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"O coração que se ganha é o que se dá em troca"Marcelino Freire



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

II Feira do Livro de Fortaleza - Ilan Brenman



Em setembro, aconteceu aqui em Fortaleza a segunda edição da Feira do Livro Infantil, evento que busca alimentar a fome pelo livro e leitura, com oficinas, shows, contação de histórias, palestras, além da presença de grandes nomes do cenário, como o compositor e escritor gaúcho Vitor Ramil e o escritor e autor Walcyr Carrasco, grande destaque da feira.

Quando soube do evento, apressei-me para ficar por dentro da programação, que era divulgada na TV em rápidas chamadas. Até então, meu maior interesse na feira era a palestra de Walcyr Carrasco. Não exatamente pelo seu trabalho nas telenovelas, onde é largamente conhecido, mas por ele ser autor de um dos livros que me despontou a gostar de escrever e querer ser escritor. Falarei mais desse assunto no post exclusivo sobre Walcyr, que colocarei aqui em breve.

Aconteceu que um dia antes de começar a feira, estava eu aqui no computador, baixando edições do programa Entrelinhas, para meu acervo, e à medida que baixava, assistia a um trechinho para ver se estava tudo bem. Foi aí que vi essa entrevista do Ilan Brenman, que de cara já me chamou a atenção pela simpatia e jeito de falar. Era um contador de histórias que resolvera se aventurar fazendo livros. Assistir a um trechinho? Cativado pelas palavras de Brenman, acabei assistindo à entrevista inteira, que fluiu incrivelmente rápida! Fiquei maravilhado, inspirado.



E imaginem a minha surpresa quando vi o nome de Ilan Brenman entre os convidados e palestrantes da Feira! Que incrível coincidência! Foi tudo tão repentino que o dia em que vi a entrevista, seria justamente o dia de sua apresentação, e também o primeiro dia da feira. Assim, apressei-me para a Praça do Ferreira, que seria palco de todas as atrações. Acabei chegando um pouco depois do horário previsto (15h) mas a palestra atrasaria. Aproveitei esse meio tempo para me familiarizar ao local.

Algumas tendas haviam sido montadas em pontos da praça. Em uma delas, de vasta extensão, vários expositores de editoras estavam espalhados. Ali seria possível comprar livros ou simplesmente conhecer as novidades das editoras presentes. Mais ao centro da praça, estava a tenda principal, uma enorme lona que lembrava quase um circo, sob a qual dezenas de cadeiras se encontravam agrupadas. Seria o palco dos principais eventos e palestras da feira.

Conforme circulei pelos ambientes, percebi que a maior parte do público presente era – como não poderia deixar de ser – formado por crianças, e muitas de escolas, em visitação à feira. Já os bancos da Praça do Ferreira, estavam cheios das pessoas do dia-a-dia, que não pareciam ligar nem um pouco para tudo aquilo, e apenas se contentavam em sentar ali e ver a vida passar.

Antes de tomar um lugar sob a tenda central, procurei uma pessoa da organização, para saber se Ilan Brenman estava mesmo confirmado. Após ter essa confirmação, vi que já passava das 15:30. Notei também que já havia algumas crianças à espera, espalhadas pelas muitas cadeiras. Ilan chegou poucos minutos depois e a disposição da plateia foi arranjada, para que todos ficassem mais perto do contador de histórias. Era engraçado, pois nesse momento percebi que estava sentando quase junto às inúmeras crianças das escolas. Havendo ainda muitos lugares vazios, desloquei-me a um deles.

Ilan Brenman iniciou sua palestra com sua característica oratória, cheia de trejeitos e atrativos, própria dos contadores de história. Antes de mais nada, contou um pouco de sua própria história, que há muitos anos viajava pelo Brasil contando histórias, e que há não muito tempo resolveu também lançar livros. Ele aproveitou também para já contar uma história de seu repertório ao público, que garantiu a atenção, empolgou e divertiu a todos. Só um detalhe aqui me deixou boquiaberto: foi servido um lanche às crianças (suco em caixinha e biscoitos). Elas pareciam mesmo muito atentas à história, mas não muito à educação, pois só o que se viu depois foram as caixinhas e embalagens jogadas no chão. Acho que faltou pulso dos professores, num ato simples de trazer uma lixeira para junto das crianças.

A palestra continuou com Ilan mostrando alguns de seus livros: o inovador Telefone sem fio (somente de imagens), e o descontraído Até as Princesas soltam pum. Mostrou ainda o inédito Papai é meu, que seria lançado na ocasião. Ele explicou ainda a origem da ideia por trás de cada obra, de uma maneira bem característica, e "leu" brevemente cada uma, dando a todos uma prévia dos livros. Poucas pessoas no público se interessavam em tirar fotos da apresentação. Fui uma delas, munido com meu celular, mas como estava longe do palco, as fotos não ficaram lá essas coisas, embora não deixem de ser um bom registro.



