwbohEQ0/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+2.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b>PRIMEIRAS OBSERVAÇÕES </b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />Estes dois, como eu bem sabia, com vasta obra publicada e sobretudo grande presença na mídia, redes sociais e o que mais inventarem, não estariam para brincadeira. Como era de se esperar uma superlotação, decidir ir logo ao auditório, garantir um bom lugar e depois não arriscar ficar sem lugar nenhum. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Entrei quando ainda havia pouca gente, mas já bem mais pessoas que em ambas as mesas anteriores. A maioria dos que ali estavam ocupavam-se em seus celulares, vi com certo pavor a imensidão de telinhas brilhosas. E era muito fácil se tornar um deles. É algo cada vez mais comum nos dias de hoje, sem dúvida, mas de alguma forma é uma cena que me assusta, pela fragilidade da posição humana ante o aparelho. É inevitável, sim, mas nem por isso deixa de ser chocante. Apesar da epidemia de telinhas luminosas, uma ou outra pessoa conversava ou lia algum livro e havia até livros de Carpinejar nas mãos de outros poucos. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSfuvfJJZY4-QfR1hwy4EKlB5XV9DUyKdXq0fnTTiD_N7UUpCgXfaBgxCNmzxnhRPYtWAthHIk1af5bIonAxaYsh1VOLZ9jCYcAfe0dnHUZUOYPDfgOZUQGH9ugfGOTpLbJkdNhtYU8Zo/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="405" data-original-width="720" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSfuvfJJZY4-QfR1hwy4EKlB5XV9DUyKdXq0fnTTiD_N7UUpCgXfaBgxCNmzxnhRPYtWAthHIk1af5bIonAxaYsh1VOLZ9jCYcAfe0dnHUZUOYPDfgOZUQGH9ugfGOTpLbJkdNhtYU8Zo/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+4.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Peguei minha caderneta para já esboçar algumas linhas destas observações, quando notei alto falatório e conversas paralelas, das cadeiras vizinhas, além de um ruído constante de papel dobrado – tratava-se da sacolinha da livraria lá de fora, que no ambiente fechado ressoava como uma trovoada. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">
Por volta das 19h, o auditório já bastante cheio, mas não lotado. Os preparativos finalmente tiveram início no palco, arrumação das poltronas, mesas d'agua. O público, porém, parecia demorar a perceber que era hora de ficar quieto e continuava as múltiplas e inusitadas conversas paralelas, e como incomodavam, mas ao mesmo tempo inspiravam; histórias recolhidas são sempre materiais em potencial para escrever. E segui no caderninho, apoiado na perna, a rabiscar um pouco do que sentia. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /><b>
NO MEIO DO CAMINHO TINHA UMA PEDRA</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
O apogeu de meu desconforto viria poucos minutos antes do início da palestra. Não bastasse o vozerio constante, alguém começou a bater com o pé em minha cadeira. De início, pensei ser algo inconsciente ou acidental, mas logo percebi que não. Era uma batida ritmada, quase necessária. Uma verdadeira tortura. Num giro rápido e disfarçado de pescoço, consegui ver meu desafeto: um senhor de magra estatura, expressão concentrada, cabelos grisalhos. Não parecia nem de longe o tipo provocador ou encrenqueiro, mas as batidas continuavam. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Pensei em reclamar, sem me exaltar, pedir que parasse, que incomodava, mas antes que pudesse acolher essa ideia, o homem parou, como que se antevesse a mim. Respirei aliviado, não seria preciso dizer nada. Coisa nenhuma, um minuto depois as batidas recomeçam. Percebo, estudando o problema, que a pancadinha não é dada exatamente na minha cadeira, mas na cadeira ao lado. As poltronas do auditório eram daquelas que, antes de sentar, é preciso estabilizar o assento, que fica fechado. O pé do sujeito incidia justamente contra a parte do assento que ficava projetada pra baixo. O impacto reverberava na estrutura e chegava com relativa força à minha cadeira, o suficiente para gerar o incômodo. Uma solução bastante simples seria se alguém ocupasse aquela cadeira vazia, limitando o homem de sua diversão. Torci para que isso acontecesse, mas ninguém apareceu. Tive a ideia de colocar minha mochila ali, ocupando a cadeira, levantando o assento. A medida trouxe efeito, e desfrutei de momentânea paz. O homem, porém, logo descobriu outro meio de continuar as batidas: atacar diretamente o pé da cadeira, a reverberação fez seu papel e recomeçou o tormento. Percebi que não iria parar, não tinha jeito. Tive de falar. Virei, e com jeito, lhe disse:</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
– Com licença, o senhor poderia por favor parar de bater? Tá incomodando... </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">O homem na mesma hora se endireitou na cadeira, como que saindo de um transe, me olhou com espanto:</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">– Oh, sim, claro, claro, desculpe, viu? A gente fica distraído, pensando, sem querer acontece isso e... </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">– Tudo bem, tudo bem, acontece. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Ele ainda quis continuar se desculpando, mesmo após eu me voltar à frente, como se não tivesse lhe acreditado. Falei que estava tudo tranquilo, não se preocupe. Meio minuto depois, voltou a insistir em se retratar. Nada do que dissesse parecia suficiente para justificar seu deslize. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">– Não tive intenção... você entende, né? </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">– Claro que sim, não tem problema.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">– A gente fica aqui, distraído, você sabe, né? Você também tem isso, né? </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Acabei concordando, para que se aquietasse. E também porque a palestra já estava prestes a começar. Depois fiquei pensando, como assim eu também tinha isso? O que o homem quis dizer? Tive ímpeto de dizer mais alguma coisa ao sujeito, mas me contive. Felizmente, nesse exato momento surgiram no palco os convidados da noite, Fabrício Carpinejar e Xico Sá, e levaram minha atenção daquela interferência. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /><b>
MESA - NARRAÇÃO DE AFETOS (XICO SÁ / FABRÍCIO CARPINEJAR) </b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsDHv0cPwkQ0w3rmuBQiCfQ8crfD8H3CUGEkPwHzlrNg7SFqW3HjmF7feP44wIvP79iZqVrUq3clxpTTlQ6nCF_BB8zqLDh9e47pxclyWAwcmJvubT-l5iTJEx8uhMkT0G2oksqAGFZoE/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="405" data-original-width="720" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsDHv0cPwkQ0w3rmuBQiCfQ8crfD8H3CUGEkPwHzlrNg7SFqW3HjmF7feP44wIvP79iZqVrUq3clxpTTlQ6nCF_BB8zqLDh9e47pxclyWAwcmJvubT-l5iTJEx8uhMkT0G2oksqAGFZoE/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+3.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Havia </span>algumas almofadas sobre as cadeiras do palco. Mal Carpinejar entrou, tratou logo de atirá-las ao público, num gesto quase incontrolável, como se fosse mais forte do que ele. Parecia quase uma criança, improvisando uma diversão com o que tinha à mão, ou seria apenas a sua necessidade de sempre querer aparecer e chamar a atenção um pouco mais? O sorriso irreverente já engatilhado, acompanhado dos tradicionais óculos que muitas vezes o fazem parecer uma mosca. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Carpinejar sentou a uma das cadeiras, Xico Sá assumiu a outra e o mediador do encontro, o jornalista Jáder Santana, entre ambos. O auditório, praticamente lotado, recebeu o trio com prolongadas palmas e vi quando as dezenas de telinhas se ergueram no ar, para o fuzilamento de fotos. Eu mesmo empunhava uma delas. Passada a euforia inicial, a conversa finalmente teve início. Com o tema <i>narração dos afetos</i>, era bem evidente que ambos os autores falariam de temas que lhes são bem comuns, como relacionamentos, futebol, rotina de trabalho etc. Além disso, era notável uma sinergia entre esses dois, que são grandes amigos, inclusive já tendo feito essa mesma mesa na Flicaixa de Salvador. Estavam muito à vontade ali, muito seguros de si. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Jáder, após breve introdução de cada um, começou bem direto, perguntando que crônica eles escreveriam hoje, naquele momento. Xico Sá partiu de um desabafo irônico, falando de sua família, que depois de tanto tempo de seu trabalho, ainda não sabe para quê serve literatura. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"Eu estou um pouco numa fase de rasgar convicções infinitas, aquelas coisas que a gente pensa ter certeza. Para entender essa desgraça do país, vejo com otimismo. Escrevo com afeto, é uma colcha de retalhos, de família, de quem amamos." – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Já Carpinejar se disse inspirado pela força poética de Fortaleza. Citou uma moça que lhe deu um poema escrito numa folha, e de como a cidade pulsa poesia. "Sempre me impressiono com Fortaleza pela quantidade de poetas que há aqui. Acho que Fortaleza não perdeu o reduto de resistência, não se rendeu ao digital. Os artistas daqui ainda confiam na palavra, que ela ainda possa driblar a crítica." – Carpinejar</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b>CASUALIDADES QUE INSPIRAM</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Nos primeiros minutos, ambos os escritores falaram bastante de seus hábitos e rotinas na hora da escrita, e contaram algumas histórias bem curiosas. Xico Sá, que é muito conhecido também por aparições em programas de TV, foi bastante sincero:</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"Falar uma besteira na TV não tem muita importância para mim, mas por num livro é algo muito diferente, é difícil, é profundo. Já escrevi crônicas com muita facilidade mas hoje em dia tem sido difícil, tenho que limpar muito. O que escrevo atualmente é impublicável. A escrita da máquina de escrever, você sabe que uma hora vai acabar, mas no computador não acaba nunca! Escrevi de maneira muito clara e limpa quando escrevia para jornal. Agora quero e tenho feito textos mais incompreensíveis. Guardo as crônicas mais loucas e solto as que dê para entender algo. O cronista é um pescador de casualidades. Ele se distrai para ficar mais atento. O cronista é invisível, tem que ser. " – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />Falando em casualidades (e também invisibilidade), Carpinejar contou que quando tinha uns 7, 8 anos, resolveu 'ficar' invisível, e escolheu logo o dia em que seu pai recebia o poeta Mario Quintana em casa. Nas artes de criança, Carpinejar achava que aquela célebre pomadinha Minancora, poderia ser a chave da invisibilidade, tirou a roupa e a aplicou por todo o corpo. Em seguida para testar, comprovar seu feito, foi à sala onde o pai conversava com Quintana. Ficou na frente deles por vários minutos e não houve reação, eles não o viram, ignoraram aquele menino pelado todo coberto de pomada. Voltou ao quarto, acreditando de fato estar invisível. Era demais para a pobre criança. Mas tinha de ter absoluta certeza. Tornou à sala e começou a dançar na frente dos dois. O pai o olhou com uma cara que até hoje não esquece. No fim das contas, ficou sim invisível, do futebol, por três meses. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"Meus textos vêm muito da família, quem me vê falando da minha mãe numa crônica, vai ver a sua mãe. Falo da minha e o leitor vê a sua" – Carpinejar </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">O poeta gaúcho aproveitou ainda este momento para citar o grande Paulo Mendes Campos, e sua obra <i>Infância Azul</i>, que precisa ser mais lembrada. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b>CRONISTAS RIVAIS? </b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBRziDJMDgUK_kb3D0X6RHViPgKFopzW4E3J9HP-RNxxdIHa2w7cutGOrjHumdURQuUighkV2JH_eUIxxOWzGPCaWu5rLF_Q6KNiacaesPWO5gTLV8vtrV-KfMQKCRJ1hzCyDIqY1PM6A/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBRziDJMDgUK_kb3D0X6RHViPgKFopzW4E3J9HP-RNxxdIHa2w7cutGOrjHumdURQuUighkV2JH_eUIxxOWzGPCaWu5rLF_Q6KNiacaesPWO5gTLV8vtrV-KfMQKCRJ1hzCyDIqY1PM6A/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+8.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Jáder questionou a existência de uma possível rivalidade entre cronistas, entre eles, por exemplo, de um pegar uma coisa do outro, de invejar uma ideia, coisas assim. Xico e Carpinejar sorriram, como cúmplices silenciosos. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"Fico feliz quando vejo uma crônica bem escrita, que me emociona, por alguém tê-la escrito eu não precisar" – Carpinejar, referindo-se a uma crônica de Xico. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"A crônica é meio que o PF da literatura" – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"Mas o PF é o melhor, né?" – Carpinejar </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
A simples menção e analogia da crônica a um prato de comida fez com que Carpinejar se manifestasse de uma maneira bem própria sua. Segundo ele, há uma teoria do prato "bonitinho" para o prato bagunçado. Quanto mais organizado, mais tímida, travada, a pessoa é. Pratos bagunçados são de pessoas muito falantes, extrovertidas. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"Olhe como a pessoa come o PF e saberá como ela é na cama" – Carpinejar</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />Nessa hora pensei: será que isso se aplica também às crônicas, se elas são o PF da literatura? Será que crônicas bonitinhas e mais bagunçadas ditam os comportamentos de seus autores? Xico Sá não comentou nada quanto a isso.<span style="color: red;"> </span></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><span style="color: red;"><br /></span></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b>PARA SE DEIXAR SER VULNERÁVEL</b> </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Jáder Santana, o mediador da conversa, desviou o assunto para o amor, tema comum na obra de ambos. <i>Vocês dois escrevem sobre o amor... sentem que são ouvidos?</i></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"Não falamos para mulheres. Falamos para os homens, mas eles não nos escutam. A mulher compra roupa e demora um tempão para tirar etiqueta. O universo feminino nunca termina. Já o homem tem um medo, um medo de estar vulnerável. Nossas crônicas são para fazer os homens se deixarem ser vulneráveis." – Carpinejar</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"Temos muita autoironia, de nos autoesculhambar, de não se levar a sério" – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"O homem fracassado é vitorioso. Quem perdeu tudo não tem nada a perder. Os homens o tempo inteiro têm que provar que são homens. Ninguém pode ser natural com tantas regras" – Carpinejar</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
A mesa tinha constante teor cômico. A todo momento risos vinham do público e mesmo do próprio trio do palco. Alguns elementos-chave, ditos no início, voltavam de vez em quando, gerando novas discussões – e piadas. Foi mais ou menos assim que tornaram a falar da minancora. Xico disse que a conhecia como pomada São Sebastião, possivelmente um genérico. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
"Tem afeto maior que mãe passando Vicky no peito do filho?" – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br />
Xico Sá falava com grande ternura, como se agora pudesse sentir mais, perceber mais. Ele recentemente teve uma filha, desfruta a alegria da paternidade. Era notável como estava mais sensível, mais aberto. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b>A FIGURA MASCULINA E OS PADRÕES ESTÉTICOS</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Falando sobre a questão de afetos e relacionamentos, focaram na figura masculina, de beleza, feiúra e ditos padrões estéticos, mesclando humor com realidade:</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"O estranho é uma promoção do feio. Uso essas roupas, esses óculos, para dispersar a atenção de mim" – Carpinejar</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"O bonito tem conquista imediata e fraudulenta. A beleza é passageira. A feiúra é para sempre" – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Apesar de ambos terem uma energia parecida, e de até meio que completarem bem as colocações, eram bastante diferentes, distintos, o que gerava interessantes divergências e contrapontos, de forma a engrandecer a conversa. Eu me divertia tomando notas de suas falas, recolhendo referências e mesmo olhando as pessoas em volta para ver suas reações às falas da dupla. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b>CRONISTAS NA ERA DO FACEBOOK E A REALIDADE DOS DESFAVORECIDOS</b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b><br /></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifQYLTZ8hLGAjvpRGDHDBRDRKAUiWNnz0CR21i_YfmAMjaXLcQEBYYnNkLzTigwmtSh7D4yzYU055RKU12O-jAUwTGC581SLTIPM6t1ddE0kPd2Y_kXtOK7mBP50y_eJxbvcDKaPHyUg0/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifQYLTZ8hLGAjvpRGDHDBRDRKAUiWNnz0CR21i_YfmAMjaXLcQEBYYnNkLzTigwmtSh7D4yzYU055RKU12O-jAUwTGC581SLTIPM6t1ddE0kPd2Y_kXtOK7mBP50y_eJxbvcDKaPHyUg0/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+9.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b><br /></b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><i>
Como ser cronista em tempos de Facebook, onde todos são?</i> Foi a pergunta lançada a seguir por Jáder. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"Fico feliz com muita gente escrevendo. A gente não pode querer ser melhor do que os outros. O que quero é um abraço bem dado nas palavras – Carpinejar<br />
<br />
"O escritor não tem obrigação de ser amostrado, somente de escrever. Tenho amigos tímidos que escrevem muito, são geniais, mas esquecidos – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">E seguindo essa linha, Carpinejar completou:</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"São escritores que não têm apoio do estado, estes são os escritores de verdade" </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"Esses caras precisam ser publicados, estão fora desse barulho das redes, não têm obrigação de falar nada no palco" – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Achei muito interessante esse ponto da conversa, os dois autores, cercados de mídia e ativos em todas as redes, falarem dos mais desconhecidos e desfavorecidos. Certamente, há mesmo muita gente nessas condições, alheias a esse mar de informação, a esse exagero de vozes, de imagens. Mas penso, por que eles não ajudam esses caras de alguma forma? Por que não lançam algum projeto voltado à visibilidade dessas pessoa? Seria ótimo ver esse tipo de incentivo, de publicar autores desconhecidos, partindo de outros já amplamente abraçados. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b>PERDAS E GANHOS DO RECONHECIMENTO </b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Seguindo essa discussão, Jáder perguntou: <i>o que o escritor perde e ganha quando tem muito público? </i></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Xico Sá falou que tem um conflito, que era ser mais conhecido como o 'menino do Saia Justa' (Programa da GNT). Ficava chateado porque sempre escreveu a vida toda. Tal como Carpinejar, diz que se eventualmente perder as aparições em TV, será o que sempre foi: escritor. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"Nossa cabeça antes de tudo é o mundo do papel, do livro. Fico sempre entre o amostramento e o bicho guardado querendo ser mais do que é." – Xico </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"Não tenho preocupação, tenho dupla personalidade. Ser poeta é tudo o que não consigo dizer. O cronista rouba do poeta, mas rouba pouco. O poeta é triste, o cronista é alegre, é do mundo. Na crônica, meus amigos são reais, na poesia, são irreais. O cronista, meu lado cronista, é como um irmão, diferente, mas da mesma família." – Carpinejar</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b>QUAL A HORA DE SE ESCREVER UMA CRÔNICA?</b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuM3GeMuBCYum5uZxXydYMxLMCvRzUXGTWA8pS2e4oCnocdZYMOtDN9JLer5SVUrjUPmp6Ar3J5CXTEVLiv7UNUSMQGKoD8BJ-Ga5Rjvl4VKg29l9FEB6ewEeQ_9kppvlPFDNsXRbeidk/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuM3GeMuBCYum5uZxXydYMxLMCvRzUXGTWA8pS2e4oCnocdZYMOtDN9JLer5SVUrjUPmp6Ar3J5CXTEVLiv7UNUSMQGKoD8BJ-Ga5Rjvl4VKg29l9FEB6ewEeQ_9kppvlPFDNsXRbeidk/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+10.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b><br /></b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Além das perguntas e comentários do mediador, com alguns minutos passados, o debate foi aberto às perguntas do público. Como acontecia em todos, uma pessoa da produção ficava encarregada de passar uma folha entre as pessoas que queriam perguntar, e uma vez ali anotadas, o papel era encaminhada ao mediador. Foi assim nas anteriores, mas não seria bem assim nessa. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Quebrando mais uma vez os protocolos, Fabrício Carpinejar interceptou a folha, questionando o sentido daquilo, dizendo que era muito melhor se cada um fizesse sua própria pergunta no microfone. De fato, deixaria tudo bem menos pomposo. E para selar sua sentença, o poeta simplesmente rasgou a folha em pedacinhos, os atirando à plateia, dando uma de suas características gargalhadas. Podíamos talvez ter passado sem essa. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">O público começou a se manifestar diretamente. Alguém perguntou aos dois <i>quando surge a vontade de escrever, quando vem a inspiração?</i> Carpinejar e Xico Sá se entreolharam num risinho, como se estivessem prestes a responder a essa pergunta pela enésima vez. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"A grande musa é o prazo de escrever. Escrevo no último momento. A crônica jornalística é uma encomenda, um trabalho, não tem frescura, levante e escreva, tem hora, prazo, tem que fazer. Não tem que depender da musa, não pode esperar. Escrita é disciplina. Escrever com ou sem inspiração, depois corta, depois joga fora. Senta e escreve. Tá sem assunto? Pega um livro e lê ou dá uma volta e vê algo na rua que te inspire. A crônica tem essa urgência. – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 16px; line-height: normal; min-height: 19px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Concordando que o prazo de entrega é sempre importante, e aproveitando isso do sair para buscar inspiração, Carpinejar completou:</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"Uma vez, encontrei o Xico em Pelotas. O que tu tá fazendo aqui? Ele disse: procurando a crônica!"</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Xico contou uma pequena história que tinha lhe acontecido mais cedo, naquele mesmo dia, quando encontrou pelas ruas um menino, vendedor ambulante, lhe vendendo óculos Ray Ban. Os óculos claramente não eram originais, mas a maneira como o garoto os anunciava, os vendia, inspirou o cronista, que já tirou deste fato a ideia de que precisava. "O cronista vive de pequenas histórias" – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"Tive muitos pesadelos com crônicas, que tinha escrito mal, e até hoje, às vezes, essas ideias me seguem. Como cronistas, temos truques, porque temos às vezes quinze minutos pra escrever, mas daí a estar bom... você sabe, tem consciência de que não está muito bom." – Xico.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<b>SEM MICROFONE, UMA PARTICIPAÇÃO INESPERADA </b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Carpinejar pontuava, completando e adicionando à fala do colega com experiências próprias do ofício de cronista. Logo ambos começaram a citar alguns cronistas esquecidos no tempo, como o cearense Rafael Caneca. Foi mais ou menos nessa hora que alguém na plateia se manifestou, e não precisou sequer do microfone.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">A voz veio de alguém bem atrás de mim, uma voz ampla e decidida, típica de quem aparenta segurança no que diz. Após virar a cabeça, como todos ou quase todos fazemos involuntariamente, para vermos, de algum modo, quem está falando, vi com certa surpresa que se tratava do homem que tinha chutado minha cadeira! Ele falava sobre o cronista Airton Monte, também cearense, da importância de sua obra, e do quão ela necessitava ser reeditada. O homem expressava-se com grande eloquência, deixando claro que era mais do que um espectador comum, talvez um jornalista? Professor? Escritor? Fiquei bastante curioso. Seu timbre de voz, alto, cheio, dispensava microfone, enchendo o auditório. No palco, os autores ouviam atentos e concordaram, reforçando novamente a necessidade destes autores esquecidos de serem trazidos de volta. O homem da pergunta, contudo, não pareceu muito satisfeito, como se esperasse que dissessem mais algo. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<b>SER ESCRITOR NO BRASIL, UM POUCO DE FUTEBOL E A IMPORTÂNCIA DOS LIVROS NA VIDA DAS CRIANÇAS</b> </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1yMob2hEtF-CGa5n5HrrcRHIW9tv3s4RHdYHxXuzJBM01RE9gZvBosm2KSB7hG3_osH6gfBD5wn4V6fF_Pm3XCc03uK_T1_S1dDXqHQEV5KiLGUzs4e0v3WoUu7w-tlx_UymgCRNiSEU/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1yMob2hEtF-CGa5n5HrrcRHIW9tv3s4RHdYHxXuzJBM01RE9gZvBosm2KSB7hG3_osH6gfBD5wn4V6fF_Pm3XCc03uK_T1_S1dDXqHQEV5KiLGUzs4e0v3WoUu7w-tlx_UymgCRNiSEU/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+11.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Logo surgiu uma outra pergunta, vinda de alguém nas primeiras fileiras do auditório: <i>hoje em dia, ainda se precisa sair do Brasil para ser escritor?</i></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Ambos dizem que não, mas é Xico quem dá a deixa: "Em qualquer lugar que se está, pode-se ter uma proposta de um editor e se levar a sério. Aqui mesmo no nordeste, não precisamos mais da mediação do sudeste para nada."</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Veio ainda uma questão sobre algum texto que Xico escreveu sobre futebol, publicado em certo jornal que não iam mas acabaram falando o nome. Não consegui entender muito bem do que se tratava, mas algo sobre eleições que se relacionava a futebol. Citaram o nome de alguns jogadores, completando o tema. "Jornais costumam ter listas do que se pode falar mal e do que não pode. Todos têm. O que me interessa no futebol, para escrever, é o drama humano, dessas pessoas, os esquemas táticos, deixo para quem entende". – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<i>Os intelectuais foram fundamentais para você?</i> Foi uma pergunta que alguém do público dirigiu a Capinejar:</div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
"Meu pai deixava riscar, desenhar os livros. Estavam ao alcance. Depois ele ia lá, os consertava como podia. Ao evitarmos isso, estamos afastando as crianças dos livros. Meu pai me tinha mais importante que os livros." – Carpinejar<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
"A gente escreve quando tem um grande contador de histórias na família. Nós queremos salvar essa memória, nos equipararmos, esse é talvez o maior incentivo" – Carpinejar<span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<b>OS MUITOS AFETOS POR BELCHIOR </b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">E o tema final desta mesa de afetos foi trazido, inesperadamente, pelo homem que dispensava microfone. Ele, aliás, tinha lapsos de comentar ou falar de vez em quando, entre as falas dos autores, com propriedade e admirável ousadia. Ouvi, como todos, em alto e bom som, quando perguntou: <i>o que acham da perda de Belchior?</i></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Xico e Carpinejar claramente não esperavam aquele tema, mas adoraram quando surgiu. Tanto que antes de responderem qualquer coisa, Xico sacou o celular e colocou uma trilha sonora, <i>Coração Selvagem</i>, e só depois comentaram. Carpinejar começou lembrando que Belchior já estava sumido quando ficou um tempo num convento. Já Xico considera que o sumiço do compositor foi justificado com uma narrativa muito pobre para alguém tão genial. "Penso que foi uma escolha. A ideia de narrar uma vida só com isso de dívidas é muito pouco. Ele era muito mais, estava traduzindo, criando..."</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">E enquanto o eterno rapaz latino americano continuava entoando uma de suas mais emblemáticas canções, no celular de Xico, foi cogitado o que teria acontecido se Belchior tivesse voltado. Carpinejar achava que ele não conseguiu reagir à força da esposa que queria evitar isso, mas ninguém pareceu concordar dessa vez.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"É triste, mas eu acho que ele não sabia o quanto era amado", concluiu o poeta. Para o senhor que dispensava microfone, que participava amplamente da discussão, Belchior não conseguiria viver publicamente nos tempos que estamos vivendo hoje, como também não conseguiriam Elis Regina e Glauber Rocha, citados por ele, artistas que morreram no auge das carreiras.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b>AFINAL, SOMOS FELIZES? </b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Jáder Santana, mediador do debate, retomou a voz ativa no finzinho, retomando também o tema narração dos afetos, e quis saber o que eram os afetos e felicidade de ambos.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"A felicidade é um contentamento, queremos ser felizes de qualquer jeito, mesmo que não seja a melhor maneira. E a felicidade só importa pra gente. Nós nunca perguntamos aos outros se estão felizes, talvez com medo da resposta. Olhar o instagram dos outros não é ver como o outro vive, mas o que te falta" – Carpinejar</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"A gente não presta atenção no outro, a gente vive muito não prestando atenção e perdemos muito por viver assim." – Xico</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjo1rk3zZIo1aUTJs-NveiUv9q3vIsUo7W87jRHw7dwCMA1lgBj5XcB8N1M0LDU-afzBj3LJmzMv3xptAjw_82OcFi0qQSsqGLkOTT5HdumIwvA-dW8YvIxkUtWIunRko85Tj8kX3qaQE/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjo1rk3zZIo1aUTJs-NveiUv9q3vIsUo7W87jRHw7dwCMA1lgBj5XcB8N1M0LDU-afzBj3LJmzMv3xptAjw_82OcFi0qQSsqGLkOTT5HdumIwvA-dW8YvIxkUtWIunRko85Tj8kX3qaQE/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+12.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">O relógio já marcava além das 21h quando a mesa foi enfim encerrada. Aplausos estrondosos vieram de todos os lados, as pessoas se puseram de pé. O trio, no palco, agradeceu a ovação e posou para as centenas de celulares que os tinham como alvo. Eu desta vez estava mais preocupado em cumprimentar melhor o senhor que dispensava microfone, fiquei bastante curioso para saber quem ele era, o que fazia, mas tão logo me virei, só consegui vê-lo sair apressadamente, no meio da massa de pessoas. Guardei seu tipo físico, roupas e o fato de estar com uma mochila. De repente o encontrava lá fora, pensei. E empunhei a câmera para me juntar ao bolo de flashes e telinhas piscantes. Sair do auditório não foi tarefa fácil, as duas saídas congestionadas. Não quis me apertar no meio daquela gente, quase como se lutassem para descer de um ônibus ou avião. Esperei a poeira baixar. Teria ainda uma longa jornada pela frente, estava para começar a sessão de autógrafos.</span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b>O ÚLTIMO DA FILA</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcWSmI6YJFjMOgLo-Pmf0wybCON42dgLsPLCYhRG4LjiMFZU8ovUZO3TeCjQYL94H__ieNiEuhyphenhyphenRqw_xyLbIOqpgMuxTvTz5_atRTB8RxKH3ZXyIm6zo4iSeMbpfmalARLmV9Vab2eRjE/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcWSmI6YJFjMOgLo-Pmf0wybCON42dgLsPLCYhRG4LjiMFZU8ovUZO3TeCjQYL94H__ieNiEuhyphenhyphenRqw_xyLbIOqpgMuxTvTz5_atRTB8RxKH3ZXyIm6zo4iSeMbpfmalARLmV9Vab2eRjE/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+13.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b><br /></b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Era notório que esta mesa, sendo a última do dia e com os convidados mais conhecidos do grande público, teria mesmo este recorde de presença. Quando cheguei à área dos autógrafos, vi uma fila gigantesca, contornando os corredores. Carpinejar e Xico Sá, no meio da multidão, dividiam-se para atender ao que depois percebi serem duas filas distintas. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiefv-oqWFAT0-jpcXJVaRveVm_LSGatY_n2aYGelTV8e0DLfdnSJEsX0qG-ag74CC5AKCYapLHLAyYFHLHXnZ2-H5QPlhoDdsBKuamLw_cBBVe3j-N9lA514O6FDb0-QsG4CV8k1K-Oso/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+15.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiefv-oqWFAT0-jpcXJVaRveVm_LSGatY_n2aYGelTV8e0DLfdnSJEsX0qG-ag74CC5AKCYapLHLAyYFHLHXnZ2-H5QPlhoDdsBKuamLw_cBBVe3j-N9lA514O6FDb0-QsG4CV8k1K-Oso/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+15.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJJ6aj5E5gbhQM35t-nH7IO1itrXVQ5Y3anS0KHWkIegwUzJUvuFIn8ACSmK1gUzP4a9yV8kXW27J0sBMbttR8dSt3XJR0-7YuOtkjlgYdU6K2U5s6YBbBP_-HUONxVYHGlOnzi9YXuyI/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJJ6aj5E5gbhQM35t-nH7IO1itrXVQ5Y3anS0KHWkIegwUzJUvuFIn8ACSmK1gUzP4a9yV8kXW27J0sBMbttR8dSt3XJR0-7YuOtkjlgYdU6K2U5s6YBbBP_-HUONxVYHGlOnzi9YXuyI/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+16.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Não comprei nenhum de seus livros, embora até tenha considerado, mas achei todos muito caros. Como estava recém-saído da intensa movimentação da Bienal do Livro, onde interagi com vários escritores, achei que deveria ao menos conversar com um deles agora. Mas não fui de mãos vazias, levei um livrinho do Carpinejar, que tinha comprado num outro evento que contou com sua presença, o ETC, também aqui em Fortaleza, em 2012 (<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2012/05/vii-etc-fortaleza-2012-i.html">Veja aqui</a>). Um livrinho bem diferente, feito apenas com suas citações do <i>twitter</i>. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIEC4zjJ5SaKlWH4TxmxU0gzuYWpHu01loW1GI5owgV8tOlNEwCfx1nN26Jcxgvn5qodXErIzwG8k_1J9H5QaTYj0OCwrn2RBqnJsG83-P0R9TgNtz5fwpreoWm0sKJV2ObYBPWHIv13w/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+18.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIEC4zjJ5SaKlWH4TxmxU0gzuYWpHu01loW1GI5owgV8tOlNEwCfx1nN26Jcxgvn5qodXErIzwG8k_1J9H5QaTYj0OCwrn2RBqnJsG83-P0R9TgNtz5fwpreoWm0sKJV2ObYBPWHIv13w/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+18.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Por alguma razão, decidi não me juntar logo à fila. Percebi que teria de passar muito tempo em pé. E como aparentemente não chegaria mais ninguém, notei que poderia muito bem esperar sentado, numa das muitas mesas que havia nos entornos. Ali, observando o movimento, o ir e vir, os risos, os muitos abraços nos dois autores, fiquei escrevendo em meu caderno, pensando as vantagens de se ser o último de uma fila. As pessoas ficam na fila para não perderem seus lugares. O último da fila pode escolher não ficar, não tem mais o que perder: já é o último. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiePZOMQhoO8NDdAgdM8WsnQfCOGHJJHJ8UCGwkt-SQBGUfXCH7qYq6iOBR3wd-Kg9yIvQphZZWld6TAc5vMPuxrBC39G9BJCIS5dcjojtriTL2f21HGTfMn8FKWp1Gnt1witRRmmu41IM/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+14.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiePZOMQhoO8NDdAgdM8WsnQfCOGHJJHJ8UCGwkt-SQBGUfXCH7qYq6iOBR3wd-Kg9yIvQphZZWld6TAc5vMPuxrBC39G9BJCIS5dcjojtriTL2f21HGTfMn8FKWp1Gnt1witRRmmu41IM/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+14.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Poder ficar ali, confortavelmente sentado, sabendo que teria minha vez garantida, mas sem ter que ficar colado a todos, de alguma forma me inspirou até a escrever e desenhar qualquer coisa nos minutos de suspensão que se seguiram. Ainda procurei o senhor exótico da palestra mas não vi sinal dele, certamente já tinha ido embora, não tinha o tipo de quem ficaria para pedir autógrafos. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Cerca de quarenta minutos depois, quando só faltavam uns três ou quatro a serem atendidos pelo poeta (Xico já tinha encerrado suas assinaturas), foi que me levantei e assumi meu lugar na fila. Algo que achei curioso, estando ali já perto do espaço destinado aos autores, foi ver que havia vários daqueles pedestais organizadores de fila arrumados de modo a conter as pessoas dos autores, sendo abertos apenas para liberar a passagem de cada um por vez. Ora, para que tudo isso? Havia muita gente, sim, mas todos bem comportados e tranquilos, sem alvoroço. Qual a finalidade de se resguardar tanto os autores, como se, através daquelas proteções estivessem assegurando a integridade de, digamos, os "animais mais preciosos de seu zoológico"? Comentei esse fato com uma das diretoras do lugar, que concordou, rindo, e logo começou a afastar os pilares. </span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><b>DIANTE DO POETA, TUDO SE DESPERTA</b></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjovz3slbrbsUg9Z7YA4JSDg5vPkeO5KAmFVULwkvup8fUqQpYuuOotDq6y-2cTwsk0m_VSjLs0cFULUjwK1rsgxPAa_wGzDDL0IYs48xe1pGtXv3gU89jlo-W8fou5YvlBnJl38NEQBmQ/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjovz3slbrbsUg9Z7YA4JSDg5vPkeO5KAmFVULwkvup8fUqQpYuuOotDq6y-2cTwsk0m_VSjLs0cFULUjwK1rsgxPAa_wGzDDL0IYs48xe1pGtXv3gU89jlo-W8fou5YvlBnJl38NEQBmQ/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+6.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
