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"O coração que se ganha é o que se dá em troca"Marcelino Freire



terça-feira, 6 de abril de 2010

Dialogando: o fim do livro?

Dialogando é uma nova seção do Diálogos Visuais, que propõe discussões a respeito de fatos e questões ligadas aos temas centrais do Blog. Todos estão convidados para comentarem e expressarem o seu ponto de vista, ampliando e ramificando assim o debate. Para começar, falemos do livro.

Na postagem anterior, a respeito da Bienal do Livro, mencionei a respeito do que se tem falado por aí: o fim do livro como o conhecemos.

Nos primeiros dias agora de abril, o mundo viu o lançamento do Ipad, revolucionário aparelho da Apple, que traz uma penca de funcionalidades, entre elas: livro eletrônico. Mas não foi o primeiro a oferecer esse recurso. Há algum tempo, já podemos ver nas prateleiras aparelhos como esse abaixo:



E virou notícia de destaque dos últimos dias: "Será o fim do livro?" Um questionamento que mais virou moda de se dizer, e que está longe de poder ser considerado. Já vi pesquisas que apontaram que mais de 70% ainda prefere ler os bons e velhos livros de papel. Evidente. Essa afirmação do fim do livro generaliza o fato de modo extraordinário, como se todos pudessem ter acesso instantâneo a um desses pads. Um aparelho desses ainda tem um custo muito alto, impossibilitando uma boa fatia do bolo de poder pensar em adquiri-lo.

Se voltarmos um pouco no tempo, vemos que o livro vem seguindo inabalável ante aos avanços tecnológicos. O rádio foi o primeiro tentar ofuscá-lo. Depois veio a televisão, certa que o condenaria ao esquecimento (aqui no Brasil isso de fato parece acontecer). Videocassetes, parabólicas, TV a cabo e mais tantas parafernálias, e a Internet. As cartas foram quase totalmente substituídas por e-mails. Mas o livro nunca se curvou a nada disso. Segue firme e forte como uma das maiores invenções da humanidade em todos os tempos, ao lado da eletricidade e da roda, é claro.

O professor Joseph Jacobson, um dos pioneiros no desenvolvimento do livro eletrônico, do conceituado Instituto Tecnológico de Massachussets, certa vez disse: "Se os livros tivessem sido inventados após o computador, seriam considerados uma grande revolução tecnológica."

Tudo bem que a engenhoca aí em cima parece interessante, e pode trazer a praticidade de se poder armazenar diversos livros em um mesmo "espaço", entre outros fatores positivos, mas seria suficiente para poder dizer que o fim do livro está próximo? Particularmente, acredito que o bom e velho livro ainda tem muita estrada a percorrer, por tudo o que ele simboliza, e sinceramente acho muito mais interativo ler folheados as páginas à olhar para uma telinha estática que deve cansar bem mais nossa visão. Além é claro que esses dispositivos devem exigir bateria para funcionar. O livro clássico pode ser mais pesado, incômodo às vezes, mas dispensa baterias e funciona em qualquer lugar. Um outro detalhe interessante é que podemos ver de imediato o quanto já lemos e o quanto falta ler, de uma maneira bem apraz, sem ter de iniciar nenhum aplicativo.
Acabou a bateria do seu livro eletrônico bem no desfecho de uma história? não tem nenhuma tomada próxima? nada como ter um exemplar impresso por perto...



Que venham os livros eletrônicos, que certamente serão bem-vindos, mas nosso livrinho clássico é mesmo eterno. Um verdadeiro mentor de nossa civilização. De qualquer maneira, acima de tudo, o importante é ler ;)

E você? o que pensa a respeito? Acha que essa novidade tem alguma chance de realmente por fim às sólidas estruturas do Livro? Manifeste-se, comente, dialogue!

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