Por falar em fotos, havia por lá ainda um fotógrafo oficial do evento, que volta e meia tomava uma posição estratégica da arena para fazer fotos. Pois uma dessas posições o levou momentaneamente ao meio do palco. Para evitar atrapalhar a plateia, o fotógrafo se abaixou. Até aqui nada de incomum, mas eis que bem quando ele se levantou, surgiu uma pessoa – do público, acho – e começou a perguntar algo a ele. Ambos, dessa vez, ficaram bem na frente de boa parte da plateia, inclusive na minha. É claro que incomodou, pois cortou por alguns instantes a sintonia que tínhamos ouvindo as palavras de Ilan. Ele, inclusive, percebendo aquela situação inoportuna, não perdeu a compostura e teceu logo uma pequena mas feroz indireta contra os dois. Não lembro exatamente o que foi falado, mas foi algo sobre falta de educação com aqueles que queriam ouvir a história. Comentou ainda com sua colega, Rosana Mont'Alverne, contadora de histórias que também participaria do evento, que também o assistia, que aquilo fazia parte do trabalho deles, ao que Rosana concordou com a cabeça. O fotógrafo e a pessoa trataram de se retirar logo depois, e Ilan pôde continuar sua apresentação.

Nos momentos finais, ele mostrou ainda alguns outros livros de sua autoria. Uma coleção de livrinhos de bolso, intitulada Contador de Histórias de Bolso. Aqueles livrinhos, nas mãos de Ilan, que os erguiam no ar, aos olhos de todos, chamaram minha atenção de imediato. Tratavam-se de coletâneas de histórias recolhidas e recontadas por ele, em volumes ricamente ilustrados pelo talentoso ilustrador Fernando Vilela. As capas, com cores fortes, contrastantes e chamativas; os temas (Grécia, Rússia, África, China e Brasil) pareciam uns mais curiosos que os outros. Ali eu já sabia que teria de comprar algum deles, sem dúvida.

 Público, já nos intantes finais da apresentação
                                           
Ilan Brenman foi bem aplaudido ao fim de sua palestra. Foi dito então que ele seguiria direto para o estande da Editora Moderna, onde daria autógrafos aos interessados. Achei que aquela seria uma ótima oportunidade para conhecê-lo e trocar algumas palavras. Falar como o tinha 'descoberto', algumas horas antes, no Entrelinhas. Sim, sem dúvida seria interessante esse contato. Esperei próximo ao estande da editora, mas não vi sinal de Ilan. Depois, ele apareceu. Imaginei que haveria uma mesinha ou algo parecido onde ele ficaria para dar os autógrafos, mas não teve nada disso. Não parecia também haver gente querendo autógrafos. Ilan estava de pé, e parecia apressado. Esperei. Ainda achava que ele ia sentar-se para receber quem porventura aparecesse. Dali um tempo, desviei momentaneamente a atenção a outro estande, por minutos e quando tornei, Ilan tinha desaparecido.

Meu primeiro pensamento foi: "Ele deve ter ido tomar uma água ou algo parecido". Percebendo que Ilan não voltava, fui falar com o pessoal do estande. Disseram, afinal, que ele já tinha ido embora. Quando mencionei os autógrafos, afirmaram que Ilan tinha ficado lá, autografando, mas não acreditei muito nisso, a menos que tivesse sido apenas um autógrafo e somente para uma pessoa. Quando voltei a andar pela feira, comprovei com um dos receptivos que ele de fato quase não demorara.

Lamentei muito não ter conseguido falar com ele. Até poderia tê-lo indagado na hora que o vi, mas achei que ele teria o mínimo de estrutura para dar seus autógrafos, que eu não precisaria lhe falar assim, de sopetão, uma vez que estava certo de que este momento duraria pelo menos alguns minutos. Não foi assim. Ilan devia estar com pressa. Após repensar essa situação algumas vezes, voltei ao estande da editora Moderna e pedi para ver a coleção de bolso que tanto me chamara a atenção. Estava decido a comprar, não todos, mas pelo menos dois. Mesmo sem autógrafo ou conversa com Ilan, seria um boa oportunidade de adquirir estas obras, que até então não tinha visto nas livrarias. Após rápida análise nos cinco volumes, optei por Rússia e Grécia, temas que ultimamente vêm me fascinado.




Comprados os livros, rodei mais um pouco pela feira, até voltar para casa, satisfeito por pelo menos ter assistido à apresentação de Ilan Brenman, a quem, há poucas horas atrás, eu sequer sabia quem era. Perdera a oportunidade do autógrafo, é verdade, mas isso era o que menos importava, e não se repetiria no dia da palestra de Walcyr Carrasco, que será tema de uma próxima postagem!


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