Frases


"O coração que se ganha é o que se dá em troca"Marcelino Freire



domingo, 13 de fevereiro de 2011

Filme: O Pequeno Príncipe



Há pouco tempo, postei alguns comentários sobre a obra máxima de Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe (veja aqui), um livro fantástico, que consegue mudar nossa maneira de ver o mundo facilmente. Ocupei-me vários meses fazendo uma extensa análise do livro, e em breve devo postar uns trechos aqui. Mas, o assunto em questão, dessa vez, não é exatamente o livro, e sim o filme, como diz o título da postagem. Já tinha conhecimento da versão cinematográfica, porém é claro que preferi ter a primeira experiência da história diretamente no livro, para não ter uma visão apenas focada no filme.




Como já falei na postagem referente ao livro, passei vários meses mergulhado em suas páginas, maravilhando-me. Tive quase arrependimento por não tê-lo lido quando criança (o que me põe quase no papel do piloto, se é que me entendem!), e sem dúvida o considero uma das principais leituras que fiz nos últimos anos. Enfim, concluídas as duas leituras e análise que fiz da obra, me voltei então para o filme.

Lançado em 1974, a versão cinematográfica da famosa história de Exupéry traz à vida o principezinho, e grande parte dos acontecimentos do livro, mas também se dá ao direito de inserir alguns novos personagens e situações. Postarei mais algumas imagens do filme ao longo do texto.

Richard Kiley como o piloto


Como só descobri durante o filme, trata-se de um musical, onde as canções (belíssimas por sinal) se desenrolam em momentos chaves da história. Assisti, e devo dizer que fiquei maravilhado, com todo o conjunto da obra. Ao final, eu estava certo de que é um filme único, que, como o livro, tem o poder de cativar os que se deixam levar pela sua inocência, juntamente com suas valorosas citações e reflexões.

Cito um pouco do elenco principal: Richard Kiley como o piloto, Donna McKechnie como a vaidosa e temperamental flor, o famoso dançarino Bob Fosse como a serpente, Gene Wilder como a célebre raposa e Steve Warner como o Pequeno Príncipe.

Steve Warner é a estrela do filme, no papel do princepezinho


Bob Fosse, aliás, é o responsável por uma das cenas mais memoráveis, com sua performance – a dança da serpente. Bob inclusive teria influenciado bastante Michael Jackson, e essa cena não nos deixa dúvidas! E a raposa de Gene Wilder? Simplesmente perfeita, reproduzindo um dos momentos mais marcantes do livro. Já Richard Kiley faz um ótimo retrato do piloto, que vê no Pequeno Príncipe bastante de si, e repensa valores já quase esquecidos. Coube ao pequeno Steve Warner viver o principezinho, e ele o fez magnificamente bem. Sua candura reflete com graça uma ótima imagem do personagem, e ele parece atuar com tanta naturalidade! O curioso é que este foi o primeiro e único grande trabalho de Warner como ator (depois fez apenas papéis sem muito destaque). Atualmente, afastado das telas, ele trabalha como técnico de efeitos especiais para filmes como Gladiador. É... é melhor lembrar dele como o carismático e cativante princepezinho.






Bob Fosse na célebre dança da serpente

Algo que achei estranho, a princípio, foi ver os personagens animais interpretados por atores reais. Mas só por um breve momento, pois quando as brilhantes atuações (e a sensacional trilha sonora!) nos contagiam, esse passa a ser apenas um mero detalhe, que se torna perfeitamente cabível à proposta do filme, além de ser também um detalhe bem característico.



Gene Wilder dá um toque especial à raposa


Um outro detalhe no mínimo curioso sobre o filme é que ele foi uma produção americana/britânica, e não francesa, como haveria de se esperar. Aliás, é ainda mais curioso imaginar que até hoje nenhum diretor frânces não tenha filmado a obra, não é? Claro que o trabalho de Stanley Donen (mais conhecido por dirigir Cantando na Chuva), foi bastante preciso, mas seria interessante ver a visão de um cineasta frânces, como Jean-Jacques Annaud (de O Nome da Rosa) ou até Michel Gondry.

A flor é interpretada por Donna McKechnie


Por outro lado, temo um pouco ao pensar como poderia ser uma nova versão do Pequeno Príncipe, nesses tempos onde o 3D impera (Basta ver como saiu a Alice de Tim Burton). Que um filme como o de 1974, com aquela atmosfera, aquela inocência e simplicidade (que são na verdade seus pontos mais fortes), jamais seria feito hoje em dia, todos sabemos, mas o resultado de uma produção atual da principal obra de Exupéry pode acabar distoando imensamente da visão que preservamos do texto. Além de que, provavelmente a raposa, serpente e flor seriam retratados como personagens digitais (como o Gato de Cheshire, novamente da Alice de Tim Burton) o que diminuiria sensivelmente sua graça e apelo ante o público, não concordam?

