Frases


"O coração que se ganha é o que se dá em troca"Marcelino Freire



quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Hoje é o DIA!


28 de outubro, Dia Internacional da Animação! Data comemorada em quase todo o Brasil e em vários outros países! Serão realizadas exibições de curtas metragens selecionados, na Mostra DIA (Nacional e Internacional) 2010. Uma excelente oportunidade para os amantes desta arte, de poderem conhecer como andam as produções mais atuais da área, além de reunir todo o público que aprecia um bom curta animado.

Aqui em Fortaleza, o DIA também marca o encerramento da II Semana da Animação, Mostra Internacional de Cinema de Animação de Fortaleza, da qual falei nas postagens anteriores, que vem movimentando os últimos dias de outubro, desde o dia 22. Convido a todos que forem de Fortaleza para prestigiarem a noite de encerramento do evento (entrada franca), a partir das 19:30! Será na Casa Amarela Eusélio Oliveira. Todos os detalhes estão no blog da II Semana. Não percam! :D

Confiram também a programação de hoje no seu estado no site oficial do Dia Internacional da Animação e, mais uma vez, ótimo DIA a todos!

Ah, e em breve mais postagens sobre a II Semana, aqui no Diálogos Visuais.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

II Semana da Animação - Vinheta!

Demorou um pouquinho, mas já está no ar a vinheta da II Semana da Animação! Um trabalho feito com muita determinação por meu irmão, Diego Akel, que também é coordenador do evento (uma das razões de ter atrasado um pouco a finalização, dadas as muitas atribulações do cargo).

Sem mais, vamos a ela:



Achei muito bacana o resultado final da vinheta, após acompanhá-la quase passo a passo nos últimos dias. Diego mais uma vez propõe um jogo de imagens dinâmicas e diretas, aliadas a uma trilha sonora cativante e envolvente, que nos coloca rapidamente diante de toda a atmosfera que está por vir. A alusão à figura solar também foi bem bacana, e podemos ter uma referência à cidade de Fortaleza, conhecida como terra do sol. Podemos ainda imaginar quase como se acompanhássemos um "dia" simbólico da II Semana da Animação, desde o raiar do sol, passando pelas atividades da programação, seguindo pela noite, quando o sol se põe, até o descortinar do dia seguinte, em uma sucessão contínua. A meu ver, mesmo tendo sido feita às pressas, a vinheta constitui uma ótima visão geral do evento, ditando um ritmo frenético bem parecido com o que se tem visto nos dias da II Semana da Animação, e este é o maior êxito que se pode conseguir! Parabéns Diego! :D

E a II Semana da Animação já está a toda! Amanhã tem muito mais animação para todos, confiram todos os detalhes no blog oficial!

Em breve, aqui no Diálogos, postagens maiores dedicadas ao evento!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

II Semana da Animação e DIA


Gente! Está para começar a II Semana da Animação aqui em Fortaleza! Evento totalmente dedicado à animação que desde o ano passado propõe uma interação e proximidade com o público, trazendo animadores, produtores, e vários profissionais da área para debates, discussões, mini-cursos, e, claro, mostras. Serão exibidos filmes animados de todo o mundo, numa extensa e criteriosa seleção que favorece o profundo debate sobre novas ideias e conceitos para o futuro da animação. O evento culminará com o Dia Internacional da Animação (DIA), que ocorre em todo o mundo em 28 de outubro. Neste dia, em 1892, foram exibidas as primeiras imagens animadas de que se tem registro, em Paris.

Aqui em Fortaleza, meu irmão, Diego Akel, é novamente o coordenador do DIA, e juntamente com o pessoal do NUCA, e outros colaboradores e parceiros, levam a Semana da Animação à sua segunda edição. Ao longo dos sete dias (22 a 28 de outubro) de sua vasta programação, podemos ter a certeza de que o evento seguirá se firmando como o maior dedicado à animação do estado.

Então, quem for daqui da cidade, não deixe de prestigiar essa bela iniciativa :) O evento é inteiramente gratuito e sem fins lucrativos. O objetivo primordial da ocasião é mesmo oferecer oportunidades e incentivos a todos aqueles que se interessam por animação e desejam se aprofundar mais nesta área tão fascinante! Quem não for de Fortaleza, pode até não contar com uma semana, mas terá um dia! Basta ir ao site oficial do DIA e conferir a programação para o seu estado. Então não tem desculpa! Dia 28, anime-se com o Dia Internacional da Animação!

