Em novembro último, aconteceu a XI mostra SESC Cariri de Cultura, em Juazeiro do Norte, Ceará. Como parte da programação do evento, houve a II Maratona de Cinema, intitulada "O mundo animado".
Meu irmão, Diego Akel, foi convidado, junto com o pessoal do NUCA (Núcleo de Cinema de Animação), para ministrarem oficinas e cursos referentes à animação. Estive presente durante boa parte do evento, e mais uma vez tive o privilégio de acompanhar, ainda que não oficialmente, esta enriquecedora experiência.
Ao longo de seis dias, a Maratona Animada contou com exibições de filmes do cronograma do DIA (Dia Internacional da Animação), bem como uma exposição fotográfica referente a este, além de uma oficina de brinquedos ópticos (com Telmo Carvalho e Mariana Medina), com os fascinantes zootrópio, taumatrópio e flipbook. Houve ainda um minucurso de animação experimental, ministrado por Diego, que elucidou esta maneira tão peculiar de se fazer animação, através de uma detalhada apostila e de exibições de curtas experimentais de grandes mestres, como Norman McLaren. A produção do evento ficou a cargo de Carolinne Vieira.
Estima-se que quase 300 pessoas participaram do evento, de todas as faixas etárias.
Inclusive, a oficina de brinquedos ópticos, era voltada às crianças. Turmas de vinte, trinta crianças ocuparam as cadeiras ao longo dos três dias que durou a oficina. No início, não pareciam se interessar muito pelo que lhes era mostrado, mas só no início mesmo. Os incríveis e centenários brinquedos ópticos rapidamente cativaram a todos com seu misto de simplicidade e complexidade. A curiosidade natural das crianças era alimentada por essas novas descobertas, que naquele momento ia além de computadores, videogames, celulares e tantas outras tecnologias do mundo de hoje. Fiz várias fotos do andamento da oficina, e nas horas que todas as crianças se empenhavam para desenhar o flipbook, ou para ajustar a posição do taumatrópio, já completamente fascinadas pela magia destes instrumentos, percebi o quanto a vida pode ser mais simples, não só aos olhos de uma criança, mas simplesmente ao se olhar para uma.
Já a oficina de animação experimental foi voltada ao público adulto. Infelizmente nos dias que ocorreu, não pude estar presente, mas pelo que vi nos registros feitos, contou com um público bastante interessado.
Abaixo, algumas fotos:
Foi produzido ainda um vídeo, uma síntese de todos os principais momentos que ilustraram o evento, que pode ser assistido logo abaixo. Lembrando que a maioria das fotos presentes neste vídeo, embora não creditado, são de minha autoria =)
Ah, só para completar, aos que não conhecem, um pouco sobre o zootrópio e o taumatrópio:
O zootrópio, ao lado, é um instrumento que remota a 180 AD, quando foi inventado na China.
Seu conceito foi aprimorado por William Horner, que criou em 1833 a versão atual da máquina. A origem da palavra aponta para o grego zoe - vida e trope - girar. A ideia é simples: um tambor circular com vários cortes verticais, dentro do qual se dispõe uma tira com desenhos (distintos entre si). O espectador olha para os desenhos, através dos cortes, gira a peça e tem a perfeita impressão do movimento.
Já o taumatrópio, ou taumatroscópio consiste em um disco, com duas imagens diferentes, uma em cada lado, mas sempre em posições invertidas. Um fio é preso às extremidades do disco, para que ao girar o disco rapidamente, com o fio esticado, as duas imagens pareçam estar sobrepostas, criando a ilusão de ser apenas uma única imagem. A origem da palavra , do grego antigo θαῦμα - maravilhoso e τρόπος - transformar. No sentido literal, seria algo como "que se transforma em algo maravilhoso". O taumatrópio foi criado em 1825, pelo físico John Paris, para se demonstrar o fenômeno de persistência retiniana.
Quanto ao flipbook, lembro-me de que já falei um pouco sobre ele nesta postagem.
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