Me vi diante de Carpinejar. É sempre uma sensação estranha, essa de estar numa fila de autógrafos. Já falei desses momentos em vários posts aqui ao longo dos anos. Costumavam ser situações que eu preferia evitar, mas que invariavelmente se mostraram necessárias, uma vez que, de um jeito ou de outro, permitem estreitar algum contato com esse ou aquele autor, mas isso não muda o fato de ser um momento estranho. Nunca se sabe direito o que dizer, naquele tempinho tão curto que parece durar uma vida. Enquanto não chega nossa vez, ficamos pensando, tentando arrumar na mente as palavras, os assuntos, o que se quer dizer, o que perguntar, ou simplesmente o que não dizer. Quase como se estudássemos para uma prova iminente. E quando é hora de dizer, as coisas não saem como planejamos, o que tem um lado bom, afinal o imprevisto muitas vezes é o melhor dos temperos, garante boas surpresas. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
Enquanto a maioria das pessoas debruçava sobre ele cópias de seu livro mais recente, eu trazia este que mal era visto na pilha dos livros disponíveis ali para compra. Percebi que aquele livrinho do evento de 2012 talvez fosse, de certa forma, uma supresa para ele. Provavelmente não o esperava. Após os cumprimentos iniciais e enquanto eu lhe falava, o poeta pegou o livro nas mãos e começou a folheá-lo, detendo especial atenção nas orelhas, como se há muito tempo não visitasse aquilo. Leu as citações, quase como se encontrasse a si mesmo em um passado distante. Observando tal transe, me contive a não falar tanto, a respeitar aquele momento. Ele já não lembrava de mim, daquela outra vez que lhe falei, em 2012, já não lembrava sequer daquele outro evento, mas lembrava muito bem do livro. Gostou de vê-lo comigo. Parabenizei da palestra, disse que tinha voltado a acompanhá-lo e que também escrevia. Falei até bastante, ele agradeceu, comentou qualquer coisa, mas a melhor resposta não foi em palavras, foi ter visto a maneira como seu próprio livro, que tinha apenas 5 anos de publicação, de alguma forma o fez parar breves segundos, e se permitir uma volta àquela realidade, àquele passado recente já tão longíquo. E assim, ele assinou o livro, dedicando a mim o que chamou de "breviário do profano". </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b>A HORA E A VEZ DE XICO SÁ </b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b><br /></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-size: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE-KYHx-axbxGXqPWrMKu5oUAUVev4JD_XO_0xjijNZjvsbAlaYkOU36Z4u2siRYCugsAcmcT-KdUcX8Ff6xoHFdi9TJunneJR5V5ssqfSfO-0brJ3uhOm8IE4ddrVgcNUw3-fuGKcJ-8/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE-KYHx-axbxGXqPWrMKu5oUAUVev4JD_XO_0xjijNZjvsbAlaYkOU36Z4u2siRYCugsAcmcT-KdUcX8Ff6xoHFdi9TJunneJR5V5ssqfSfO-0brJ3uhOm8IE4ddrVgcNUw3-fuGKcJ-8/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+7.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b><br /></b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
Após o encontro com Carpinejar, já me preparava para enfim ir embora. Foi quando tive a ideia de cumprimentar também Xico Sá, que por acaso ainda estava por lá, andando tranquilamente com um ar de que eu sabia que me receberia bem se o interpelasse. Ainda cheguei a dar uma melhor olhada em seus livros à venda, mas os preços realmente não facilitavam. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
Mesmo fora da formalidade de fila e autógrafos, Xico me acolheu como a um velho amigo. Não li ainda nenhum de seus livros, mas já ouço seu nome há tempos, de programas como o <i>Entrelinhas</i> da TV Cultura, das crônicas que publica nos jornais e sites, e mesmo de outras palestras e eventos. Foi uma troca rápida, um afeto instantâneo, assim de improviso, sem tempo para ensaiar palavras, tudo bem natural. Grande figura, grande momento enfim conhecê-lo. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
E lá fora do Centro Cultural, enquanto aguardava meu carro, já além das 22h, tive uma última grata surpresa, ao ver Xico aparecer com sua filhinha no colo, a pequena Irene, de poucos meses. A pequenina dormia, abraçada ao pai. Junto a ele, estavam outras pessoas da família, num momentinho particular longe do grande público e da mídia. Me aproximei, acenando. O cronista disse que ela tinha vindo conhecer a terra do pai (Xico é natural do Crato, aqui no Ceará). </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
Foi engraçado ter este último momento, conhecendo sua filha. Lembrei de que, meses atrás, em fevereiro, quando estive numa oficina literária do escritor Marcelino Freire, em Recife, e uma das primeiras coisas que se comentou por lá, no primeiro dia, foi "nasceu a filha do Xico Sá!". Era quase como se eu, vendo agora a pequena Irene, de alguma maneira, também fizesse parte deste ciclo. Comentei isso com ele, que riu enternecido. Xico estava radiante, com a menina no colo. A paternidade lhe fazia transbordar de alegria. Me despedi de todos, daquele momento tão belo quanto singelo, e seguimos nossos caminhos. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b>UM AMBIENTE MEMORÁVEL </b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
Satisfeito com aquele dia que mais pareceu durar um mês, fiquei rememorando na mente um resumo de tudo o que tinha vivido em tão poucas horas. Foi um belíssimo evento, uma grande iniciativa da Caixa Cultural, em reunir uma programação tão atrativa. Intenso, profundo, lírico, é difícil definir a complexidade de minha experiência naquele dia, ainda mais considerando que foi poucos dias após a igualmente intensa Bienal do Livro do Ceará 2017 (da qual haverá posts aqui em breve). Tinha quase uma sensação de estar viajando, de estar longe, estando perto, uma realidade incomum dentro de uma aparente rotina. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
Não posso deixar de comentar também as mudanças que a Caixa Cultural fez para tornar seu espaço mais acolhedor e receptivo. Quem conhece o lugar, sabe que há um espaço que seria dedicado a um café e a uma livraria mas que, sabe-se lá por que (provavelmente razões políticas), quase nunca é usado com esses fins, ficando sempre vazios e inutilizados. É muito comum ir para algum show ou apresentação teatral lá e ter a dificuldade de fazer um lanche ou mesmo de uma simples água. De café, só mesmo o nome "café cultural", numa placa lá no alto. Existe a ideia, mas algum problema a impossibilita de ser posta em prática. Bom, impossibilitava. Durante os dias da Flicaixa, vi com imenso assombro aquele espaço ocupado, com venda de lanches, bebidas e, claro, cafés. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-2vSDQjrb_79HtWMFDMnefabNbnxAlJ5c86ttb50kGnSKU9aeZxW-m8f_MoeEr-v7rw5hW3bTORvSdPSizdOdmutG8edAEK-PYB0Zrw5J8FUz0L35vnDDhUNYs63WEA4EdZiz6hcmiUY/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-2vSDQjrb_79HtWMFDMnefabNbnxAlJ5c86ttb50kGnSKU9aeZxW-m8f_MoeEr-v7rw5hW3bTORvSdPSizdOdmutG8edAEK-PYB0Zrw5J8FUz0L35vnDDhUNYs63WEA4EdZiz6hcmiUY/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+19.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
Ainda, o espaço da livraria, ao lado, igualmente ocupado, por livreiros que tinham vindo de Salvador especialmente para vender os livros dos autores presentes na festa literária. Essas mudanças ajudaram a tornar a vivência da Flicaixa realmente única, diferente da maioria dos eventos já ali realizados, onde, uma vez terminados, se ficava meio perdido, por não haver mais o que fazer, o espaço não favorecia conversas ou oferecia sequer água a seus frequentadores. No horário de maior movimento, a tarde de sábado, dia 5 de maio, os saguões do Centro Cultural estavam lotados de pessoas, de movimento, de vida e sobretudo, de literatura. Não seria muito exagero dizer que me senti quase como se estivesse em eventos como a FLIP, dada a intensidade que percebi em tudo. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b>FLICAIXINHA E O FUTURO DA FLICAIXA</b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b><br /></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-size: 18px; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl23NbvfYAeC8aR1zei74E-bVBt0mVzQWGRcu4EWiY7jResG1i8MQbft6ibA5dIgouukEBDsRJmAqf_wJL4fxjYlMydSg-bVt4X1go7knNsWIrE_YEcgbiq6bHDy8HEcvALV6P8R1VNJQ/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+dona+zefinha+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl23NbvfYAeC8aR1zei74E-bVBt0mVzQWGRcu4EWiY7jResG1i8MQbft6ibA5dIgouukEBDsRJmAqf_wJL4fxjYlMydSg-bVt4X1go7knNsWIrE_YEcgbiq6bHDy8HEcvALV6P8R1VNJQ/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+dona+zefinha+5.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Show da companhia Dona Zefinha agitou o palco no domingo da Flicaixa</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<b><br /></b></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
A Flicaixa, porém, não terminou nesse dia. No dia seguinte, 6 de maio, domingo, houve a parte final da programação, a Flicaixinha, voltada às crianças. Conversas e práticas com autores, como Tânia Dourado e André Neves, contação de histórias, finalizando com show da companhia cenomusical Dona Zefinha. Estive por lá mais para acompanhar os momentos finais do evento, mas as coisas estavam bem diferentes. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal;">
Apesar de ter contado com uma excelente programação, a primeira edição da Flicaixa, a meu ver, foi bastante curta. Colocar todas as mesas centrais em apenas um dia deixou o segundo dia mais vazio, com bem pouco movimento no café e livraria, quase como se eles não fizessem mais sentido estar ali. Conforme conversei com algumas pessoas da produção e da própria Caixa, o evento ainda está em fase inicial e certamente, após o sucesso que tem feito por onde passa (veio de Salvador, e daqui de Fortaleza seguiria ainda para Curitiba), a próxima edição será maior e mais completa. Para uma primeira vez, eles estão de parabéns, todos os envolvidos. O evento nasce ainda como um forte impulsionador da arte literária em Fortaleza, que ultimamente tem recebido inúmeros eventos voltados à escrita. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
Esta mesa final foi, sobretudo, uma divertida conversa, que quebrou protocolos, arrancou bons risos, enalteceu a crônica como gênero da urgência e ainda homenageou Belchior. Chego assim ao final desta série, que me foi especialmente única. Conheci muita gente incrível, de energia contagiante, revi vários amigos e respirei dessa atmosfera tão maravilhosa que permeia qualquer evento dedicado à literatura. Agradeço a todos que porventura leram estes posts e vamos em frente. </div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKkEizLLIqraz_3ag8iYg5zBI9y4w4KWHorK-HsWu2la3kM5GiuwMBsAWjR_l97szO0r4zm5cUEFeU69Y1AqT45pQkVfk5ihdiEo66k6xfSN8MNVA0GFoG65AH4kNNoTTQ5-wICTaKWqo/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+17.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKkEizLLIqraz_3ag8iYg5zBI9y4w4KWHorK-HsWu2la3kM5GiuwMBsAWjR_l97szO0r4zm5cUEFeU69Y1AqT45pQkVfk5ihdiEo66k6xfSN8MNVA0GFoG65AH4kNNoTTQ5-wICTaKWqo/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+fabricio+carpinejar+xico+sa%25CC%2581+17.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
<div style="font-family: Times; font-size: 18px; line-height: normal; min-height: 23px;">
<br /></div>
</div>
Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-18994379151988316022017-05-30T12:34:00.000-03:002017-05-30T13:23:14.469-03:00Flicaixa 2017 (2/3) – Mary Del Priore<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOftYXjhtdQKn53eIhzExrDDoQgkHKN6dGXfFuLzAqzHbAYLHl7Z5IRQP9oxckz08ZSHU3mO6U3PUal8yhcoYdiKb-BHNUzICCQMfnJxonvlSTU2jfo7QLQWnY8IU2eKfprvsQhhR66kE/s1600/18818225_1510564202307321_1793297443_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOftYXjhtdQKn53eIhzExrDDoQgkHKN6dGXfFuLzAqzHbAYLHl7Z5IRQP9oxckz08ZSHU3mO6U3PUal8yhcoYdiKb-BHNUzICCQMfnJxonvlSTU2jfo7QLQWnY8IU2eKfprvsQhhR66kE/s400/18818225_1510564202307321_1793297443_o.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: 18px;">Dando continuidade ao post anterior, dedicado à Festa Literária da Caixa, a Flicaixa, e de tudo – ou quase – o que vi e ouvi e percebi por lá, a segunda das três mesas que assisti naquele dia, 05 de maio, sexta-feira. Este post acabou longo demais, por isso tive de fazer a série em três partes. Infelizmente, não disponho de tantas fotos como gostaria da palestra em si, mas suficiente para ajudar a compor a atmosfera. Vamos lá. </span><br />
<span style="font-size: 18px;"><br /></span>
<span style="font-size: 18px;"><b>MESA - HISTÓRIAS DA GENTE BRASILEIRA (MARY DEL PRIORE)</b></span><br />
<span style="font-size: 18px;"><b><br /></b></span>
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<span style="font-size: 18px;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">A historiadora Mary del Priore, tal como Socorro Acioli (do <a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2017/05/flicaixa-2017-13-socorro-acioli-e.html">post anterior</a>), foi outra que também esteve em destaque na programação da recente Bienal do Livro deste ano, aqui em Fortaleza. E agora voltaria para uma nova fala neste festival da Caixa. A conversa seria mediada pela socióloga Glória Diógenes, e teria, como indicava o tema (título de um dos livros de Mary), um andamento bastante livre. Pelo que lembro de já ter ouvido dela, sobretudo a recente fala na Bienal, era a certeza de vir por aí mais uma ótima 'aula' disfarçada de conversa rica e inspiradora. </span></div>
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<span style="font-size: medium;"><br /></span></div>
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<span style="font-size: medium;">Desta vez não atrasei, nem poderia, estava de olho na hora. Esta próxima mesa começaria às 16:30. Entrei com certa antecedência, podendo escolher lugares com tranquilidade. Novamente um número médio de pessoas, similar ao da palestra anterior. Logo, as duas mulheres surgiram no palco, onde já se achavam as poltronas e mesinhas com água. Foram aplaudidas, sorridentes, e a fala teve início. </span></div>
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<span style="font-size: medium;"><br /></span></div>
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<span style="font-size: medium;">Conheço um pouco do trabalho de ambas e sei que há uma grande amizade entre elas, uma cumplicidade notável na troca de elogios múltiplos, como novamente se fez notar já nos primeiros minutos. Glória iniciou agradecendo a iniciativa da Caixa com o evento e de como estava feliz em estar ali, citando ainda uma frase de Voltaire: "É preciso ter alegria no conhecimento". </span></div>
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<span style="font-size: medium;">Ela seguiu com uma introdução bem completa de Mary, enaltecendo sua obra, sua visão de historiadora, pesquisadora, que percorre e situa cidades, épocas, personagens da realidade, dando um panorama geral do que estaria por vir. A historiadora agradeceu, lembrou sua participação na Bienal do Livro, no fim de abril, e disse o quanto estava adorando a cidade de Fortaleza, realmente fascinada, com o apreço que a cidade tem pela cultura, com centros culturais, museus e mesmo pela cor da água da cidade. Citou em especial o espaço Edson Queiroz, onde viu uma pinacoteca com um acervo gradiosíssimo, que não chega ao sul, e pontuou a necessidade de se fazer esses bens cada vez mais públicos. </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Não devemos esquecer o nosso passado. O passado é questão de amor" – Mary</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><b>A DESIGUALDADE CULTURAL</b></span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Um dos primeiros temas abordados pela historiadora foi a educação e suas desigualdades. Para tanto, citou o sociólogo francês Pierre Bourdieu, célebre por suas ideias, como o <b>capital cultural</b>, que, em linhas gerais, revela um desnível entre o aprendizado nas escolas, pois considera que cada estudante traz, de berço, uma pré formação de seus pais e do meio em que vivem, o que interfere na forma como aprendem os conteúdos. Assim, portanto, as escolas, que prezam sempre um discurso de igualdade, acabariam por priorizar os estudantes mais "ricos", e aqueles com baixo capital cultural demorariam a entender os códigos culturais valorizados por elas. Seria como transformar a cultura em uma espécie de moeda, usada pelas classes dominantes para acentuar as diferenças. Isso explicaria também o fato de escolas sempre preferirem matérias como matemática e física a desenho ou esportes, ou seja, os interesses das classes dominantes, e nada de igualdade. Mary se mostrou incomodada pelo rumo que segue o país, que pouco valoriza a cultura, sobretudo a popular: </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Não há movimentos no Brasil contra a corrupção e a sociedade brasileira faz pouco esforço pela educação. Gosto da ideia de conversar com pessoas simples, que têm menos condições que nós, mas muitas vezes têm mais sabedoria" – Mary </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><b>UM POUCO DE HISTÓRIA</b></span><br />
<span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: medium;">A historiadora falou um pouco de sua tetralogia, que começa com <i>Histórias da gente brasileira, volume 1: Colônia</i>, obra que esmiuça a vida antes do período do Império, que revela hábitos, costumes e histórias esquecidas ou ignoradas. "Quis mostrar como o brasileiro é inventivo, como tira sua sobrevivência da criatividade. Uso a comunicação dos jovens pesquisadores, que lidam com documentos históricos, é a melhor fonte de pesquisa."</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Alguns fatos curiosos ditos por ela:</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Antigamente, não existiam pintores no Brasil, quem pintasse era artesão"</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"O beijo só se popularizou após a 2ª guerra mundial. A boca é o lugar mais sujo do corpo. Os europeus criticavam os brasileiros, diziam ser sujos, mal educados. Os restaurantes por kilo de hoje são meio que 'netos' desses hábitos."</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Amor, no século XVII, só de Deus, só no século XIX que amplia seu sentido"</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Nesse ponto, Mary trouxe à evidência a palavra <b>mulato</b>, dizendo que é preciso, antes de tudo, conhecer a origem da palavra para melhor entendê-la. Para tanto, citou Yeda Pessoa, que disse ser uma das maiores linguistas do país, especialista em estudos afro-brasileiros e línguas africanas. Acreditava-se que a palavra mulato designaria filho de mula, mas segundo estudos da professora Yeda, o termo é de origem árabe, significando de fato o filho do muçulmano com um não muçulmano . </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Glória Diógenes, buscando ampliar a conversa, questiona se havia distinção entre a nudez nos diferentes períodos históricos. "Nos séculos XVI, XVII e XVIII, não havia. A nudez não era erótica naquela época. Ela tinha de ser descoberta. Os escravos tinham cuidado com seus corpos, com seus cabelos". A historiadora falou ainda de sodomia, do fato de masturbação ser proibida pela igreja (por haver desperdício de sêmen) e de um livrinho português da época, o <i>Manual do Confessor</i>. "É extremamente poético, poetiza as partes do corpo, se tornam belos". </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Segundo Mary, os processos de divórcio só começariam a partir do século XIX. Nesta época, já não era o padre quem dizia o que podia ou não. Os médicos começavam a estudar a sexualidade humana. "O marido anotava as relações que tinha com a mulher. Naquela época, as relações eram somente para procriação"</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Falando sobre prostituição, a historiadora fez um breve passeio por panoramas recentes, partindo das <i>cocottes</i>, as prostitutas francesas. "Vivemos uma esquizofrenia na nossa realidade de hoje. Prostituição sempre existiu no Brasil, desde o século XVI. As <i>cocottes</i>, naquela época, ajudaram os brasileiros a ter melhores hábitos higiênicos, a combater a sífilis."</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Um outro detalhe interessante foi quando comentou que espelhos, símbolos de vaidade e luxúria, eram proibidos em casa, nos quartos. Só podia haver na sala. "Era uma contenção nesse período de aburguesamento. Isso só foi melhorar depois, com influência de estrangeiros."</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Mary del Priore acredita que muito do que se sabe ou conhece hoje de detalhes ou particularidades destes temas, se deve ao trabalho de jornalistas e memorialistas e citou alguns relativamente contemporâneos: "Adalgisa Nery tem um excelente trabalho como memorialista; Pedro Nava escreveu um conto sobre a descoberta da homosexualidade; Tonia Carrero já descreveu beijo que deu em uma amiga. Nossa vida diária é um conto de deslumbramento. Hoje, por exemplo, eu vi como é linda a cor das águas daqui". </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">A conversa então foi desviada para a atualidade, focando agora nas crises, as muitas turbulências pelas quais vem passando o país, de conflitos a greves. </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"A violência é um componente da nossa história, mas não estamos sozinhos, é assim em todo lugar do mundo. A democracia tem que atender a demandas muito diversas. A demanda de um é diferente da do outro. Como atender a todos? Não se trata de maioria, mas de grupos muito distintos, tribos. Como a democracia vai lidar com isso? Acho que os jovens terão que tratar disso aqui a alguns anos." </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><b>HISTÓRIA E LITERATURA, UM CASAMENTO IDEAL?</b> </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Glória diz que há forte ligação dos livros de Mary com literatura, que ela faz muitas referências literárias, e questiona a importância de se aproximar história e literatura e literatura e ciência. </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"A história como ciência é uma invenção do século XIX. Quando ela tem uma missão, ela passa a ter teorias, e isso a transforma. Mais uma vez o trabalho de escritores e memorialistas, de textos de Leonardo Mota ou as notas de rodapé de Gilberto Freire ou Sérgio Buarque. A literatura brasileira dá um universo ao historiador, e ao meu ver é uma literatura que não tem recebido a atenção devida. Meu sonho é que as duas fossem ensinadas juntas. Isso seria bem mais divertido" – Mary</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Ela também apontou, inúmeras vezes em sua fala, o desinteresse dos alunos de história, de como se afastam e os professores não conseguem se renovar para trazer esse interesse, fato que mostra também a desigualdade na educação. </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Temos um problema aqui no Brasil: o vestibular. O professor precisa ensinar o óbvio e isso afasta o aluno da história, da narrativa, isso tira o interesse. A literatura oferece universos maravilhosos" – Mary</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Concluindo a questão história x literatura, Glória comentou que sua tese de doutorado foi criticada por ser literatura, não científica, e isso enaltece a diferença e preconceito que há no fazer literário. </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><b>CONVERSAR COM OS MORTOS, A IMPORTÂNCIA DO ESPIRITISMO</b> </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">O espiritismo foi um outro tema que surgiu já pertinho do final da mesa. Os assuntos eram tão variados e ao mesmo tempo tão conexos que o tempo não parecia passar. Havia quase como um tempo suspenso, no qual todo o auditório se encontrava preso às palavras, às histórias contadas por Mary. Eu buscava um suspiro ou outro para dar conta de anotar esse ou aquele trecho, enquanto os refletia mentalmente. E lá foi Mary falar de espiritismo:</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Tive vontade de escrever sobre espiritismo. Fazer história é conversar com os mortos (deu um risinho controlado). No século XIX, o espiritismo chegou ao Brasil como moda. É assim que a obra de Kardec vai sendo importada" – Mary </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Ela falou um pouco do período, da vida de Alan Kardec, de como começou seus estudos e desenvolveu sua doutrina. Mencionou ainda o conde d'Eu, Gaston d'Orleans, que ao ouvir um gramofone teria dito: são os mortos cantando. "Kardec dizia que os mortos tinham muito a nos ensinar" – Mary </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Os primeiros espíritas são baianos. <i>O eco do além túmulo</i> é a 1ª publicação dedicada aos espíritas"</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Achei uma carta de um professor de D. Pedro II. Falava, em 1846, que estava em uma mesa volante que recebeu a visita de um espírito que disse que caso ele não abolisse a escravidão, perderia o império." – Mary </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"As pequenas coisas também contam histórias. O espiritismo é uma caixa de histórias, mas eles não deixam ter acesso a isso quem não for espírita. O Brasil é uma coisa fantástica, uma sinergia de culturas" – Mary </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguhO1UB86Qg1avpP7Bu36X6m2UDVGk1Ad6gU0qGfCjKW06kpyStJ7n1r8aIszULULR3f_LyI7e3WhdRjA75NDFEp-_j0cLIJQAiD3vIEZc2NQ_aI5QNjix1sd1V8lLeDnP3OCP7Gb4VG8/s1600/flicaixa+dialogos+visuais+gloria+diogenes+mary+del+priore+denis+akel+historia+literatura+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguhO1UB86Qg1avpP7Bu36X6m2UDVGk1Ad6gU0qGfCjKW06kpyStJ7n1r8aIszULULR3f_LyI7e3WhdRjA75NDFEp-_j0cLIJQAiD3vIEZc2NQ_aI5QNjix1sd1V8lLeDnP3OCP7Gb4VG8/s400/flicaixa+dialogos+visuais+gloria+diogenes+mary+del+priore+denis+akel+historia+literatura+2.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><b>A POUCO CONHECIDA CULTURA AFRICANA </b></span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">E para terminar, voltaram novamente aos temas africanos, tão ricos e ainda pouco conhecidos, segundo a historiadora, que focou agora diretamente nos escravos, da simplicidade como se se vestiam, sendo às vezes dificil diferi-los de seus donos de terra. Aqui ela citou um diário que reflete bem esse período, o <i>memórias fantásticas de uma filha de cortador de cana. </i></span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Comentou que os europeus chamavam os brasileiros de mazombos e ainda que havia colégios para escravos e que foram os estrangeiros a primeiro mudarem a vida das classes menos favorecidas. A rua do ouvidor, no Rio, é reflexo de uma famosa rua de Paris. </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Nesta reta final, surgiu uma questão que viria a sintetizar meio que um pouco de tudo o que Mary falou ao longo de toda a palestra. Glória indagou: o que acha da base do ensino e da reforma? </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Isso tem sido feito em vários países. Acho que alteramos isso em virtude do esquecimento de alguns conceitos. Mas não é o suficiente." Mary cita então o historiador e memorialista Alberto da Costa e Silva, como grande conhecedor e difusor da cultura africana, uma cultura ainda muito desconhecida, mesmo pelos próprios professores."É preciso conhecer outras línguas, a arte, a cultura, a literatura. A história da cultura africana só está acessível integralmente em língua estrangeira (holandês, francês, inglês). Para o professor, isso é difícil. A história da escravidão é simples mas a história da África é complicado. Enquanto não tivermos obras sobre a África, literatura africana, fica bem inacessível sobretudo para os professores. É coisa para 10 ou 20 anos". </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><b>QUANTO VALE UM LIVRO DIDÁTICO?</b></span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Mary levou adiante a problemática da educação, do desinteresse, da facilidade maior em criticar, em repreender ao invés de incentivar, gerando os comentários abaixo, os melhores de toda a fala, na minha opinião: </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Prefiro um aluno interessado do que dez desinteressados. Criticar, dizer que não vale a pena, é a coisa mais fácil que há. Os jovens professores de hoje não conseguem se comunicar com seus alunos. Precisamos nos reinventar, mudar a presença do professor de história junto aos alunos. Temos que usar as redes para mudar isso. Eu amo história e faço história para que as pessoas amem história. Livro didático é algo criminoso, é um veneno. Temos que recusá-lo, como a novela da Globo. Temos que convidar as pessoas a verem as coisas fora da sala de aula. Temos que fazer nossos alunos gostarem das coisas que gostamos, senão não darão conta. Temos que olhar nossa brasilidade e nos reinventar, esquecer as influências de fora. Inventar uma nova maneira de estuda história". – Mary</span><br />
<br />
<span style="font-size: medium;">Glória e Mary trocavam sorrisos constantes, demonstrando grande amizade, </span><span style="font-size: medium;">uma elogiando as falas da outra, e de fato era uma conversa muito amável. Assim, Glória encerrou, com um última pergunta, mais direcionada à Mary pessoa do que à Mary historiadora: "como consegue ser essa pessoa tão leve? tão animada? Com quase 50 livros, filhos, netos..."</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">"Não tenho medo de nada. Tenham coragem, façam o que gostam de fazer, sigam seus sonhos. Não fiquem em casa fechados e... criem galinhas!" – Mary</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<br />