O Rei, um dos personagens do livro que também está presente no filme

Alguns dos novos personagens, inseridos em contexto similar ao do livro, como o General, reforçam ideias que também se completam às do texto, intensificando-o e expandindo-o, em uma adição bem interessante.

O Pequeno Príncipe encontra o General


Por todas estas razões o filme de Stanley Donen pode ser considerado um clássico, e como todo clássico, deve estar sempre em evidência, em discussão. Por isso achei por bem falar um pouco sobre ele aqui, e motivá-los a assistir. Antes de finalizar, segue o trailer do filme:





Bom, acho que já deu para se ter uma boa ideia do que esperar do filme, não é? Quem já assistiu, sabe do que estou falando, aos que ainda não: assistam! Mas lembrem-se de que para melhor compreendê-lo, é importante ter lido o livro. E novamente, não se esqueçam de desenhar o carneiro!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Moacir C. Lopes


Esta postagem foi um tanto quanto inesperada, mas senti que devia fazê-la.

Ontem, estava tranquilamente trabalhando, na alta madrugada, quando me veio um lampejo: "Ah, vou já ver como anda o Moacir!". Moacir Costa Lopes, um grande escritor, autor do famoso "A Ostra e o Vento" que conheci através da Bienal do Livro 2010, aqui em Fortaleza. Abri o Google, digitei seu nome, e veio-me a bomba. Moacir tinha falecido. Em novembro do ano passado. Decorrente de um câncer. Fiquei alguns minutos enternecido, e me vinheram de imediato as cenas da Bienal, da palestra que ele dera, uma aula praticamente, e do momento que fui cumprimentá-lo. Moacir foi o único dos escritores que assisti a que consegui falar, parabenizar, em um momento bem especial. Só hoje descobri que ele já estava doente na época da Bienal.

O mais curioso de tudo, como falei precisamente no meu texto da época (a quarta da série Bienal do Livro 2010), foi que eu quase perdi a apresentação de Moacir, porque ainda não conhecia nada sobre ele, e naquele dia não imaginava haver nada que me interessasse nos corredores do Centro de Convenções. Ledo engano. E arrisco a dizer que com certeza foi um dos melhores dias que tive no evento.

Algumas das palavras que ele me falou podem parecer breves a princípio, mas são uma virtude que é a base para se fazer qualquer coisa hoje e sempre. Ter paciência. Para escrever, para reescrever, para viver. É uma lei natural para um vida tranquila.

Infelizmente só fiquei sabendo da notícia meses após, o que me deixou ainda mais chateado. Para vermos como é a situação do Brasil... é óbvio que se tivesse sido um jogador de futebol ou um ator, a notícia teria explodido em todas as mídias. Pesquisando melhor, vi que foi noticiada em alguns sites, e algumas homenagens até foram feitas. Mas imagino que muita gente ainda não saiba que o Brasil perdeu um grande escritor, e que talvez sequer venha a saber.

Moacir tem uma bela história de vida, apesar das dificuldades pelas quais passou, e contou um pouco de sua trajetória na palestra. Foi marinheiro por vários anos de sua vida, e esta experiência o fez escrever sobre o mar como ninguém. Criou ainda sua própria maneira de escrever, e explica sua metodologia no fantástico Guia prático de Criação Literária, livro que acabei não comprando na Bienal, mas poucos meses após, e que é uma de minhas principais referências para organizar as ideias antes de escrever. A obra é mais prática do que acadêmica, mas é lotada de informações valorosas tanto a estudantes, professores e escritores, e quem mais quiser compreender o método de criação deste brilhante escritor.

Bom, vou me restringir a apenas estes comentários. Meu texto sobre a palestra do Moacir, na Bienal, pode ser lido (e assistidos, os vídeos) na íntegra nesse link. Um local onde se pode conhecer um pouco mais sobre ele e sua obra é o site oficial do autor. E para fechar, a ótima crônica escrita por Pedro Salgueiro para o jornal O POVO, em ocasião do fato, e postada no blog de Raymundo Netto.

Moacir nos deixou uma obra vastíssima, que reflete extraordinariamente a pessoa que foi. Vamos lê-la, divulgá-la, estudá-la. Mantê-lo sempre vivo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Nintendo 3DS vem aí!