Voltando à II Semana da Animação, aqui em Fortaleza, a programação completa já está disponível no blog oficial do evento. Não deixem de conferir!

Para finalizar, eu, com o Diálogos Visuais, firmei uma parceria com a II Semana da Animação de Fortaleza, e em breve postarei aqui algumas impressões, além de contribuir também com alguns textos para o blog do evento.

É isso, que venha a II Semana da Animação e um ótimo DIA a todos =)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Ladrão e os Cães - Frases, sentenças e citações morais



Tinha ficado de fazer essa postagem há um tempinho, desde que terminei de ler o livro, trazendo algumas citações interessantes e reflexões das páginas da história. Aproveitando esse tema, devem ter notado que, com a mudança no visual do Diálogos, tive a ideia de por um aforisma ilustre sempre em destaque, de autores que muito me influenciam, para já propor uma reflexão inicial com quem entrar no blog.

O autor do livro O Ladrão e os Cães (veja mais sobre o livro nesta postagem), o escritor egípcio Naguib Mahfuz, graduado em filosofia, além de criar um enredo rápido, nervoso, altamente denso e emocionante, inseriu também várias sentenças e citações de profunda reflexão, que – durante e após a leitura – nos fazem pensar e entender o mundo sob novos pontos de vista, expandindo nossas ideias e conceitos. Um banho de filosofia disfarçado nas páginas de um romance com ares de romance policial (além de alguns outros trechos muito bem construídos).

Após a primeira leitura do livro, onde dediquei cerca de 2 meses, fiz uma segunda leitura imediata, mas apenas para recolher essas passagens, essas citações, que percebi serem importantes demais para ficarem somente lá nas páginas do livro, aguardando uma próxima leitura. Cada vez mais tenho percebido a força deste tipo de material, e por isso decidi extrair o máximo que consegui do livro, e agora compartilho algumas com vocês, vamos lá!

"Como ouço muita coisa, mal consigo escutar qualquer coisa", xeque Ali al-Junaydi.

O xeque Ali é um dos personagens mais interessantes da trama, sem dúvida. Suas colocações sempre emblemáticas, místicas e carregadas de efeito moral o fazem uma espécie de conselheiro, que parece sempre saber de tudo, e nunca se abalar com nada. Essa colocação pode ter várias interpretações, como o fato de se ouvir muito limitar o grau de entendimento particular a cada assunto, e no fim acaba-se não se captando nenhum deles. Podemos ainda entender como o acúmulo de muitas atribulações pode nos impedir de nos dedicarmos a apenas uma com uma atenção devida, e acabamos por não fazê-las com o esmero que poderíamos.

"O meu passado ainda não permitiu que eu considerasse o futuro", Said Mahran.


Said, protagonista da história, passa boa parte dela atrelado a seu conturbado passado. Os devaneios de sua mente devastada e confusa nos fazem perceber o quão perdida uma pessoa pode ficar, se fizer do passado seu objetivo de vida. 


"Ocorreu-lhe que o hábito é a raiz da preguiça, do tédio e da morte, que o hábito tinha sido responsável por seus sofrimentos, pela traição, pela ingratidão e pelo desperdício de sua vida", narrador, interpretando Said.

Essa colocação é bem interessante, e uma de minhas favoritas. Nos faz pensar como o hábito pode trazer uma "acomodação" à vida. De certa forma, tendemos a nos acostumar muito às situações da vida, e não procurar mudá-las, o que pode causar uma repetição tediante, enfadonha. Essa acomodação gera justamente a preguiça para não procurar contornar situações que sabemos que não estão do jeito que deveriam.

"Toda luta tem seu campo de batalha adequado", Raulf Ilwan.