<span style="font-size: medium;">E com esse desfecho no mínimo inesperado, Mary del Priore chegou ao fim de sua colocação. Uma enorme salva de palmas foi a resposta do público. Mary e Glória posaram para a foto oficial, que acontecia ali mesmo, de pé no palco e depois a historiadora saiu, rumo à mesinha onde autografaria seus livros. </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><b>POSFÁCIO</b> </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Depois que concluí as anotações em meu caderno, fiquei pelas imediações, observando essa movimentação: sua chegada, da enorme fila que já a aguardava, do falatório a seu respeito, dos muitos livros para lá e para cá, de todo o burburinho gerado por sua fala. Corri os olhos entre os livros que lá estavam. Conhecia vários de nome, e até fiquei tentado a me juntar aos muitos que pegavam para que ela assinasse, mas estavam muito caros. O país precisa valorizar a educação, abolir o livro didático, mas também de livros mais baratos. Me contentei em observar o fluxo de pessoas, cada vez maior. Cumprimentei ainda Glória Diógenes, não a via há uns cinco anos, desde um outro evento, o ETC, Encontro de Tuiteiros Culturais (fiz um <a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2012/05/vii-etc-fortaleza-2012-i.html">post</a> dele na época). </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">O café da Caixa estava aberto e a todo o vapor, mas bastante cheio e o lanche que fiz no intervalo anterior ainda me mantinha. Sem fome, minha cabeça fervilhava ante tudo o que havia ouvido, e busquei digerir melhor aquelas ideias antes que a próxima mesa bagunçasse suas integridades. </span><span style="font-size: medium;">Foi praticamente uma aula, que me pareceu querer abrir os olhos para uma realidade que está aí, que grita, que pulsa, e parece que ninguém realmente se importa. Mergulhar pela história do país, descobrir tanta riqueza que temos, nos mais singelos e muitas vezes pouco conhecidos detalhes parece nos tornar de alguma forma mais brasileiros, mais humanos, e ao mesmo tempo, acredito, nos força a diminuir um pouco esse ritmo frenético e doentio da vida de hoje, exageradamente conectada. Fiquei divagando, considerando que a história estará sempre lá, ela não tem pressa, podemos estudá-la com calma, revelar, conhecer seus silêncios. É um estudo que pede interesse, e sobretudo calma e paciência. É mais ou menos como estudar à moda antiga, nos livros, nas bibliotecas, nas visitações dos lugares. Tudo é muito mais espontâneo, mais natural, e talvez esteja por aqui a sensação do criar galinhas, dito por Mary no final de sua fala, como uma maneira de desacelerar a vida. </span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<span style="font-size: medium;">Na próxima postagem, a última desta série, a mesa final da Flicaixa, que trouxe o poeta Fabrício Carpinejar e o cronista Xico Sá, debatendo o tema <i>narração de afetos</i>, até lá. </span></div>
Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-64329116929732455012017-05-26T23:25:00.000-03:002017-05-30T12:49:04.944-03:00Flicaixa 2017 (1/3) – Socorro Acioli e Ângela Gutiérrez <div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8zx3lp-Db5K2gUPLLc20Pl-tYo_wV4zMvyEdMCeZlpWvHgUZQ_iAD7ixJbt8NUyxSwhS-jGByOwYG7BciiqbjjDDQnz2V18kyzvZMJwyMvKsTIc4i9o5rEravQQeJCM0CwBX_GOOMtnc/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8zx3lp-Db5K2gUPLLc20Pl-tYo_wV4zMvyEdMCeZlpWvHgUZQ_iAD7ixJbt8NUyxSwhS-jGByOwYG7BciiqbjjDDQnz2V18kyzvZMJwyMvKsTIc4i9o5rEravQQeJCM0CwBX_GOOMtnc/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+1.jpg" width="400" /></span></a></div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span>
<span style="font-size: 18px;"><br /></span>
<span style="font-size: 18px;">Nos últimos dias 5 e 6 de maio, aconteceu aqui em Fortaleza a Flicaixa, festa literária realizada pela Caixa Cultural. O evento, como descobri depois, veio diretamente de Salvador, com boa parte da programação que apresentou por lá. Havia inúmeros autores convidados, grande oportunidade de ótimos debates em vista. E ainda no clima da recente Bienal do Livro, decidi abraçar mais essa tão bem-vinda chance.</span></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">O primeiro dia, uma sexta-feira, seria onde se concentraria a maior parte da ação. Todas as principais e, digamos, mais badaladas mesas, aconteceriam nesse dia. Entre os convidados, nomes como Fabrício Carpinejar (que esteve no dia anterior na Unifor), o jornalista e cronista Xico Sá, a historiadora Mary Del Priore, dentre outros. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">As atividades se iniciavam às 10h da manhã, com uma mesa sobre <i>booktubers</i> ou algo assim. O tema até poderia ter algo de interessante, mas resolvi abrir mão em virtude do resto do dia; seria exaustivo demais ficar das 10h às 22h direto ali. Centrei portanto nas três mesas seguintes, começando pela das 14:30, que trouxe Angela Gutiérrez e Socorro Acioli, mediadas por Marina Solon. O tema foi “As múltiplas linguagens da sensibilidade feminina”. Com empecilhos de trânsito e talvez por ter saído um pouco tarde de casa, cheguei um pouco depois do início, mas conseguiria ainda desfrutar muito bem do que foi este belo debate. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span>
</span><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN-wzAxNtC3o8kVJe2tpojNU3xkHNtygFY_gt8eUoVouuYjju3d14iWA9CGgeXrlXCJdUNceTAthmWrSAa7_DWJqY8YdV6uEhvzrryyqQDdJe3_n_HZ0FiCe76pXOuj-ucov958lAwzTA/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN-wzAxNtC3o8kVJe2tpojNU3xkHNtygFY_gt8eUoVouuYjju3d14iWA9CGgeXrlXCJdUNceTAthmWrSAa7_DWJqY8YdV6uEhvzrryyqQDdJe3_n_HZ0FiCe76pXOuj-ucov958lAwzTA/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+2.jpg" width="400" /></span></a></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;"><b>MESA - AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS DA SENSIBILIDADE FEMININA (SOCORRO ACIOLI / ÂNGELA GUTIÉRREZ)</b></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB6U1cORj6tCuO9b_LwCA4iPg4epJVshr-Wk53ycXdU69p4ng_j_H1KJjoxGcLR6sutcckLVdmvi3cEVcVi7oNFJZe_rV4dtAxusERRkTnCMFOm0j1pNxLF71lh_U94u1LDgSBi5DZ1SE/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB6U1cORj6tCuO9b_LwCA4iPg4epJVshr-Wk53ycXdU69p4ng_j_H1KJjoxGcLR6sutcckLVdmvi3cEVcVi7oNFJZe_rV4dtAxusERRkTnCMFOm0j1pNxLF71lh_U94u1LDgSBi5DZ1SE/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+5.jpg" width="400" /></span></a></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">De cara, chamou-me a atenção o local, o palco, onde ficavam as convidadas. Estava tudo bem diferente do que me lembrava de outros eventos ocorridos ali, graças a todo um cuidado dos organizadores: havia um enorme painel no fundo, meio em profundidade, formado de vários quadrados agrupados em alto relevo, criando um efeito de papel amassado, no qual estava a identidade do festival. Uma iluminação amarelada deixava um tom suave e acolhedor, propício para se passar horas ali. Todas essas percepções me chegavam aos poucos, logo que me dirigi a uma das muitas cadeiras vazias. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">Havia um público razoável, mas bastante interessado. Sentei, já procurando me familiarizar ao tema debatido, o que não foi nem um pouco difícil, uma vez que o ato da escrita feminina já estava em ebulição na fala de ambas. A questão foi amplamente divagada, a partir do que seria, supostamente, permitido às mulheres escreverem, até tempos atuais, nos quais se vê um aumento cada vez mais significativo da presença feminina na literatura. Socorro e Angela exploraram inúmeras nuances e exemplificaram suas próprias rotinas como forças motrizes desta mudança. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span>
<span style="font-size: 18px;"><b>O QUE ESCREVEM AS MULHERES? </b></span></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;">Para as autoras, o ato da escrita feminina deve ser visto além do que aparentemente representa, além de ser apenas "a escrita feminina</span><span style="font-size: 18px;">”</span><span style="font-size: 18px;">, é algo muito maior. Comentaram que havia um tempo no qual a mulher era conhecida na literatura apenas através do olhar masculino. As mulheres não escreviam sobre si, seus sonhos ou receios ou desejos. Os homens as retratavam. Logo veio à tona a personagem Capitu, de <i>Dom Casmurro</i>, como a típica representação da mulher, uma personagem cheia de dúvidas, de incertezas, restrita apenas à visibilidade masculina. </span></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">“A mulher assumiu seu lugar de autoria no mundo, disso não há dúvida, vejo muita atenção nisso hoje em dia, em haver um equilíbrio. Isso só acontece porque alguém teve atenção de perceber que era uma minoria. Agora é as mulheres continuarem a manter o equilíbrio dessa balança." – Socorro Acioli </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;">Foi bastante comentada a questão da literatura erótica, dentre o que se situaria como o que a mulher deve ou não escrever. Neste ponto, </span><span style="font-size: 18px;">Socorro disse ainda que vê cada vez mais mulheres nas oficinas de escrita que ministra, nas quais trabalha, além de contos e estruturas de romances, temas eróticos e todos são lidos e bem recebidos pelos demais alunos.</span></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;">Para Ângela, a literatura deve ser aproximação da realidade, do que se sente, do que se vive. Citou Machado de Assis, ao dizer que </span><span style="font-size: 18px;">literatura é </span><span style="font-size: 18px;">verosimilhança. “Não refaço a escrita mas a fragmentação do texto. Costumo escrever tudo de uma vez, exceto de vez em quando, quando os temas me incomodam e interfero no fluxo da criação, tenho de negociar com a criação literária”. Quanto ao feminismo. a autora define como uma luta pelos direitos da mulher, que a coloque em igualdade em todos os tipos de direito. </span></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">"É preciso que cada vez mais mulheres escrevam, seus sonhos, suas verdades" – a mediadora, Marina Solon, completa o diálogo. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">As autoras citaram a obra <i>Hibisco Roxo </i>(2003), da escritora africana Chimamanda Adice, como exemplo de obra que reflete uma visão amplamente feminina, na qual a autora não tem receio ou medo de dizer e retratar aquilo que sente. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">Também foi destacado o livro <i>Quarto de Despejo</i>, de Carolina de Jesus, que vem gerando polêmicas entre críticos por ser ou não literatura. Tudo por ela ser de origem simples e o livro narrar fatos dessa vida, da sua vida, tal como ela é. Quanta besteira, a obra (de 1960) é incrivelmente sincera e necessária, pelo que li a respeito. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">Num outro momento da mesa, os assuntos bailaram por hábitos da escrita em meio aos hábitos do dia-a-dia. Como conciliar a família, filhos, com a criação literária? Ambas foram enfáticas observando que apesar do trabalho, sempre cabe às mulheres todas essas atividades (como se sua rotina fosse menor), mas que era algo muito comum, inato da força feminina, após um dia cansativo de trabalho, chegar em casa e ainda ter força para cuidar dos filhos. Elas acreditam, contudo, que os espaços conquistados pelas mulheres já meio que as isentam dessa responsabilidade integral, que já saíram deste lugar-comum, desse pensamento que ainda as vê como únicas responsáveis pela ordem nos lares. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span><span style="font-size: 18px;"><b>LEITURAS E MAIS RECOMENDAÇÕES</b></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><b><br /></b></span>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1wYAUXXoFj-utI6vpF9rLe0vr8zJQWJSlI9w54ieNmsXwMpZDdqyWt01NPyhgXw-Isf1ocVgyWmETnCsEbsOqwbbMGjq3ZVZsr5F-wIBqGSpqR2SEzewOR87GOSlXj1nWwts0QjHg03M/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1wYAUXXoFj-utI6vpF9rLe0vr8zJQWJSlI9w54ieNmsXwMpZDdqyWt01NPyhgXw-Isf1ocVgyWmETnCsEbsOqwbbMGjq3ZVZsr5F-wIBqGSpqR2SEzewOR87GOSlXj1nWwts0QjHg03M/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+4.jpg" width="400" /></span></a></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;"><b><br /></b></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">A mediadora quis saber o que as duas andavam lendo.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">“Clarice Lispector tem uns contos que são cruéis com delicadeza. Cecília Meireles, leio sempre que quero me sentir encantada. Aliás, recebo textos horrorosos atribuídas a elas! Devemos ter cuidado com a correspondência virtual. Não faça essa crueldade, elas já não podem se defender.” – Angela</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">"Orides Fontela, Adriana Lisboa, Juliana Diniz (escreve com muita elegância, sendo tão novinha), ah, e um da Ângela! <i>O mundo de flora</i>!” – Socorro Acioli </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">Ângela também falou da sensação de ter um de seus livros selecionados para o vestibular (<i>O mundo de Flora</i>), de como ficou honrada ao ver a obra comentada e discutida com tanto interesse e ver todos os novos olhares e interpretações que faziam dela. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;"><i>A Casa</i>, livro da escritora cearense Natércia Campos, foi bastante citado. Angela teceu inúmeros elogios a ele. “Deveria ser um livro muito mais conhecido no estado”. Juntou a ele ainda Dom Casmurro e Iracema, que considera obras fundamentais da literatura cearense. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">A mediadora, valendo-se desse tema, quis saber onde o estado falha na divulgação de nossas escritoras? “O governo poderia escolher com mais competência, bom escritor ou escritora, ter consciência de que o livro possa gerar debates evitar livros medíocres. Todos têm o direito de ser medíocres, mas o estado não deve levar esses livros às bibliotecas” – Angela</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span>
<span style="font-size: 18px;"><b>AGENTES LITERÁRIOS E POESIA</b></span></span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">Um momento bastante interessante de toda a fala veio com a figura dos agentes literários e sua importância aos escritores. Socorro Acioli falou que são como pontes, algo similar ao que um empresário é para os jogadores de futebol. "Ajudam a cuidar da obra, das verbas do contato com a editora, mas não faz nada pelo autor, não transforma um autor ruim em um autor bom, só faz profissionalizar a obra."</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">Perto do fim, surgiu uma pergunta da relação de ambas com poesia. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">“Nasci praticamente numa biblioteca. Meu pai estava sempre lendo. Me colocou desde cedo em contato. Ele colocava discos para todos ouvirem ou cantava com o violão. Meu amor pela poesia começou da mão de meu pai. Apesar de só ter um livro publicado, tenho grande amor pela poesia” – Angela </span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">“Para gostar de ler poesia, precisa ler poesia todo dia” – Lembraram esta frase de Affonso Romano de Sant’Anna. </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><b>O ESCRITOR REGIONAL </b></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">Uma última pergunta trouxe a questão da mulher cearense e a representatividade da região para o escritor:</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">“Os rótulos às vezes ajudam, às vezes atrapalham. Ser herdeira dos escritores de nossa região é um orgulho, claro. Morte e vida severina, só sei ouvir cantada. Temos um legado sim e temos obrigação de mantê-lo. Graciliano Ramos narra com perfeição a sua realidade, a nossa realidade. Não temos um rio na nossa história, e escritores regionais contavam rios com muita beleza” – Angela </span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;">“Não vejo problemas com rótulos. O sertão hoje não é o sertão de Graciliano. Essas outras realidades precisam ser contadas. Cada escritor precisa respeitar o seu projeto literário. Que todos, homens e mulheres, escrevam e falem o que seu coração quer falar.” – Socorro</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjltuGhetlS-nZPmc3CQJAkpqjeK9a2ZWGeUeEtWOxya-tdvFckXhHWS9H4oY1hWveoCfkUX_uC_BUrhT2-9H7GcfL6-jzZ84IpHXN_INvfH6Nc03udMY6JER-JJzgCVYzT41C0kAe77qQ/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjltuGhetlS-nZPmc3CQJAkpqjeK9a2ZWGeUeEtWOxya-tdvFckXhHWS9H4oY1hWveoCfkUX_uC_BUrhT2-9H7GcfL6-jzZ84IpHXN_INvfH6Nc03udMY6JER-JJzgCVYzT41C0kAe77qQ/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+3.jpg" width="400" /></span></a></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Durante boa parte dessa mesa, assumi uma postura que se repetiria ao longo das demais: me debrucei sobre um caderninho que tinha levado e anotei referências e passagens e observações do que eu via e ouvia. Parte de tudo isso ajudou a dar a forma para essas postagens – aliás, essas anotações foram o primeiro incentivo para que eu viesse a postar sobre a Flicaixa, no intuito também de semear o evento a quem dele não soube ou não pode ir.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;">Chegamos ao fim da mesa. Eu, como acredito que boa parte dos demais, estava fascinado por aquela conversa tão instigante. Não vi do começo, é verdade, mas o suficiente para ver transbordar um lirismo de doçura em falas tão sinceras. A valorização da escrita</span><span style="font-size: medium;">, da mulher, do criar em oposição ao ritmo do cotidiano em uma sociedade tão marcada pela presença masculina, tudo se combinou de maneira espontânea e muito natural. </span><span style="font-size: 18px;">Já conheço Socorro Acioli de vista de vários eventos, inclusive da recente Bienal do Livro, na qual ela teve inúmeras aparições mas ainda não conhecia nada de Ângela Gutiérrez. Foi uma maravilhosa oportunidade conhecer uma escritora de tanta personalidade, tão amável e de fala tão singular, evocando muitas vezes um tempo tão próprio, tão dela, já um convite à sua literatura. </span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span>
<span style="font-size: small;"><b><span style="font-size: large;">O MUNDO DOS AUTÓGRAFOS</span></b><span style="font-size: medium;"> </span></span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><br /></span>
</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgafWEnOC_L5mvg97PZSpLOY1Ree97DEaIXX1GYLLXQwdrt4R9V37m5iGWgq5csUmWKSC0m6MHl0Se3UomAu7HkkieWt3cNmH-HPMu1tTRRCEOn9cKGEc2an26aUt1jYzRhdicAUUuiXwo/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgafWEnOC_L5mvg97PZSpLOY1Ree97DEaIXX1GYLLXQwdrt4R9V37m5iGWgq5csUmWKSC0m6MHl0Se3UomAu7HkkieWt3cNmH-HPMu1tTRRCEOn9cKGEc2an26aUt1jYzRhdicAUUuiXwo/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+7.jpg" width="400" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Movimentação ao término da mesa, livros e mais livros nos espaços da Caixa</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><br /></span></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVo_RVhhK7-nk9kmhINcuCs6kp-V4L8nuB7flAtflWZTgTgeqasoB_ET-lyhjRYEBh57ev46Xecl0ys5OuIZrLDfQGfsMectFeASfZZFWGUIGJQbgSqzDkCkGWsRTdQdY0uLcblM7_tTI/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVo_RVhhK7-nk9kmhINcuCs6kp-V4L8nuB7flAtflWZTgTgeqasoB_ET-lyhjRYEBh57ev46Xecl0ys5OuIZrLDfQGfsMectFeASfZZFWGUIGJQbgSqzDkCkGWsRTdQdY0uLcblM7_tTI/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+8.jpg" width="400" /></span></a></div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"></span><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span>
<span style="font-size: 18px;">No fim, as duas autografaram num espaço arranjado ali mesmo na Caixa Cultural. Aliás, a Caixa surpreendeu por favorecer imensamente este evento, tornando o ambiente (geralmente fraco e sem graça) em algo agradável, ativando espaços quase mortos do lugar, como um café e uma livraria, tornando tudo mais integrado. Assim, era possível olhar, folhear, comprar os livros dos autores convidados da Flicaixa e levá-los para autógrafo ali mesmo, ou ainda apenas tomar um lanche com um capuccino. Optei inicialmente por essa segunda opção, mas logo mudaria de ideia. </span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqMl3a-MUgfoeziazEc7LV8JZgPtAwtrDeGBng8y-89e8CINN9_4Ds-4aPdi8UZhuuRZb33ReqUIDCN6C_sU-Iu7hAE9fefDomdPZqkFaSZWbtimFzOyPo5Pjjzbuv-0ux2P975N2zoD8/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqMl3a-MUgfoeziazEc7LV8JZgPtAwtrDeGBng8y-89e8CINN9_4Ds-4aPdi8UZhuuRZb33ReqUIDCN6C_sU-Iu7hAE9fefDomdPZqkFaSZWbtimFzOyPo5Pjjzbuv-0ux2P975N2zoD8/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+9.jpg" width="400" /></span></a></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: 18px;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 18px;"><br /></span>
<span style="font-size: 18px;">Havia realmente muitos livros de Ângela Gutiérrez. Dei uma breve olhada em vários, à medida que a fila de autógrafos amainava. Encontrei um de poesia bem interessante, <i>Canção da Menina</i>. A autora já assinava quase o último quando cheguei para cumprimentá-la. Ela me sorriu com o olhar. Aproveitei para conversar um pouco, lembrando de perguntar se ela não tinha ido à Bienal do Livro. Ângela me disse que esteve com </span><span style="font-size: medium;">problemas pessoais e acabou por ter de cancelar suas programações na Bienal (ela mediaria o escritor Cristovão Tezza). Agora que fazia seu retorno, sua volta, na Flicaixa. Pelo menos em grande estilo, observei. Terminei por agradecê-la, parabenizei pela ótima mesa, pela grandeza da fala e gentileza do tempo e segui, já me deixando levar pela doce canção da menina. </span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><br /></span>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTU6mk-8rvpDOWStaGSGjo6yLlZT0LT0849ePVKl1eVb6ZT3SFWL8XHjdhiJV2zYNcFUfusl9sboEp76u0SLevkwLMN5sHcaR4buPSzOJts53CVbFAN0fwMefyZ5T0Zwf2fHa95T6G5DI/s1600/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTU6mk-8rvpDOWStaGSGjo6yLlZT0LT0849ePVKl1eVb6ZT3SFWL8XHjdhiJV2zYNcFUfusl9sboEp76u0SLevkwLMN5sHcaR4buPSzOJts53CVbFAN0fwMefyZ5T0Zwf2fHa95T6G5DI/s400/denis+akel+flicaixa+literatura+dialogos+visuais+socorro+acioli+angela+gutierrez+10.jpg" width="400" /></span></a></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Como as fotos ajudam a mostrar, o movimento nos saguões do centro cultural era notável. Muitas pessoas, fluxo enorme de livros, de vozes, de vida. Dava gosto estar ali, era uma atmosfera que me encantava, só de perceber, de sentir, mas logo tive de retornar ao auditório, estava prestes a começar a próxima mesa, com a historiadora Mary Del Priore, que será tema da próxima postagem desta série. </span></div>
Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-7935623432888093622017-05-12T14:44:00.000-03:002017-05-17T16:22:26.202-03:00Fabrício Carpinejar na Unifor<div style="margin-bottom: 6px;">
<div class="separator" style="clear: both; color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihHeWFIYW04akj8-J_8Khjj-6v_V9cJaA2br3HgFlEK-BY_Y4tM6Sd3NSvHmZ3XbnMgAaeU-DUYiL9NCJw79zTNiJFJqpwu7yosEPSgWFHtCt19jHo4j84f0IGM0B09w6OU9K9PGXNJ2k/s1600/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihHeWFIYW04akj8-J_8Khjj-6v_V9cJaA2br3HgFlEK-BY_Y4tM6Sd3NSvHmZ3XbnMgAaeU-DUYiL9NCJw79zTNiJFJqpwu7yosEPSgWFHtCt19jHo4j84f0IGM0B09w6OU9K9PGXNJ2k/s400/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+1.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-size: 14.000000953674316px;">O escritor Fabrício Carpinejar esteve recentemente em Fortaleza. Participou da Flicaixa, evento da Caixa Cultural, na última sexta (05). Antes disso, o poeta gaúcho deu o ar da graça na Unifor. Estive lá, na noite desta quinta, 04 de maio e conto um pouco neste post.</span><br />
<span style="font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span>
<span style="font-size: 14.000000953674316px;"><b>A CAMINHO DA UNIFOR</b></span><br />
<span style="font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span></div>
<div style="color: black; font-family: -webkit-standard; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14.000000953674316px;">Não estava decidido a ir, se já iria vê-lo no dia seguinte na Caixa, mas pensei que tudo era oportunidade, tudo poderia ser aproveitado. Chamei pessoas para ir, uns não puderam, outros não quiseram. Fui só, muitas vezes acabamos sendo nossa melhor companhia. Saí um pouco tarde e até sem lanchar, comeria algo lá. Imaginei que o auditório do Celina Queiroz lotaria facilmente, e isso de fato aconteceria, mas não de imediato. Fui recebido por uma fila de umas 40 pessoas. Vi ainda um balcão com vários </span>livros<span style="font-size: 14.000000953674316px;"> de Carpinejar à venda. Faltava ainda meia hora (começaria às 19h). Não tinha como ficar sem lugar, pensei, mas tinha como ficar sem comer, então corri ao quiosque de lanches mais próximo. Na volta a fila havia sumido, deduzi que já tinham entrado.</span></span><span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px;"> </span></div>
<div style="color: black; font-family: -webkit-standard; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk1ZosA6KY2h7zuaMKkPt5HVhBAsakkHV_L6wgPtE07woXzDylLNNqN0sdHwNEY2A9_tKseSnRkzKvvmzBnf9iI99ussxe8BGAJzAp_s3VFBUOSMNPH4RYMB6E1xu58TjL2SrgBbp1G9o/s1600/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk1ZosA6KY2h7zuaMKkPt5HVhBAsakkHV_L6wgPtE07woXzDylLNNqN0sdHwNEY2A9_tKseSnRkzKvvmzBnf9iI99ussxe8BGAJzAp_s3VFBUOSMNPH4RYMB6E1xu58TjL2SrgBbp1G9o/s400/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+2.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fila inicial, a certeza de que lotaria</td></tr>
</tbody></table>
<div style="color: black; font-family: -webkit-standard; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px;"><b>NO CELINA QUEIROZ, O SHOW </b></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-size: 14.000000953674316px;">O auditório estava parcialmente cheio, com várias cadeiras vazias salpicadas aqui e ali. Tomei uma. E mais e mais pessoas iam entrando e era grande o vozerio e notei pelo menos quatro grandes câmeras posicionadas. Era um evento que parecia requerer muito registro. O público geral parecia mais composto de jovens, que imagino ser o maior público do poeta, mas havia também outras faixas etárias, em menor número. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Qual o tema da fala? como ser feliz criativamente. Além disso, ele ainda falaria qualquer coisa de um projeto envolvendo poesia em guardanapos. Carpinejar foi anunciado, após longas palavras do apresentador, muita publicidade da Unifor. O poeta surgiu da cortina atrás do palco e logo já se mostrou muito à vontade. Lia um texto que batia de encontro aos ideais de muitos ali, focando em TCCs e suas complicações. Ali começou a conquistar o público, que aliás ja estava conquistado desde antes; muitos já tinham seus livros nas mãos. O riso fácil e lúdico enchia o auditório a cada sentença, a cada pausa, a cada identificação. Carpinejar parecia ter acabado de entregar um TCC.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS0iXXoGP33DFUvpIk63gT26wYVTCW512-BovBtC1btP2R3V5NtjRMHXCfVFO8blT6e68cIEIgoxTHyd9phpjZkL0LL3OiaKwPFrwwqZGoWttqwgH_S9cQKqkBzuSTSmVMtwHI15XneFI/s1600/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS0iXXoGP33DFUvpIk63gT26wYVTCW512-BovBtC1btP2R3V5NtjRMHXCfVFO8blT6e68cIEIgoxTHyd9phpjZkL0LL3OiaKwPFrwwqZGoWttqwgH_S9cQKqkBzuSTSmVMtwHI15XneFI/s400/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+3.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
A sala inteira já estava bastante cheia. Na fileira onde eu estava, uma cadeira restava vazia. Uma moça ao meu lado pediu para que a guardasse, pois esperava uma amiga, que logo chegaria. Avisei a todos que foram chegando, o lugar estava ocupado. Com todas as cadeiras praticamente ocupadas, nada da tal amiga aparecer. A primeira então disse que a outra estava lá fora, mas não a deixavam entrar por já estar cheio. E assim seguimos a palestra inteira com essa única cadeira vazia, e uma outra pessoa que estava sentada no carpete não viu e ali continuou até quase o final. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
O palco do auditório contava com duas poltronas, mas elas não foram usadas. O poeta gaúcho não se sentou. Ficou para lá e para cá, entre o público, o microfone afiado, emendando histórias para versar sobre o tema da felicidade. E conseguiu isso de maneira muito própria, usando a si mesmo como exemplo, contando muito de sua vida, de seus medos, receios, que segundo ele, transforma em virtudes. <span style="font-size: 14.000000953674316px;">E ele sabia conduzir o diálogo. Prendia a atenção, algo próprio de quem conta histórias. Aumentava o que precisava ser aumentado, dava pausas precisas, intervalos, deixava o silêncio agir. Gritava sem pudor para ter todos com ele. Uma fala muito humana, que de quando em quando brincava com uma ou outra pessoa, numa leve descontração. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcxEZ9CRLwV1xTRm88eP1cs3H3lQaMSR5vh0pqQkuAkLNFYn_h3S6KhKddnwZHMeoAL9ZgTJ_Py149dZeE2rfvyBz-7zVUw7cY9cTYcNp2lAJzvtHpQQmxlebJ8J2Fn9jhafcsB6PesYI/s1600/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcxEZ9CRLwV1xTRm88eP1cs3H3lQaMSR5vh0pqQkuAkLNFYn_h3S6KhKddnwZHMeoAL9ZgTJ_Py149dZeE2rfvyBz-7zVUw7cY9cTYcNp2lAJzvtHpQQmxlebJ8J2Fn9jhafcsB6PesYI/s400/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+4.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Público atento comentava colocações do poeta</td></tr>
</tbody></table>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<b>A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS</b><br />
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Carpinejar tecia uma teia poderosa, incentivava a verdade, o dizer o que se pensa, o não esconder, mesmo sabendo que não se consegue ser assim. Muito focado em relacionamentos, temas bastante comuns em seus textos, mas que pareciam sempre se desvelar em algo novo, nunca dito ou nunca escrito. <span style="font-size: 14.000000953674316px;">Falou bastante de família, destacando seus pais, de como lhe foram e são importantes. Do prumo inicial dado por sua mãe, quando foi diagnosticado com problemas mentais na infância, ao fascínio pela figura do pai, também poeta, que o inspirou diretamente ao ofício. Eram palavras que podiam já ter sido repetidas inúmeras vezes por ele, seja em livros ou em palestras ou mesmo no programa da Fátima Bernardes, mas que nunca tinha ouvido daquela maneira, daquela forma de aparente vulnerabilidade. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14.000000953674316px;">Um trecho que achei bastante </span><span style="font-size: 14.000001907348633px;">significativo foi quando o escritor falou do urgência da velocidade dos tempos de hoje, em contrapartida a antigamente, onde se era preciso esperar mais por tudo. Usou exemplos, como esperar o leite ferver ou degelar geladeiras, consertar coisas defeituosas. "Hoje não se conserta, se troca por outro. Fazemos isso também hoje com pessoas, as trocamos, porque não temos tempo. A gente sofre por querer controlar a vida". </span></span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Uma outra história bem curiosa se deu quando falou sobre um cofre que seu pai tinha em casa, na infância, de como sempre viu o cofre, juntamente a seus irmãos, com grande curiosidade de saber o que havia nele. Em suas imaginações de criança, era quase como a caixa-forte do tio Patinhas, cheio de moedas, de ouro, riqueza. O pai nunca os deixava ver. Um dia, a casa foi assaltada, reviraram tudo e, claro, abriram o cofre. Carpinejar contou que para ele e seus irmãos foi quase o dia mais feliz da vida: finalmente iam olhar o inteiro do cofre. Quando se aproximaram, não entenderam, havia nele somente um monte de pastas e papéis. Onde estavam as moedas? O pai depois os explicaria: guardava no cofre suas poesias, seus textos, seus originais, suas ideias. O pequeno Carpinejar ficou decepcionado, mas depois entenderia que aquele era o verdadeiro tesouro do pai. Os ladrões, é claro, não levaram nada. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
E ainda sobre o pai, o poeta Carlos Nejar, Fabrício falou de como sentiu quando ele se divorciou da mãe, quando tinha uns 7 anos. A ausência paterna muito cedo, a saudade, o levava a ir ao guarda-roupa, pegar as roupas do pai e espalhá-las na cama, de modo a meio que remontar seu 'pai', um pai de roupas, um pai vazio, mas o mais próximo que poderia tê-lo. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-size: 14.000000953674316px;">Essas histórias, contadas diretamente por ele, prendiam a atenção, graças ao intenso ar poético que conseguia lhes atribuir, transformando uma talvez simples realidade em singular oralidade. Quando perguntado a respeito de como levar a poesia ao cotidiano, Carpinejar foi bem direto: "O mais difícil na vida não é se reinventar mas sim assumir o que se é. Levo poesia através de histórias, do contar histórias, é o que estou fazendo aqui hoje"</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtteRigvY6GU5sgeKOztj5pQdif-Vad_jKIU6zUFU_BJRNssKcI6nwQVap4qNdEAzJIcQKYo_GyiCVwV0L-1OoOS9Pkgr457vNxuYI4CthbD4PpgSRI55Zb4NRRrOTmaFnThJlOAAUqBI/s1600/18424599_1492094654154276_1115852465_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtteRigvY6GU5sgeKOztj5pQdif-Vad_jKIU6zUFU_BJRNssKcI6nwQVap4qNdEAzJIcQKYo_GyiCVwV0L-1OoOS9Pkgr457vNxuYI4CthbD4PpgSRI55Zb4NRRrOTmaFnThJlOAAUqBI/s640/18424599_1492094654154276_1115852465_n.jpg" width="360" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<b>O QUE LEVAR DE CARPINEJAR? </b><br />
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Eu costumava acompanhar muito o Carpinejar uns anos atrás mas fazia tempo que não o ouvia, muitos anos. Lia vez ou outra uma de suas crônicas, poemas ou frases nas redes, ou ainda as entrevistas de seu programa <i>A Máquina</i>, na Rede Gazeta, mas nada é como estar presente, sentindo a energia da pessoa, que fluía livremente pela sala. Ele parecia mais fortalecido, ainda mais seguro de si.</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