Voltando a falar de games! Gente, há cerca de um ano atrás, falei sobre o lançamento do Nintendo DSi XL, videogame portátil da Nintendo que foi lançado ano passado e que se tratava apenas de mais uma variação do consagrado Nintendo DS (ao lado do Lite e DSi), que desde 2004 é um verdadeiro fenômeno de vendas e público, graças às suas duas telas, uma delas sensível a toque, e diversidade de jogos oferecidos. Com a popularização recente do 3D, devido a filmes como Avatar, muito vinha sendo falado a respeito de um sucessor do aparelho, que a princípio seria capaz de gerar imagens 3D, mas nada oficial tinha sido divulgado. Isso até a E3 (maior evento mundial dedicado a games) daquele ano, onde foi então apresentado o Nintendo 3DS. Uma proposta "simples" é a grande aposta da Nintendo: 3D sem os tradicionais óculos!

E agora em janeiro de 2011, estamos quase às vesperas do lançamento do novo portátil, que mantém várias das características dos modelos anteriores, como a tela sensível a toque e as câmeras (sendo que agora temos duas para fotos em 3D), mas que traz uma série de novos recursos e possibilidades. 

Neste mês, houve um evento de apresentação do novo sistema à imprensa, numa solenidade típica, comandada pelo presidente da Nintendo of America, Reggie Fils-Aime, que desvelou boa parte das características do novo DS.

O vídeo na íntegra (em inglês) pode ser visto logo abaixo:



Para resumir, filtrei algumas das principais novidades do novo portátil da Nintendo, em relação aos modelos anteriores. São elas:

– Display superior 3D sem óculos (Resolução de 800x240 com 3D desligado e 400x240 por olho com 3D ativado);
– Direcional analógico (pela primeira vez em um portátil da Nintendo);
– Giroscópio e acelerômetro, que captam os movimentos feitos com o aparelho, similar ao Wii Remote;
– Botão HOME, que, como no Wii, conduz direto ao menu principal do sistema;
– Botão de ajuste do efeito 3D, que permite controlar o grau de como o efeito se comporta, podendo até desligá-lo; 
– 2 camêras externas, de 640x480, capazes de tirar fotos em 3D, além de usadas em jogos;
– Áudio Stereo que, com fones de ouvido, pode simular áudio 5.1;
– Caneta Stylus extensiva até 10cm;
– Novos game cards podem armazenar até 8GB;
– Carregador agora é uma base, onde o sistema deve ser encaixado (bateria durará em média 3-5 horas);
– Vários softwares virão no sistema, como um editor de Miis (populares avatares digitais personalizáveis) , editor de fotos, interpretador de cartões de realidade aumentada (o aparelho virá com alguns inclusos), canal de internet e diversos outros.
– Possibilidade de trocar informações com outros sistemas 3DS enquanto se anda (bastando passar por alguém que tenha um e ambos estejam em modo sleep); 
– Retrocompatibilidade com os Game Cards de DS e DSi;
– Sistema de Virtual Console (similar ao do Wii), que permite baixar jogos de GB, GBC e GBA para o console;
– Cores iniciais: Aqua Blue e Cosmo Black; 
– Lançamento: 26 de fevereiro no Japão, 27 de março nas Américas;
– Preço: 25.000 yens, 250 dólares, provavelmente entre 800 e 1000 reais;
– Dimensões bem similares às do DSi, exceto a tela superior, mais retangular que a de baixo;
– Terá português (brasileiro) como idioma selecionável.

(O sistema mantém a básica tela sensível a toque e conectividade à internet via Wi-Fi)

A notícia da criação de um portátil da Nintendo em 3D remota ao início de 2010, quando surgiram os primeiros boatos e especulações. Hoje, vejo que o marketing massivo feito pela companhia japonesa vem dando certo, como sempre, e o 3DS está em grande evidência, em sites, blogs e na boca de todos. A tecnologia, nas palavras da Nintendo, é única, nunca antes vista, e promete uma imersão jamais imaginada em um jogo. Será? Espero que todo este hype não acabe decepcionando (como o Wii decepcionou alguns). O fato é que ter 3D sem óculos é mesmo uma grande atração. Os cinemas e TVs de hoje oferecem filmes e imagem em 3D, mas ainda dependentes dos incômodos e antiquados óculos. Quebrar este padrão sem dúvida será uma grande revolução!

Nintendo 3DS e seu carregador, que será acoplado à sua base


O segredo por trás do Nintendo 3DS está em um efeito chamado estereoscopia, obtido atráves de duas imagens, com leves alterações angulares, que são enviadas uma a cada olho. Ao enxergamos ambas, levemente deslocadas, em pontos-chave, temos a formação de uma terceira imagem, criada por nosso cérebro, que nos dará a sensação do 3D propriamente dito. Esse efeito também ocorre graças à paralaxe, que é quando se utiliza objetos de diferentes tamanhos, com velocidades diferentes, a fim de criar um aspecto de pronfundidade aparente. Por tais razões, tem-se dito que o aparelho seria prejudicial a crianças menores de 7 anos, o que a Nintendo confirmou recentemente, e já faz o alerta aos futuros compradores.

