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"O coração que se ganha é o que se dá em troca"Marcelino Freire



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fábulas de Esopo


Nos últimos meses, tenho lido muitas fábulas, do célebre e lendário Esopo, redescobrindo e me fascinando com a grandeza destas histórias, e de como elas permanecem atuais até os dias de jogo, tendo sido contadas há mais de dois mil anos!

Quem não conhece fábulas como A tartaruga e a lebre, O Lobo e o Cordeiro e A Cigarra e a Formiga?

Fiz uma breve pesquisa e descobri que a origem de Esopo é muito incerta. São muitas as cidades que se acredita ser a cidade natal do grego, e tudo o que se sabe sobre ele não está livre de dúvidas. O que realmente é fato é que ele foi escravo, que foi libertado por encantar seu último senhor com suas histórias, de caráter moral e fantasioso. Esopo nunca escreveu nenhuma das fábulas como as conhecemos hoje. Suas histórias faziam parte da tradição oral grega. Somente anos após sua morte, as histórias foram reunidas e escritas, tendo inclusive inspirado outros grandes fabulistas, como La Fontaine e Fedro.

Consta que Esopo era corcunda, mas a aparência estranha era suprimida pelo seu dom da palavra, ao contar suas histórias carregadas de ensinamentos e tiradas morais. Seus personagens – que também definem o gênero fábula – são geralmente animais, personificados, que falam, erram, demonstram bem as muitas saliências do caráter humano. Também são retratados homens, deuses e objetos inanimados, com os mesmos fundamentos. O fabulista grego nos mostra como o ser humano pode agir, seja para o bem, seja para o mal, e é realmente impressionante como suas fábulas se mantêm atuais até os dias de hoje, onde nos identificamos sempre com as situações contadas.

Toda essa história é muito curiosa e interessante, e por isso resolvi trazer um pouco de Esopo para o blog. A partir de hoje, vou postar algumas fábulas memoráveis, que sempre me orientam, me direcionam, me fazem perceber melhor as diretrizes desse mundo caótico onde vivemos.

Para começar, uma que todos devem conhecer:

OBS.: existem várias versões das fábulas de Esopo, La Fontaine foi um dos mais reconhecidos ao adaptar as histórias. A versão abaixo retirei do livro Esopo - Fábulas, da editora L&PM. Pode ser diferente de outras versões, mas é apenas na maneira de contar, haja vista que a ideia; a moral, permanecem mantidas.



A Cigarra e a Formiga




     Era inverno e as formigas botaram para secar os grãos que a chuva molhara. Uma cigarra faminta lhes pediu o que comer. Mas as formigas lhe disseram:
     – Por que tu também não armazenaste tua provisão durante o verão?
     – Não tive tempo – respondeu a cigarra –, no verão eu cantava.
     As formigas completaram:
     – Então agora dance.
     E caíram na risada.


Essa clássica fábula reforça a ideia da precaução, do pensar no futuro, no caso das formigas, e o oposto no caso da cigarra. A figura da formiga, conhecida pelo seu forte ímpeto pelo trabalho, mostra a importância de se fazer hoje, para colher amanhã. A cigarra, nesse caso, ilustra uma posição de alguém despreocupado, que não se importa com os dias que virão, e também até denota uma certa preguiça ante o trabalho. Tais valores nos fazem pensar de como é bom estar sempre previnido ante às situações que sabemos que podem ser complicadas ou difícieis.

Evidente que para a fábula ter essa moral, as formigas acabam tendo que transmitir um outro valor: o egoísmo, individualismo, ao recusarem-se a partilhar sua comida com a cigarra. Podemos ver então que a cigarra foi punida por seus próprios atos, que ela mesma causou sua desilusão, e isso justifica a ação das formigas, que agiram como talvez a cigarra também agisse, caso tivesse se precavido contra o inverno. É o comportamento humano, que tende mesmo ao individualismo, ao cada um por si.

Reflitam!

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