As câmeras, não só as oficiais, mas dos incontáveis celulares, estavam todas focadas naquele careca, e eu via inúmeras representações suas em cada telinha, mesmo na minha, para esses registros. Sempre é algo estranho, essa avidez de fotografar, registrar tudo, mas tão comum que quase não percebemos. O poeta respondeu ainda mais perguntas, com humor e típica sagacidade. Uma das últimas questões levantadas foi quanto a seu processo de escrita e qual sua relação com a máquina de escrever (que usa para poemas). "Acredito na urgência do que precisa ser escrito. Praticamente todos meus textos escrevo direto no celular, exceto os poemas. E quanto à maquina, é um artesanato, e eu adoro esse artesanato, errar, fazer de novo, fazer de novo...". Agradeceu<span style="font-size: 14.000000953674316px;"> e </span><span style="font-size: 14.000000953674316px;">foi aplaudido de pé. Só achei que ele poderia ter falado mais do projeto dos tais guardanapos poéticos, não se soube muito deles. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Mais algumas sentenças que coletei:</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14.000000953674316px;">"Se meu ritmo se alterou após aparecer mais na Globo? Por causa da crise, todos estão trabalhando 3x mais. Eu não tenho emprego, tenho trabalho. Se perder todas essas aparições, </span><span style="font-size: 14.000001907348633px;">continuarei</span><span style="font-size: 14.000000953674316px;"> sendo escritor."</span></span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14.000000953674316px;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica neue" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14.000001907348633px;">"Meu pior pesadelo? uma casa de quindim. Eu adorava quindim. O inferno é aquilo que tu gosta em excesso" </span></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Quando tive coragem de assumir meus defeitos, eles viraram virtudes"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"A cozinha é o lugar mais precioso da casa. A sala é para os que não se confia. Na cozinha você recebe quem realmente confia"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"A gente se sente ótimo criando atenção. Gostamos que perguntem, de devoção"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Perder tempo é dar tempo e dar tempo é ternura"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Adolescência: desafiar os pais para aprender a desafiar o mundo"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"A paternidade não tem nada a ver com o casamento. O homem esquece de que pode não ser bom marido, mas poder ser um bom pai."</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Num relacionamento, sempre haverá duas pessoas, uma prática e uma poética."</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Por que ter razão, se podemos ter amor?"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Ser melhor do que o outro nunca é como ser melhor para o outro"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Eu como nasci feio, sempre me reinvento. Quem se acostuma com quem é, não muda"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"O grande problema da felicidade é acreditar que o outro pode ser melhor do que ele realmente é"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Curiosidade é saúde. Quem deixa de perguntar, já morreu"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Todas as grandes decisões de nossa vida acontecem na banalidade"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"A gente não tem medo de morrer. Temos medo de ficar sozinhos"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"Tenho um lado visceral, de expor minha vida, as coisas que vivo, mas a gente se entrega com muita facilidade. Os nomes que colocamos nos animais já nos denunciam"</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI95-vcv6uMK6W55SwmwLi3xTXvskafT372KsGE133HrX2DKwvwt9cOwmoSBx-S5eR8mejjmK-TFQkrx2kOOnmVSRwkpUVDoI8WCNhPvlGkTgT_URdC8zDpQIDdvKjccZgbbCe7u22XBw/s1600/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI95-vcv6uMK6W55SwmwLi3xTXvskafT372KsGE133HrX2DKwvwt9cOwmoSBx-S5eR8mejjmK-TFQkrx2kOOnmVSRwkpUVDoI8WCNhPvlGkTgT_URdC8zDpQIDdvKjccZgbbCe7u22XBw/s400/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+9.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Após a tempestade, a calmaria no auditório</td></tr>
</tbody></table>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />
<b>OS AUTÓGRAFOS, UM SHOW À PARTE</b><br />
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-size: 14.000000953674316px;">Lá fora, a multidão se direcionou para pegar autógrafos, comprar livros. Fiquei um tempo observando o lugar, as pessoas, as sensações. Não comprei, não iria encarar aquela fila, não agora. Mas gostei de vê-la. Todo aquele furor ensandecido era inspirador para escrever, alguma crônica quem sabe. Carpinejar assinou os livros de pé mesmo, parecia ter aversão a cadeiras, e tirou fotos com todos. No local transitavam alguns gatos, assustados com toda aquela agitação. O que será que os felinos pensavam do poeta gaúcho? E todos que pegavam o autógrafo tinham ainda um último périplo pela frente: desviar de uma ponta de tapete levantada bem na saída, porque o tapete era grande demais, sua ponta se projetou para cima, uma armadilha inesperada. Vi umas três pessoas quase caírem, no ímpeto do tropeço. Será que Carpinejar também saiu por aquele lado?</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU77G3ijxktIbNy-i9x6yZmRcMMAUCCbpM8ikskPtEp0rjqrbIVKxpYPZx4uP9t-12XvXVZEPRbG0NQmt-KTPE47wiMyfCN048Deg6OkDM76bd2oE0gnl-7lFb_RZ3zC850UNVu7pPa6g/s1600/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU77G3ijxktIbNy-i9x6yZmRcMMAUCCbpM8ikskPtEp0rjqrbIVKxpYPZx4uP9t-12XvXVZEPRbG0NQmt-KTPE47wiMyfCN048Deg6OkDM76bd2oE0gnl-7lFb_RZ3zC850UNVu7pPa6g/s400/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+5.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="display: inline; margin-top: 6px;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgStH2rIPD6JE7TiaAxUeW78VRNqnS8i3nDeuUcNzXBDO3nZtb25eCysaMPm_ul_qBJqOJcqRFoYxAUgnyh7uLEGwwaHx-6d8kxnq_bLznBb0IU3pzd9u9eDa0hZ_yqYEdFcRCEvefzsnk/s1600/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgStH2rIPD6JE7TiaAxUeW78VRNqnS8i3nDeuUcNzXBDO3nZtb25eCysaMPm_ul_qBJqOJcqRFoYxAUgnyh7uLEGwwaHx-6d8kxnq_bLznBb0IU3pzd9u9eDa0hZ_yqYEdFcRCEvefzsnk/s400/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+6.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<div style="display: inline; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<div style="display: inline; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi12Y4-xyW45H9qtPJNbaPUbhyphenhyphen3R82V0gi5sp9hGkP_bEkxkIwEJ98x37mISkp4-Kr79JYCzL3cr3c7irjH-9K8SpRmaAsW0Oe4v6WC1kltj3LJbEwHwUUzo0wTWYGGkgrgO2bA15RUN0k/s1600/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi12Y4-xyW45H9qtPJNbaPUbhyphenhyphen3R82V0gi5sp9hGkP_bEkxkIwEJ98x37mISkp4-Kr79JYCzL3cr3c7irjH-9K8SpRmaAsW0Oe4v6WC1kltj3LJbEwHwUUzo0wTWYGGkgrgO2bA15RUN0k/s400/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+7.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<div style="display: inline; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<div style="display: inline; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3np3I9ijZMrEH-cwUgk51iUHWdCtnHtox1zizJSLZJJW6bYn-Gz0DNHRCv4I1UVL8vIDtoQ5ZwvnzNZSkivrFtNmoQtCzBXJzZpbUZhDqHaN7TcQONLJ0VbrBEKY0x1dNYEi80dsfpuk/s1600/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3np3I9ijZMrEH-cwUgk51iUHWdCtnHtox1zizJSLZJJW6bYn-Gz0DNHRCv4I1UVL8vIDtoQ5ZwvnzNZSkivrFtNmoQtCzBXJzZpbUZhDqHaN7TcQONLJ0VbrBEKY0x1dNYEi80dsfpuk/s400/Fabri%25CC%2581cio+Carpinejar+Unifor+Denis+Akel+Dia%25CC%2581logos+Visuais+8.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<div style="display: inline; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'helvetica neue', helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<div style="display: inline; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-top: 6px;">
<br />
Com toda a certeza, não concordo com tudo o que disse ou pensa o poeta, mas foi uma <span style="font-size: 14.000000953674316px;">noite bem marcante, muitas sensações, </span><span style="font-size: 14.000001907348633px;">considerações.</span><span style="font-size: 14.000000953674316px;"> E no dia seguinte, sexta, haveria muito mais. Carpinejar dividiu mesa com Xico Sá na Flicaixa. Estive lá e conto mais num post futuro. </span></div>
</div>
</div>
Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-19186866332155026122017-05-05T01:04:00.001-03:002017-05-05T01:04:32.333-03:00Noite dentro da noite <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6TD9dPy9e4QP45DmK8WSwMJ9e1v75k3CtNqQ1CnfTaE7UMewbFlUQogdHeiBXolE_NIVTgE5y-sJyLx5bVTaBvgGMgroxJa8Pny_C_lIc67asxMbB7JsSvJeeuHY2zASD0YpOm7T6CpY/s1600/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6TD9dPy9e4QP45DmK8WSwMJ9e1v75k3CtNqQ1CnfTaE7UMewbFlUQogdHeiBXolE_NIVTgE5y-sJyLx5bVTaBvgGMgroxJa8Pny_C_lIc67asxMbB7JsSvJeeuHY2zASD0YpOm7T6CpY/s400/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite.jpg" width="325" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><span style="background-color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14.000000953674316px;">No dia 24 de abril, ainda no clima da Bienal do Livro (um dia após seu término), </span></span>estive na Livraria Cultura aqui de Fortaleza para o lançamento do mais recente romance de Joca Reiners Terron, Noite dentro da Noite. Nunca tinha ido a um lançamento de livro antes, e me foi um grande prazer ter este início com o Joca, um cara que admiro bastante, pela já longa trajetória que vem construindo. Ouço falar dele há muito tempo, desde que comecei a escrever, e conheci programas como o Entrelinhas da TV Cultura. </div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Ainda não li seus livros, mas sempre vejo entrevistas, conversas, histórias, percebendo também seu forte lado como pesquisador literário, e figura sempre presente em eventos. Estive inclusive numa mesa que ele mediou na Flip, em 2015, entre os escritores Diego Vecchio e Sasa Stanisic. Uma conversa marcada pelas diferenças, de todos os lados. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br /><span style="font-kerning: none;"></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Havia bastante movimento na livraria naquela noite. Nas imediações do auditório, várias pessoas, um público diferente, maduro. Marcado para as 19h, um breve bate-papo entre o escritor e o jornalista Jáder Santana. E de cara, entre as prateleiras, encontrei Joca, bem acessível, à espera de seu momento. Aproveitei para já lhe cumprimentar. Era ótimo estar ali, sentir a energia que parece pulsar de cada pequeno detalhe daquela cena, a cena de um lançamento de livro. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuYx90chGVYgvSM5VUSEghouckvBG7BQtUWaSma8B4PWHP-JXwcFDushK1dYd7N13Uzqa67-mMxm8X3BmXX3YY1P9g8ZokjCINYgCNmHJC22MgDsK_RE13iGVPz2X6yPWudZJcQmfBXGU/s1600/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuYx90chGVYgvSM5VUSEghouckvBG7BQtUWaSma8B4PWHP-JXwcFDushK1dYd7N13Uzqa67-mMxm8X3BmXX3YY1P9g8ZokjCINYgCNmHJC22MgDsK_RE13iGVPz2X6yPWudZJcQmfBXGU/s400/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+2.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3cbywnP0lJv16x1gQ3599D0hvMrDivkNhfzJuRccubBz6mawt3KyqVZzEGHsyJpyEPahFQDeOZCNOOovR7wO8J9Fmpaboir-YUvHYisjHOnzYPTMSFpx4te_8fLakYpTE7DJDZ2sCdjQ/s1600/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3cbywnP0lJv16x1gQ3599D0hvMrDivkNhfzJuRccubBz6mawt3KyqVZzEGHsyJpyEPahFQDeOZCNOOovR7wO8J9Fmpaboir-YUvHYisjHOnzYPTMSFpx4te_8fLakYpTE7DJDZ2sCdjQ/s400/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+4.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkiVop1rtG0AzaM6Sf3CC5owiWwB0ctJgtuH8F9__5oUjjMih7TRLHAtgHA1SAfFkFcCLKuywcYvndc-0oOTzur_Pyf5BoO2e-Aa15CADHADlYUchliv5rmuZo32SVJJRjUM_kLt6VBwk/s1600/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkiVop1rtG0AzaM6Sf3CC5owiWwB0ctJgtuH8F9__5oUjjMih7TRLHAtgHA1SAfFkFcCLKuywcYvndc-0oOTzur_Pyf5BoO2e-Aa15CADHADlYUchliv5rmuZo32SVJJRjUM_kLt6VBwk/s400/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+3.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">No pequeno auditório, em poucos minutos quase todos os assentos se ocuparam. No palco, sob uma luz indireta bastante direta, Jáder apresentou Joca e iniciou uma rápida conversa sobre o livro, desde seu processo de criação, das inspirações na família, da autoficção, até expandir para o ato da escrita em si e suas múltiplas nuances. Apesar de uma ruidosa interferência no microfone (que demorou a ser sanada) foi possível entrar mais no mundo de Joca, saber mais de sua vida, enxergá-lo a fundo. O livro viria como o mergulho definitivo, após esse breve nado geral. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifTfJTqANzHNWHyEpcEhqofJ0pvcM8pBLPwgIgb7J8giiH31VTJ-4EdvuZJ5gJ960oVL1G4w0jQyGRvoD5stm5lZsZTDIt2fMt3swP6v69J9bVf_S7PobzVCV_cp7QeFZMJDyGSuAlqOA/s1600/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifTfJTqANzHNWHyEpcEhqofJ0pvcM8pBLPwgIgb7J8giiH31VTJ-4EdvuZJ5gJ960oVL1G4w0jQyGRvoD5stm5lZsZTDIt2fMt3swP6v69J9bVf_S7PobzVCV_cp7QeFZMJDyGSuAlqOA/s400/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+5.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Algumas falas interessantes que consegui captar:</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"Quando se decide escrever, ninguém sabe exatamente o que vai escrever"</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"A história é contada com certo grau de dificuldade. Gosto do desafio. Hoje em dia as pessoas têm medo de abordar coisas complexas, talvez pela facilidade de celulares e afins"</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">"Nossa vida é uma sucessão de dias onde quase não há nada extraordinário, e é bom que seja assim. Mas o extraordinário, a meu ver, deve estar nos livros. Os personagens dos livros devem ter isso"</span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGBGBayTws29SIptWjP_tUEn9Z3JbjpsxL0RItQpiIUNf3ty3wWUpFSdqZcFxCHHZE9l-I9q9Q37KRmNB4WtieOSh6CfJ74Ki1SKSybsTQe1B8oZH4fUQrMtTmFiHAfgs_Y5PdhI0QRAA/s1600/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGBGBayTws29SIptWjP_tUEn9Z3JbjpsxL0RItQpiIUNf3ty3wWUpFSdqZcFxCHHZE9l-I9q9Q37KRmNB4WtieOSh6CfJ74Ki1SKSybsTQe1B8oZH4fUQrMtTmFiHAfgs_Y5PdhI0QRAA/s400/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+6.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<span style="font-kerning: none;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal; min-height: 16px;">
<br /></div>
<br />
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;">Fiquei um bom tempo perambulando pela livraria, fui um dos últimos a ter o livro assinado. Isso porque quis absorver um pouco mais daquela atmosfera, daquelas pessoas, tão próprias, tão distintas, que se reuniram ali naquela hora, naquela noite. Com exceção de alguns bem óbvios, ficava pensando quem era todo aquele pessoal, como tinham ouvido falar dele, e daquele lançamento em plena segunda-feita. Era tudo muito curioso de se pensar. A fila andava, cada um com o livro na mão, como um troféu. E o livro era de fato bem bonito, lembrava um estilo mais noir, anos 80 talvez. Fiquei muito curioso para lê-lo, os personagens alemães, os conflitos, a trama amarrada... Não consegui comentar muitas dessas coisas com Joca, quando enfim chegou minha vez, mas lhe disse tantas outras. São momentos rápidos, mas muito valorosos. E provavelmente logo mais nos reveremos em algum outro evento, em alguma outra noite dentro da noite. </span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiAMlONuufl7ptXaAtu6YTSURfmMwTTkeD-NRtVzesqULCPSFfIoCS4RwjyoVXumjcWqc6I7yDNMJ5KxhdSzDEpMBrnqZVU3wuNclN8beCN0vSD4IxlltcpH3XnqXpr8U7uhyjqQG798s/s1600/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiAMlONuufl7ptXaAtu6YTSURfmMwTTkeD-NRtVzesqULCPSFfIoCS4RwjyoVXumjcWqc6I7yDNMJ5KxhdSzDEpMBrnqZVU3wuNclN8beCN0vSD4IxlltcpH3XnqXpr8U7uhyjqQG798s/s400/denis+akel+joca+reiners+terron+dialogos+visuais+literatura+noite+dentro+da+noite+8.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
<div style="color: #1d2129; font-family: 'Helvetica Neue'; font-size: 14px; line-height: normal;">
<span style="font-kerning: none;"><br /></span></div>
Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-66863859099785679672017-05-01T22:33:00.001-03:002017-05-01T22:49:56.400-03:00Uma noite búlgara no Ceará <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm9V5gAnBp7KsfShc1YtMWwC2eaHLBVVN9sgMsQxlYOIQLiSYQe7rDjumLBXZXNFnWNvJklQtLqnR2Qq4FWgUEtv3IGDjShN9src5rF8AzlcEV-SM2vCGrlVyMSuhtCMuWqs7n_WlKTrs/s1600/denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+ilko+minev+borislava+taneva+brasil+bulga%25CC%2581ria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm9V5gAnBp7KsfShc1YtMWwC2eaHLBVVN9sgMsQxlYOIQLiSYQe7rDjumLBXZXNFnWNvJklQtLqnR2Qq4FWgUEtv3IGDjShN9src5rF8AzlcEV-SM2vCGrlVyMSuhtCMuWqs7n_WlKTrs/s400/denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+ilko+minev+borislava+taneva+brasil+bulga%25CC%2581ria.jpg" width="400" /></div>
<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Fotos: Denis Akel / Diego Akel</span><br />
<br />
No domingo, 12 de fevereiro, tive uma surpresa bastante agradável, ao descobrir, meio por acaso, uma programação cultural aqui em Fortaleza. Tinha quase que acabado de chegar de Recife, onde fui fazer uma oficina literária (da qual falarei numa postagem futura), e ainda respirava o forte clima cultural que sempre paira na capital pernambucana, quando soube desse evento, o Panoramas Internacionais de Cultura, que reuniria exposições, mostra de filmes e apresentações musicais. Como destaque da programação, dois artistas convidados, a pianista Borislava Tavena e o escritor Ilko Minev.<br />
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<b>BORISLAVA TANEVA?</b><br />
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Quando soube da programação e tive o desejo inicial de ir, comecei a pesquisar alguma coisa sobre a pianista, mas logo me detive. Nesse mundo de hoje, é um impulso essa coisa de querer sempre saber tudo, ou de querer se antever muito ao que vai acontecer. Chega, preferi não ler mais nada, não descobrir mais nada, mas me deixar envolver pelo momento que estava por vir. O máximo que cheguei a ver foi a foto de Borislava, que parecia muito simpática e receptiva. Já estava ótimo.<br />
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Haveria, ainda, antes do recital da pianista, uma apresentação do escritor búlgaro, radicado brasileiro, Ilko Minev. Eu ainda desconhecia Ilko, e seria uma ótima oportunidade também de conhecer sua obra, o que me deixou ainda mais animado para não perder essa noite, mais ainda por ter chegado há poucos dias de uma oficina literária e ver nessa oportunidade quase como algum tipo de prolongamento da boa sensação que trouxe de lá.<br />
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O horário que vi, da apresentação, à princípio foi às 18:30, mas quando chegamos ao teatro (fui com meu irmão Diego e uma amiga querida nossa, Carol), mais ou menos perto desse horário, esperando encontrar um habitual atraso como em qualquer evento do gênero, me deparei com o escritor búlgaro já no centro do palco.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQXGbF0SIbGgDZDX8WSTmr6Ji5L95QA_HV5bQV2H5VacTL86iEBc6WubhHUnr4XdtensZOjfAvt_v-8CA2MiOgUoAtqtj5hUvGpL7meuXc4RlRMSSyul6gf307QeM2AhDQt1pXU6zu6BU/s1600/denis+akel+dialogos+visuais+borislava+taneva+ilko+minev+bulgaria+brasil+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQXGbF0SIbGgDZDX8WSTmr6Ji5L95QA_HV5bQV2H5VacTL86iEBc6WubhHUnr4XdtensZOjfAvt_v-8CA2MiOgUoAtqtj5hUvGpL7meuXc4RlRMSSyul6gf307QeM2AhDQt1pXU6zu6BU/s400/denis+akel+dialogos+visuais+borislava+taneva+ilko+minev+bulgaria+brasil+1.jpg" width="400" /></a></div>
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<b>EMBALADO POR CLÁSSICOS BÚLGAROS </b><br />
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À entrada, tinha recebido um folheto informativo que constava o verdadeiro horário: 17:30. Precisei de alguns minutos para entender que a apresentação não só já tinha começado como o escritor já ia bem além da metade de sua fala. Fazer o quê... procurei um lugar para sentar, enquanto o público, à meia luz, ouvia as palavras de Ilko. O áudio estava péssimo, tentei captar ainda um pouco do que ele dizia, mas já sabendo que tinha perdido bastante do contexto geral.<br />
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Sentado, observei um pouco o teatro e as pessoas que ali estavam, pensando como tinham sabido daquele vento, uma vez que foi bem pouco divulgado. Havia um público até bem respeitável, em sua maioria de senhores e senhoras. Não demorou mais do que alguns minutos, Ilko Minev agradeceu, foi aplaudido e deixou o palco. No instante seguinte, a apresentadora chamou o outro destaque da noite, a pianista Borislava Taneva. No folheto, havia um pequeno texto de introdução da própria Borislava. Achei as palavras tão sinceras, transmitindo muito bem o tom desta noite tão singular, que as reproduzo a seguir:<br />
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; font-size: 20px; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: "enriqueta" , serif; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></span></span></div>
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: "enriqueta" , serif; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><i>Nesse recital apresentarei uma espécie de "caminhada" no tempo, abrangendo obras desde a criação da escola búlgara de compositores profissionais (início do século 20) até os tempos atuais.</i></span></span></div>
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: "enriqueta" , serif; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><i>Interpretarei peças para piano de compositores clássicos, como o nosso grande Pancho Vladigerov (cujo Concerto no. 1 para piano figurou no concerto de diplomação de Hebert von Karajan - um fato pouco conhecido!) - e de seus colegas mais jovens Alexander Tanev, Georgui Minchev, Julia Tsenova. Apresentarei também os contemporâneos Georgui Arnaudov e Christo Yotzov.</i></span></span></div>
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: "enriqueta" , serif; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><i>Além de buscar representar as diversas gerações, ampliei tanto quanto possível a palheta de gêneros, de modo a incluir o estilo folclórico, música aleatória, jazz, colagem e muito mais.</i></span></span></div>
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: "enriqueta" , serif; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><i>Este meu projeto autoral foi implementado em Atenas, Genebra, Paris, Berlim, Luxemburgo, Munique, Moscou e em outros lugares, tendo sido recebido muito calorosamente, com grande interesse e curiosidade indisfarçável por parte do público.</i></span></span></div>
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: "enriqueta" , serif; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><i>A apresentação das peças será acompanhada por breves comentários, sendo uma honra para mim, como pianista, poder representar pela primeira vez este gênero específico da música búlgara aqui no Brasil, estreando na cidade de Fortaleza.</i></span></span></div>
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: "enriqueta" , serif; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><i><br /></i></span></span></div>
<div class="font_8" style="border: 0px; color: #2c2a25; font-family: 'Open Sans', sans-serif; line-height: normal; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: "enriqueta" , serif; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><i>Borislava Taneva </i></span></span><br />
<span style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: "enriqueta" , serif; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><i><br /></i></span></span>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm5aW9oyPWGewF7hA4V08C-8h6hxyI0DXyqA6S_G0bMu8v7Qaq0oZal_xaf6WsmybxLmpuk9wuiXaCwF0TS8BZoRLSkteMrb4VyaiLA3x4ydhF3VHY1WckONinQVCI0GVL5y8rwaAx_6c/s1600/denis+akel+dialogos+visuais+borislava+taneva+ilko+minev+bulgaria+brasil+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm5aW9oyPWGewF7hA4V08C-8h6hxyI0DXyqA6S_G0bMu8v7Qaq0oZal_xaf6WsmybxLmpuk9wuiXaCwF0TS8BZoRLSkteMrb4VyaiLA3x4ydhF3VHY1WckONinQVCI0GVL5y8rwaAx_6c/s400/denis+akel+dialogos+visuais+borislava+taneva+ilko+minev+bulgaria+brasil+2.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border: 0px; font-family: "enriqueta" , serif; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><i><br /></i></span></span></div>
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A pianista surgiu com elegância, trajando um longo vestido preto, sobre o qual um majestoso lenço enrolado ao pescoço. Tinha feições tão ternas que passava a sensação de já conhecer o teatro, o público, a cidade. Da mesma forma, senti um bem-estar só de vê-la, como se sua figura transmitisse paz, tranquilidade. No centro do palco do teatro, um enorme piano aguardava em silêncio, prestes a ser acordado.<br />
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O recital teve início, e tal como Borislava disse que faria, antes de cada música, ela falou algumas breves palavras sobre o compositor e curiosidades que a envolviam, enquanto uma projeção no fundo do palco mostrava uma foto do autor. A pianista falava diretamente em búlgaro, cabendo à apresentadora da noite, Nara, a função também de tradutora. Foi muito interessante observar aquele choque cultural, dois idiomas tão diferentes convergindo em algum tipo de entendimento, bem como as histórias que envolviam cada uma das melodias.<br />
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As músicas foram interpretadas maestralmente, de uma pianista segura e concentrada. É difícil definir exatamente o que senti ao escutá-las, mas é certamente algo de mágico, transcendental, algo que corre no ar, invisível, mas ao mesmo tempo palpável, amável. O prazer de se escutar um piano, se deixar perder na intensidade das notas, que ordenavam diálogos ora caóticos ora suaves. A cada nova peça, novas sensações, transformações. Observei também como o restante do público reagia a tudo aquilo, o que será que cada um pensava de Borislava? das composições? De que forma cada uma daquelas músicas lhes tocava?<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic8DqDD7ZEguxzk2FgmY42bk3SUXjpVnwXQXrtR-DbvxJWhccvvxmmMk-TEUK1UG4-gARvYJKJ0rHnUCj7aF8nvmdWiLdTNGNaQz18tv8JcHsnp1PgxANbkSmPUTb_Fht3TMOif_37yx4/s1600/denis+akel+dialogos+visuais+borislava+taneva+ilko+minev+bulgaria+brasil+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic8DqDD7ZEguxzk2FgmY42bk3SUXjpVnwXQXrtR-DbvxJWhccvvxmmMk-TEUK1UG4-gARvYJKJ0rHnUCj7aF8nvmdWiLdTNGNaQz18tv8JcHsnp1PgxANbkSmPUTb_Fht3TMOif_37yx4/s400/denis+akel+dialogos+visuais+borislava+taneva+ilko+minev+bulgaria+brasil+3.jpg" width="400" /></a></div>
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Terminado o recital, Borislava foi aplaudida de pé. Sorridente e realizada, a pianista agradeceu a todos pela presença e por receberem tão bem aquelas composições que chegavam, em forma de recital, pela primeira à Fortaleza. Ela recebeu ainda um buquê de rosas e o carinho de todos com prolongadas palmas.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidI1g_4iFHoUsq5F41Bp3WfiLnyj1sXPpeCbRU5ERflVq-sPeJeoUciaqrD_zMpcVGP9RVe_oV7GyTmzU8OAOyMO7czsuSYpamk53ESvkvx6YFpQbgEdUqGQxdw55-SdVJ17T8VD8myIY/s1600/20170212_195046.jpg" imageanchor="1"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidI1g_4iFHoUsq5F41Bp3WfiLnyj1sXPpeCbRU5ERflVq-sPeJeoUciaqrD_zMpcVGP9RVe_oV7GyTmzU8OAOyMO7czsuSYpamk53ESvkvx6YFpQbgEdUqGQxdw55-SdVJ17T8VD8myIY/s400/20170212_195046.jpg" width="400" /></a></div>
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<b>MOMENTO ILKO MINEV </b><br />
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Informaram em seguida que haveria um sorteio dos livros de Ilko. A maneira como esse sorteio se deu foi no mínimo inusitada: nada de números ou papéis distribuídos, a apresentadora disse que ganhariam os livros os aniversariantes do mês de fevereiro, e à medida que as pessoas foram se agrupando, ela finalizou dizendo que os do mês de maio e março também seriam vencedores. O público reagiu com certa estranheza, mas foi se adaptando à novidade.<br />
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No saguão central do teatro, foi disposta uma mesinha, onde o autor sentou-se. À sua volta, as pessoas tinham que estar com a identidade em mãos, para provar que eram dos respectivos meses. Todos se agruparam, sem saber ao certo onde ficar, até serem organizados de acordo com os meses que representavam. Como representante do mês de março, juntei-me a meus irmãos de mês. Parecia quase uma gincana escolar, com uma curiosa vibração no ar, de alegria, festa. A iniciativa de sortear aquele monte de livros (acho que foram mais de 30) era algo bem incomum de se ver. Ilko queria realmente espalhar sua literatura, e o fazia com uma leveza e simplicidade que davam gostos de ver. As duas obras, <i>A filha dos rios</i> e <i>Onde estão as flores</i> iam sendo distribuídas à medida que as filas andavam. No fim, fiquei um pouco ansioso por quase não ver mais livros sobre a mesinha. Mas ainda havia sobrado um, como que a conta certa para aquele momento. Recebi o livro das mãos do autor, que estava ao lado de sua esposa. Conversamos brevemente e soube que ele teria, no dia seguinte, uma fala na Academia Cearense de Letras. Seria um ótimo momento para compensar o que eu tinha perdido no início da noite. E lá fomos nós.<br />
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<b>UM DIA NA AMAZÔNIA</b><br />
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Tão logo tive a honra de ganhar o livro "A Filha dos Rios", de Minev, me pus a lê-lo. Tenho adotado cada vez mais a ideia de fazer logo coisas que pensamos "faço depois, leio depois". E esse depois nunca chega. Gosto de assumir uma postura mais livre e solta, tentando ler sem que me dê conta de que realmente estou lendo, e assim deixando a leitura fluir com espontaneidade. Encontrei uma leitura acessível, bem articulada, bastante própria de imagens e sentidos, numa linguagem direta e bem dosada, que me fez sentir quase na Amazônia, à medida que se desenrola. E assim sigo a leitura, em uma brecha ou outra, sempre que possível, sem me dar conta de que realmente o estou lendo.<br />
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<b>E NA ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS</b><br />
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No dia seguinte, Ilko fez de fato a fala especial na ACL, na qual falaria com mais tempo, abordando sua história desde Sófia (capital da Búlgaria) , passando por São Paulo até chegar a Manaus. Na bancada junto a ele, acadêmicos e professores de universidades. Praticamente não havia público. Fui novamente com Diego e Carol e acho que éramos quase o único público extra oficial ali presente, e isso foi relativamente bom, pois favoreceu um debate mais silencioso. Contudo, o espaço da Academia é ótimo e deveria ser mais utilizado para falas de escritores e também mais divulgado.<br />
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A acústica do microfone também não era das melhores, mas já superava a do teatro. O escritor e acadêmico Dimas Macedo fez a mediação, debatendo com Ilko sua trajetória, desde a fuga da Bulgária por questões políticas, do longo período como empresário (começou vendendo calculadoras), da vida em Manaus e de como entrou na literatura. Foi uma conversa breve, mas bastante profunda. Era possível ver em Ilko alguém que abraçou a cultura brasileira com um apego muito próprio, a vida na Amazônia, que ele conhece tão bem desde sua juventude, uma história que se misturou tanto a ele a ponto de querer contá-la, como tem feito desde que começou a escrever.<br />
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A seguir alguns trechos do que consegui pegar da conversa:<br />
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<i>Sempre fui leitor compulsivo, leio de tudo, até bula de remédios, isso me fez querer escrever e quis escrever para ser fácil de ler, escrevi em português simples</i> – Ilko<br />
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<i>Todas as histórias têm o seu lado positivo e negativo. Todos temos coisas na vida que valem a pena ser contadas, mesmo que não para publicar, escreva-as para a família</i> – Ilko<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJkTwLh3d3boUzzcXDwx4SS_L5xbk2WkSUJT1NDcFHc3IGcQsOkAQ0RhjuwGrCsLEKmofXhWCKqvLxC_nq63YyaF8azdUC1BDerZnYA_qEwHJZncM5jNtv0t0smUqqgZeVt38J4NscVxw/s1600/denis+akel+dialogos+visuais+borislava+taneva+ilko+minev+bulgaria+brasil+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJkTwLh3d3boUzzcXDwx4SS_L5xbk2WkSUJT1NDcFHc3IGcQsOkAQ0RhjuwGrCsLEKmofXhWCKqvLxC_nq63YyaF8azdUC1BDerZnYA_qEwHJZncM5jNtv0t0smUqqgZeVt38J4NscVxw/s400/denis+akel+dialogos+visuais+borislava+taneva+ilko+minev+bulgaria+brasil+7.jpg" width="400" /></a></div>
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No final da palestra, Ilko distribuiu mais livros, e dessa vez sem necessidade de sorteios. "Não pretendo voltar com todos esses livros não!", disse em tom de brincadeira. Mas ele voltaria, havia bem mais livros do que pessoas. Fez-se uma fila, e fui na esperança de conseguir o segundo livro, que na verdade era o primeiro em ordem de publicacão, <i>Onde estão as flores</i>. Tive mais uma conversa rápida com ele, na qual agradeci e parabenizei pelo conjunto da obra, e comentei que já tinha começado a ler o outro e estava gostando muito da maneira bem peculiar com a qual ele trabalhava a narrativa, nos situando realmente na Amazônia, e contava a história numa linguagem tão simples quanto cativante. Minev sorriu, disse que tinha um filho com o meu nome.<br />