Tenho um DSi, o qual adoro e ainda desfrutei pouquíssimo de seu quase infinito repertório de possibilidades, mas confesso que fiquei empolgado (e quem não ficou?) com as possibilidades que o 3DS pode trazer. Jogos de peso, como Zelda, Mario Bros, Resident Evil, Street Fighter IV, Mario Kart, Pilotwings e Metal Gear Solid já estão em desenvolvimento, além de dezenas de outros, o que garante uma ótima apresentação do console, se ele for mesmo tudo o que diz ser!

Comparação de tamanho do 3DS (preto) com os outros membros da família DS. Notem também a elegância do Game Boy Micro!


Um dos fatores que creio que não agradou foi a curta duração da bateria. O DSi já teve uma redução em relação ao DS Lite, e agora mesmo com menor brilho o tempo não deve passar de 5 horas! Será que já não se tem tecnologia para se fazer baterias mais duradouras? Ouvi dizer que as de lítio podem durar bem mais do que as atuais duram...

Mas os pontos fortes são mesmo os mais destacáveis. Giroscópio e acelerômetro tornarão bem intensa a experiência de jogo, e será engraçado ter que fazer as mais variadas evoluções com o console nas mãos! O áudio melhorado, simulado em 5.1 com fones, também impressiona, e deve colaborar muito para criar a atmosfera dos jogos. Game cards de até 8GB? Não é à toa que a qualidade gráfica de alguns títulos como Resident Evil e Metal Gear Solid mais parece um jogo de Wii. O sistema de troca de informações, ativado simplesmente ao passar perto de outro 3DS também parece ser interessante (apesar de ser um pouco estranho à princípio...), e se der certo da maneira como divulgaram, será uma boa interação entre jogadores (que, pelo que entendi, podem ser desconhecidos até então!). Ah, outra coisa legal, o console estará disponível com o nosso português como opção de linguagem! É a primeira vez que isso acontece, e mostra como a Nintendo está mudando sua visão em relação a nosso país, onde tem mercado bastante forte. A realidade aumentada também parece encontrar um lar perfeito no novo sistema, e promete inúmeras possibilidades interativas, através das câmeras do portátil. E para finalizar, ter um Virtual Console no 3DS também é mais uma ótima jogada da Nintendo, uma vez que o do Wii não traz jogos dos famigerados Game Boys. Assim, clássicos do GB, GBC e GBA poderão ser baixados para o 3DS.

A realidade aumentada também será um dos novos recursos oferecidos pelo Nintendo 3DS

Bom, tudo isso parece ótimo não é? É o que todos esperam. Como a Nintendo é líder absoluta no ramo de portáteis, é quase certo que o 3DS obtenha êxito imediato. Só para constar, um outro detalhe que faz falta ao atual DS (DSi ou XL), agora quanto à conexão à internet, é a ausência de um flash player, que impossibilita a visualização de vídeos e afins. Espero que o 3DS traga este recurso, que hoje em dia é tão comum em Iphones e etc, além de uma melhor interface na web. Ah! Espero também uma nova versão do Flipnote Studio, o ótimo programa de animação que acompanhou o DSi, e popularizou bastante as animações no estilo flipbook, quadro a quadro. Com as possibilidades do novo sistema, imaginem o que não daria pra fazer no Flipnote!

A vontade de ter um 3DS logo no lançamento é tentadora, concordam? Isso até vermos o preço que o mítico aparelho chegará por aqui. 250 dólares, com multas e taxas deve passar os R$1000,00 facilmente, e aí a vontade vai para o ralo. Mas também tem outro fator que não me anima muito a adquirir o aparelho tão subitamente: as futuras versões. Provavelmente, em breve a Nintendo deve lançar upgrades do 3DS, quem sabe um 3DS Lite ou 3DSi, ou até 3DS LX? (risos!). Brincadeiras à parte, claro que os nomes seriam outros, mas isso é quase certo de acontecer, e também bastante natural, portanto creio ser mais válido esperar um pouco, e ver como o público reagirá a essa nova tecnologia, e aguardar as próximas versões, que talvez corrijam o "problema" da bateria ou algum outro que o sistema venha a ter, a exemplo das evoluções do primeiro modelo do DS original até o XL.

Para concluir, vídeos de alguns jogos (lembrando que o efeito 3D não é visível senão no próprio 3DS):