Raulf Ilwan tem um papel bastante decisivo na trama, como um dos principais antagonistas, além de ter sido uma espécie de mentor de Said no passado. Porém, suas ações demonstram uma mudança súbita em seu caráter, o que faz Said tê-lo como um traidor. Essa frase de Raulf traz uma reflexão sobre comportamentos, e de como exergar melhor o que está à nossa volta. Mostra um respeito e compostura, ao sugerir que tudo tem um lugar certo para acontecer, dignos de uma conduta exemplar, mas também não deixa de ter uma pequena dose de irônia.

"Um mundo sem moral é como um universo sem gravidade", Said Mahran.

Said passa boa parte da narrativa preso a seu passado e à consequência de seus atos. A frase mostra a importância da moral para haver um balanço, uma harmonia no mundo. Mesmo sabendo disso, Said parece ignorar os sábios conselhos do xeque Ali, e se deixa permanecer sem gravidade, em seu restrito e limitado universo.

"Continuamos aprendendo do berço ao túmulo, mas pelo menos comece, Said, prestando atenção no que faz e assegurando-se de que qualquer tarefa iniciada por você acarretará algum bem para alguém", xeque Ali, dirigindo-se a um Said ainda garoto.

Outra sentença bem profunda que nos faz repensar diversos valores, e, de certa forma, sobre a simplicidade com que podemos levar a vida.

" – Adeus, meu mestre.
   – Essa é uma palavra absolutamente sem sentido, seja qual for a sua intenção – o xeque se queixou. – em vez disso, diga: até mais ver", final de uma conversa entre Said e o xeque Ali.

A tranquilidade e serenidade do xeque mais uma vez se fazem notar. Adeus é realmente uma palavra muito forte, que pressupõe um abandono definitivo, uma ida sem volta. Um "até mais ver" passa a ideia de retorno, de esperança, de futuro.

"O mundo não se apercebe de quem não se apercebe dele", xeque Ali.

Outra de minhas favoritas. Essa citação pode se aplicar a todos aqueles que ainda não acharam seu lugar no mundo. Em outras palavras, aqueles que ainda não se encontraram, simplesmente não se deixaram encontrar. É como diz o cineasta Woody Allen, quando perguntado sobre o segredo de seu sucesso, respondeu simplesmente: "dê as caras". Não devemos esperar sermos notados, devemos fazer acontecer, ser persistentes. O grande publicitário e autor Paul Arden também dizia: "O mundo é o que você pensa dele. Portanto, pense nele de um jeito diferente e sua vida mudará".




"Como é maravilhoso para os ricos recomendarem a pobreza para nós", Said Mahran.

A ironia direta de Said, que se coloca entre os pobres, nessa frase é uma crítica ao comportamento das classes superiores e ao caráter da humanidade, no caso o próprio Raulf Ilwan, quando este lhe sugere um emprego simples. Propõe ainda um grande distanceamento entre classes, uma vez que constitue uma afirmação irônica mas verdadeira. Que rico recomendaria a riqueza aos pobres?


"Nenhum emprego é servil, desde que seja honesto", Raulf Ilwan.

A valorização do emprego é a evidência aqui. O emprego digno, honesto, que traz a honra a quem o exerce. Ironicamente, é Raulf Ilwan, um exemplo não muito bom de honestidade, que dá o recado.

"Você dormiu muito, mas não viu descanso. Igual a uma criança colocada sob o fogo do sol escaldante. O seu coração anseia por sombra e, no entanto, continua avançando sob o fogo do sol. Será que ainda não aprendeu a caminhar?", xeque Ali, dirigindo-se a Said.


Outro trecho de que gosto bastante! Fica bem clara a perturbação mental que se passa na cabeça de Said, e de como o xeque tenta trazê-lo de volta ao caminho do qual se desviou, sem muito sucesso. Said, por mais que soubesse, continuava a persistir em seus erros. 


Mais algumas abaixo, reflitam!


"Deus apresenta suas graças na forma que apenas a vontade d'Ele pode decidir", xeque Ali.


"Se é verdade que o homem pode ser pobre em Deus, também é verdade que pode ser rico n'Ele", xeque Ali. 


"Ele estava bastante sozinho, isolado de todo o resto das pessoas. Elas nem conheciam, não compreendiam a linguagem do silêncio e da solidão. Não entendiam que elas mesmas às vezes ficavam em silêncio e sozinhas, e que os espelhos que refletiam fracamente sua própria imagem de fato eram enganosos, fazendo com que imaginassem, falsamente, que enxergavam pessoas desconhecidas a si mesmas", narrador.