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<b>POST SCRIPTUM (01/05/2017)</b><br />
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Este post já estava praticamente pronto há meses, faltando apenas selecionar as fotos e fechar um ou outro tópico, mas me ocupei em outros eventos, como a Bienal do Livro e somente agora pude finalizá-lo. Este dia, a noite búlgara, continua ainda bastante aceso em mim. De quando em quando escuto algum dos compositores búlgaros e sigo ainda na leitura de <i>A filha dos rios</i>, que percebo cada vez mais ser um romance que homenageia Manaus, um retrato histórico muito particular, a visão de um europeu que se sentiu abraçado pelo Brasil, que mostra uma realidade pouco conhecida na literatura, de igarapés, seringais, pelas de borracha, de uma Manaus antiga que clama para ser revisitada. <br />
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Para mais informações sobre Ilko Minev, há largo conteúdo sobre ele no <a href="https://www.youtube.com/results?search_query=ilko+minev">YouTube</a>, e o autor tem ainda seu <a href="http://ilkominev.com/index.html">site oficial</a>.Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-78562403430171454412017-04-18T04:02:00.001-03:002017-04-28T03:01:24.659-03:00Na Bienal do Livro do Ceará 2017<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfDw04D133QpHTwU2hyphenhyphenHShSpuHSwIeenifGYwmJ40pPDJmwzpqknjvlE3k0qlZBrhMPM68BiqTrfNxLq9zTfo_OLtrzVRbP_w3AXwb1a6NHNL5wfF-Ok1D_iKRGfx7cAIrrVaz8OsnAL0/s1600/denis+akel+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+fortaleza+literatura.jpg" imageanchor="1"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfDw04D133QpHTwU2hyphenhyphenHShSpuHSwIeenifGYwmJ40pPDJmwzpqknjvlE3k0qlZBrhMPM68BiqTrfNxLq9zTfo_OLtrzVRbP_w3AXwb1a6NHNL5wfF-Ok1D_iKRGfx7cAIrrVaz8OsnAL0/s400/denis+akel+bienal+do+livro+do+ceara%25CC%2581+fortaleza+literatura.jpg" width="400" /></a></div>
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Começou na última sexta, 14, a Bienal do Livro do Ceará 2017. Novamente no Centro de Eventos, a Bienal esse ano não traz homenagem a nenhum escritor, o que achei no mínimo curioso. Com o tema, <i>Cada pessoa: um livro; o mundo: a biblioteca</i>, a Bienal busca uma identidade que abrace tudo e todos, e seguirá assim até o dia 23 de abril. O evento, contudo, continua o mais forte dedicado à literatura do estado. A lista de convidados é bem vasta, apesar de bem mal divulgada, exceto pelos autores mais badalados, como o português Valter Hugo Mãe.<br />
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Tenho ido com frequência à Bienal, ao contrário do que pensei que faria. Até agora, para mim, tem sido, sobretudo, uma Bienal de encontros e reencontros. Há muitas falhas bobas, que prejudicam a estrutura, a divulgação. E muita repetição. Como novidade, cito de cara a Bienal fora da Bienal – programação que há tempos não se via na Bienal – que consiste em levar alguns autores a visitar locais estratégicos da cidade, a fim de propiciar um debate diferente, focados em causas do povo, realidades verdadeiramente táteis.<br />
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Este ano, estou postando pequenos comentários durante o evento, no <a href="https://www.facebook.com/denis.akel.9">Facebook</a>/Instagram (@deniakel). Em breve, farei aqui os tradicionais posts mais completos, mas um pouco diferentes de como os fiz nas últimas bienais. Ah, também estou fazendo textos breves sobre uma realidade bem particular que vejo na bienal, que compõe a série <i>Crônicas da Bienal</i>, publicada nas redes acima e também em meu outro blog, <a href="https://denisakel.wordpress.com/"><i>O provável do Improvável</i></a>.<br />
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Um dos momentos mais memoráveis até agora foi o reencontro com o querido amigo Marcelino Freire, na mesa que dividiu com Valter Hugo Mãe. Mais detalhes nas postagens! Grande abraço e aproveitemos a Bienal!<br />
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Aproveito para trazer à tona as postagens referentes às edições anteriores da bienal, desde que comecei a fazer este tipo de registro:<br />
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2010 -<br />
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<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2010/04/impressoes-bienal-do-livro-2010-i.html"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bienal do Livro do Ceará 2010: minhas impressões (I- Introdução)</span></a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2010/04/bienal-do-livro-2010-minhas-impressoes.html"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bienal do Livro do Ceará 2010: minhas impressões (II- Emir Sader/Cordel)</span></a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2010/04/bienal-do-livro-2010-minhas-impressoes_22.html"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bienal do Livro do Ceará 2010: minhas impressões (III- Ziraldo)</span></a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2010/04/bienal-do-livro-2010-minhas-impressoes_26.html"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bienal do Livro do Ceará 2010: minhas impressões (IV- Moacir C. Lopes)</span></a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2010/04/bienal-do-livro-2010-minhas-impressoes_28.html"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bienal do Livro do Ceará 2010: minhas impressões (V- Pedro Bandeira)</span></a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2010/04/bienal-do-livro-2010-minhas-impressoes.html"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bienal do Livro do Ceará 2010: minhas impressões (VI- Maurício de Sousa)</span></a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2010/05/bienal-do-livro-2010-minhas-impressoes_16.html"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bienal do Livro do Ceará 2010: minhas impressões (VII- Marina Colasanti)</span></a><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2010/05/bienal-do-livro-2010-minhas-impressoes_31.html">Bienal do Livro do Ceará 2010: minhas impressões (VIII- Conclusão)</a></span><br />
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2012 -<br />
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<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2012/12/bienal-do-livro-do-ceara-2012-i-o-evento.html"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bienal do Livro do Ceará 2012 (I - O evento)</span></a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2013/01/bienal-do-livro-do-ceara-ii-ignacio-de.html"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bienal do Livro do Ceará 2012 (II - Ignácio de Loyola Brandão)</span></a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2013/04/bienal-do-livro-do-ceara-2012-iii.html"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Bienal do Livro do Ceará 2012 (III - Márcia Tiburi)</span></a><br />
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2014 -<br />
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<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2014/12/bienal-do-livro-2014-i-o-evento.html">Bienal do Livro do Ceará 2014 (I - O evento)</a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/01/bienal-do-livro-do-ceara-2014-ii-mesa.html">Bienal do Livro do Ceará 2014 (II - Mesa: Infância e Memórias)</a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/01/bienal-do-livro-do-ceara-2014-iii-mesa.html">Bienal do Livro do Ceará 2014 (III - Mesa: Biografar brasileiros)</a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/01/bienal-do-livro-do-ceara-2014-iv-milton.html">Bienal do Livro do Ceará 2014 (IV - Mesa: Milton Hatoum no cinema) </a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/02/bienal-do-livro-do-ceara-2014-v.html">Bienal do Livro do Ceará 2014 (V - Mesa: Luiz Ruffato)</a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/02/bienal-do-livro-do-ceara-2014-vi.html">Bienal do Livro do Ceará 2014 (VI - Mesa: Literatura e loucura)</a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/03/bienal-do-livro-do-ceara-2014-vii.html">Bienal do Livro do Ceará 2014 (VII - A influência estética de Moreira Campos)</a><br />
<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/03/bienal-do-livro-do-ceara-2014-final-o.html">Bienal do Livro do Ceará 2014 (FINAL - Mesa: O conto nosso de cada dia)</a>Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-43018482672461055182017-01-01T17:55:00.001-03:002017-01-02T00:00:25.112-03:00Livro: O escaravelho do diabo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtAi7cMhfRDHF7r42Cb1jwC98ndMHSJvkgRHlLXfbx5Z552C87vtL-NtcOwoP3CyT0P6WpRGbne_jrtyUraRo3Do1O4irnxG-qgfsKF7K-ylOgL-TpQvcv3QTc8kHWAVSd90VH2_vb7aM/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtAi7cMhfRDHF7r42Cb1jwC98ndMHSJvkgRHlLXfbx5Z552C87vtL-NtcOwoP3CyT0P6WpRGbne_jrtyUraRo3Do1O4irnxG-qgfsKF7K-ylOgL-TpQvcv3QTc8kHWAVSd90VH2_vb7aM/s400/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza.JPG" width="400" /></a></div>
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<i><br /></i>
<span style="font-size: xx-small;"><i>Fotos: </i></span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><i>Capa do post e páginas do livro: Denis Akel </i></span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><i>Outras fotos: Google</i> </span><br />
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E foi-se 2016! Planejei esta postagem para ontem, mas surgiram reveses e só pude publicá-la hoje, o que pelo menos a torna já a primeira postagem deste novo ano. Bom, já faz algum tempo que não falo de livros por aqui, com opiniões e comentários de algumas de minhas leituras, sendo assim resolvi trazer um pouco sobre este livro e o que ele representa para mim. Boa leitura, e bom ano novo a todos!<br />
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<b>RETORNANDO AO PASSADO</b><br />
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Há alguns meses, estava buscando uma nova leitura, para intercalar com outras, algo mais leve, mas ao mesmo tempo agradável. E o melhor momento para se encontrar tais leituras é bem quando estamos arrumando as estantes de livros. Passamos por tantos, de recentes a mais antigos, que quase sequer lembrávamos que tínhamos, e desta inocente arrumação, chegamos a ótimas descobertas, ou por que não dizer, redescobertas.<br />
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Foi assim que me senti, quando remexia um velho organizador com livros muito antigos, alguns paradidáticos e clássicos de outros tempos. Ali estavam vários que li na época escolar, bem como outros que nunca lera ainda, mas que tinham sido guardados na esperança de que um dia ganhassem algum brilho sobre suas capas e páginas já amareladas. Lá estavam ainda vários títulos da série Vaga-Lume, uma célebre coleção dos anos 70 (e mantida até hoje), responsável por alimentar toda uma geração de leitores, criando e saciando muito bem esse hábito, numa época em que não tínhamos tantas distrações, tantas telas como se tem hoje, onde o ato de ler tinha outro sentido, mais puro, mais arrebatador.<br />
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Quem conhece a série, sabe do que estou falando, de livros como <i>Spharion</i>, <i>O rapto do garoto de ouro</i>, <i>O Mistério do Cinco Estrelas</i>, entre dezenas de outros. Já até, inclusive, falei de um outro livro desta coleção em um outro post (<a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2013/02/livro-doze-horas-de-terror.html">veja aqui</a>). Desta vez, arrumando e limpando os livros, me deparei com um dos maiores clássicos da Vaga-Lume, <i>O Escaravelho do Diabo, </i>de Lúcia Machado de Almeida. Peguei-o nas mãos e numa rápida folheada comecei a relembrar aquela história que tanto me fascinou. Decidi que seria um ótimo momento para revisitar este livro, também porque recentemente foi lançado um filme baseado nele, e gostaria de ter a vivência do livro antes de assistir ao filme, que, aliás, parecia meio duvidoso.<br />
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<b>O LIVRO </b><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKwcWngxDxVbsb1OFli4o9Dh46aKeYrlUyX5-NQbkmzzUprvtyE9IzZ_K7Z9XwCb020g3AH6PNOGfCp5AKDfTCrOARZZsROSWoqkkZBpEyBtj3HuWh2coh7JTNEmiFBUARI8ewCvYkaLQ/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKwcWngxDxVbsb1OFli4o9Dh46aKeYrlUyX5-NQbkmzzUprvtyE9IzZ_K7Z9XwCb020g3AH6PNOGfCp5AKDfTCrOARZZsROSWoqkkZBpEyBtj3HuWh2coh7JTNEmiFBUARI8ewCvYkaLQ/s400/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+8.jpg" width="400" /></a></div>
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A experiência de retornar a uma leitura deste tipo, depois de muito tempo, e agora com uma maior maturidade literária, se revelou muito mais intensa do que jamais poderia imaginar. A partir da primeira página, das primeiras descrições e diálogos, me vi inundado pelo estilo tão característico que permeia boa parte das obras da coleção Vaga-Lume, uma atmosfera de mistério que prende, envolve, já de cara, como se a história conseguisse se reinventar, se transmutar em algo novo, diferente.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2AmmTIZOC-SBhLD7EbZN9CiK75mwNhyphenhyphenjrOJ7rJ9Ry1Rhng1Pmv9ZkGWXYBIFar0ZpPWxrdjFPl5kto483YyuCSQY04jTLXXm86-i_SkkbTqGIfPtwDqXRzVXrD8Sgn436JDFAD8QT0uY/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2AmmTIZOC-SBhLD7EbZN9CiK75mwNhyphenhyphenjrOJ7rJ9Ry1Rhng1Pmv9ZkGWXYBIFar0ZpPWxrdjFPl5kto483YyuCSQY04jTLXXm86-i_SkkbTqGIfPtwDqXRzVXrD8Sgn436JDFAD8QT0uY/s640/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+13.jpg" width="376" /></a></div>
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O que acredito que pouca gente sabe, como eu também não sabia, é que apesar da publicação do livro pela Vaga-Lume ter sido nos anos 70, a história foi originalmente publicada já nos anos 50, como folhetim da famigerada revista <i>O Cruzeiro</i>. Não consegui encontrar nenhuma foto deste material mas é muito interessante saber desde fato; a trama já carrega mais de meio século e ainda se mostra forte e contundente, característica comum aos clássicos.<br />
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<b>A ESTÉTICA DA VAGA-LUME</b><br />
<b><br /></b>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVTwjSGJX6YKzeBEjkinYnoxQNIgpEH7cbHMYFenJ10FXMVqUqYi27NYCrPLVk9bOfr36qHeaR_NRtKhuHdiqkSAjr-6J33WVxBMkb3ddN9aPN8LKDw_1ri2Gn1L6S6gmnDhoNDjIgDnE/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVTwjSGJX6YKzeBEjkinYnoxQNIgpEH7cbHMYFenJ10FXMVqUqYi27NYCrPLVk9bOfr36qHeaR_NRtKhuHdiqkSAjr-6J33WVxBMkb3ddN9aPN8LKDw_1ri2Gn1L6S6gmnDhoNDjIgDnE/s400/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+7.jpg" width="400" /></a></div>
<b><br /></b>
<b><br /></b>
A série Vaga-Lume se tornou bastante célebre também pelo peculiar cuidado que tinha com as capas e ilustrações de suas obras. As primeiras edições dos livros, por pertenceram às décadas de 70 e 80, traziam aquela cara tão característica destas épocas, com desenhos intensos e cores vibrantes. Além das capas, os livros são permeados também por ilustrações complementares à trama, que ajudam a lhes dar uma cara ainda mais característica e marcante. Até hoje, lembro bem das ilustrações de <i>Spharion</i>, que se equilibravam perfeitamente à história. Com o <i>Escaravelho</i>, não foi diferente. A obra foi ilustrada pelo artista e designer <a href="https://prezi.com/pigh3uk2q6jp/mario-cafiero/">Mario Cafieiro</a>, que traz um refinamento único, um estilo meio fotorealístico, bem próprio da época. Ao longo dos anos, a série mudou as capas de seus livros, talvez para se encaixarem nos "padrões" de cada época. Cheguei a ter primeira edição da obra, na minha opinião a melhor de todas, mas a minha atual (da capa do post) é a de 1998, e essa última é a mais recente, lançada na ocasião do filme baseado no livro:<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA69tlsZ41CcvaWRyO0HyEH5CLQ4lvjvR54_oHkOXreHNHLbJgYH4rg-hvUIbSb7kqPF3BtYbr93T6wN1sM327f8yyliXsdbCe4kj1vCIPexj3xAZBql14L3KOHYMFj2KIIjMzwIkxvt0/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA69tlsZ41CcvaWRyO0HyEH5CLQ4lvjvR54_oHkOXreHNHLbJgYH4rg-hvUIbSb7kqPF3BtYbr93T6wN1sM327f8yyliXsdbCe4kj1vCIPexj3xAZBql14L3KOHYMFj2KIIjMzwIkxvt0/s320/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+4.jpg" width="204" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Primeira edição, de 1974</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9bNR9vMDsRaQugjZnWubj_jpX449Xuj3n32bxHDVNWHxYE8r2_S2OcMXA0NEm2Qpq6kSg2qMWaqLRWQhCq1I4ntMbwwRZaR9HyPWRJ79T-1MXDfxd3NGDGdKRj59-TxDraHJm1tkUbT4/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9bNR9vMDsRaQugjZnWubj_jpX449Xuj3n32bxHDVNWHxYE8r2_S2OcMXA0NEm2Qpq6kSg2qMWaqLRWQhCq1I4ntMbwwRZaR9HyPWRJ79T-1MXDfxd3NGDGdKRj59-TxDraHJm1tkUbT4/s320/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+2.jpg" width="191" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Edição dos anos 80,90</td></tr>
</tbody></table>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8jzg8DPIVyA0kJnFSPNwSO7ijd_N_UttvTg9pZSrIZw7Q2ZIfCGtvKiguWaEaZkL5t3iCkGF_7QZqXE6BHTLBvssISAqWr6doCMYxTBz8wE7fdeq4nAekczPXzaUXg1FfLZCX90qiI0I/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8jzg8DPIVyA0kJnFSPNwSO7ijd_N_UttvTg9pZSrIZw7Q2ZIfCGtvKiguWaEaZkL5t3iCkGF_7QZqXE6BHTLBvssISAqWr6doCMYxTBz8wE7fdeq4nAekczPXzaUXg1FfLZCX90qiI0I/s320/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+3.jpg" width="229" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Edição especial com referência ao filme, lançada em 2016</td></tr>
</tbody></table>
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<b>NA COMPANHIA DOS ESCARAVELHOS</b><br />
<br />
O enredo, em linhas gerais, fala de uma série de misteriosos assassinatos, cometidos apenas contra pessoas ruivas, em uma cidade do interior de São Paulo. Em todos os casos, há algo em comum: um escaravelho é sempre enviado às vítimas. Qual motivo? Qual explicação? Este é o mote lançado logo nas primeiras páginas, o primeiro fio do novelo tecido por Lúcia Machado de Almeida. O título sugere ainda alguma interferência sobrenatural, aumentando ainda mais o mistério. Uma trama forte, intensa, que provavelmente levantaria polêmica se fosse publicada pela primeira vez nos dias de hoje, onde há tanto conservadorismo e censura no que se vê nos livros. Entre os anos 50 e 80, época em que foi escrito e consagrado, certamente exerceu uma forte disposição no imaginário dos muitos leitores que abraçaram o livro até o final.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5r8ttDqlHICXoeK8t2TggMcGvN6s73eGx71EBefDm5r-El2rqaaH_Pgv055GYxDgglavWFcsJjm5YoyVIdaR1Q4p2McoYmkJ7CxPfPUrrm3nf3fa4rBEg1k7cJEBXmE96jccifeLbpDM/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5r8ttDqlHICXoeK8t2TggMcGvN6s73eGx71EBefDm5r-El2rqaaH_Pgv055GYxDgglavWFcsJjm5YoyVIdaR1Q4p2McoYmkJ7CxPfPUrrm3nf3fa4rBEg1k7cJEBXmE96jccifeLbpDM/s400/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+9.jpg" width="400" /></a></div>
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Contudo, há um respeito, e por que não dizer inocência, na história, em relação a hoje em dia. Por ter sido escrita nos anos 50, tudo carrega uma certa dignidade, um ar mais respeitoso, que se faz presente em todas as suas cenas e diálogos, e chega a ser quase engraçado às vezes. O livro usa expressões e modismos praticamente impossíveis atualmente, é uma curiosa viagem a um tempo onde tudo parecia mais inocente, mais simples. A história segue um fluxo agradável, instigante, à medida que se compreende aos poucos os seus desenrolares e desfechos. Disfarçado em um livro aparentemente voltado apenas ao público infanto-juvenil, está um muito bem elaborado romance policial, com personagens que rapidamente se permitem envolver pela trama a ponto de engrandecê-la a cada página. O núcleo da pensão de Cora, onde se passa boa parte da ação, e se conecta a todos os demais núcleos, agrega humor e mistério, ingredientes que se combinam e conduzem muito bem a tensão constante que gira em torno da obra.<br />
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Quando li este livro nas primeiras vezes, ainda criança, lembro de que a história era tão estranha e surreal que não entendi muita coisa. Não entendia (ainda não entendo até hoje) essa bizarra capa de 74. Com o passar do tempo e novas releituras, comecei a enxergar o brilho por trás do escaravelho. Quando descobri o gosto pela escrita, comecei a perceber ainda mais nuances nas páginas desta história tão conhecida do público juvenil, como direi mais a seguir.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOWpu5gt35xu0wdBe3C7-raDTyIllZZIZZTcwNygjB-_WIXvfs1tFzUlVzb-LY5gFv155_2wRNJfH1UDxbrLjAB_VzinioF-m21SB6txlnPMHR3vvLtJobO8Bx2nuS_6wqehAvnZGbsCg/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOWpu5gt35xu0wdBe3C7-raDTyIllZZIZZTcwNygjB-_WIXvfs1tFzUlVzb-LY5gFv155_2wRNJfH1UDxbrLjAB_VzinioF-m21SB6txlnPMHR3vvLtJobO8Bx2nuS_6wqehAvnZGbsCg/s400/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+12.jpg" width="400" /></a></div>
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A trama tem os escaravelhos como peça importante de todo seu novelo, mas a participação dos insetos vai muito além disso. Conforme pude perceber durante esta leitura mais recente, a autora se empenhou intensamente nesta parte, recorrendo a toda uma variedade de espécies, nomes científicos e obras e tratados relativos a eles, tudo baseado em material existente e catalogado, um trabalho de pesquisa que deve ter dado esforço considerável, ainda mais se considerarmos que naquele tempo não havia nenhuma das facilidades que se tem hoje. Era preciso folhear livros e mais livros, conversar com especialistas... quase como fazem os personagens de seu próprio livro. A maneira como ela utilizou os insetos para associar aos crimes cometidos é muito criativa, e chega a lembrar histórias de Sherlock Holmes. A cada novo caso, aumenta-se a curiosidade, a incerteza, o que virá a seguir?<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAvldt0FbPxRVSA-NZnejCzmspeCPBfzCQpjM6DT8_JyS9-LZlfCQuHjOgaxieOyVws_ZwQvzre7LeAgNmwfzL5Q5Khpxl9-uRoNsOwn9Gd0C8IYaTnXjLqXKTPlniqi0hZJR2c7FOEDg/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+6.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAvldt0FbPxRVSA-NZnejCzmspeCPBfzCQpjM6DT8_JyS9-LZlfCQuHjOgaxieOyVws_ZwQvzre7LeAgNmwfzL5Q5Khpxl9-uRoNsOwn9Gd0C8IYaTnXjLqXKTPlniqi0hZJR2c7FOEDg/s400/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+6.JPG" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma das obras de referência usada pela autora e citada no livro </td></tr>
</tbody></table>
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Há ainda inúmeras outras referências de obras literárias, filosóficas, de óperas, músicas, tudo de maneira sutil e discreta, mas suficiente para fazer a diferença. Aliás, uma das coisas que tenho achado mais fascinante, quando retorno a livros já lidos, é perceber esses detalhes, nuances talvez não percebidas nas leituras anteriores, e assim desbravar novas percepções sobre a história, sobre a época em que foi escrito, sobre o autor... é quase como uma pequena investigação que se desenrola em paralelo à trama principal.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW-BN-gxjwL3gzds9r0anyyMqyVrUx0ZtuxYtqUcAZvUkZRDvJb55nidcXlyQHUla2Z7dTkeU53qYe9gf4lZIemKAbb59Vr91DIkj7LcykAUlYmtMfe3B1LmhcR05UXY-d17B7vxlFAm8/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW-BN-gxjwL3gzds9r0anyyMqyVrUx0ZtuxYtqUcAZvUkZRDvJb55nidcXlyQHUla2Z7dTkeU53qYe9gf4lZIemKAbb59Vr91DIkj7LcykAUlYmtMfe3B1LmhcR05UXY-d17B7vxlFAm8/s400/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+10.jpg" width="400" /></a></div>
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Curioso, durante esta leitura, foi quando me vi surpreendido por não lembrar mais como era o final do livro (o que foi ótimo), e me deliciei em pouco a pouco ir descobrindo as respostas do grande quebra-cabeças proposto pela autora. A maneira como ela finaliza a obra é inacreditável, quase chocante, um desfecho inesperado que arrebata pela ousadia.<br />
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<b>A AUTORA</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1dif45FUoKDMpSUfYxmk_F3hJCu7dSvxGvcD1oW3KX9opIkff_r8DEUS9g4v__RRr5NG7X1SLrJkZoEkLn-2OhxGny2riC08dkG7mR-a1eto6iVY17zc1zgtP8b6C_m_UKXY9IwgtWHo/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1dif45FUoKDMpSUfYxmk_F3hJCu7dSvxGvcD1oW3KX9opIkff_r8DEUS9g4v__RRr5NG7X1SLrJkZoEkLn-2OhxGny2riC08dkG7mR-a1eto6iVY17zc1zgtP8b6C_m_UKXY9IwgtWHo/s320/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+5.jpg" width="307" /></a></div>
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Lúcia Machado de Almeida é a mente por trás do <i>Escaravelho do Diabo</i>. Natural de Minas Gerais, nasceu em 1910, tendo passado parte da infância na fazenda Nova Granja, de seu pai, no município de Santa Luzia. A autora mais tarde diria da importância que isso teve em sua vida, em sua formação, em sua visão do mundo. Estudou literatura, história da arte, línguas, piano, entre outras áreas, o que lhe deu ampla gama de recursos para engrandecer suas histórias. Além disso, era irmã dos também escritores Aníbal Machado, Paulo Machado e Carolina Machado, tia dos escritores Maria Clara Machado e Ângelo Machado e cunhada do poeta Guilherme de Almeida, o que evidencia que a literatura sempre esteve muito presente em sua vida. Publicou pela primeira vez aos 14 anos, o poema <i>Desencanto</i>, no jornal Estado de Minas. O primeiro livro, <i>No fundo do mar</i>, viria alguns anos depois. Lúcia também atuou como jornalista, escrevendo para inúmeros jornais e revistas da época. Além do <i>Escaravelho do Diabo</i>, outras de suas obras conhecidas são: <i>Spharion</i>, <i>Aventuras de Xisto</i> e <i>O caso da borboleta Atíria</i>, também publicados na Vaga-Lume. A autora faleceu em 2005.<br />
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Enquanto pesquisava mais sobre o livro para escrever este post, encontrei o vídeo abaixo, uma bela e rara entrevista com Lúcia, na qual ela fala um pouco de sua vida, do ofício de escritora, sua relação com a escrita, tudo com um jeitinho tão próprio, tão terno, autêntico, que transmite uma paz atemporal. Um grande exemplo a todos que escrevem ou admiram a arte literária, a arte de contar histórias.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/JOJ0DyWNryM" width="500"></iframe><br />
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Que o <i>Escaravelho</i> continue incentivando e fascinando mais e mais gerações vindouras, bem como as demais obras da autora. É ótimo perceber como tivemos (e ainda temos) excelentes autores no Brasil. Chego ao final deste texto já empolgado para reler os outros livros de Lúcia e também ler pela primeira vez os que nunca li. Penso que descobrir é bom mas redescobrir é ainda melhor; redefinir imagens, certezas, é o que nos torna humanos. Incrível como nesse mundo louco de hoje, de tantas distrações, efemeridades e futilidades, o simples gesto de abrir um livro pode ser uma salvação, um voltar-se para dentro de si mesmo. Acredito que possa nos tornar pessoas melhores. E talvez nunca se precisou tanto fazer isso.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGHbNxLvqeICZzMRzZANXBgSkjo0FQCAu_8NUxOua7x8I_fgfLVJKscyePBz8ki0LSvcaazRUGAS7MhtNMYRX-aSytDYUmbnVnSbCNms3Ly-gmoMDHP1EQzpOW4Ew7-7jIsiT-KSFQvs4/s1600/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+14.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGHbNxLvqeICZzMRzZANXBgSkjo0FQCAu_8NUxOua7x8I_fgfLVJKscyePBz8ki0LSvcaazRUGAS7MhtNMYRX-aSytDYUmbnVnSbCNms3Ly-gmoMDHP1EQzpOW4Ew7-7jIsiT-KSFQvs4/s640/dia%25CC%2581logos+visuais+denis+akel+o+escaravelho+do+diabo+lu%25CC%2581cia+machado+de+almeida+literatura+fortaleza+14.jpg" width="443" /></a></div>
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<br />Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-17100550368808529132016-08-31T23:05:00.000-03:002016-09-01T04:14:05.519-03:00Mergulho no grafite<div class="separator" style="clear: both;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioYOkp8fbJyL-OzPsEShR04-U1Han3kG_35P9-u0jASwKrOSnGKPyGDzHz_ZTMXUZo7eL2W8QuimqhONgiWUDhVUEcqtG99Vu58cTMTmevP9ifgTepEjpRcY33BY_p8XKEpxbRQVDzVgk/s640/blogger-image--365700763.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioYOkp8fbJyL-OzPsEShR04-U1Han3kG_35P9-u0jASwKrOSnGKPyGDzHz_ZTMXUZo7eL2W8QuimqhONgiWUDhVUEcqtG99Vu58cTMTmevP9ifgTepEjpRcY33BY_p8XKEpxbRQVDzVgk/s640/blogger-image--365700763.jpg"></a>Este é um post especial! Primeiro por celebrar os sete anos que este blog está no ar (completados em agosto, como passa rápido...), depois por inaugurar também seu novo visual, uma mudança que eu aliás vinha querendo fazer há muito tempo, mas que me chega em boa hora, coincidindo com mais este aniversário. Vamos em frente! Há alguns meses, tive uma oportunidade bastante especial, durante uma tradicional atividade cultural aqui de Fortaleza, o Percursos Urbanos.</div>
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O Percursos Urbanos, organizado pelo sociólogo Júlio Lira, consiste em passeios semanais pela cidade, sempre aos sábados, com o intuito de revelar novos olhares sobre a metrópole, através de visitações a bairros e municípios, sempre com temáticas culturais, sendo portanto uma ótima oportunidade para redescobrir a cidade e sua cultura. São gratuitos e qualquer pessoa pode participar. Já tinha ouvido falar deste projeto há algum tempo, mas nunca tinha conseguido ir. Como as coisas só acontecem no seu devido tempo, foi neste sábado em questão que tudo se configurou para que enfim pudesse estar em um dos percursos, e o fiz na companhia de meu querido irmão, Diego Akel. </div>
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O percurso deste dia seria sobre grafites, as populares marcas e inscrições deixadas em paredes. Eu estava bastante curioso, nunca tinha feito nada com grafites, aliás conhecia bem pouco a técnica, e fiquei ansioso para ver do que se tratava, como seria a proposta. Faríamos os moldes? Aplicaríamos? Em qual muro ou parede? Daria tempo fazer tudo isso? As perguntas surgiam, à medida que o momento se aproximava.<br>
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E na tarde daquele sábado, chegamos ao local que abriga os Percursos Urbanos, o Centro Cultural Banco do Nordeste, aqui no centro de Fortaleza. Num revés de imprevistos coroados pelo trânsito, acabamos chegando bem atrasados (os percursos tendem a começar rigorosamente às 15h). Numa das salinhas do lugar, encontramos já a turma reunida, acompanhada pelo mediador da vez, Marquinhos Abu. Pelo que percebi, ele certamente já devia ter dado uma explanação básica do processo, talvez mostrado alguns exemplos e agora todos se achavam debruçados nas duas ou três mesas que haviam ali, recortando e desenhando em enormes folhas de papel, já criando o que viriam a ser os futuros grafites. Perguntamos se ainda seria possível participar, cumprimentamos todos, e logo nos juntamos ao grupo, de início ainda meio deslocados, buscando nos aclimatar na medida do possível.<br>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpVP353mDNrM1tbzLRdZ1ex5KKrtItApsh4GHYBurvOGn-ePBqxlHL0zDHs5ptGCAd6QvGLIMTi_YrpO6EnZEUjEqqWDvrIsqXcHvR_eUFbC22HyGHjSyzqHDbeoRHxcJGE2Ts1ySGCLM/s1600/IMG_8316.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpVP353mDNrM1tbzLRdZ1ex5KKrtItApsh4GHYBurvOGn-ePBqxlHL0zDHs5ptGCAd6QvGLIMTi_YrpO6EnZEUjEqqWDvrIsqXcHvR_eUFbC22HyGHjSyzqHDbeoRHxcJGE2Ts1ySGCLM/s400/IMG_8316.JPG" width="400"></a></div>
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Além das folhas de papel A3, havia uma variedade de canetas, lápis e outros materiais. Diego, que já tinha feito alguns trabalhos com técnicas do stencil (o molde vazado), começou a me explicar como fazer, o que deveria ser desenhado ali para que se conseguisse o efeito de impressão. Fiquei atento a ele, e também ao que faziam as demais pessoas à minha volta. "Agora é só desenhar alguma coisa aí pra recortar", disse Diego. E foi aqui que a situação embaçou. Não pela questão do desenho, pois ultimamente consegui retomar bastante este gosto, mas mais pelas dimensões daquele papel; enorme, gigantesco, se comparado aos papeizinhos pequeninos que frequentemente venho usando. À uma primeira vista, intimidava toda aquela brancura, todo aquele vazio. O que fazer? Diego logo começou a fazer o seu. Não tínhamos muito tempo, dentro de poucos minutos deveríamos sair, para aplicar os trabalhos.<br>
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Tenho sido muito inspirado a desenhar pelo ambiente em que estou, procurando observar o que está em volta, para assim começar a traçar, buscando captar algo da realidade como ponto de partida. Assim tenho feito várias pequenas poesias visuais que publiquei nos últimos meses em meu outro blog <a href="https://denisakel.wordpress.com/">(veja aqui)</a>. Para este desenho do grafite, não foi diferente. Comecei a avaliar o que havia por ali: pessoas, mesas, pequenos objetos e cadeiras, muitas cadeiras. Simpatizei logo com a forma da cadeira, simples e ao mesmo tempo complexa, bem como o que esta significava em si. Rabisquei, olhando uma que estava a alguns metros. No meio do processo, percebi que não precisava me concentrar em detalhes ou texturas, que não apareceriam, uma vez que aquele desenho seria apenas para a forma, a base do grafite, e assim fui delimitando a cadeira e suas curvas. Mas apenas a cadeira não bastaria. As outras pessoas faziam pequenas mensagens, juntas ou não aos desenhos, ajudando a compor o que queriam dizer. Quis seguir essa linha – é aliás uma linguagem que tenho adorado explorar, lá no outro blog, mesclando desenhos e textos. Assim, decidi que minha cadeira tinha de dizer algo. Teria de fazer letras grandes, o que limitaria bastante o espaço, ou seja, seja lá o que fosse escrever, tinha de ser curto, sucinto, como um raio. A ideia era desafiadora, principalmente por ter de resolvê-la em minutos, estávamos em cima da hora, várias pessoas já tinham terminado seus modelos.<br>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3DaX8S-hU4xUNuK2AtkclPcoOaE_dgUqQ9ets-K71_o6lFd2DAqYOLSnpBX4KYSb69h9eQ8ebGFU2qJcc52p3Qy9b2hyfMVHJJICjWfgkOnyN3zLuKP-M9NzdSH4spGZnbkbHrHeCl-I/s1600/denis+akel+dialogos+visuais+grafite+percursos+urbanos+ivoni%25CC%2581sio+mosca+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3DaX8S-hU4xUNuK2AtkclPcoOaE_dgUqQ9ets-K71_o6lFd2DAqYOLSnpBX4KYSb69h9eQ8ebGFU2qJcc52p3Qy9b2hyfMVHJJICjWfgkOnyN3zLuKP-M9NzdSH4spGZnbkbHrHeCl-I/s400/denis+akel+dialogos+visuais+grafite+percursos+urbanos+ivoni%25CC%2581sio+mosca+1.jpg" width="400"></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.499999046325684px;"><span style="font-size: xx-small;">Foto: Ivonísio Mosca</span> </td></tr>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRZmyk5Zg08orFHc0Ua91HorpepuT-0fa1T6rgvMCDt9iwQeEYBZJcHFlwoLl3ic8lQfqCB-ye3X98VxdEAoUHB77wVlwyTG7vFKB9tGPRA7y3FnaF3Ixmw_yInMfDxy3jMEmb7_bRNs4/s1600/IMG_8317.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRZmyk5Zg08orFHc0Ua91HorpepuT-0fa1T6rgvMCDt9iwQeEYBZJcHFlwoLl3ic8lQfqCB-ye3X98VxdEAoUHB77wVlwyTG7vFKB9tGPRA7y3FnaF3Ixmw_yInMfDxy3jMEmb7_bRNs4/s400/IMG_8317.JPG" width="300"></a></div>
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O <i>Sentar e Ouvir</i> me veio assim, num rápido pensamento, e de início o achei até meio bobo, simples demais. Eram ações básicas quando se tem uma cadeira em mente. Senta-se e geralmente ouve-se. Mas justamente por ser um ato simples e comum, me pareceu interessante para destacar. Talvez tentando refletir algo que está meio em falta hoje em dia. Todos querem falar, o tempo todo, todo o tempo. Poucos ouvem, poucos sentam e ouvem. É uma ideia que me motivou, e encontrar duas palavras para sintetizar isto, ajudado pela simbologia da cadeira, foi bastante interessante. Aos mesmo tempo, é uma mensagem livre, que pode ser encaixada em múltiplos contextos.<br>
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Com o modelo pronto, veio a hora de recortar. Tínhamos pouco mais de dez minutos. O momento do recorte trouxe sua própria dificuldade, uma vez que precisava haver um planejamento do que recortar ou não para que se mantivesse a integridade da imagem no papel. Diego me auxiliou, enquanto analisávamos as partes da cadeira que deveriam ser recortadas; um corte a mais ou a menos poderia por tudo abaixo. Com tudo esquematizado, recortei o mais rápido que pude, temendo que não fosse conseguir terminar a tempo. Ao meu lado, Diego também recortava o seu: uma figura de um olho, cheio de contornos e estilizações, bem a sua cara.<br>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3hhdFWWx-h0nDRF7s3bW1PoZVEgm0jFxnu0MD2kB8yALRGEb3Md99BT8QCDEqNF14kKOTYtdF5R2e0sZuTRhMLIjm0hb_sPhHtnN7tGvSYzYJhZhq_s02zrUKbqcQoYUCMiuEOFyvarY/s1600/IMG_8318.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3hhdFWWx-h0nDRF7s3bW1PoZVEgm0jFxnu0MD2kB8yALRGEb3Md99BT8QCDEqNF14kKOTYtdF5R2e0sZuTRhMLIjm0hb_sPhHtnN7tGvSYzYJhZhq_s02zrUKbqcQoYUCMiuEOFyvarY/s400/IMG_8318.JPG" width="400"></a></div>
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A cadeira levou uns minutos para deixar o papel, mas as letras despregaram-se rapidamente, bastando seguir seus contornos. E logo estava diante de mim a folha vazada, pronta para ser grafitada. Olhei, me afastando um pouco, achando bacana, e já bem ansioso para ver como ficaria preenchida de tinta e estampada numa parede. Eu ainda guardaria as letrinhas e a forma da cadeira, para aproveitar em outras ideias, como <a href="https://denisakel.wordpress.com/2016/06/06/promessa/">esta</a>. Deixamos a sala praticamente no limite do horário, juntamente com o restante do grupo.<br>
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Seguimos então para o ônibus. Sim, havia um ônibus à disposição do projeto. E já nesses breves momentos era possível sentir a energia que se gerava entre aquelas pessoas, à medida que íamos conhecendo uma ou outra, e esse contato aumentaria quando chegássemos ao ponto escolhido para se usar o spray. Os percursos trazem ainda mais esse trunfo: a socialização que se cria, involuntariamente, com as demais pessoas, que passamos a conhecer naquelas breves horas. Era um público bastante variado, de todas as faixas etárias, muito motivado com a oportunidade.<br>
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A intervenção foi feita numa parede já utilizada anteriormente numa outra vez que o Percursos abordou o grafite como tema, de modo que havia autorização para grafitá-la à vontade. Não lembro exatamente onde ficava, mas ali mesmo nos arredores do centro da cidade. O mediador levou várias latas de tinta spray e tão logo descemos do ônibus, explicou como manuseá-las, posição e pressão dos dedos. Todos foram se espalhando, procurando espaços limpos no muro e logo comecei a ouvir o som característico do spray, bem como sentir aquele pesado cheiro de tinta no ar.<br>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZlFvrZkwqh3VUBrpDGVGmlv-7JvvI_TMJQoE71lrUzf_0kQuhG_mmkjYC6amiVpIaKyQpUwbnY5PS6ZOIBX75709SLYRfUhHHog96YbnEdguPQ0udn0CDk-sJPnPxHu1wgsqjeM8nKGM/s1600/IMG_8322.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZlFvrZkwqh3VUBrpDGVGmlv-7JvvI_TMJQoE71lrUzf_0kQuhG_mmkjYC6amiVpIaKyQpUwbnY5PS6ZOIBX75709SLYRfUhHHog96YbnEdguPQ0udn0CDk-sJPnPxHu1wgsqjeM8nKGM/s400/IMG_8322.JPG" width="400"></a></div>
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Foi uma sensação bastante única estar ali, naquele momento. Com uma das latas em punho, me aproximei da parede, observando com curiosidade a já vastidão de marcas que havia nela. Busquei um espaço, apoiei o stencil e com a outra mão posicionei a boca do spray. Não era um processo tão simples quanto parecia, pelo menos para quem não estava acostumado. A pressão que se deve fazer com o dedo precisa ser uniforme, segura, e fui percebendo isso aos poucos, à medida que via a nuvem de tinta ser disparada, entre engasgos, e pouco a pouco cobrir o vazio da parede. E lá estava a cadeira! Lá estava o sentar e ouvir! Incrível, ver a imagem ali, marcada na parede, era muito diferente de vê-la apenas no molde, era como se de fato estivesse viva. Um processo tão simples, e talvez por isso tão mágico. A forma da cadeira, as letras, tudo pareceu funcionar muito bem, muito melhor do que eu jamais imaginaria. Gostei da brincadeira, e segui espalhando a cadeirinha por onde mais conseguisse, na extensão do muro, trocando as cores da tinta e melhorando os resultados a cada aplicação, motivado pela empolgação da novidade.<br>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqJjdRQkCCnvdM_cFixIOfvPhvBl9MPqQmC4OWRK-8ZyhouAErIZl9hRC6NchGFl5bYfJy2p2WptB1QomlciOxRaLcyDp1RaPSSScZ3exwcWhWVepL6zCy-TTP9wP6RxW96bzprtCtf90/s1600/denis+akel+dialogos+visuais+grafite+percursos+urbanos+ivoni%25CC%2581sio+mosca+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqJjdRQkCCnvdM_cFixIOfvPhvBl9MPqQmC4OWRK-8ZyhouAErIZl9hRC6NchGFl5bYfJy2p2WptB1QomlciOxRaLcyDp1RaPSSScZ3exwcWhWVepL6zCy-TTP9wP6RxW96bzprtCtf90/s400/denis+akel+dialogos+visuais+grafite+percursos+urbanos+ivoni%25CC%2581sio+mosca+2.jpg" width="400"></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.499999046325684px;"><span style="font-size: xx-small;">Foto: Ivonísio Mosca</span></td></tr>
</tbody></table>
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Olhei em volta, percebendo ainda os trabalhos das outras pessoas do grupo, que também iam aos poucos "carimbando" a parede. Havia os mais variados tipos, de mensagens e desenhos até protestos e achei interessante como eles pareciam, invariavelmente, refletir um pouco a personalidade de seu autor. Todos ficavam eufóricos a cada aplicação, ao ver seu desenho estampado, via-se nos rostos e olhares sorridentes. Logo os espaços vazios se limitaram às partes mais altas da parede e coube aos mais altos favorecer para que todos continuassem a brilhar (ou mesmo com a ajuda de banquinhos), e assim começamos a trocar além das tintas os próprios stencils em si, compondo uma grande salada de tons e figuras, risos e sorrisos.<br>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCjfTWUPQNDO8cnnIdMx-_h6zCdyEkVb6KVXHDeOM6_vKA9I1TcOqzneOIpfNfokRwZeMR2qOaITzYxr9aiH8XM4asHhSjdIKikXTr87p4dSBXuUmFr59c3Gqu-nWMArrTWTO8Owdy4SE/s1600/IMG_8326.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCjfTWUPQNDO8cnnIdMx-_h6zCdyEkVb6KVXHDeOM6_vKA9I1TcOqzneOIpfNfokRwZeMR2qOaITzYxr9aiH8XM4asHhSjdIKikXTr87p4dSBXuUmFr59c3Gqu-nWMArrTWTO8Owdy4SE/s400/IMG_8326.JPG" width="400"></a></div>
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Um detalhe bastante curioso foi que bem ali, ao lado de onde estávamos, na mesma calçada, havia vários vendedores ambulantes, em apenas mais um dia comum de trabalho. Não pude deixar de perceber como eles estranharam, claro, a repentina chegada de nosso grupo. O que teriam pensado? Foi engraçado protagonizar aquele momento, ver aquelas reações, aquela mistura de susto e curiosidade vindas daquelas pessoas simples que lutavam dia-a-dia por sua sobrevivência. Alguns ainda perguntaram o que era aquilo que fazíamos, embora a maioria mantivesse apenas os olhares intrigados.<br>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgN-MNZicjzIuQeVUQi3YKrq2ZCWe3fyQXQ8BUn6_cNM9j6Xd9zId1OQ0GxFPjrwuix5n83XejbH2ks3VfjpAJu8pN4fkaS9o-82dPo9jV66HbDoKubFLVTP21oKB9nb6lQubH2kRN0S4/s1600/IMG_8325.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgN-MNZicjzIuQeVUQi3YKrq2ZCWe3fyQXQ8BUn6_cNM9j6Xd9zId1OQ0GxFPjrwuix5n83XejbH2ks3VfjpAJu8pN4fkaS9o-82dPo9jV66HbDoKubFLVTP21oKB9nb6lQubH2kRN0S4/s400/IMG_8325.JPG" width="400"></a></div>
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Quando as paredes se mostraram suficientemente cheias, teve ainda quem quisesse grafitar o chão, e logo vimos um monte de marcas surgirem, quase como pegadas desordenadas, ao longo da calçada. A intervenção ganhava rumos impensados, engrandecendo ainda mais a experiência. Após alguns minutos, já mais familiarizado à técnica, resolvi fazer como via os mais experientes fazerem: usar duas cores. Para isso, era necessário aplicar uma, depois mover um pouco o papel e aplicar a segunda. O resultado é a imagem com uma camada extra, uma profundidade, quase com se saltasse aos olhos.<br>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTLQRV2MRzE-Wp83_SUJXp6NasWJcYZmIlt-QWaRb9CjrNbFiTTnAtgvb_qiYlpylfMRpXSWTep_4J9oFM9MHtz6EnIXbSN0TRiNpyyp7mLJnEBSoUJzJ1C0GEoIL2vhKACBgM0GTk1Iw/s1600/denis+akel+dialogos+visuais+grafite+percursos+urbanos+ivoni%25CC%2581sio+mosca+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTLQRV2MRzE-Wp83_SUJXp6NasWJcYZmIlt-QWaRb9CjrNbFiTTnAtgvb_qiYlpylfMRpXSWTep_4J9oFM9MHtz6EnIXbSN0TRiNpyyp7mLJnEBSoUJzJ1C0GEoIL2vhKACBgM0GTk1Iw/s400/denis+akel+dialogos+visuais+grafite+percursos+urbanos+ivoni%25CC%2581sio+mosca+3.jpg" width="400"></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.499999046325684px;"><span style="font-size: xx-small;">Foto: Ivonísio Mosca</span></td></tr>
</tbody></table>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJPjqlGlggAq8Db9Lq-qv8_z7vq8VucSs9JAYTaR7ypiQoyIvivxVX9ELgVCBgDGZ0o7gSTOIdxhx3khwqXqtjgYxdSOpVzjC6q4TW0dPXoulaU2zfDZTBCwE6UDa2D6tiFPP5-EkNkEo/s1600/denis+akel+dialogos+visuais+grafite+percursos+urbanos+ivoni%25CC%2581sio+mosca+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJPjqlGlggAq8Db9Lq-qv8_z7vq8VucSs9JAYTaR7ypiQoyIvivxVX9ELgVCBgDGZ0o7gSTOIdxhx3khwqXqtjgYxdSOpVzjC6q4TW0dPXoulaU2zfDZTBCwE6UDa2D6tiFPP5-EkNkEo/s400/denis+akel+dialogos+visuais+grafite+percursos+urbanos+ivoni%25CC%2581sio+mosca+4.jpg" width="400"></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.499999046325684px;"><span style="font-size: xx-small;">Foto: Ivonísio Mosca</span></td></tr>
</tbody></table>
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Uma das cores mais cobiçadas foi o vermelho. Ouvimos dizer que havia uma lata, mas esta nunca chegou à nossa mão. Vimos muitos pretos, verde, marrom, mas nada de vermelho, a não ser já aplicado nas paredes. Onde estava? Diziam que estava com fulano, com sicrano, e finalmente que tinha acabado. O mais perto que conseguimos foi um roxo, mas o vermelho bem que teria sido uma boa combinação com o preto.<br>
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Logo chegou o fim de tarde, anunciado um pouco antes com a retirada dos vendedores ambulantes, que assim acabaram por nos ceder as partes da parede nas quais estavam instalados. Num fôlego renovado, todos atacaram o novo espaço como formigas devorando doce. Mas com o sol prestes a se pôr, por volta das 18h, retornou nosso ônibus, o percurso chegava ao fim. O trajeto de volta ao CCBNB foi tranquilo, com todos conversando sobre a tarde, e víamos novamente aqui os laços que se criavam naqueles minutos tão breves, como mesmo uma pequena família, unida por um ideal, pelo grafite.<br>
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A atividade foi muito bem registrada por todos os celulares dos que estavam presentes. Boa parte das fotos mais destacados do grupo, porém, vieram das lentes de Ivonísio Mosca, um amigo que fizéssemos lá, que já acompanha o Percursos Urbanos há bastante tempo (o projeto existe desde 2003), sempre mais dedicado a registrar fotos dos passeios. Gentilmente, mostrei ao longo desse post algumas fotos dele, para reforçar as que eu consegui fazer, mesmo com as mãos sujas de tinta.<br>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmggZdGYCdI230xckqYGJgbUzZG3-Gtxts7zwdcutOOFlCG35zJK5IgdBxt6c22QA1cheTHdgp1QVP6bmHqUUx7xlGlGM7ij1VbV2iWKs7_aznj-OJjPKD0rL-PR4TTfaO7LP-JCZroG4/s1600/denis+akel+dialogos+visuais+grafite+percursos+urbanos+ivoni%25CC%2581sio+mosca+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmggZdGYCdI230xckqYGJgbUzZG3-Gtxts7zwdcutOOFlCG35zJK5IgdBxt6c22QA1cheTHdgp1QVP6bmHqUUx7xlGlGM7ij1VbV2iWKs7_aznj-OJjPKD0rL-PR4TTfaO7LP-JCZroG4/s400/denis+akel+dialogos+visuais+grafite+percursos+urbanos+ivoni%25CC%2581sio+mosca+5.jpg" width="400"></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.499999046325684px;"><span style="font-size: xx-small;">Eu, meu irmão Diego e Ivonísio Mosca. Foto: Ivonísio Mosca</span></td></tr>
</tbody></table>
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Como minha primeira experiência no Percursos Urbanos – e também no grafite – foi muito gratificante. Apesar de um pouco incerto no início, tudo se configurou de maneira tão natural no decorrer das etapas que parecia quase algo que sempre fiz. Gostei muito do contato com a arte dos stencils, tanto que após esse dia comecei a pensar em investir mais nessa área. Também gostei bastante do resultado de meu stencil, que, modéstia à parte, acabou bastante elogiado por todos, quando comentei que nunca tinha feito nada parecido antes, era a primeira vez. Essa vivência me significou muito, e mesmo já tendo passado algum tempo (foi em junho), deixou em mim memórias muito especiais, tanto que quis fazer esse post para de alguma maneira concretizar um pouco dessa sensação. Penso cada vez mais que há tanta coisa nesse mundo, tanta coisa boa para aprender, tanta coisa que talvez até já saibamos, e pensamos não saber, e ignoramos sequer conhecer. O mundo está aí para ser descoberto, basta sentar e ouvir.<br>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaTUMSupn9w4EyVwZ_j9bz3XYfLOCMbBojIYbePrbMDRyFGg9wTR1T8Dd_gBUN7DOt2JF0YLYCKfPTVBfcrRf0IbkMCV_kqoHDM5PieCOqlEMHcDQEZkAzHaNWS0KoahM6WMwHyabGUi0/s1600/IMG_8330.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaTUMSupn9w4EyVwZ_j9bz3XYfLOCMbBojIYbePrbMDRyFGg9wTR1T8Dd_gBUN7DOt2JF0YLYCKfPTVBfcrRf0IbkMCV_kqoHDM5PieCOqlEMHcDQEZkAzHaNWS0KoahM6WMwHyabGUi0/s400/IMG_8330.JPG" width="300"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-51129763884456561352016-06-30T03:28:00.000-03:002016-06-30T03:47:46.900-03:00Rumo à FLIP 2016!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5K2aaAIeaG2fLtWHBKP9gUBhES9yM8nMyx2i8kxSnUi8KPS_Y7U5TZ6ZmKPfmU30RDaB-oKIxzm7ut_lg59yXLsVUj5Giwm8mMgtNqw2WaUn9MTdalPSuaaXlniozEvEvMxdSO4i_u-8/s1600/12985526_1022400154479838_542651680418373253_n-360x200.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5K2aaAIeaG2fLtWHBKP9gUBhES9yM8nMyx2i8kxSnUi8KPS_Y7U5TZ6ZmKPfmU30RDaB-oKIxzm7ut_lg59yXLsVUj5Giwm8mMgtNqw2WaUn9MTdalPSuaaXlniozEvEvMxdSO4i_u-8/s1600/12985526_1022400154479838_542651680418373253_n-360x200.jpg" /></a><br />
<br />
Haha, quem diria que já se passou um ano da última Flip!<br />
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Nossa, faz tempo que não apareço aqui, o blog anda meio parado; ando mais focado em meu outro blog, o <a href="https://denisakel.wordpress.com/" style="font-style: italic;">denisakel.wordpress.com </a>, no qual tenho feito posts rápidos e constantes, experimentando formatos, com desenhos e fotos (além de textos), enfim, convido a conhecerem :D<br />
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Por aqui no Diálogos, ainda planejo uma mudança visual no blog, e tenho alguns posts encaminhados para logo mais também.<br />
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Mas o destaque deste post de hoje é novamente uma menção à FLIP, que começou ontem! A 14ª edição do Festival Literário Internacional de Paraty esse ano homenageia a poetisa Ana Cristina César, uma bem-vinda homenagem a uma autora ainda pouco conhecida, embora seja um dos principais nomes da chamada poesia marginal, movimento de contracultura que tinha entre os objetivos propor críticas aos conservadorismos da sociedade da época. Ana C. teve uma vida breve, mas intensa, e será lembrada com inúmeros eventos e exposições, além de ser forte tema de discussão nas mesas da tenda central.<br />
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Acreditei não poder ir à festa esse ano, mas as engrenagens da vida às vezes dão essas guinadas, meio bruscas, meio em cima da hora, e quando vemos já estamos redirecionados! E lá vou eu! De maneira bem mais leve e informal do que fui ano passado, agora já conhecendo bem esta atmosfera que paira nesta época em tão especial cidadezinha.<br />
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A FLIP 2016 acontece de 29 de junho a 3 de julho, em Paraty-RJ!<br />
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Informações totais no site oficial: <a href="http://flip.org.br/">http://flip.org.br</a><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr75eQsgGzj4edRh8zpmyOxtbCX6O5LCu7i3w-_xDSJzXVNSZ5LcLLZrlq1iWOJRAMxBtPuEImsEROFjt0ITsUh1YRcabNIT7re0hOtA7oyxWsbiRQFnFBhc974bwCpwKURAoYFm2nais/s1600/8701915512-352.png" imageanchor="1"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr75eQsgGzj4edRh8zpmyOxtbCX6O5LCu7i3w-_xDSJzXVNSZ5LcLLZrlq1iWOJRAMxBtPuEImsEROFjt0ITsUh1YRcabNIT7re0hOtA7oyxWsbiRQFnFBhc974bwCpwKURAoYFm2nais/s320/8701915512-352.png" width="320" /></a><br />
<br />Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-34967741662164318082016-03-25T12:49:00.000-03:002016-06-29T21:46:43.689-03:00FLIP 2015 – (FINAL - Conclusão)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJr1Nki2D1-TpO-YIETNVZyZugop2-zjAzwdFGscTmXvliHRQaJ2Qoeo_1fwenstaGR-vsnYZhc_3BidlkfHg9gDTWAgIcmdDi4MKYnxumadltasacI7IShaFWK8PpfEgX-Wn5iGbOZW4/s1600/IMG_4074.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJr1Nki2D1-TpO-YIETNVZyZugop2-zjAzwdFGscTmXvliHRQaJ2Qoeo_1fwenstaGR-vsnYZhc_3BidlkfHg9gDTWAgIcmdDi4MKYnxumadltasacI7IShaFWK8PpfEgX-Wn5iGbOZW4/s400/IMG_4074.JPG" width="400" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Fotos: Denis Akel</span><br />
<span style="font-size: xx-small;">Vídeos: Denis Akel / Diego Akel</span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-size: xx-small;">Veja Também:</span>
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-size: xx-small;">Série Memórias FLIP 2015</span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/10/flip-2015-i-paraty-e-seus-encantos.html">Post I - Paraty e seus encantos</a> </span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/10/flip-2015-ii-as-mesas-que-assistimos.html">Post II - As mesas que assistimos 1/3</a></span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/11/flip-2015-ii-as-mesas-que-assistimos.html">Post II - As mesas que assistimos 2/3</a></span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2016/02/flip-2015-ii-as-mesas-que-assistimos.html">Post II - As mesas que assistimos 3/3</a></span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2016/02/flip-2015-iii-livros-curiosidades-e.html">Post III - Livros, curiosidades e observações </a></span><br />
<br />
E eis que finalmente me vejo diante do último post desta extensa série! Nossa, parece que foi ontem ainda que comecei a escrevê-los. Mais, parece que foi ontem que cheguei de Paraty! Depois de passar estes últimos dias novamente imerso nesse universo, é bem essa a sensação que sinto. Neste post final, partilho vídeos de algumas de nossas explorações no centro histórico, mais algumas fotos, e ainda um pouco de como foi meu processo em escrever toda esta série.<br />
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<b>ANDANÇAS PELO CENTRO HISTÓRICO</b><br />
<br />
Um dos maiores destaques de se estar em Paraty, além da Flip, foi o centro histórico. Andar e explorar as ruelas, sentir aquele clima tão convidativo, respirar o ar libertador, ao nos jogar em uma realidade tão diferente, foi extraordinário. Nos primeiros dias, porém, foi um pouco difícil nos localizarmos, como chegar aos locais, mas graças ao mapa que havia no folheto de programação, logo nos acostumamos, à medida que também criávamos pontos de referência nos restaurantes e lojas. A cada nova passada por ali, ficávamos mais familiarizados, integrados, e sempre deslumbrados. O vídeo abaixo filtra um pouco de todas essas sensações:<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="400" src="https://www.youtube.com/embed/KoptAAtGEQY" width="500"></iframe><br />
<br />
<br />
Já no video abaixo, meu irmão mostra um pouco de sua visão sobre minha visão, um passeio contemplativo por minhas experiências na Flip durante esta vivência. Vários dos muitos momentos que narrei aqui ao longo de toda essa série estão neste vídeo, que sintetiza nossos olhares e sensações:<br />
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<br />
<iframe src="https://player.vimeo.com/video/171864939" width="500" height="400" frameborder="0" webkitallowfullscreen mozallowfullscreen allowfullscreen></iframe> <p><a href="https://vimeo.com/171864939">Diálogos Visuais: FLIP 2015 - Contemplações e sensações</a> from <a href="https://vimeo.com/user53611806">Denis Akel</a> on <a href="https://vimeo.com">Vimeo</a>.</p>
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<b>MAIS ALGUMAS FOTOS</b><br />
<b><br /></b>Talvez não haja muito mais o que mostrar, de diferente do que já tenha mostrado nos posts anteriores, mas seguem mais algumas fotos, de momentos aleatórios da festa literária, e da cidade de Paraty. Imagens que refletem a energia maravilhosa que pairou na cidade durante e depois da Flip:<br />
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Por falar em fotos, durante o processo de selecionar as que postaria aqui (desde o primeiro post) percebi nelas bem mais do que tinha percebido no momento que as tirei. É interessante olhar para as pessoas que por acaso saem, que estão andando ou mesmo nas filas e por acaso saem na foto. Fico às vezes pensando quem são, qual serão suas histórias? Como e por que tinham ido à Flip? Onde estarão hoje? Talvez nunca tenha essas respostas, mas é curioso imaginar. Alguns rostos aparentam simpatia, outros são mais fechados, sérios, uns escondem-se em óculos escuros, outros exibem largos sorrisos, é toda uma vida que acontece em volta, retida no momento da foto e que esquecemos de perceber, pois direcionamos geralmente um olhar mais abrangente. Algumas das fotos que tirei acabam evocando muito essas sensações, e fico instigado, maquinando prováveis histórias para cada uma daquelas pessoas, típicos personagens da vida. Tudo é inspirador.<br />
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Fazia muito frio na cidade, às vezes mesmo durante o dia. À visão de todos com seus casacos e agasalhos, nos sentíamos quase numa cidade da Europa. Um ritmo bem característico podia ser visto ali. Não havia pressa ou correria, todos transitavam calmamente pelas ruelas, desfrutando aquele momento, encantando-se com a cidade e sorrindo mesmo ao ter que tomar cuidado ao andar pelo chão de pedras traiçoeiras. Até nos últimos dias, no auge do movimento, essa ordem não se rompeu totalmente. Era um caos controlado, saudável.<br />
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<b>BASTIDORES: MEU PROCESSO DE CRIAÇÃO DESTES POSTS</b><br />
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Escrever esta série sobre a Flip estava de alguma maneira em minha cabeça desde sempre. Desde antes mesmo de ir ao evento, sempre coloquei aqui no blog menções a ele ou mesmo breves postagens com base no que assistia da transmissão online. Sonhava em um dia estar lá. Esse dia chegou, e a oportunidade de poder ir a Paraty, de viver tudo aquilo de perto, traria também a necessidade de se escrever sobre isso, o que me fascinava tanto quanto a ideia da vivência em si. Estava claro para mim que escreveria muito sobre essa viagem, sobre essa experiência tão única.<br />
<br />
Muita gente pergunta como lembro de tudo tão bem, principalmente agora, em meados de 2016, meses depois. Fiz um mapa geral de todas as ideias e temas que queria desenvolver nestes textos, tão logo voltamos de viagem, lá em agosto de 2015. Esquematizei mais ou menos quantas seriam, e fiz esse planejamento já imaginando que poderia demorar muito a concluir este projeto, de modo que, através dele, conseguisse recordar ou ter tudo o que precisaria para continuar mesmo com muito tempo passado. Foi algo similar ao que fiz em outras séries de postagens extensas, como as da bienal do livro, mas nessas da Flip a dedicação foi maior, por tudo nela também ter sido maior, mais intenso. Os registros que fiz durante a viagem também foram cruciais, na figura do diário (tanto no caderno, como no celular) e as muitas fotos que tirei, muitas vezes para marcar um momento que sabia que seria referido quando depois sentasse para escrever. Em termos gerais, era como resolver um quebra-cabeças, eu buscava encaixar tudo o que eu tinha para criar uma unidade.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAdS5-F2YGMSJhEXU1uRHMl3Qdq6gZc1TLVMGT-nK2cQ-0cv07JCbo67RNcYpJ0L5sCP0IYKhQubKRXlkJ0XEs9LdwTdCeO_IYbC9QUYXndWVcvKJmdsJuArO6CgclLSjQipLME3kqUgE/s1600/IMG_1953.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAdS5-F2YGMSJhEXU1uRHMl3Qdq6gZc1TLVMGT-nK2cQ-0cv07JCbo67RNcYpJ0L5sCP0IYKhQubKRXlkJ0XEs9LdwTdCeO_IYbC9QUYXndWVcvKJmdsJuArO6CgclLSjQipLME3kqUgE/s400/IMG_1953.JPG" width="400" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw_PGqhgKst27gAG-R9dgDsq9Npv3JVI_ztVxP9xnjFySisgFchv68m2c0HAW6oeFaTvA2YhOxUxM9vFkF0bTZYqCfgYW8zncnpbqpLrzuIMqvkQwqdVT99A6ds_kpjTPIKXqPWLuESa8/s1600/IMG_1943.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw_PGqhgKst27gAG-R9dgDsq9Npv3JVI_ztVxP9xnjFySisgFchv68m2c0HAW6oeFaTvA2YhOxUxM9vFkF0bTZYqCfgYW8zncnpbqpLrzuIMqvkQwqdVT99A6ds_kpjTPIKXqPWLuESa8/s400/IMG_1943.JPG" width="400" /></a></div>
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Outros comentaram que estava escrevendo muito, posts muito extensos. Talvez, mas prefiro olhar por outro lado. A primeira coisa que tive em mente quando quis escrever sobre essas vivências na Flip foi justamente não me limitar, deixar fluir tudo o que quisesse e sentisse que devesse dizer. A oportunidade de ir à festa literária foi, como repeti ao longo de todos os posts, um sonho realizado. É possível limitar um sonho? Reduzi-lo? Encurtá-lo? Sonhos são expansivos, flexíveis, ilimitados. Assim, me senti livre para narrar os fatos com naturalidade, deixando fluir essa torrente que jorrava de mim, mesmo que isso significasse um punhado de linhas a mais. Essas narrativas são, sobretudo, um registro pessoal, um recorte de uma realidade, uma tentativa de fazê-la viver além do tempo.<br />
<br />
Desde quando ainda estava em Paraty, comecei a planejar mentalmente como faria para postar aqui tudo (ou quase tudo) que trouxesse de vivências e experiências. Sabia que não conseguiria condensar isto em um só post, e sabia também que isso não seria bom, seria demais para se jogar assim, de uma vez. Dividir os temas foi a medida inicial, e o fiz, primeiramente num papel (estes mostrados acima). Era o primeiro planejamento. Dali comecei efetivamente a escrever. Percebendo que tinha muitas ideias a desenvolver, decidi usar capítulos para dividir o texto, algo que nunca tinha feito aqui antes, e gostei; organizam melhor as ideias e sintetizam os assuntos de maneira mais uniforme.<br />
<br />
As fotos foram um capítulo à parte. Ao todo tirei mais de novecentas. Em cada post, costumo alternar um pouco texto e fotos, fazendo o possível para que a imagem complete o que escrevi e vice-versa, assim aumentando a imersão no tema. Claro que seria impossível publicar todas as fotos aqui, então foi preciso selecionar, de uma por uma, para que se encaixassem da melhor maneira. Esse processo foi bem desgastante, principalmente nos últimos posts, onde há mais fotos, e sempre se fica a impressão "será que essa é melhor mesmo? E essa outra?".<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDsowy9m4C8XXNumHZGuQ5xMmdBCPyXYZtqvWT4HgOUGiTyXIgs8ts6Zi0pITZzomczWwcuw0hCe6y8jpDchwhgE8T94LptwSXSdodDgImO-J-A5IssGA0CkCa9CDxkLfekNkTDdoaPa4/s1600/IMG_1859.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDsowy9m4C8XXNumHZGuQ5xMmdBCPyXYZtqvWT4HgOUGiTyXIgs8ts6Zi0pITZzomczWwcuw0hCe6y8jpDchwhgE8T94LptwSXSdodDgImO-J-A5IssGA0CkCa9CDxkLfekNkTDdoaPa4/s400/IMG_1859.JPG" width="400" /></a></div>
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Mesmo já tendo uma base bem sedimentada para criar estes posts, não foi tarefa fácil fazê-los ficar da maneira como eu imaginava (se é que ficaram). Muito tempo se passou, da data da Flip para cá. Fiz as duas primeiras ainda no auge do clima, mas logo vieram outras viagens, tive sérias perdas na família e isso embolou bastante a situação dos posts futuros. Passei dias nebulosos até me reestruturar. Depois, fiquei meio perdido, sem saber como retomar, como concluir. A solução foi reler tudo o que já tinha escrito, rever todos os papéis, fotos, quase como se os visse pela primeira vez. Somente assim consegui me nutrir de novo, reencontrar a direção, para conseguir finalizar a série tal como ficou. Era preciso, sobretudo, lapidar o caminho para que eu mesmo pudesse trilhá-lo.<br />
<br />
Os três últimos posts foram feitos a passos de tartaruga. Apesar de dedicar boas horas dos dias desse início de ano a eles, foram precisos vários processos: organizar as fotos e vídeos, pesquisar mais os livros e autores que citaria, rever minhas anotações, as coisas que trouxe, sentir novamente o que sentira e, mais do que tudo, buscar as melhores palavras para descrever tudo isso. Às vezes estas etapas fluíam rápido, noutras terrivelmente lento, o que é incrivelmente normal quando se escreve.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinA2xkJ-4i8aGN6RbTFbSuTxF0g77SKQFuR75rMw6VteTS4tKMLkr5Dlk9LvkNSV1N5ikSTHZSDm6V8e-xdjK6j8_DR1GK6BKCU00RW_YdoN2zbtulPLHX1dLKE5Mj4lvzx-ROV3PquHk/s1600/IMG_1951.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinA2xkJ-4i8aGN6RbTFbSuTxF0g77SKQFuR75rMw6VteTS4tKMLkr5Dlk9LvkNSV1N5ikSTHZSDm6V8e-xdjK6j8_DR1GK6BKCU00RW_YdoN2zbtulPLHX1dLKE5Mj4lvzx-ROV3PquHk/s400/IMG_1951.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Meu quadro de anotações bastante tomado pela Flip</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Algumas pessoas comentavam ainda para que eu simplificasse os últimos posts, mas isso não me fazia sentido. Quis me ater ao que idealizara quando ainda estava em Paraty. Quis que estes últimos mantivessem a essência dos primeiros, escritos na ebulição da chegada, que continuassem refletindo aquela sensação. Mesmo tendo um mapa mental de tudo o que ainda queria fazer, sabia que não seria assim da noite para o dia, e tive de ser paciente, sobretudo comigo mesmo, à medida que via pouco a pouco os posts ganharem corpo.<br />
<br />
Após todos esses processos, com tudo pronto, costumo reler inúmeras vezes todo o post, primeiro conferindo se tudo está mais ou menos onde deveria, e cortando ou adicionando o que precisar (tarefa que parece nunca acabar). Depois tento me distanciar, ler como se fosse uma pessoa que por acaso se deparasse com este texto, com uma visão menos crítica, e ver se consigo me empolgar, me cativar por ele. É uma das partes mais divertidas, é sempre muito bom olhar para o que fazemos esquecendo um pouco que somos os autores, parece que assim valorizamos mais.<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz0JCwu_Qd0gQVv-G7bUzFQsTqKE2OfeCI7d_58Vlhf6rIjcGOhcSF8f4-II59qG1j_zdNRBqLJaJLioKm9TQHOGV9jSqUWusLWzuG9pFRXtOC2eKUzbO632VJ85d2uQh9TSEEI7cmVZg/s1600/IMG_1857.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz0JCwu_Qd0gQVv-G7bUzFQsTqKE2OfeCI7d_58Vlhf6rIjcGOhcSF8f4-II59qG1j_zdNRBqLJaJLioKm9TQHOGV9jSqUWusLWzuG9pFRXtOC2eKUzbO632VJ85d2uQh9TSEEI7cmVZg/s400/IMG_1857.JPG" width="400" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3pXT6gUaEetVYdNu4ADsF4N2VhqixBEEwAeQjg62z0Y_aJoaVInuGtos3_ySe-8EOCv7fei7rVXKAfnVD7gFt5UGUS5l3lWvq6GEoIZnvtGhTJX_qjYiNT_iTLIAQxsGRn75BHFZBVKQ/s1600/IMG_1670.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3pXT6gUaEetVYdNu4ADsF4N2VhqixBEEwAeQjg62z0Y_aJoaVInuGtos3_ySe-8EOCv7fei7rVXKAfnVD7gFt5UGUS5l3lWvq6GEoIZnvtGhTJX_qjYiNT_iTLIAQxsGRn75BHFZBVKQ/s640/IMG_1670.JPG" width="480" /></a></div>
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<br />