Bom, por enquanto já está de bom tamanho, em breve quem sabe colocarei mais umas. Recomendo imensamente que leiam "O Ladrão e os Cães"! 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Fábulas de Esopo


Nos últimos meses, tenho lido muitas fábulas, do célebre e lendário Esopo, redescobrindo e me fascinando com a grandeza destas histórias, e de como elas permanecem atuais até os dias de jogo, tendo sido contadas há mais de dois mil anos!

Quem não conhece fábulas como A tartaruga e a lebre, O Lobo e o Cordeiro e A Cigarra e a Formiga?

Fiz uma breve pesquisa e descobri que a origem de Esopo é muito incerta. São muitas as cidades que se acredita ser a cidade natal do grego, e tudo o que se sabe sobre ele não está livre de dúvidas. O que realmente é fato é que ele foi escravo, que foi libertado por encantar seu último senhor com suas histórias, de caráter moral e fantasioso. Esopo nunca escreveu nenhuma das fábulas como as conhecemos hoje. Suas histórias faziam parte da tradição oral grega. Somente anos após sua morte, as histórias foram reunidas e escritas, tendo inclusive inspirado outros grandes fabulistas, como La Fontaine e Fedro.

Consta que Esopo era corcunda, mas a aparência estranha era suprimida pelo seu dom da palavra, ao contar suas histórias carregadas de ensinamentos e tiradas morais. Seus personagens – que também definem o gênero fábula – são geralmente animais, personificados, que falam, erram, demonstram bem as muitas saliências do caráter humano. Também são retratados homens, deuses e objetos inanimados, com os mesmos fundamentos. O fabulista grego nos mostra como o ser humano pode agir, seja para o bem, seja para o mal, e é realmente impressionante como suas fábulas se mantêm atuais até os dias de hoje, onde nos identificamos sempre com as situações contadas.

Toda essa história é muito curiosa e interessante, e por isso resolvi trazer um pouco de Esopo para o blog. A partir de hoje, vou postar algumas fábulas memoráveis, que sempre me orientam, me direcionam, me fazem perceber melhor as diretrizes desse mundo caótico onde vivemos.

Para começar, uma que todos devem conhecer:

OBS.: existem várias versões das fábulas de Esopo, La Fontaine foi um dos mais reconhecidos ao adaptar as histórias. A versão abaixo retirei do livro Esopo - Fábulas, da editora L&PM. Pode ser diferente de outras versões, mas é apenas na maneira de contar, haja vista que a ideia; a moral, permanecem mantidas.



A Cigarra e a Formiga




     Era inverno e as formigas botaram para secar os grãos que a chuva molhara. Uma cigarra faminta lhes pediu o que comer. Mas as formigas lhe disseram:
     – Por que tu também não armazenaste tua provisão durante o verão?
     – Não tive tempo – respondeu a cigarra –, no verão eu cantava.
     As formigas completaram:
     – Então agora dance.
     E caíram na risada.


Essa clássica fábula reforça a ideia da precaução, do pensar no futuro, no caso das formigas, e o oposto no caso da cigarra. A figura da formiga, conhecida pelo seu forte ímpeto pelo trabalho, mostra a importância de se fazer hoje, para colher amanhã. A cigarra, nesse caso, ilustra uma posição de alguém despreocupado, que não se importa com os dias que virão, e também até denota uma certa preguiça ante o trabalho. Tais valores nos fazem pensar de como é bom estar sempre previnido ante às situações que sabemos que podem ser complicadas ou difícieis.

Evidente que para a fábula ter essa moral, as formigas acabam tendo que transmitir um outro valor: o egoísmo, individualismo, ao recusarem-se a partilhar sua comida com a cigarra. Podemos ver então que a cigarra foi punida por seus próprios atos, que ela mesma causou sua desilusão, e isso justifica a ação das formigas, que agiram como talvez a cigarra também agisse, caso tivesse se precavido contra o inverno. É o comportamento humano, que tende mesmo ao individualismo, ao cada um por si.

Reflitam!