Uma constante que sempre me invade os pensamentos quando faço posts extensos aqui é que talvez pudesse ter dito mais sobre isso ou aquilo, ou talvez menos. É difícil mensurar limites, como disse lá em cima, quando não se quer ter limites. Em vez disso, prefiro pensar que poderia não ter dito nada, afinal, decidir fazer essa série até o final já foi muito, uma iniciativa exaustiva, mas que vejo agora com um sabor muito especial, adicionando este que é o tempero final.<br />
<br />
Cheguei a perder ainda vários trechos do texto por problemas no blogspot, o que me deixou bastante irritado e desanimado. Não nego que fui desatento em não salvar um backup, mas dadas as circunstâncias nas quais escrevia na época, acabei não me preocupando tanto com isso. Quando depois procurei o que tinha escrito e me deparei apenas com o branco da tela, me senti tão vazio quanto ela. Quem escreve sabe como dói perder um texto, ainda mais por uma razão tão estúpida como essa. É quase como ser roubado, um roubo silencioso, um roubo de ideias. Pensa-se que não conseguiremos fazer tal como fizemos, e de fato não conseguimos, mas prefiro considerar quase como um desafio pessoal, em fazer agora <i>melhor</i> do que da primeira vez, e foi com esse espírito que me debrucei a reescrever os textos perdidos.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAm2EovUPswDiko8Z_C7qD43ZmtRabmSfb_przAkUWGx3g7FsuQpG4aieFLyZtk4MjUXoTlNMLOzl7P33JLGnObYLO4y65vDnNZ5yY94I5HNK-jgD_HErtoMMB78wVcMm8w6ElIFgBTVM/s1600/IMG_1944.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAm2EovUPswDiko8Z_C7qD43ZmtRabmSfb_przAkUWGx3g7FsuQpG4aieFLyZtk4MjUXoTlNMLOzl7P33JLGnObYLO4y65vDnNZ5yY94I5HNK-jgD_HErtoMMB78wVcMm8w6ElIFgBTVM/s400/IMG_1944.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No celular ou no caderno, registros que foram as bases para estes posts</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8rHMQ4aE16rBssk8oHLkt2P7nzDIYEOsjqcMw2QE_0DbVLvkuapZmWG1_Mp4xoPiGYAVBKobfHXNAx8F5OaJvlPrXjM_GUIEp0cjNDjOqZwPHAtGKgf0VFmUvMWhgLR5tr0RioT8N0K8/s1600/IMG_1916.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8rHMQ4aE16rBssk8oHLkt2P7nzDIYEOsjqcMw2QE_0DbVLvkuapZmWG1_Mp4xoPiGYAVBKobfHXNAx8F5OaJvlPrXjM_GUIEp0cjNDjOqZwPHAtGKgf0VFmUvMWhgLR5tr0RioT8N0K8/s400/IMG_1916.JPG" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjYRmLlZ4Pe0VOARXlwEiQhAYXU2S8hiHuOvD5iH459kI1cYeM59b6MQ2uZRBBz74csy5bmq8X6Nqr17ee3FiMevInKi7_sm-5HurB5d0g8BsD46CC9Y-5trHklzFoyEdKkcu1jKkw-MQ/s1600/IMG_480379848.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjYRmLlZ4Pe0VOARXlwEiQhAYXU2S8hiHuOvD5iH459kI1cYeM59b6MQ2uZRBBz74csy5bmq8X6Nqr17ee3FiMevInKi7_sm-5HurB5d0g8BsD46CC9Y-5trHklzFoyEdKkcu1jKkw-MQ/s400/IMG_480379848.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Momentos finais da preparação deste post</td></tr>
</tbody></table>
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A cada novo post publicado, me sentia realizado, e meio surpreso por ter conseguido de fato engendrar e realizar toda essa produção. E logo já mergulhava a começar o próximo, igualmente surpreso, mas agora ao ver o aparente vazio do editor de texto do blogger e imaginar o que conseguiria colocar ali, até a finalização do post. E esse sentimento me volta agora, ao escrever essas linhas, ainda antes de publicar este último, e perceber mais uma vez essa realização.<br />
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<b>CONSIDERAÇÕES FINAIS</b><br />
<b><br /></b>A ida à Flip, como deixei transparecer ao longo de todos esses textos, foi uma experiência espetacular, sem precedentes, um sonho realizado. Agora, após vários meses, os efeitos desta viagem ainda me são muito marcantes, principalmente depois de escrever tudo o que escrevi nestas postagens, depois de praticamente revisar e revisitar todas essas sensações. Foi, antes de tudo, um investimento que valeu cada centavo. Percebo agora mais do que nunca o quanto vale a pena investir em viajar, em se abrir para mundo. Li recentemente um artigo que dizia isso; viagens nos são muito mais proveitosas do que qualquer objeto físico, investir em uma viagem é investir em nosso crescimento como pessoa e, enquanto objetos e coisas estão sujeitas à ação do tempo, as viagens vivem para sempre em nós, nos moldam, definem. É incrível como muita gente prefere gastar com futilidades, apequenam a vida, não agregam ao mundo.<br />
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A vivência em Paraty nesse total de quase dez dias foi maravilhosa. Além da cidade, da qual já falei bastante anteriormente, o povo era muito hospitaleiro. Quando estávamos conversando com os locais, nos comércios, ou mesmo com pessoas de outros estados e dizíamos que éramos de Fortaleza, todos exclamavam: – <i>nossa, que longe</i>! Sim, era longe, e quase nos fazia sentir que vínhamos de outro país. A iniciativa de sair de Fortaleza para estar ali foi muito elogiada por aquelas pessoas, que viam em nossos olhos o brilho do sonho realizado.<br />
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A mídia alardeou aos quatro ventos que esta Flip foi menor, reduzida, por conta da crise econômica. Várias pessoas que conhecemos lá também disseram que as estruturas estavam mais modestas, as tendas menores do que nos anos anteriores, os shows simplificados... bobagem! Podiam dizer o que fosse, mas para nós, que íamos pela primeira vez, tudo era incrível, tudo era grandioso, era nosso primeiro referencial daquela festa, nada parecia fora do lugar.<br />
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No entanto, uma coisa que posso dizer, apesar de tudo, é o fato do evento ser um pouco elitista. É um dos maiores (senão o maior) festival literário do país, mas não é muito acessível. É preciso se fazer um grande investimento para se estar ali. A estadia em Paraty, na época, que também é época de férias, já consome uma boa fatia desse investimento. Boa parte da programação é gratuita mas os ingressos para entrar na tenda dos autores chegam a custar 50 reais. Adiciona-se a isso alimentação e eventual verba para se comprar algum livro ou coisa parecida. Não que a Flip seja um lugar apropriado para se comprar muitos livros, já que não há promoções significativas, uma vez que <i>não</i> é uma feira do livro, mas sempre é possível achar uma ou outra coisa que valha também esse investimento, como citei no post anterior. Ainda assim, acho infinitamente melhor investir e gastar numa viagem dessa do que numa infinidade de eventuais coisas que ou não usamos ou usamos pouco ou logo compramos outra "melhor".<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_7__2DjQBB7gkUPOC3VHjoATZvCFqtud04W4ncZXcA7AWnIOjGBWzvWn_dKxIN25oQVMYkKm_0kGR0_EzewIHE3OhEmJtZhqrcOC10sKOZ0BnsvxSkXSdZfTcHfU-JsLkvUNYkIe0j5I/s1600/denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+escritor+fortaleza+literatura+blog.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_7__2DjQBB7gkUPOC3VHjoATZvCFqtud04W4ncZXcA7AWnIOjGBWzvWn_dKxIN25oQVMYkKm_0kGR0_EzewIHE3OhEmJtZhqrcOC10sKOZ0BnsvxSkXSdZfTcHfU-JsLkvUNYkIe0j5I/s400/denis+akel+dia%25CC%2581logos+visuais+escritor+fortaleza+literatura+blog.JPG" width="400" /></a></div>
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Fizemos bons amigos e contatos em Paraty, como a querida Gertrudes, que conhecemos numa fila, as pessoas das pousadas e mesmo alguns dos palestrantes da Flip. Trouxemos muito deles conosco, de sorrisos e simpatias, e mesmo de desconhecidos, daquelas dezenas de pessoas, vindas de todo o país e mesmo de outros países, que víamos todos os dias transitando pelo centro histórico, com suas personalidades tão distintas, trajes e trejeitos, uma riqueza cultural que passava assim diante dos olhos, e que mesmo por poucos instantes, marcou profundamente. <br />
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Agradeço muito a meu querido irmão, Diego Akel, sem o qual provavelmente não teria abraçado essa chance tão especial, e teria passado mais um ano vendo a Flip da tela do computador. Diego além de tudo foi uma companhia extraordinária, em todos os ambientes. Conversávamos muito, como sempre conversamos, discutindo ideias e projetos que aquela vivência nos inspirava. Muito dos nossos atuais trabalhos, e futuras publicações, é fruto exatamente de viagens como essa.<br />
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Destaco novamente a experiência de manter o diário no caderno (citado no post anterior), que me fez despertar ainda mais para a importância dos registros de memória. Atualmente, continuo registrando, fatos curiosos do dia-a-dia, pensamentos, sensações soltas, e também desenhando, gravando momentos através de imagens. É um registro muitas vezes bem mais profundo que uma simples foto, pois ao desenhar, nos apropriamos de cada detalhe do que vemos, diferente da foto, onde confiamos mais na câmera do que em nossos olhos. Venho tornando este hábito cada vez mais comum, como comer ou dormir, e é incrível como liberta o olhar, e passamos a enxergar bem mais do que achamos que podemos.<br />
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E é isso, chego então ao fim dessa longa narrativa, muito satisfeito de vê-la enfim concluída. Apesar de planejar, os posts cresceram mais do que imaginei, e por isso também quis comentar um pouco de como foi fazê-los. Sei que poucas pessoas lerão tudo o que contei ao longo de toda a série, mas espero que as pessoas certas leiam, mesmo que demore dias, meses ou anos. Estes relatos são sobretudo impressões de alguém que tinha um sonho e teve a chance de realizá-lo. O que seria da vida se não tivéssemos sonhos? Sonhar é combustível do viver. Vamos fazer acontecer, vamos mergulhar fundo, nos lançar ao mundo. Como diz Ray Bradbury, vamos nos jogar e construir as asas no caminho!<br />
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E logo mais vem mais uma FLIP! Esse ano será de 29 de junho a 03 de julho, homenageando a poeta Ana Cristina César. Detalhes no <a href="http://www.flip.org.br/">site oficial </a>do evento.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQX1z75vpiNw4OyF1rwo_mh6qZ0DKLBwGCzeB8asKEoVPbHJ-p3DGMw-wDGhDSQyWqi6utn6Mz0IEbzty5PmlnFV9wgtbxiREc_3s1W6V2qxCXQof6j0ZCP2aBYQ2qBgzcDs7dITSE84w/s1600/IMG_3935.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQX1z75vpiNw4OyF1rwo_mh6qZ0DKLBwGCzeB8asKEoVPbHJ-p3DGMw-wDGhDSQyWqi6utn6Mz0IEbzty5PmlnFV9wgtbxiREc_3s1W6V2qxCXQof6j0ZCP2aBYQ2qBgzcDs7dITSE84w/s400/IMG_3935.JPG" width="400" /></a></div>
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<span style="font-size: xx-small;">Dedico este post, bem como a série inteira da Flip, à memória das perdas que tive. Grato por tudo o que fizeram por mim. </span>Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5323365637274977384.post-91097481252674641812016-03-14T22:56:00.000-03:002016-03-22T01:14:17.528-03:00FLIP 2015 (III – Livros, curiosidades e observações)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhABdPTmH9Sq17h8zuT-7bHepB5U8jJYS0icHboBpHw7YjE5TkxJByEK3xSAP1coW0wu2QJHuTbUG3O4R6fR1js7V447XDiIt3DWH321xePIKNun46UD_y3ThOhcRhFik4MgLI6J1j0k0o/s1600/IMG_3825.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhABdPTmH9Sq17h8zuT-7bHepB5U8jJYS0icHboBpHw7YjE5TkxJByEK3xSAP1coW0wu2QJHuTbUG3O4R6fR1js7V447XDiIt3DWH321xePIKNun46UD_y3ThOhcRhFik4MgLI6J1j0k0o/s400/IMG_3825.JPG" width="400" /></a></div>
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<span style="font-size: xx-small;">Fotos: Denis Akel</span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;">Veja também: </span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/10/flip-2015-i-paraty-e-seus-encantos.html">Post I - Paraty e seus encantos </a></span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/10/flip-2015-ii-as-mesas-que-assistimos.html">Post II - As mesas que assistimos 1/3</a></span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/11/flip-2015-ii-as-mesas-que-assistimos.html">Post II - As mesas que assistimos 2/3</a></span><br />
<span style="font-size: xx-small;"><a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2016/02/flip-2015-ii-as-mesas-que-assistimos.html">Post II - As mesas que assistimos 3/3 </a></span><br />
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Seguindo com a série sobre a FLIP 2015, mas dessa vez não para falar de mesas ou palestras. Este post centrará outros detalhes da festa literária, bem como algumas curiosidades da cidade de Paraty e o que vimos por lá. Algumas coisas aqui já haviam sido comentadas nos post anteriores, mas agora posso expandir mais esses temas. A ordem de leitura dos capítulos deste post não é cronológica, ou seja, podem ser lidos em qualquer ordem. :)<br />
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<b>O DIA DEPOIS DA FLIP</b><br />
<b><br /></b>Quando a Flip terminou, ficamos ainda uma semana em Paraty. Voltaríamos ao Rio de Janeiro apenas no dia 10 de julho, e tiramos esses dias para descansar um pouco da correria imposta pelo ritmo do festival literário. Contudo, muito me interessava também acompanhar como a cidade ficaria no dia-a-dia após a Flip, como seria o fluxo de pessoas, o movimento nas ruas... e a situação das tendas? Será que já as desmontariam? Eram detalhes que fazia questão de ver, assim como vi antes da abertura.<br />
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Chegando ao centro histórico, percebemos tudo praticamente irreconhecível, ante o movimento assombroso que tinha conhecido nos últimos cinco dias. Havia, claro, ainda algumas pessoas, a maioria claramente turistas, transitando por lá, mas um grande vazio se fazia notar nas ruelas pedregosas, na praça da matriz e em todos os demais palcos da festa literária.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh24dxC-iPGwUr0FICj3dX49VfJRw-gLDByw9dZeQYJVkmEqu0S9CrTEtRKPI0z4dyXKG9-4fLdVpoTpX9QeJ4XUHVAhQtCnQUgeiF5fu5QerWVyNdKJeH2HHz066YmpwofiAJmc5B8f94/s1600/IMG_4038.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh24dxC-iPGwUr0FICj3dX49VfJRw-gLDByw9dZeQYJVkmEqu0S9CrTEtRKPI0z4dyXKG9-4fLdVpoTpX9QeJ4XUHVAhQtCnQUgeiF5fu5QerWVyNdKJeH2HHz066YmpwofiAJmc5B8f94/s400/IMG_4038.JPG" width="400" /></a></div>
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Esse vazio não era tão novidade para nós, e fazia lembrar do dia de nossa chegada, dois dias antes do início da festa. Mesmo assim, foi um grande choque rever a calmaria da cidade depois da explosão que foi a Flip. Havia sobretudo um silêncio no ar, uma tranquilidade que até enaltecia a atmosfera litorânea e pitoresca do lugar. Uma sensação nostálgica foi nos invadindo, à medida que caminhávamos – agora sem qualquer pressa –, por ali. Parece bobo pensar, mas acho incrível como a Flip veio, passou, e tudo continuava ali, a cidade seguia seu curso, fortalecida.<br />
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Apesar da movimentação reduzida, algumas pessoas ainda estavam pelos restaurantes, lojas, bares, e praças, e era outro sabor desfrutar daqueles visões, sem o compromisso com alguma palestra ou algo assim. Era quase como redescobrir a cidade.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIyUsJ5zwfXKH8K7bPX73tNWA7a-ymdDikerFxScagY4EU7kHywBx-SqiPxhTxjg-PU_Gmtp_b69iUwOgGbjIA3WnKoLycIWK-pay8awBrrW_ITnSe90GAcBZspfSBZECHKaeT41YQZIo/s1600/IMG_4044.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIyUsJ5zwfXKH8K7bPX73tNWA7a-ymdDikerFxScagY4EU7kHywBx-SqiPxhTxjg-PU_Gmtp_b69iUwOgGbjIA3WnKoLycIWK-pay8awBrrW_ITnSe90GAcBZspfSBZECHKaeT41YQZIo/s400/IMG_4044.JPG" width="400" /></a></div>
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Quando chegamos à área das tendas propriamente ditas, no coração do centro histórico, além da ponte sobre o rio Pequequê-Açu, vimos o que eu já esperava ver: as estruturas já em processo de desmonte. E não era uma operação fácil: havia vários caminhões e dezenas de homens trabalhando. O local estava mais uma vez interditado, pelas mesmas faixas amarelas que vimos na noite anterior à abertura. Desta vez, porém, elas não antecipavam nenhum espetáculo, pelo menos não para o grande público, que àquela hora já devia estar nos ônibus ou aviões de volta para suas cidades. Estavam pelas imediações apenas alguns moradores e curiosos como nós, e circundamos a área à medida que as faixas permitiam.<br />
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A visão das tendas, das estruturas, sendo desmontadas foi a princípio interessante, pois percebíamos toda a complexidade que havia por trás daquele super palco, do trabalho que deve ter sido erguê-lo ali, mesmo para tanto equipamentos e tantas pessoas envolvidas. Era mesmo todo um arsenal de ferragens e peças, criando detalhes que fizeram toda a diferença. Foi ainda bastante curioso ver que por baixo de toda aquela armação havia grama. Contudo, depois de uns minutos em meio àquele cenário de ruínas, nos deu um certo pesar, uma tristeza repentina, talvez por presenciar aquilo que ninguém, ou quase ninguém, deveria ver. Com os holofotes apagados, a festa já deixava saudade, e ver aqueles "esqueletos" não era muito reconfortante.<br />
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Um outro detalhe que esqueci de comentar antes é que havia casas aparentemente comuns, isto é, residências, nos entornos do local das tendas. Quem será que morava nelas? O que pensavam da Flip?Ficamos pensando como seria engraçado morar ali, e ter o evento acontecendo praticamente no quintal de casa!<br />
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O processo de retirada das tendas levou dias, pelo menos durante os dias que passamos ainda por lá. Víamos depois sempre de longe, ouvindo o ruído das peças, dos guindastes trabalhando. A saudade já era grande, de voltar a pisar naquele solo sintético, de ver aquela multiplicidade de pessoas, de voltar àquela atmosfera que eu tanto esperara para respirar.<br />
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<b>QUE LIVROS COMPRAR? </b><br />
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Um dos, vamos dizer, 'receios' que tinha de ir à Flip era quanto às oportunidades de se comprar livros que provavelmente só encontraria lá, pois apesar de isso ser por um lado fascinante, por outro era meio assustador, uma vez que seria difícil dosar exatamente o que comprar, considerando não abalar muito o orçamento, não comprar mais do que sei que leria e sobretudo o espaço nas malas, considerando ainda que de Paraty iríamos para o Rio de Janeiro, ao Anima Mundi.<b><br /></b>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfBx8a1H7bQX-s1GDPcpC47LOAGPdeUvqvX29BSUBXDWew2anZrz25Yc1DCxpn5sjaQmAANyfcoFI4BDNPurdoVEEc4U2eyxXBFow-BCjd-FChJL8qTN2EjblCiKJHBFMkWKUViZAkwtY/s1600/IMG_3408.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfBx8a1H7bQX-s1GDPcpC47LOAGPdeUvqvX29BSUBXDWew2anZrz25Yc1DCxpn5sjaQmAANyfcoFI4BDNPurdoVEEc4U2eyxXBFow-BCjd-FChJL8qTN2EjblCiKJHBFMkWKUViZAkwtY/s400/IMG_3408.JPG" width="400" /></a></div>
<b><br /></b>
Assim, as idas às muitas livrarias que haviam por lá eram sempre permeadas por essa inquietação. Sabia que poderia achar coisas incríveis, mas será que precisaria mesmo delas? Dei uma olhada geral nos livros dos autores presentes no evento, que eram invariavelmente os mais badalados – e mais caros. Não que não fossem interessantes, ou não valessem o investimento, mas não eram bem o que eu procurava naquele momento. Já estou com estantes cheias de romances, de antologias, e a maioria ainda espera para ser lido. Não sei exatamente o que eu buscava, mas certamente não eram nenhum daqueles. Algo que tem me interessado muito ultimamente são biografias, ou memórias, um estilo de texto que também me cativa bastante a escrever.<br />
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<b>OS LIVROS QUE COMPREI</b><br />
<b><br /></b>Durante a Flip em si, durante os dias frenéticos de correria entre mesas, palestras, eventos paralelos e etc, fomos submetidos às diferentes realidades de cada autor, de cada tema, mas não me cativou comprar quase nenhum desses livros, pareciam não me acrescentar tanto naquele momento. Entrava nas livrarias, folheava um ou outro, os preços também não ajudavam, e acabava desistindo. A Flip terminou e eu já achava que voltaria sem comprar absolutamente nenhum livro, o que seria um feito bastante singular, considerando que era a primeira vez que ia a um evento dessa magnitude, e que meu primeiro pensamento, ainda quando estava em casa, foi algo como "vou voltar cheio de livros!". À medida que os dias passaram, percebi que isso estava bem longe de acontecer. E agora, meses depois, acho isso ótimo, pois é um autocontrole saudável, necessário. São escolhas que fazemos. Deixar de comprar algo, um livro, muitas vezes é uma libertação. Já dizia Daniel Pennac, em seu <i>Como um Romance</i>, todo leitor tem o direito de <i>não ler</i>. Ainda assim, surgiram algumas interessantes oportunidades, que tive de abraçar, e conto a seguir:<br />
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<i><span style="font-size: large;">Estamira: fragmentos de um mundo em abismo</span></i><br />
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Um livrinho que me chamou muito a atenção, inicialmente, não estava diretamente em foco, pelo menos não na fachada das livrarias, mas no balcão do caixa da livraria da Flip, ao lado de cadernos, lápis, bottons e outros cacarecos com a marca do festival; típicos artigos para nos atrair no momento derradeiro de pagarmos a conta, num último suplício de nos fazer gastar mais do que realmente devemos. O livro atraiu também pelo visual misterioso e ao mesmo tempo convidativo. Comecei a folhear, disposto a conhecer um pouco o que seria esse mundo em abismo.<br />
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Não consegui entender muita coisa nessa primeira olhada, apenas procurei sentir a essência do livro. O texto era pulsante, forte, como uma voz inquieta, um fluxo de consciência. Salpicados entre as páginas, inúmeros fotogramas do documentário, que pareciam buscar (ou talvez não) alguma relação com aquelas palavras. Era ainda uma edição bilingue, sendo metade do livro em inglês. Neste primeiro momento, chamou mais atenção o formato, o acabamento da obra, e o comprei como forte referência para uma publicação que pretendo lançar em breve em parceria com meu irmão.<br />
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Após olhar o livro com mais alguma atenção, e ler um pouco sobre ele (e o documentário), entendi mais algumas coisas. Estamira era uma senhora com certos distúrbios mentais, que trabalhava num aterro sanitário, e tinha uma maneira de falar e ver o mundo muito particular, com um viés filosófico que beirava as fronteiras da lucidez e da loucura. O diretor Marcos Prado buscou captar seus princípios e valores no filme, que agora se vêem refletidos neste livro. Eu não conhecia ainda nada desta história tão peculiar, então foi além de tudo uma oportunidade de conhecê-la.<br />
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O documentário, muito bom por sinal, pode ser assistido na íntegra <a href="https://www.youtube.com/watch?v=KFyYE9Cssuo">aqui</a>.<br />
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<i><span style="font-size: large;">Paraty é uma festa: dez anos de FLIP</span></i><br />
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No dia seguinte ao término da festa, estávamos zanzando pelas livrarias do centro histórico, aproveitando que tudo estava quase deserto, para dar uma olhada com mais calma nos livros (eu ainda tinha esperanças de encontrar algo que realmente valesse a compra). Diego, meu irmão, encontrou logo inúmeros livros de seu interesse. Fiquei olhando as lombadas nas prateleiras, andando com o pescoço curvado. De repente, Diego me chama a atenção para um livro meio escondido, meio exposto, em uma das mesas. Era um livro grande, de capa dura. Na capa, uma bela imagem da tenda dos autores, à noite, refletida nas águas do rio Perequê-Açu; era um livro sobre a Flip! Bastou meu olhar encontrar a capa deste livro para perceber na hora que teria de levá-lo.<br />
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O livro <i>Paraty é uma festa: dez anos de Flip </i>é uma obra comemorativa dos 10 anos da festa literária (completados em 2013). Estava ainda lacrado, mas eu não precisei abri-lo para saber que ali haveria certamente uma pequena retrospectiva do evento, desde os anos iniciais. Para alguém como eu, que estava indo pela primeira vez, era um verdadeiro banquete, uma oportunidade de conhecer a magia que marcou as edições anteriores da festa. O livro estava por um preço até acessível, ante tudo o que oferecia e a qualidade histórica do material. Não havia outro, ou seja, aquele tinha de ser meu. Será que havia mais e foram vendidos durante a Flip? Ou somente aquele e ele esperou quietinho ali até que eu fosse seu comprador? São perguntas que talvez nunca tenham resposta. E talvez seja melhor assim.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_GYIZGQYQ_T0qkv_zABWRCn1hIjagHNsZoD4Pi6Vsn-9greBqtuN6o6y0Jy7hcQF_PAQIK1un2hTDf1xg-q_VKudA-nUz7Vvd2ZXDd-MvsQ-OCghtkHTqqJ1FKHVggpLDB8P0sMOzFLY/s640/blogger-image-1401102952.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_GYIZGQYQ_T0qkv_zABWRCn1hIjagHNsZoD4Pi6Vsn-9greBqtuN6o6y0Jy7hcQF_PAQIK1un2hTDf1xg-q_VKudA-nUz7Vvd2ZXDd-MvsQ-OCghtkHTqqJ1FKHVggpLDB8P0sMOzFLY/s400/blogger-image-1401102952.jpg" width="400" /></a></div>
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Tão logo comecei a folhear o livro, viajei pela história do festival, conhecendo detalhes e curiosidades que nem imaginava, desde o ano de estreia, 2003, das dificuldades iniciais, do empenho em realizar o evento. Era muito interessante conhecer esses fatos, depois de ter visto de perto aquele cenário que ilustrava tantas páginas, depois de, de alguma maneira, me sentir parte daquela história.<br />
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A expectativa dos autores convidados, os homenageados que dão o tom da festa, a preparação da cidade, tudo está bem organizado e dividido ao longo dos anos, e ao longo das páginas. Ilustrado com dezenas de imagens, de fotos oficiais a mais espontâneas, é uma sensação muito especial, para qualquer fã da Flip, folhear este livro.<br />
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<i><span style="font-size: large;">Sand</span></i><br />
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E houve ainda um livrinho bem inesperado, que comprei longe das livrarias e grandes aglomerações. Foi ao longo da avenida Roberto Silveira, nas muitas idas e vindas que fazíamos entre o centro histórico e nossa pousada, que vimos um senhor vendendo livros, ali mesmo, numa lona estendida no chão. Todos queriam aproveitar o clima que estava instalado na cidade, todos queriam lucrar de alguma maneira com a Flip, e eram vários os que traziam livros para vender assim, por sua própria conta.<br />
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Dedicamos algum tempo neste senhor, e entre os muitos livros (que não estavam assim tão baratos para livros seminovos) achei este curioso livreto. Numa primeira folheada, não vi muito além de belas imagens de desertos, sem qualquer texto. Era um livro mais contemplativo, que buscava uma reflexão através da areia, dos desertos do mundo. Havia ainda uma nota introdutória – toda em alemão – o que em nada atrapalharia o encanto pelo livro, muito pelo contrário, já que nessa época eu começava a me interessar a estudar a língua germânica.<br />
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Este livrinho, tal como Estamira, tem um formato bem peculiar, que interessou a mim e a Diego bem além de vermos nele apenas os desertos. Seria outra boa referência para nosso projeto de publicação, então tratamos logo de garanti-lo. Este sim seria um livro que não acharia facilmente por aí.<br />
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<b>OS LIVROS QUASE COMPRADOS</b><br />
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E foram muito os livros que folheei, que considerei, que quase comprei. Mesmo sabendo que deveria me ater apenas ao que realmente valesse a pena, era difícil não se ver tentado em meio a tantas opções, a tantas marés que nos inundavam.<br />
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Um autor que muito me fascinou foi João Anzanello Carrascoza, na ocasião da mesa que dividiu com Luiz Ruffato (veja <a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/10/flip-2015-ii-as-mesas-que-assistimos.html">aqui</a>). A questão da narrativa curta, do expressar muito escrevendo pouco, a inspiração nos fatos cotidianos, de modo que procurei bastante alguns de seus livros, quase não encontrando. Quando enfim os folheei (<i>Dias raros</i> e <i>Amores Mínimos</i>), porém, não vi metade dessa fascinação. Não sei exatamente o porquê, mas faltava algo, faltava o ritmo que senti em sua fala mas não muito em seus contos. Li alguns, ali mesmo em pé e não me emocionei, não me senti cativado. Tentei outros. Era inegável seu trato literário, a composição das histórias, as referências do cotidiano, mas não sei porque, não me encantei mesmo. O preço meio elevado (35 reais) deve ter colaborado um pouco para isso. Talvez num outro momento, ou a partir de outros livros, eu descubra o Carrascoza que ouvi na palestra, que certamente está lá escondido.<br />
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Um outro livro que me atraiu muito, fazendo com que ficasse minutos em pé lendo-o sem perceber foi <i>Cartas Extraordinárias</i>, da Companhia das Letras. No livro, uma coletânea de cartas e correspondências de pessoas notáveis, como Gandhi, Darwin, Einstein, Charles Dickens, Elvis Presley, Dostoiévski... nelas, um verdadeiro retrato da sociedade da época, um banho dentro de suas personalidades, quase um panorama histórico. Fiquei impressionado com a abrangência deste material, e através destas cartas consegue-se enxergar melhor o mundo, o da época que retratam, e o de hoje. Um livro delicioso, que reserva uma nova surpresa a cada página aberta, quase como uma caixa de bombons. Já estava certo de comprá-lo, o problema aqui não foi exatamente o preço, mas o volume; ocuparia um espaço que poderia fazer falta em nossas malas. Como está no catálogo da Cia das Letras, percebi que poderia consegui-lo depois, em Fortaleza mesmo.<br />
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O livro-HQ <i>O Árabe do Futuro</i>, do francês Riad Sattouf, era um dos grandes destaques da Flip, por conta do cartunista ser um dos convidados. Mais do que isso, era um dos livros que estampava a sacola que a livraria da Flip nos dava, ou seja, todos viam conscientemente ou não a imagem da capa, numa discreta propaganda. De tanto ver o livro para cima e pra baixo, dei uma olhada nele. Era uma obra incrível, uma HQ diferenciada, na qual as memórias de família de Riad entregavam uma história divertida e comovente. Mas nada que justificasse pagar 60 reais nela, naquele momento. Preferi esperar a poeira baixar, embora tenha ficado tentado a comprar a edição original em francês.<br />
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Ainda vi vários de Mário de Andrade, o homenageado deste ano, como <i>Macunaíma</i> e <i>Amar, verbo intransitivo</i>, muitos em novas, chamativas (e caras) edições, lançadas especialmente para a Flip. Embora não considerasse Mário uma leitura muito prioritária, fiquei bem curioso por Macunaíma, de tanto que se falou dele ao longo do evento. Nada, contudo, que não pudesse encontrar em outro momento, sem todo aquele alarde, e bem mais em conta. Foi sobretudo um ótimo incentivo desde já.<br />
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Folheei também alguns livros de Marcelino Freire, entre <i>Angu de Sangue</i>, que celebrava 20 anos de publicação e os recentes <i>Amar é Crime</i> e <i>Nossos Ossos</i>. Era uma literatura feroz, intensa, e com certeza uma ótima leitura, mas não eram mais do que eu esperaria encontrar ali, e esses também certamente poderia ter acesso em outros momentos.<br />
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Nas muitas livrarias, ainda vi várias coletâneas russas, de clássicos de Dostoiévski, Tolstói, Tchékhov, todas muito tentadoras, mas que escolhi não trazer pelas mesmas razões acima. Livros por livros não era o que eu procurava ali. Os preços pesavam muito, pois a Flip não é uma feira, não há nada de livros promocionais de 10 reais ou coisas assim. O evento acaba sendo um pouco elitista, portanto para comprar, só sendo mesmo muito seletivo e consciente (ou podendo gastar muito, o que não era meu caso, haha).<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9YmdSc6PqZ4TuLhVWDqpZvV0gAocjJ8-TL11nXTNkyJldykgEqYPOVHs5VGpgAk595B0Lz3p-3AMGNLD_ZChP84SBqr7ipCjQkyf5Aqel757sA3lQuZEWkSCH00PArIhqowCfpha8z8I/s1600/IMG_3411.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9YmdSc6PqZ4TuLhVWDqpZvV0gAocjJ8-TL11nXTNkyJldykgEqYPOVHs5VGpgAk595B0Lz3p-3AMGNLD_ZChP84SBqr7ipCjQkyf5Aqel757sA3lQuZEWkSCH00PArIhqowCfpha8z8I/s400/IMG_3411.JPG" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Este livro de papelão tinha um formato bem inovador, mas um preço bem salgado para a proposta (30 reais)</td></tr>
</tbody></table>
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<b>IGUARIAS DA CIDADE</b><br />
<b><br /></b>
Nos primeiros momentos em Paraty, ficamos maravilhados com a variedade de restaurantes e opções gastronômicas. Não apenas no centro histórico, mas também na avenida Roberto Saveiro, que nos ligava a nossa pousada. Havia de tudo: pratos tradicionais, pizzas, massas, sorvetes, pratos sofisticados, mariscos, petiscos, sopas, bebidas, bolos, doces... Difícil era disposição (e bolso) para experimentar de tudo. Nos primeiros dias, ainda nos aclimatando, ficamos com restaurantes lá mesmo na parte histórica, perto da ebulição do evento, mas sempre tentando filtrar os preços mais em conta. Ainda assim, os pratos individuais saiam numa faixa de 20 a 25 reais.<br />
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Com o passar dos dias, e maior desenvoltura que adquirimos ao andar pela cidade, fomos encontrando locais mais simples, mais acessíveis, como um ótimo restaurante perto de nossa pousada e uma simpática padaria na avenida Roberto Saveiro. Comíamos muito bem, sem gastar tanto, e ainda conhecíamos outro lado das coisas, o lado um pouco mais popular, fora dos holofotes e da ostentação do centro histórico. Ambientes excelentes para se observar a vida local, os costumes, o dia-a-dia da população mais humilde. É sempre uma boa dica para viagens assim, escapar dos restaurantes óbvios e buscar opções alternativas. Ganha-se em todos os sentidos.<br />
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Mas claro que não se faz uma viagem assim todo dia, então tivemos de experimentar um pouco do <i>glamour</i> de estar em Paraty na época da Flip. Os restaurantes eram todos muito concorridos, ninguém parecia estar muito preocupado com preços. Nós procuramos ainda dosar, sem exagerar nos pedidos. Lagosta? Parecia demais. Mas o frango e peixe empanados estavam deliciosos. Massas como lasanhas e macarrões eram também opções bem atrativas. Pizzas, yakisoba, cafés, pão com ovo, sorvete finlandês, sopa de pote, que era a sensação nas noites, pão artesanal, tapioca recheada... Ainda, os cafés das manhãs na pousada, que eram sempre uma excelente maneira de começar o dia. Há coisa melhor de estar hospedado numa viagem e saber que basta acordar que o café da manhã estará à nossa espera? As imagens falam por si só!<br />
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Nossa, sempre me dá fome em rever esses pratos!<br />
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Um dos grandes destaques, além dos estabelecimentos comerciais, eram vários carrinhos de bolos espalhados pelas ruas do centro histórico. No ápice da Flip, havia praticamente um em cada esquina, iluminados e chamativos, por luzes e confeitos e sabores, os carrinhos atraiam facilmente quem quisesse se deliciar em sua sortida seleção. Provamos vários, era uma ótima sobremesa, principalmente o de morango, que nem todos tinham; nos dias de maior movimento os bolos acabavam rapidamente. Após a Flip, porém, os carrinhos de bolo quase sumiram das ruelas. Achamos que tinham parado, que eram só por causa do evento, até que depois de minutos andando, encontramos um. Tinham diminuído a frequência, mas ainda estavam por lá sim, e os bolos continuavam deliciosos.<br />
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<b>A TROCA DE POUSADAS</b><br />
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Pousadas eram algo constante em Paraty. Ouvimos dizer que havia mais de 300 espalhadas pela cidade. Como contei na <a href="http://dialogosvisuais.blogspot.com.br/2015/10/flip-2015-i-paraty-e-seus-encantos.html">primeira postagem</a> desta série, não foi fácil encontrar uma boa, acessível e perto do centro histórico, mas quando encontramos, houve ainda um pequeno contratempo: teríamos que desocupá-la na metade da duração do evento, por conta de uma turma de 46 pessoas que chegariam, vindas do Chile. Sem opção, começamos a procurar uma outra, e felizmente o pessoal desta pousada nos foi bastante solícito, indicando uma de sua confiança.<br />
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Fizemos o contato, conhecemos e nos instalamos nesta nova pousada na data marcada. Ficamos lá durante os últimos dois dias da Flip. Foi bom por ser um pouco mais perto do centro histórico, e nos dar outra visibilidade, além de outra atmosfera, com outros hóspedes e estrutura. Esses "inconvenientes" de viagem sempre se mostram provas de crescimento, quando sabemos olhar para eles. Terminada a Flip, voltamos à primeira pousada (era mais barata e os chilenos já tinham saído) para passarmos lá os últimos dias que ficaríamos em Paraty. Parecia fazer um tempão que não pisávamos ali. Foi quase como voltar para casa.<br />
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<b>SOUVENIRS DA FLIP</b><br />
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Como era minha primeira vez na Flip, tudo, absolutamente tudo era instigante e tentador. Um detalhe que aguardava com alguma expectativa era o que haveria com a marca da festa, de camisas, chaveiros, cadernetas e coisas do tipo. Tão logo o acesso à tenda da livraria se abriu, fomos até lá conferir. Não vimos muita coisa, porém, apenas lápis, bottons, cadernetas e sacolas de pano. Não havia camisas! Esperava alguma que valorizasse a arte que estampava o pôster, mas estava tudo resumido a esses artigos menores. Pensei em levar uma das cadernetas, mas o preço era alto demais para a qualidade que elas tinham, não compensaria. No fim, fiquei apenas com lápis e botton como simbólicas recordações. A maior recordação da Flip não seria nada físico, eu bem sabia, seria tão somente o sentimento, as sensações às quais fomos submetidos nesses cinco dias.<br />
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<br />
<b>A PRAÇA DA MATRIZ</b><br />
<b><br /></b>Este era um dos locais mais agradáveis de se estar, quando no centro histórico. Durante a Flip, a praça fervilhou com o transitar sobretudo de crianças e jovens, que eram atraídos pelas atividades que aconteciam ali, bem como os tradicionais livros pendurados nas árvores, algo que eu há muito tempo queria ver de perto. Eram espaços que favoreciam a leitura, valorizavam o livro, ou tão somente relaxar neste lugar tão acolhedor. Foram momentos muito especiais em meio a todo esse verde, a toda essa euforia.<br />
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<b><br /></b>
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<b><br /></b>
<b><br /></b>
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<b><br /></b>
<b><br /></b>
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<b><br /></b>
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<b><br /></b>
<b><br /></b>
Após a Flip, a movimentação pela praça caiu vertiginosamente, mas ainda havia pessoas usufruindo daquele belo cenário, como nós. Como o restante da cidade, estar ali na calmaria fazia perceber tudo melhor, as ruas, os prédios, as árvores, as pessoas, como se pudéssemos ver a realidade, sem a cereja que foi a Flip. Restaurantes quase vazios, poucos carros, mas ainda movimentação turística, uma vez que era mês de férias.<br />
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<br />
<b><br /></b>
<b>DIÁRIOS DE VIAGEM</b><br />
<b><br /></b>
Um hábito que desenvolvi, muito espelhado em meu irmão, foi adotar um diário de viagem. Já meio que costumava fazer isso, escrevendo diretamente no celular, mas dessa vez fiz diferente. Comprei um caderno especialmente para este fim, e o inaugurei nesta viagem. A ideia inicial era fazer um pequeno compilado de fatos e sensações, intercalando com colagens e eventualmente desenhos, tudo de maneira bem livre e solta, sem grandes preparações.<br />
<br />
Assim, sempre que parávamos em algum lugar, me punha a escrever, pensamentos, sentimentos, tudo o que viesse à mente. Juntava também o que houvesse por perto e criava recortes, fragmentos, complementos ao texto, como se pudesse criar ali um atalho para aquela memória. Antes de perceber, já tinha escrito inúmeras páginas, e estava começando a gostar dessa brincadeira.<br />
<b><br /></b>
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<b><br /></b>
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<br />
<br />
Recolhi quase tudo o que consegui de papel, folhetos e afins, com o intuito de colar neste diário, de engrandecer sua experiência de memória. As páginas ficavam robustas, carregadas, justamente porque a ideia era ter o máximo de coisas ali reunidas, criar um caos controlado. Em geral, costumava escrever nele à noite, quando voltávamos à pousada, mas o usei também durante as mesas e palestras da Flip, filtrando falas e ideias dos autores convidados. Assim, escrever neste diário se tornava algo comum e corriqueiro, e conseguia fazê-lo sem pensar muito, com o ímpeto do momento. É, em parte, graças a ele que pude ter a base para escrever todos estes posts sobre a Flip.<br />
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Hoje em dia, sempre que olho para estas páginas, me vejo invadido por tão boas lembranças. Cada uma transborda uma realidade, uma emoção, e consigo quase sentir o cheiro daquele dia, daquele momento. Vejo sobretudo como foi importante ter conseguido mantê-lo, durante e depois da viagem (ainda hoje vez ou outra mexo algo nele). Penso que se não fosse um pouco de determinação, este diário poderia nunca ter existido. É incrível o que somos capazes de fazer quando realmente queremos.<br />
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<b><br /></b>
<br />
<b><br /></b>
<b>UMA FLIP DE CACHORROS</b><br />
<b><br /></b>
Não demoramos muito a perceber vários cachorrinhos nos arredores da cidade, e todos aparentemente muito saudáveis e dóceis, com coleiras e tudo. Eles estavam por todos os lugares, andavam livres, e ninguém parecia se incomodar com suas presenças. E muito mais: filas chegavam a ser desviadas por eles, andavam dentro das agências bancárias, perto dos carros da polícia, em volta dos restaurantes, na maior naturalidade. Muita gente se encantava pelos bichinhos, que adoravam ser o centro das atenções. Achei tudo isso tão inusitado que não pude deixar de perceber e prestar atenção nestes ilustres "convidados" da Flip, os cães escritores, haha!<br />
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<br />
<b><br /></b>
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<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>A TERRA DA CACHAÇA</b><br />
<b><br /></b>
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Segundo descobrimos por lá, Paraty é uma cidade muito conhecida também pela forte produção de cachaça, e realiza anualmente, desde 1982, o Festival da Cachaça, evento com ampla tradição em difundir a bebida como um produto gourmet, enaltecendo também pratos para acompanhá-la, num clima de quermesse tradicional. É engraçado pensar em um festival dedicado à cachaça, mas os paratienses a levam sim muito a sério. Ao longo de nossas andanças pela cidade, vimos inúmeros bares, botequins e cachaçarias repletos de garrafinhas de vidro, toda uma coleção de cachaças. A maioria fornecia degustação, e havia uma infinidade de sabores. Um prato, ou melhor, copo cheio para os apreciadores da bebida (o que não era o nosso caso).<br />
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<b>A AVENIDA ROBERTO SILVEIRA</b><br />
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Esta avenida, da qual falei um pouco no primeiro post dessa série, era nossa ponte até o centro histórico. Sempre passávamos por aqui, saindo da pousada logo cedo e depois voltando a ela de noite. Era um trajeto muito agradável, que também conheceu um movimento gigantesco durante o período da Flip. Ali havia de tudo, lojas, lanchonetes, restaurantes, padarias, mercados, farmácias, pousadas; quase um pequeno centro.<br />
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Explorar a avenida e suas imediações foi algo bastante desbravador. Perceber pouco a pouco a movimentação turística, os estrangeiros, os muitos idiomas diferentes ouvidos ao acaso enquanto andávamos, tudo isso nos inspirava. A experiência da viagem, da vivência do lugar, intensificava-se. E ainda, nas noites, fazia um friozinho maravilhoso, na faixa dos 19, 20 graus... (comparado a Fortaleza atualmente, isso é quase um pólo norte).<br />
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<b>ARQUITETURA </b><br />
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Estar por duas semanas em meio àqueles inúmeros prédios coloniais foi uma experiência inigualável. O centro histórico nos fazia sentir mesmo como parte da história, ao caminhar por aquelas pedras desalinhadas e traiçoeiras. Para onde quer que se olhasse, chamava atenção a bela arquitetura da cidade, desde a fachada dos casarões, os detalhes arquitetônicos, até as grades e lustres. Tudo cuidadosamente preservado, quase como se o tempo não tivesse passado. Este cenário era tão rico que mesmo após dias andando por lá, conseguia se renovar a cada momento, e sempre víamos detalhes não percebidos antes, o que deixava a experiência ainda mais marcante.<br />
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A história de Paraty remota ao ciclo do ouro, quando foi projetada pelos portugueses para ser um importante porto da colônia. Há um detalhe bem peculiar de sua geografia: os calçamentos estão abaixo do nível do mar, o que faz com que a maré alta invada as ruas, e isto foi feito, conforme descobrimos, para que se limpasse a cidade do estrume dos muitos animais de carga que por lá chegavam nesta época remota. Até hoje esta estrutura está mantida, razão pela qual há um grande batente na entrada de todos os lugares, e razão também porque a cidade é conhecida como a Veneza brasileira. Não chegamos a ver propriamente essa cena, a não ser nos cartões postais que eram vendidos por lá, mas ouvimos as pessoas comentarem e podíamos imaginar bem a sensação.<br />
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<b>AS NOITES PARATIENSES</b><br />
<b><br /></b>
Muita gente costuma ir a Paraty na época da Flip, mas não exatamente com intuito de prestigiar a festa literária, mas sim aproveitar o clima que se instala no centro histórico, a diversidade de tantas pessoas, desfrutar a palavra "festa" no seu sentido mais comum. Bares, bebidas, shows, boates, as noites ali não conheciam limites. Como não somos muito desses ambientes, passamos longe das maiores zonas, porém o suficiente para ver que nem todos ali estavam muito preocupados com as palestras da tenda dos autores ou qualquer outra das programações. Havia mesmo para todos os públicos.<br />
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<b><br /></b>
<b>UMA CIDADE QUE RESPIRA ARTE</b><br />
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O centro histórico de Paraty abriga, além de bares, restaurantes e pousadas, uma quantidade significativa de ateliês e estúdios artísticos, e não era raro passarmos em frente a eles enquanto andando a caminho de outro lugar. Pintura, desenho, artes plásticas, escultura, havia de tudo. Os artistas deixavam as janelas de suas casas-ateliês abertas, justamente para atrair, para buscar uma admiração dos passantes. Eram obras incríveis, e depois de ler um pouco em alguns guias, descobrimos que muitos daqueles artistas tinham ido para a cidade buscando oportunidades e acabavam morando por lá, aproveitando o constante fluxo turístico. E havia ainda algumas comunidades indígenas que expunham artesanatos e artefatos de sua criação em meio às ruas, num gesto mais informal mas não menos belo.<br />
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<b>EXPOSIÇÃO DE GILVAN SAMICO </b><br />
<b><br /></b>Muitos eventos paralelos aconteciam simultaneamente à Flip. Muitos relacionados à festa literária, outros independentes, como a exposição sobre Zé Kleber, citada no primeiro post. Entre essas exposições, descobrimos uma outra muito interessante, numa hora que talvez devêssemos estar nas programações da Flip, mas que preferi abrir para o inesperado, para ver o que mais havia além do óbvio. Conhecemos assim o incrível mundo de linhas, trançados e cores de Gilvan Samico.<br />
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Artista pernambucano, Samico tem uma vasta obra, que vai de experimentos em desenhos a complexas xilogravuras, seus trabalhos mais conhecidos. Ficamos fascinados, olhando quadro após quadro, percebendo a firmeza e precisão com que criava suas imagens. A simetria, a expressividade, tudo transbordava uma personalidade única, que dava gosto de ver, de sentir, de imaginar como cada uma foi composta. A mocinha responsável pela exposição ainda nos brindou com uma verdadeira aula sobre Samico, contando sua vida em detalhes, e conseguimos penetrar ainda mais nesse mundo. Passamos um bom tempo ali, em mais uma atividade "não prevista", que no fundo acabam sendo as mais marcantes!<br />
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<b><br /></b><b>O QUASE PASSEIO DE ESCUNA</b><br />
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Ao longo dos dias de relaxamento que tivemos, no período pós-flip, muitas eram as opções de exploração da cidade. Não conhecíamos praticamente nada, a não ser o que compreendia os arredores do centro histórico. Um dos passeios principais da região, como logo descobrimos, era o passeio de escuna. Havia dezenas e mais dezenas de barcos espalhados por toda a costa da cidade, cada um mais chamativo que o outro. Certos trechos no chão próximo onde estavam arpeados tinham marcações de tinta com o nome de seus proprietários, e ficou claro que existia ali um estacionamento a ser respeitado. Um dia chegamos para conversar com um dos barqueiros, para saber um pouco mais como seria esse passeio.<br />
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<b><br /></b>
O homem nos explicou dos percursos, da duração, que levaria cerca de quatro horas, e que o ideal seria vir de manhã, para se ter uma melhor vista (já era quase final de tarde). Enquanto falava, apontava com as mãos as ilhas e as rotas que faríamos. Disse que a melhor hora do passeio era cedinho mesmo, e nem assim se veria tudo, pois havia cerca de 365 ilhas naquela região. Ficamos surpresos e olhamos em volta, como se pudéssemos enxergá-las. A escuna era espaçosa e convidativa, e o homem disse que teríamos restaurantes nas ilhas e frutas a bordo. Parecia mesmo uma experiência bem singular. O custo, 60 reais por pessoa, não era ruim, considerando que duraria 4 horas, mas nessa altura da viagem já estávamos em contenção de gastos, e tivemos de deixar a exploração litorânea para uma próxima vez – o que não foi de todo ruim pois já seria um ótimo incentivo a se voltar.<br />
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<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>A PRAIA DO PONTAL</b><br />
<b><br /></b>
Paraty é uma cidade litorânea, cercada de ilhas e praias. Uma das principais praias, da qual muitos nos indicaram, foi Trindade, a qual acabamos não conseguindo ir. Contudo, havia a praia do Pontal, que ficava praticamente ao lado das tendas da Flip, ou seja, não teríamos desculpa para não conhecê-la. Fomos a ela várias vezes, durante a Flip mesmo, e embora fosse estranho pisar na areia estando de tênis, é sempre relaxante contemplar o mar, a infinitude do horizonte, principalmente quando este é cercado de ilhas que desafiam nossa imaginação.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiX9B7E88EMEBXFxmNMC2f6x3cg7itmoJdHl1tbpAs27Zgo4kZ8bUk4gEyd0hdrGwANqFpacM0MDuB7vPebUySsGa1ON_hNgeRoqKegFeiEciNfy6VYzVvB-j4uKr5eDT4rBEp7AbNvx0/s1600/IMG_3700.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiX9B7E88EMEBXFxmNMC2f6x3cg7itmoJdHl1tbpAs27Zgo4kZ8bUk4gEyd0hdrGwANqFpacM0MDuB7vPebUySsGa1ON_hNgeRoqKegFeiEciNfy6VYzVvB-j4uKr5eDT4rBEp7AbNvx0/s400/IMG_3700.JPG" width="300" /></a></div>
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<b><br /></b>
Quando a festa literária terminou, pudemos aproveitar a praia com a devida calma, e sentir nos pés o contato com a areia – que era incrivelmente fria – um pequeno afago depois de dias intensos e exaustivos nas programações. Cercada de árvores, com uma vista espetacular, desfrutamos rápidos, ainda que ótimos momentos neste cenário. Ali não se via o passar do tempo, relógios tornavam-se obsoletos. A única pressa era em não ter qualquer pressa. Viagens possibilitam isso, uma plenitude que nos acompanha para sempre, e por isso cada uma é única.<br />
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<b><br /></b>
<b>JORNAIS E MAIS JORNAIS</b><br />
<b><br /></b>
Além de tudo o que juntamos diretamente da Flip, na figura de panfletos, anúncios, programações e revistas, fiz questão também de coletar, na medida do possível, as matérias de jornal relacionadas a ela, numa iniciativa de acompanhar também o que acontecia e o que se dizia desta edição da Flip. Tínhamos já a Folha de SP garantida como cortesia na Casa Folha, graças à sua parceria com a Flip, o que nos assegurou exemplares nos cinco dias do evento. Tivemos, pois, de comprar O Globo e algumas edições do Estado de SP (que publicavam diariamente matérias do evento) e para isso dispúnhamos de uma ótima banca de revistas, ali mesmo, na avenida Roberto Silveira.<br />
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<b><br /></b>
<b><br /></b>
Já era costume voltar do centro histórico (ou na ida) e parar na banca para comprar o jornal do dia. Os donos até já nos conheciam, ainda que nunca tenhamos sabido seus nomes. Havia ainda vários outros jornais locais que eram distribuídos gratuitamente ou a preços simbólicos, também recheados de notícias da festa literária, que engordaram nosso acervo. Com a correria do evento, não pude organizar todos os jornais a tempo, só vindo a fazer isso na noite anterior à nossa viagem de volta para o Rio. E como deram trabalho esses jornais... acho que nunca folheei tantos jornais como nesse período. Contudo, além da Flip, descobri diversas outras matérias e artigos interessantes, razão pela qual foi ainda mais difícil fazer a garimpagem do que levaríamos ou não.<br />
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<b>O PAINEL MÁRIO DE ANDRADE</b><br />
<b><br /></b>
O centro das atenções, quando estávamos na tenda central, era muitas vezes não os autores mas o enorme painel de fundo, que retratava Mário de Andrade, autor homenageado. Era possível viajar por suas pinceladas, pelos muitos matizes ali reunidos, sensações que nos acompanhavam e engrandeciam as mesas que lá aconteceram. Tratava-se de uma reprodução de um retrato pintado por Tarsila do Amaral, em 1922. Reprodução esta, aliás, impecavelmente bem feita, como mostra o vídeo abaixo. Estes painéis da Flip, inclusive, sempre são um destaque à parte, é admirável o empenho que dedicam a eles. Gostaria de saber para onde vão após o festival...<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="500" src="https://www.youtube.com/embed/VHDIts_I2NE" width="400"></iframe><br />
<b><br /></b>
<b><br /></b><b>O CASO SAPIENS </b><br />
<b><br /></b>
Posso ter comprado poucos livros, é verdade, mas há ainda o caso Sapiens, que é uma das situações mais singulares que já imaginei viver, no que diz respeito a livros. Tão extraordinário que na mesma hora que ocorreu precisei parar para escrevê-lo. Vou explicar, aliás, transcrever exatamente o que escrevi em meu diário, na época:<br />
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<i>(Encontrando Sapiens, 6 de julho de 2015)</i><br />
<i><br /></i>
<i>A história de Sapiens foi uma agradável surpresa que se deu em nossa passada em Paraty. Tudo se deu na Livraria de Paraty, a segunda, que demoramos um tempão para reencontrar, e que era dirigida pela simpática Norma. Diego tinha ido em busca do box de DVDs de David Perlov, que quase comprara no dia anterior, mas que agora, após rápida pesquisa na internet, percebera que realmente valeria a pena, pelo peso e singularidade da obra. Quanto a mim, ainda estava em busca de algo que pudesse me interessar realmente. Durante toda a Flip, vi as obras dos autores convidados, e até considerei comprar algum, porém desistia sempre ao ver os preços, e imaginar se realmente valeria a pena investir em mais livros, já tendo tantos lá em casa, e ainda com boa parte de "Crime e Castigo" pela frente. Após a palestra de Carrascoza, pensei em comprar algum de seus livros, mas após folhear uns, percebi que não era bem o que tinha visto em sua fala, ironicamente, pois ele dizia que escrevia o cotidiano, e o rebuscamento do texto não me refletiu exatamente um cotidiano. Marcelino Freire, Hemingway, e outros foram boas opções. No fundo, mais livros, que poderia comprar agora para provavelmente não ler tão cedo, ou talvez até reencontrá-los bem mais baratos em bienais do livro por aí. O único livro que realmente ponderei levar e que faria a diferença foi o excêntrico "Cartas Extraordinárias", mas o preço (R$99) e sobretudo seu enorme peso físico me fizeram reconsiderar. </i><br />
<i><br /></i>
<i>Neste dia, Diego entrou na livraria ávido para encontrar Perlov. Voou logo na prateleira onde o tinha visto, após perguntar a Norma, que não soube dizer a princípio onde estaria. Finalmente garantido o box, ele ficou olhando mais outras coisas, a revista Zum, interessante e instigante revista de fotografia, e havia até uma edição que falava também de Perlov, como se este de alguma maneira o perseguisse. Quanto a mim, fiquei passeando entre as estantes. Já eram quase 18h, a livraria estava vazia, inteiramente nossa. As estantes de autores da Flip já não me atraíam tanto, e fui rodando as demais, buscando algo, sem saber exatamente o quê. Achei uma interessante obra de Manuel de Barros, cujo formato diferenciado já era um destaque, mas infelizmente o preço não. Em todos os que talvez pensasse em levar, esbarrava no preço. </i><br />
<i><br /></i>
<i>Até que um livrinho fininho me chamou a atenção, perdido no meio de grossos volumes de Jorge Amado. Retirei-o, "Sapiens", li mentalmente. A capa, vigorosamente ilustrada, e ao mesmo tempo suave, também me cativou. Folheei. Era um livro curtinho, uma historieta breve, que parecia versar de modo muito autêntico e particular temas voltados à filosofia e à condição humana. Parecia interessante, mas onde estava o preço? Não havia nenhuma das etiquetinhas amarelas que estavam nos outros. Na primeira página, vi algumas informações sobre o livro: o ano, o nome e contato da autora e a menção ao fato de ser uma produção independente, outro fato que me chamou muito a atenção, e comecei a pensar em todo o processo que deve ter sido produzir aquele livrinho. Havia ainda o contato do ilustrador. Que legal, que obra interessante, já vale a pena só por essa iniciativa, essa independência, e levei então o livrinho à Norma, no caixa. Ela o olhou com certo estranhamento, e logo se pôs a procurar o preço. </i><br />
<i><br /></i>
<i>– Não tem preço, eu estava procurando... – comentei.</i><br />
<i><br /></i>
<i>– Pois é, e nem código de barras! – exclamou ela, surpresa. </i><br />
<i><br /></i>
<i>Não foi preciso pensar mais para perceber que aquele livro não pertencia ao catálogo da livraria, mas o que Norma faria? Deixaria que eu levasse o livro? Diego, que também achou o fato curioso, observava também com essa esperança. Norma disse que o livro não era mesmo de lá, que a autora provavelmente o plantou ali, justamente para que alguém o encontrasse. Li a orelha do livro, com alguns detalhes da autora, Cátia Cernov, que se denominava uma escritora nômade. Fazia todo o sentido. Norma então disse:</i><br />
<i><br /></i>
<i>– É, ela deixou aqui pra que alguém achasse...</i><br />
<i><br /></i>
<i>– Pois é... e alguém achou. – completei, sorrindo. </i><br />
<i><br /></i>
<i>– Danadinha ela, não é? – disse ela ainda – Quis divulgar o livro de qualquer jeito.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Rimos todos com o caráter insólito deste acontecimento. </i><br />
<i><br /></i>
<i>– É seu, pode levar – sentenciou Norma. Agradeci com um largo sorriso, dizendo que iria entrar em contato com a autora, para mencionar o ocorrido. </i><br />
<i><br /></i>
<i>– Faça isso, e diga que achou aqui na Livraria de Paraty – concluiu ela, rindo. </i><br />
<i><br /></i>
<i>Diego então terminou de pagar o que ia levar e saímos. Na hora de ir embora foi que soubemos, aliás, que o nome daquela simpática senhora, que sempre nos atendeu tão bem desde os dias da Flip, era Norma. </i><br />
<i><br /></i>
<i>Esta pequena aventura, que foi a descoberta deste livrinho, me fez pensar muita coisa, e fiquei com isso na cabeça desde então. Eu achara o livro já na segunda, dia 6 de julho, um dia depois do término da Flip. Em que dia ele terá sido plantado lá? Será que foi a própria autora que o colocou mesmo? Qualquer pessoa poderia tê-lo achado, mas acabou sendo eu a fazê-lo, e ele de certa forma parecia estar me chamando. É sempre interessante pensar como operam as engrenagens da vida, como nos direcionam, mesmo quando partem dos locais e fatos mais incomuns. Aproveitando o momento, e a viagem, comecei a ler Sapiens e estou gostando da força de sua prosa, de seu caráter descritivo. Parece mesmo, afinal, uma leitura que eu com certeza faria. </i><br />
<i><br /></i>
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<b><br /></b>
<b><br /></b>
Tão logo voltamos a Fortaleza, agilizei um contato com Cátia Cernov, explicando que tinha achado seu livro. Ela se mostrou muito surpresa, e ainda mais feliz e animada do que eu quando comentei as circunstâncias que o tinha achado. A experiência de estar na Flip, nas palestras, nos debates, foi incrível, sensacional, um sonho realizado, mas esta experiência em particular, de achar esse livrinho assim ao acaso, de descobrir uma possível luz em meio a tantas sombras, é uma memória muito especial, um desdobramento único, que me marcou bastante.<br />
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<b><br /></b>
<b>O PÔSTER DA FLIP </b><br />
<b><br /></b>
Desde que chegamos a Paraty, me chamou muito a atenção o pôster de divulgação da Flip, que continha, além das informações básicas do evento, a ilustração do artista australiano <a href="http://thejeffreyfisher.com/">Jeff Fisher</a>. O pôster estava espalhado nas fachadas de lojas, pousadas e até farmácias, deixando claro como a cidade valorizava o evento. Este ilustrador, que sempre assina a arte do festival, tem um estilo muito característico, uma certa simplicidade, ao mesmo tempo que uma unidade, um excelente uso de cores e formas, criando imagens que incitam a imaginação. Uma ótima referência.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn4kqbDSG2zX1oQQGLMzRuobPBrQ1hloFK2thvctdY-YJk13hKgMa6V-GdDMt3Zq42l5fT3uB0k55BJFni0Q4SHvWHP0gwzTeOmDTV5nXQpmDNPV5Nl72QFPKx40U-dj35dLyelQjPrlI/s1600/denis+akel+jeff+fischer+poster+flip+2015+3.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn4kqbDSG2zX1oQQGLMzRuobPBrQ1hloFK2thvctdY-YJk13hKgMa6V-GdDMt3Zq42l5fT3uB0k55BJFni0Q4SHvWHP0gwzTeOmDTV5nXQpmDNPV5Nl72QFPKx40U-dj35dLyelQjPrlI/s400/denis+akel+jeff+fischer+poster+flip+2015+3.JPG" width="400" /></a></div>
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Seria um excelente artigo para se adquirir, e esperamos encontrá-lo para venda junto aos artigos com a marca da Flip. Porém, não o encontramos! Não havia nenhum pôster à venda. Nos informamos; tinham sido impressos apenas para divulgação, não seriam vendidos. Ficamos decepcionados, um material desse, que seria uma ótima recordação da festa, sujeito apenas à divulgação e logo depois provavelmente ao lixo. Mas nós não desistiríamos. Sondamos alguns locais, perguntando o que fariam com o pôster após a Flip. A maioria dizia que seria mesmo descartado. Em um restaurante, um dos garçons disse que guardaria, que colecionava todos, sorri com essa declaração.<br />
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Após rodar vários locais que expunham o pôster, explicamos a situação, que não havia para compra e conseguimos que nos fornecessem, desde que esperássemos terminar o evento. Na manhã da segunda, 6 de julho, foi uma das primeiras coisas que fizemos ao sair para a rua. Conseguimos não apenas um, mas alguns, em diferentes estados de conservação. Pode não ser o melhor trabalho de Jeff para a Flip (vejam outros trabalhos dele <a href="http://www.centralillustration.com/illustrators/jeff-fisher">aqui</a>), mas sem dúvida foi um item que valeu a pena ir atrás, mesmo que por maneiras extra oficiais, haha.<br />
<br />
<b>FESTA À SANTA RITA DE CÁSSIA</b><br />
<b><br /></b>
Já no final de nossa viagem, enquanto andávamos corriqueiramente pela avenida Roberto Silveira, vimos um outro pôster estampado em frente a lojas e estabelecimentos comerciais. Era agora o anúncio de um próximo evento, a festa à Santa Rita de Cássia. Podia talvez não ter o impacto que tinha a Flip, mas era mais uma vez notável como a cidade abraçava seus eventos, como se envolviam com sua divulgação.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkKDShddURxUzI3Ef2UQi5PwrPh6JEi4rQotwr7bMmyl7ukN0lBGvWSBMr-eEPPjf3gtuoRhcILcOM6aiqnMTV8AdaBkbAtk-q-f-E1n42UnfjHq4bYFnnhBWVaIMXRLqXXYx8TLZU00A/s1600/IMG_4145.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkKDShddURxUzI3Ef2UQi5PwrPh6JEi4rQotwr7bMmyl7ukN0lBGvWSBMr-eEPPjf3gtuoRhcILcOM6aiqnMTV8AdaBkbAtk-q-f-E1n42UnfjHq4bYFnnhBWVaIMXRLqXXYx8TLZU00A/s400/IMG_4145.JPG" width="300" /></a></div>
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<br />
Logo vimos uma crescente no movimento do centro histórico, e ainda acompanhamos a colocação de incontáveis bandeirinhas, adornando as principais ruelas, já dando a cara deste evento vindouro. Era isso, nos despedíamos de Paraty, que já se preparava para receber uma nova festa, um novo público.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoc_jxTRqL1sj02hfaiSdjCe21_et2lNEIOrZkrzV9nMFmIM443xorIB3zQjwyV9uPdZ3c0UIRGcIay1WEcpmP7Sd2l6ywc725hGgXCoMyMhgip98IDeRlYwX0uIJgT0zoLNM4TDkkoEU/s1600/IMG_4094.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoc_jxTRqL1sj02hfaiSdjCe21_et2lNEIOrZkrzV9nMFmIM443xorIB3zQjwyV9uPdZ3c0UIRGcIay1WEcpmP7Sd2l6ywc725hGgXCoMyMhgip98IDeRlYwX0uIJgT0zoLNM4TDkkoEU/s400/IMG_4094.JPG" width="400" /></a></div>
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<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">A seguir, a postagem final desta série, finalmente! Nela, alguns vídeos de nossas caminhadas por essas ruas pedregosas, um pouco dos bastidores de como foi </span><span style="font-family: inherit;">escrever tudo o que escrevi aqui e algumas considerações finais. Até breve.</span><br />
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Denis Akelhttp://www.blogger.com/profile/00400314895212066040noreply@blogger.com1